quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Globalização e o Destino Manifesto

Guerra de Interesses

No final da década de quarenta do século vinte, os Estados Unidos detinham 40% das exportações globais, nascia deste modo, da miséria dos povos, a globalização da economia, onde o liberalismo tomava vulto de abertura de mercados sendo os maiores acionistas de investimentos os capitais norte-americanos.
A Inglaterra por sua vez via seu vasto Império onde o “Sol Não Se Punha”, ser dominado por sua antiga colônia, mesmo tendo sido um baluarte de resistência da 2ª Guerra retendo a penetração do poder de ação dos exércitos alemães pelo Canal da Mancha, bombardeada pela poderosa aviação alemã Luftwaffe, ou resistindo às bombas incendiárias V-2, que foram precursoras dos mísseis teleguiados, e do projeto espacial americano iniciado pelo cientista alemão, Werner Von Braum.

Após a guerra a Europa continental e a Grã-Bretanha eram economias arrasadas, com vidas destruídas, aceitavam de bom grado tudo que lhe oferecessem. Deste modo os Estados Unidos “desovou” todo seu excedente obsoleto, e aceitou técnicos que tivessem algum interesse em “fazer a América”, desde que tivessem conhecimento cientifico, poderiam se habilitar para alguma atividade de cunho desenvolvimentista. Foi deste modo, ao fim da guerra que os Estados Unidos receberam o maior contingente de imigrantes, talvez maior do que aquela iniciada no século dezenove, onde após a independência das Américas houve uma leva migratória na região, com uma diferença de épocas: as primeiras demandas eram de agricultores expurgados na Europa, “os sem terras” que se sujeitaram as condições daquele momento histórico.
A leva deslocada após a 2ª Guerra foi de certa maneira, homens e mulheres que aprenderam muito e tinham experiências de produção de guerra, pois as mulheres substituíram os homens nas fábricas, enquanto estes estavam nos campos de batalha acionando equipamentos que controlavam com destreza, habilidades propícias para manejar máquinas de produção industrial. Deste modo nasceram os “planejamentos dos sistemas de produção, métodos e processos” readequados no que Henry Ford tinha iniciado.

Foram estabelecidos os sistemas de não acúmulo de produção, onde somente era produzido pela demanda requerida, denominado just-in-time, aprimorado nos campos de batalha para não “amontoar” peças desnecessárias para um determinado momento da guerra.

Porque os aliados não prenderam toda a liderança que formava o auto-comando ou aqueles que de uma maneira ou outra estavam ligados a este staff alemão?
Evidente que não somente duas ou três dezenas de militares, e ainda civis que representavam a poderosa produção da Krupp, que dirigiam o autoritarismo nazista, deveriam ser julgados em Nuremberg. A operação Odessa espalhou todos estes “nobres” cidadãos pelo mundo afora e que contribuíram com o desenvolvimento técnico e cientifico da guerra e o desenvolvimento surpreendente dos Estados Unidos nas demais décadas.
Exemplo disto eram os tanques de guerra Banzer, revestidos da maior tecnologia da fabricação de aço liga, que desenvolveram nova concepção aos Shesman americano que não tinham a metade de seu poder de ação, que atualmente foi transferida tecnologia para o tanque M60 PATTON, considerado o tanque versátil americano, desenvolvido de uma concepção iniciada na 2ª Guerra e que no final desta, em parceria com a Alemanha (à época Ocidental) originou os M1 Abrams usado contra o Iraque, pelo interesse imperialista americano pelo petróleo do Oriente Médio.
O que falar das experiências nazistas dos campos de concentração assumidos por homens ligados a Joseph Mengele, que viveu ora na Argentina ora no Brasil, mais precisamente na região do Embu, mas que sem dúvida e em troca de sua liberdade, repassou sua “experiência” aos americanos, e muitas destas experiências são usadas para casos de transplante em várias partes do mundo.

Deixemos de lado a hipocrisia, de falarmos como os julgados de Nuremberg “eu não sei ou não sabia de nada disto”, as potencias “surrupiaram” informações de guerra nazistas através de inteligência militar ligada a espionagem!

O império permanece em mãos de colonizadores que hoje de alguma maneira falam a língua inglesa, considerada a língua técnica da globalização, se por ventura alguém do terceiro mundo (não sei o por quê da numeração) quiser entrar no campo de trabalho globalizado, precisará ter fluência nesta língua.

O “Destino Manifesto” americano propõe um messianismo de salvação pelas armas, querem salvar, ou melhor, dominar para salvar sua própria economia, e está neste modelo à salvação do capitalismo, não da democracia. Eles se propõem salvarem o mundo quando eles próprios são a própria ameaça, destruindo a casa dos outros e depois reconstruindo pela Corporação Internacional Haliburton, protetora americana da Petrobrás!
Privatizaram a guerra na mão de profissionais na arte de matar através da BLACKWATER, sustentam a guerra de interesses pelas jazidas de petróleo do Iraque.
Controlar o indivíduo e a grande meta do imperialismo, e para isto tem que existir campos de concentração com os de Guantánamo, na Ilha de Cuba, a dizerem que não estão em território americano.
Vigiar e punir aqueles que não se enquadram no modelo, naquilo que se formalize como proposta de um “Governo Único, Globalizado e Imperialista”.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

CIDADE, O GRANDE MONUMENTO BURGUÊS - (06) : CONTROLE POLÍTICO DO “PÃO E CIRCO” SOBRE A PERIFERIA PAULISTANA

PALANQUES POLÍTICOS E O VOTO DE CABRESTO NA CIDADE DE SÃO PAULO

Há muito que em todas as cidades existe um controle dos órgãos públicos para barganha de benefícios. Havendo um controle das comunidades haverá um “seqüestro” das mentalidades de pessoas que possuem carências advindas da inoperância do poder público. O loteamento das subprefeituras fomenta esse modelo que traz um beneficio político futuro nas urnas da democracia, não tanto democratas, instituindo a oferta e procura o vereador da cidade controlando áreas físicas que lhe dará o voto de cabresto.

As entidades necessitando do básico de estrutura para subsistência, deixando-se envolver neste modelo virando capacho das botas destes indignos representantes. Faltando três meses para as eleições eles se desdobram para manter esse modelo de compra de votos. Participam de todo tipo de aparição: religiosa, festa de aniversário, bingo beneficente, inauguração de campo de futebol onde estendem suas faixas mostrando seus feitos com o dinheiro público.

Assumem como homens esportivos, estando presentes a todo campeonato nos centros desportivos comunitários, clubes- escolas, escola de samba, escolas onde haja homenagem há uma determinada autoridade, enfim onde houver um contingente de pessoas montam-se estrutura, com seus correligionários, com som excedendo o volume para que a comunidade seja atraída e traída com um churrasco minguado regado a bebida onde poucos conseguem angariar um naco de pão seco.Montam palanques em todos os locais da cidade, e prometem ao microfone resolver todos os problemas de todas as comunidades: água, luz, asfalto, e saúde controlada por um sistema de parceria com entidades fomentadas através de sistemas de conselheiros manipulantes, nos quais muitos acreditam poder transformar o grande “gargalo do ladrão”, onde jorra o dinheiro que nunca se sabe o montante do repasse municipal as estas organizações sociais.Se houver necessidade de uso hospitalar o egrégio representante do legislativo “conseguirá” a internação necessária, mas que será faturado no futuro na conta do paciente: o seu voto de cabresto.

Alguns representantes do legislativo tornam-se executivos com suas próprias construtoras do ramo civil, e fazem um “asfalto casca de ovo” lavado com a primeira chuva após as eleições. Entram em muitas concorrências públicas como empresa idôneas do campo privado, escondendo seus nomes de homens públicos a servir o povo que lhe elegeu, atrás de um “laranja majoritário” verdadeiro testa de ferro que controla todas as operações.

Não há lisura nas obras públicas pela cidade de São Paulo, tanto que muitas obras não possuem indicações de valores das mesmas, somente aparecem o valor quando o montante é elevado, obrigatoriamente licitada em verbas de contratos de grandes empreiteiras, por vezes multinacionais, que precisam de controle dos valores evitando auditoria futuras.São Paulo não sabe como e quanto gasta, e seus planejadores são sempre incapazes de sustentar suas previsões orçamentárias, relegando sempre os impactos sociais, aliás o social é o último quesito a ser colocado em orçamentos das exigências, sendo primeiro levado em consideração a reabilitação urbana controlada por política econômica desta higienização.

Respeitáveis senhores vereadores, deputados e senadores preocupados com as causas básicas do país deveriam se eleger por no máximo duas vezes como já feito nas autênticas democracias, para presidência de república, governadores e prefeitos e que após o tempo estipulado voltem a cuidar de suas empresas privadas, evitando desmandos com aquilo que deve ser controlado pelos verdadeiros donos dos impostos recolhidos: o cidadão.Enfim isso tudo parece raciocínio simplista, e o é, mas o controle por parte do poder político na periferia é real e acontece verdadeiramente.

A população esta a mercê destes “salvadores e controladores” de áreas loteadas entre eles, além de ameaçar com retaliações as comunidades se houver um percalço nos interesses controlados. Apoderam-se das obras públicas e em seus discursos assumem serem o pai, ou mãe daquela obra que obrigatoriamente seria realizada na cidade de São Paulo. São estelionatários, pois assumem as obras vendendo facilidades às contratadas, possuindo uma confraria de benefícios próprios e em nome da imunidade parlamentar, seduzindo a comunidade com ofertas da imundície.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

"CIDADE, O GRANDE MONUMENTO BURGUÊS" - (05): FUTEBOL DE VÁRZEA e o INFORTÚNIO da POLÍTICA PARTIDÁRIA NESTES LOCAIS

APODERAMENTO DA PERIFERIA

Um universo apresenta-se todos os fins de semana na periferia da cidade de São Paulo nas áreas físicas dos campos de futebol varzeano, que de certo modo representa o único local para a prática esportiva na periferia são de grande interesse imobiliário e isto é patente hoje na região sul(retrato também em outras regiões) da periferia que engloba os distritos São Luiz, Jardim Ângela, Campo Limpo e circunvizinhos que são na atualidade os mais atingidos por esta especulação imobiliária. Os espaços físicos que antes eram realizados as pelejas do futebol de várzea estão restritos as áreas que estão sobre o controle da Secretaria Municipal de Esportes, SEME, e que eram denominados Centros Desportivos Municipais, CDM, e que deveriam, desde 1975, serem mantidos pela Prefeitura da Cidade de São Paulo. A partir de 2006 estes espaços receberam nova denominação de Centro Desportivo Comunitário, CDC, vinculado as subprefeituras locais detendo parcela de pequeno investimento nestas únicas áreas lúdicas da cidade de São Paulo.

A única condição de entretenimento na periferia paulistana é o futebol de várzea, embora existam investimentos privados que levam para a periferia outro modelo de outras modalidades esportivas, mas são incipientes.

A várzea congrega uma série de times da região que lutam para ter horário disponível para uso destas áreas que foram diminuindo com a expansão da cidade de São Paulo, pois houve um adensamento populacional nestas regiões com a vinda de indústrias às margens do Rio Pinheiros onde afluiu um contingente muito grande de operários para a região. Estas indústrias formaram todo o processo embrionário da constituição destes times, com formação interna ou representando um bairro paulistano, onde muitas vezes pequenos comerciantes assumiram o patrocínio de times que levavam o nome destes financiadores. Outras vezes ligavam-se a política e mantidos por estes interesses.
Há outra citação a qual gostaríamos de reportar algumas considerações: quanto à violência nos campos de futebol de várzea: a violência e inerente ao modelo ao qual e implantou de exclusão pura e simples da periferia, até como exposto anteriormente, reflete por falta outras opções lúdicas, mas o futebol não é a causa primordial da violência, e os entreveros costumeiros estão ligados a competição que no afã de vencer proporciona uma discussão proveniente da partida e não algo generalizado conflitante entre as partes para proporcionar a violência esportiva. A maior violência é o “apoderamento político” inescrupuloso dos territórios lúdicos, onde estão presentes determinadas estruturas de partidos manipuladores de valores que não fazem parte do universo comunitário, vendem dificuldades junto aos órgãos públicos, os quais são redutos manipulados por um loteamento entre as partes dos gabinetes, emperram todo o processo e somente assumem compromissos em épocas distintas, como nas eleições, ou mandando um representante em épocas natalícias de algum líder comunitário que lhe angariam benefícios num determinado território.
Fora esse infortúnio político, a várzea serve com ponto de encontro entre a comunidade que se relaciona há muito tempo, e evidencia encontros que proporcionam descontração misturada por laços familiares, e muitas vezes irmãos e primos estão em lados opostos se confrontando nas disputas, mas que após as mesmas, será motivo de uma descontração entre as partes.
Existe também um futebol noturno em quadras de futebol society ou futebol de salão que são feitos reunindo uma parcela destes abnegados pelo esporte amador e para manter a forma, pois o preparo físico deve ser mantido para seguir o ritmo domingueiro das disputas e estar entre os melhores do primeiro quadro, embora não seja desmerecimento nenhum fazer parte de outras denominações que enquadram os esportistas veteranos e quem sem dúvida já fez muito pelo esporte amador de sua região.
As últimas novidades da indústria do lazer, não comporta o alto custo de grifes de material esportivo e todo o material é composto do uniforme das cores desta ou daquela vila, é custeado pelos integrantes da agremiação que leva um nome a ser honrado e de “pertencimento”, “ser dali”, “estar ali”, fazer parte com toda a camaradagem de ser um igual, ter um “nome” ligado a um local determinado. As dificuldades em manter-se esta pequena estrutura restringem a aquisição destes uniformes tradicionais onde pais, filhos, netos, e tantas gerações se encontram nas manhãs e tardes dominicais, embora não se exclua os sábados, mas numa intensidade menor.
Os recursos para manter viva esta chama pelo esporte são provenientes de mensalidades quase que simbólicas para pagar a lavadeira, que sempre é integrante da própria comunidade, muitas vezes mãe ou esposa de um dos integrantes da agremiação. É prazeroso ser o festeiro, e assim que se chama aquele que promove um campeonato ou um festival que consome muitas vezes o sábado e o domingo todo. Por vezes se promove uma feijoada ou macarronada para angariar fundo que irá cobrir despesas de alguma aquisição urgente da agremiação do coração. Este trabalho reforça um orçamento baixo da agremiação, onde muitos componentes vivem do trabalho informal, sem trabalho fixo, sem garantias trabalhistas, mas que são especialistas que se orgulham de organizar o futebol de várzea e seu rito bem orquestrado mantido por laboriosos e laboriosas do esporte que fazem isto porque gostam desta confraternização dos finais de semana.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

"CIDADE, O GRANDE MONUMENTO BURGUÊS"-(04)

Gentrificação[1] Urbana na Cidade de São Paulo

A mudança das características de uma localidade estritamente residencial operária para uma área estimulada pela transformação destes bairros valorizando-se pela expansão urbanística intitula-se “gentrificação”.
O resultado é valorização econômica de imóveis novos que terão valores elevados associados ao maior poder aquisitivo dos “neoproprietários” resultando também maiores impostos agregados a estas propriedades. Localidades dentro de um círculo de interesse imobiliário serão incorporadas após o deslocamento de antigas propriedades para outras áreas menos valorizadas. Pelo novo ordenamento local, faz com que estas áreas valorizem-se por edificações de alto padrão, resultando uma transformação do bairro anteriormente fabril assumindo o modelo de serviços.
Na “gentrificação” há incentivos por parte dos governos municipais interessados nos subsídios resultantes desta transformação, direcionando uma infra-estrutura maior, valorizando o local com saneamento básico, parques e edifícios culturais, além de estimulam garantias de segurança para reduzir taxas de criminalidade local, valorizando os imóveis em áreas anteriormente desprovidas destes recursos.
Com o novo modelo aplicado resultará uma dispersão das comunidades locais, um êxodo dos antigos moradores, incentivados a vender suas antigas propriedades, onde o solo é o maior interesse desta expansão, nunca a moradia, deslocando-os para bairros distantes, findando um ciclo de relações sociais locais anteriores. Esse processo começa timidamente em determinada localidade em uma região, até incorporá-la inteiramente, transformando gradativamente o local anterior de periferia da cidade alterando toda característica original, transformada em novo modelo instituído pelos interesses econômicos.
A reorganização urbana compreende uma interferência na concepção do espaço, com edifícios públicos e privados com uma arquitetura racionalista, concebida por estruturas de ferro, alumínio, vidraças temperadas, além do uso excessivo de concreto armado, agilizado pelos pré-moldados, dando à construção nova concepção em estruturas, cada vez mais altas na verticalização, que substituem as antigas construções horizontais simples ou sobrados de dois andares, ou pequenos prédios que não excediam a seis andares respeitando o zoneamento local, alterado para a nova disposição local.

A demonstração do poder na cidade é demonstrada pela recuperação e revitalização deste novo lugar de controle com outra concepção imobiliária. São Paulo possui uma dinâmica exigente de interesses puramente econômicos sem respeito à história local, e com vergonha de seu passado colonial, ousa destruí-lo!


[1] A palavra gentrificação, deriva de uma antiga referência francesa proveniente de “genterise”, variante de outro termo “gentilise”, que significa “nobreza pequena” ou “nobre de nascimento”. Termo cunhado por Ruth Glass em 1964.

As fotos representam a "gentrificação" que vem ocorendo no extremo sul de São Paulo, região de Santo Amaro.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

"CIDADE, O GRANDE MONUMENTO BURGUÊS"-(03)

Haussmannização[1] da Cidade de São Paulo

De repente a região do extremo sul vem sofrendo uma descaracterização, causando descontentamento geral na população que foi responsável pelo início de ocupação em Santo Amaro, Brooklin, Campo Belo, Moema, ultrapassando divisas do distrito. Numa primeira etapa a ação é realizar a expropriação dos domicílios que estão no caminho da renovação da cidade, além de demolirem edifícios através de “apoderamento da cidade” como um todo, por parte do poder público, desvalorizando as moradias que devem ser pagas com preços definidos pelo valor venal do imóvel. Na carta de desapropriação há um lacônico “senhores ocupantes” sem o mínimo respeito a todos que foram responsáveis pelo crescimento da cidade. O comunicado da empresa é direcionado para as famílias com cartas de aviso semelhantes às usadas na segunda guerra mundial quando das perdas irreparáveis de vidas humanas, pois não há volta.
Estas mudanças repentinas por parte do poder definidas como direito de ocupação do solo em detrimento de moradores antigos, possuidores de um “pertencimento local” é o modelo mais agressivo aplicado para a modernização da Cidade de São Paulo, desrespeitando uma cultura existente adquirida por um corpo social de pessoas que não possuem condições de exigir outra moradia semelhante àquela que a lei faculta como interesse público, aonde, a mesma lei, não fornece amparo do questionamento por parte do proprietário. A expansão do sistema ferroviário local, que se denomina metrô, está sendo realizado no mesmo traçado onde já houve no final do século dezenove uma ferrovia idealizada por santamarenses com dezenove quilômetros de linha férrea ligando o bairro da Liberdade à Cidade de Santo Amaro, hoje bairro, ou seja, um atraso do plano diretor de no mínimo um século! Neste contexto vemos também o setor imobiliário ávido em apoderar-se da cidade dirigindo intenções expansionistas nestas áreas, atingindo o que antes foi o periférico da mesma. Moradias de alto padrão serão ofertadas a um número seleto de alto poder econômico. Há interesse nos planos de expansão destes edifícios, não em moradias populares, que possui um déficit alto, por deficiência administrativa dos três poderes, sem exceção. O ônus disto é banir a população local, pois o esquema do planejamento urbanístico da cidade já vem sendo articulado a muito tempo para o bairro de Santo Amaro ficar "bonito" para as elites do poder, o cartão de visitas!
A tríade de artérias radiais, “obras de saneamento”, “parques” e “edifícios públicos” produz um modelo de segregação espacial criando a barreira entre centro e periferia. A reconstrução urbana representa o domínio sobre o entorno, com interesse puramente econômico favorecendo corretores imobiliários e financeiras.
Os (ir)responsáveis são todos aqueles governantes, do passado e atuais, que não são tão atuais assim pois “governam”seus interesses a décadas, nunca idealizaram um plano para dirigir o crescimento da capital paulista, uma das maiores cidades do mundo, com o atual domínio do neoliberalismo da globalização interferindo no modelo das cidades para receberem várias modalidades de Jogos Mundiais!


[1] Barão Georges-Eugène Haussmann (1809-1891), foi nomeado prefeito Ministro de obras públicas e planejador chefe por Napoleão III. Remodelou Paris, cuidando do planejamento de uma nova cidade, com parques parisienses e vários edifícios públicos. Remodelou o sistema de distribuição de água e criou a grande rede de esgotos, quando em 1861 iniciou a instalação dos esgotos entre La Villette e Les Halles, supervisionada pelo engenheiro Belgrand. O Barão de Haussmann demoliu a cidade medieval e criou uma capital geométrica de avenidas e bulevares. O plano criado para o centro da cidade previa a reformulação da área em um dos extremos dos Campos Elíseos. Haussmann criou uma estrela de 12 avenidas amplas em volta do Arco do Triunfo, onde grandes mansões foram erguidas entre 1860 e 1868. Haussmann foi subprefeito em Nérac em 1830, prefeito do Sena de 1853 a 1870, senador em 1870, deputado em 1877. As despesas decorrentes de todas as suas obras provocaram sua demissão em 1870, devido aos protestos pelo alto custo da empreitada de modernização, acima do previsto em orçamento pelo governo francês.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

"CIDADE, O GRANDE MONUMENTO BURGUÊS"-(02)

URBANO E CIDADE: DECISÕES POLÍTICAS DE GABINETES

A urbe representa o conjunto de toda estrutura física determinada pelos edifícios públicos, praças, mercados, pontes, templos além dos sistemas de saneamento e de abastecimento de água, vital para a vida num todo e que sustenta a cidade com seus domicílios.
A cidade difere da urbe porque possui um corpo vivo formado por administradores e cidadãos livres, com direitos de locomoção pelos setores urbanos. A cidade é o organismo vivo de tudo o que se refere ao urbano e “somente o cidadão faz a cidade” (Rousseau).

O cidadão não é apenas o indivíduo que deve ser focado pelo poder como eleitor ou contribuinte, mas possuidor do supremo direito para determinar a construção urbana em beneficio da cidade. O cidadão pode fazer valer direitos regulares dos benefícios do urbano, não devendo ser unicamente subordinado às vontades do Estado, este sim, deve ser submetido ao controle do cidadão, devendo impedir ações dos maus administradores que dirigem a cidade de seus gabinetes.

O povo que somente deposita o sufrágio da escolha democrática como único direito político de escolher seus representantes pode ser considerado unicamente parte de uma massa alienada, vendida por preço irrisório o seu direito, valendo assim menos do que lhe pagam os escroques políticos.

A política implica participação em prol da cidade pelo cidadão pleno, em assembléias, formando a constituição de um corpo decisório em conselhos atuantes com direito a expressão com racionalidade voltada a comunidade em decisões democráticas.
Sem esta participação nas decisões nas esferas econômicas e política da urbe, não haverá transformação, porque tudo que for feito será tão efêmero quanto o tempo que existir determinado modelo de governo. Deve-se requerer, dos representantes públicos, fatos concretos de transformação na cidade com participação do cidadão, fazendo-os sujeitos ativos e não simplesmente objetos passivos que não reivindicam transformações reais, ficando nas superfícies do problema sem definir soluções.
Participação verdadeira remete a não admitir privilégios, migalhas oferecidas pelos correligionários de partidos políticos, para aceitar-se plenárias viciadas, com decisões fechadas por administradores burocráticos de gabinetes dos governantes do Estado.

O dia que todos se considerarem “civitas” de plena participação na “urbe”, far-se-á o direito do cidadão com pertencimento concreto de transformação.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

"CIDADE, O GRANDE MONUMENTO BURGUÊS"-(01)

(ou) "MASSA DE ZUMBIS"

Na primeira fase do processo de produção ao longo da história, houve necessidade de controlar a mão de obra disponível, havendo uma massa dos “sem trabalho”. Muito antes da revolução industrial na Inglaterra, já em 1740, elaborou-se o controle sobre a massa miserável em Londres, criando o auxílio à pobreza, fornecendo aos pobres uma pensão, onde cada pessoa sem recursos era marcada com um “P” vermelho costurado à roupa, que quando morriam era trambém estampado no documento de óbito o mesmo famigerado “P”, de “pauper” com referência não a sua pobreza, mas, muito mais degradante, seu estado de indigente!

O processo de transformação da Inglaterra rural para o industrial era firmemente controlado pela classe sempre presente e comercialmente ativa, dos proprietários de terra . O modelo “eficaz” era empurrar as massas aos focos industriais insipientes mas em ascensão, criando os guetos, dando origem as cidades industriais ávidas de mão de obra barata. Esta massa, constantemente difamada é acusada de fomentar a prostituição e o alcoolismo e degradá-la competia à classe dominante burguesa dando um estereotipo que se tornou rótulo do proletário para melhor controlá-lo: bêbados.
Londres em 1820 possuía 1.250.000 habitante, crescendo vertiginosamente com a centralização do poder industrial, considerada suja, fedorenta e ruidosa, onde os detritos, por falta de saneamento, eram despejados no Tamisa. (Paralelo faz-se necessário ao rio Pinheiros afluente do Tietê onde os dejetos são despejados a 50 m3/segundo,sendo tratados apenas 13 m3/segundo, verdadeira fossa a céu aberto, em nome do progresso).
Em 1851 a burguesia inglesa vendo a necessidade de ampliar sua produção elabora “The Condition of England Question” que define a concepção de progresso dando inicio a Great Exhibition, inaugurando a propaganda da indústria e o falso progresso material de todos habitantes do grande centro londrino[1].
AS COLMEIAS AGITADAS, (Vitor Hugo) uma massa disforme estavam amontoadas em torno das fábricas para delas tirarem seu sustento e alienar sua força de trabalho. Esta massa era engrossada, sendo rotuladas de homens vadios e mendigos, vivendo do auxílio público das Workhouses,( repartições semelhante as controladas por sistemas sindicais no Brasil, que à época foram apelidadas pelo povo de Bastilhas, pelo rigor do controle).

Adaptar o homem aos meios de produção, em nome da nova ordem econômica e de participação na sociedade inglesa (e francesa também), eram feitos com os albergados , resíduos de uma mão de obra sem mérito. Os pobres sem residência vagueavam pelas cidades industriais da Inglaterra e França como verdadeiros miseráveis. Esta massa podia a qualquer momento conturbar a ordem vigente, pois não tinham o que perder que não fosse sua própria vida, contribuir e constituir as condições ideais para proporcionar a revolução podendo irromper a qualquer instante um processo de descontentamento social, assim era necessário haver controle sobre o seu movimento na cidade.
A cidade sendo maior símbolo do vício, arranca(va) do homem a lógica da natureza, sendo depositória de gente faminta, que se alimenta do paternalismo do Estado.
A riqueza produzida pelas industrias proporcionava o afluxo de uma estrutura financeira e imobiliária dos quais surgem os “rentier”, homens que vivem de rendas. Enfim a cidade abarca toda uma gama de interesses: o pólo industrial, o comercial, portos, armazéns, o centro religioso, o capital. A CIDADE É O GRANDE MONUMENTO BURGUÊS!

“A multidão inabarcável onde ninguém se desvenda todo para o outro e onde ninguém é para o outro inteiramente impenetrável” Walter Benjamin

Uma "massa isolada da nação" em movimento a cogitar uma invasão. “A que preços compramos as vantagens da vida social; a quantos milhares de indivíduos o mais simples de nossos deleites custa cotidianamente a vida?”.Esta é uma pergunta do médico Lachaise que se vê na obrigação de analisar as condições do operariado e o saneamento que prolifera a imundice que resultara em doenças crônicas.[2] O estereótipo constituído para a massa que participa com a sua vida que lhe é de direito fornece a prole necessária do continuísmo, fornecendo a mão de obra futura que para sustentar o "progresso" com elevado custo humano com o exercito de reserva. Deste modo ira proporcionar medidas de controle e instituir modelos de produção e métodos de estudos econômicos e de produção de Fayol, Ricardo, Adam Smith e outros, que sempre idealizaram a melhoria de produção. A melhoria de condições do operário, aquele que opera determinada estrutura ,uma máquina que sustentará o sistema de bens de produção: fábricas de tecidos, fundições, usinas de açúcar, é relegado a um plano inferior sem participação nos rendimentos, pois adaptar o homem a máquina torna-se necessário e dela fazendo parte para efeito produtivo.
Assim há o continuismo daa metodologia de produção e seus efeitos, produzindo sempre uma “massa de zumbis” a perambular pelas cidades, em crise de valores.


[1]Foi instituído em "Pindorama" um projeto que incentiva o crescimento denominado Programa de Aceleração do Crescimento, que parece não existir um capitulo de inserção da classe operária.

[2] O mesmo pode observar nas periferias de são Paulo onde a rede pública são depósitos de um contingente doentio sem direito a uma consulta digna que possa tratar-se de modo a reverter seu quadro clinico.O "rémedios"são placebos inócuos às doenças tendo uma padronização em todo o município. Deste modo o médico finge curar e o paciente, que por sua vez, aceita sua condição de “doente”e finge ser curado na unidade básica de saúde onde o "Programa de Saúde da Família" é um rótulo disponibilizado em consultas resumidas a controle de pressão e um estetoscópio, além de ser um simples dado estatístico para preenchimento de planilhas!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O LOBBY DA TERRA E AS MULTINACIONAIS

Sub-título: LIMPANDO O PAÍS

Tenta-se, a todo custo, tampar o sol com a peneira, desviam a atenção dos grandes centros com uma falsa reforma agrária que vive do movimento alimentando mentiras. O Brasil faz parte de sesmarias pertencentes aos homens controladores da nação, financiados por recursos internacionais.
Desviar a atenção da opinião pública faz parte do “show” e dos interesses dos países ricos, com rédeas empresariais colonialistas nos países emergentes. Devastaram suas próprias terras, envenenaram seus rios, desmataram suas florestas, e depois de tudo quanto usufruíram e nada mais possuindo para explorar, os “Grandes”, os G-8, curiosamente localizados no hemisfério norte, voltaram suas garras ao hemisfério sul, onde se concentram as maiores reservas de riquezas do planeta.

Interesses “lobbystas” são maiores do que o bem estar do cidadão, onde a mídia, formadora de opiniões, adentra de maneira sutil e sorrateira nos lares em horário nobre global, falando de um crescimento sem agregar valores à produção, denominando isso desenvolvimento nacional.

O Brasil possui outras fontes alternativas energéticas que foram desenvolvidas por abnegados cientistas que conseguiram provar a eficiência de fontes renováveis provenientes de cultura vegetal, onde o álcool foi o mais difundido e até financiou equipe automobilística com o Pró-Álcool, mas que sucumbiu a outros interesses que não aos do país. Ficamos a mercê dos maiores fornecedores de petróleo do Oriente Médio, de terras estéreis, bancos de areia escaldantes, não cultiváveis, mas que no fundo escondem-se reservas incalculáveis de petróleo oriundas de fosseis depositados em milhões de anos onde devastaram florestas pelo único agente responsável disso tudo: o homem.
Agora os grandes sistemas financeiros especulam em locais recônditos, nas florestas a procura de novas riquezas onde os desmandos de fronteiras são portas abertas á pirataria de terras a perder de vista, adquiridas por testas de ferro brasileiras, comprovação do sul ao norte do país.
Criadores de gado controlam uma manada de mais de 200 milhões de cabeças, que pastam livremente a emitir toneladas de metano pela respiração e defecação, esmagam fontes cristalinas de nascentes de água formadoras de rios á procura de pastagem para fomentar a indústria fornecedora da mais requintada carne para exportação. Há na Amazônia fazendas, criadores de bezerros fornecedoras do baby-beef para exportação, onde as proprietárias são montadoras de veículos, diversificando bens e os seus seguimentos produtivos. Não importa o custo, mas o lucro gerado que advenha disto, pois até o couro fornecido passa por rigoroso controle de qualidade para fazer parte da forração de seleta classe de veículos especiais.

Quanto ao aço de produção está sendo construída no território a maior siderurgia denominada “Companhia Siderúrgica Atlântico”, no Estado da Pará, que fornecerá para a multinacional Thyssen Krupp, de bandeira alemã. O impacto já está acontecendo com a remoção dos autóctones locais, o maior obstáculo a ser transposto, além de mantê-los silenciados!

Quem deveria ser responsável pela sucata dos veículos antigos a não ser aquele que o produziu e se beneficiou com o lucro do mesmo. As montadoras devem ser os responsáveis de tudo que faça parte de um veículo!
Nossa “tecnologia” tende a uma obsolescência rapidamente, pois o veículo do futuro será movido a hidrogênio, abundante na natureza.

No Brasil requer-se necessariamente uma lei, então legisladores façam o mínimo necessário legislando pela causa, e, para quem produzir destine função ao invólucro, façam cumprir, sem, medo do lobby das montadoras! Pelo menos que limpem a sujeira criada, pois limpando o país já estão fazendo faz tempo, em nome do liberalismo multinacional!