FESTA À MODA DA CASA
A sociedade nos brinda constantemente com temas expostos nas relações do homem e o meio em que vive. Não se trata de alguma regra nova, isso acontece todos os dias, há muito tempo. É uma das que mais aparenta questões educacionais e o modelo que isso representa nas relações sociais.
A sociedade nos brinda constantemente com temas expostos nas relações do homem e o meio em que vive. Não se trata de alguma regra nova, isso acontece todos os dias, há muito tempo. É uma das que mais aparenta questões educacionais e o modelo que isso representa nas relações sociais.
Criemos, a partir desta idéia, o que
muitos até poderiam pensar em conceito de relacionamento:
Quem chega a algum local, onde já
haja pessoas, adentrando ao recinto é quem deve cumprimentar, e, quando não
conhecer todos, deve ser apresentado pelo anfitrião. Isto cabe como etiqueta da Casa
em que o anfitrião representa e assim ele em nome desta deve apresentar os
convivas que estão ali para participar de um evento festivo programado pelo “dono”
do Paço.
A sociedade fez com que o modelo
aceito é estar em trajes propícios para cada momento, mesmo que a roupa não
faça o monge, este deve estar adequadamente distinto para que as portas do Paço
se abram para adentrar na antessala.
O Paço por sua vez deve estar
adornado com as expectativas do conviva, e isto é a alma da apresentação que advenha
do Real Castelo, e ao anfitrião convém assentar os convidados na disposição que
permita o recinto. Por outro lado o conviva deve aguardar esta indicação, é
salutar.
A presença do anfitrião é
primordial para que todos se sintam bem no Salão Principal. Respeitando o
padrão do Paço o conviva adequadamente assentado passa a fazer parte do todo
que estarão em “pé de igualdade” nesta disposição, sem distinção de classes. Neste
momento todos são comensais igualitários na festa. Não estarão assim “medidos
pela medida” da vestimenta distinguida por hierarquias. Deste modo o jardineiro do Paço, incluído na
lista deve estar no patamar de igualdade do soberano, afinal foram ambos, parte
de uma lista de convivas. Ao anfitrião cabe estar atento, pois é ele o ponto chave
para que tudo ocorra a contento.
Mesas coloridas postas e expostas
cada qual assentado, o serviço estará a cargo dos serviçais da Casa que para
isto foram contratados, adentrando deste modo ao campo do “maitre”, que deve
ter em mente, auxiliado pelo anfitrião do Paço, que todos devam ser servidos igualitariamente!
Um parêntese ao anfitrião, ao
maitre e comensal:
O anfitrião é aquele que recebe os convidados em eventos
organizacionais, O dono da casa com relação aos convidados que banqueteia.
O maitre é o responsável geral
em banquetes podem ou não servir as mesas,auxiliando o restante do
pessoal.
O comensal e aquele que come com outros à mesa (latim tardio commensalis,
do latim cum, com + mensa, -ae, mesa)
Deve estar claro ao organizador
que ele faça a festa para promover algum fato importante para o meio social, e
para isso, ele deve ter espírito imparcial de ação, não dando mais importância a
comitiva que segue o poder local. Isto é uma questão de bom censo, pois há
agora no espaço do Paço, pessoas “inter pares”, não havendo um primeiro que o
outro (Primus inter pares)!
A cozinha, em todas as casas é um
lugar sagrado e a mesa faz parte da socialização familiar, logo a mesa da festa
organizada também se enquadra nesta socialização.
CARPE DIEM: "COMAMOS E BEBAMOS, PORQUE AMANHÃ MORREREMOS"-1
Coríntios 15:32. Verso atribuido ao poeta Menandro, que viveu no século 4º antes da era cristã
Não deve o maitre cometer o
deslize, de servir mais a um do que ao outro por distinção de poder, pois no
caso estará comprometendo o andamento do evento, e, ainda subleva a autoridade
do anfitrião de bem servir os comensais. Ocorrendo o fato, deve o anfitrião
admoestar o “serviço servido” para que o mesmo não perca o controle do
andamento salutar da festividade e sua estrutura, que não deve ter como foco os
interesses de cargos de realeza.
O administrador deve ter em mente que na festa
ele é semelhante a qualquer comensal, e está fora do conceito do “beija a mão”
do rei, pois todos, como dito, naquele instante são “inter pares”, se não ali
não estariam e não fariam parte da partilha da mesa! O escudeiro vale, neste
instante, tanto quanto o cavaleiro, pois é a “cousa comum” independente do ofício
de cada um.
Aos comensais, depois de tudo
colocado conforme manda o figurino, à moda da casa, deve ter em mente que não esta ali para se fartar até
empanturrar, repeitando cada par ao seu lado. O pecado da gula faz mal a quem a
pratica, sendo ele o mais prejudicado de sua ação animalesca.
Uma questão apropriada ao
momento: O mais obeso, no conviver da
festa, merece tratamento especial em relação ao menos obeso, rompendo a
igualdade dos convivas?
Volta-se a figura do anfitrião
dispor a boa acolhida fazendo com que cada comensal seja servido com a medida
da igualdade, sem exageros a um e menos atenção ao outro!
Com licença, por favor, muito
obrigado completa as relações sociais, independente do local.
Este breve relato de relações não
é da maneira alguma, nem possuo nisso poder, uma crítica de diferenças das
classes sociais, cada qual com seu galardão e suas joias familiares passadas por
gerações.
Quando a pregação não chega ao
ouvinte é culpa exclusiva do pregador! Quem tem ouvidos que ouça!
Referência:
CÍCERO. Tradução e notas de João Mendes Neto. Dos Deveres. São
Paulo: Coleção Saraiva, nº 206
SCHOPENHAUER, Artur.
Tradução organização e notas de Pedro Sussekind. Porto Alegre (RS):L&PM Editores,2005
Sem comentários:
Enviar um comentário