domingo, 31 de outubro de 2010
CARGOS E ENCARGOS
A/C do Exmo Presidente Eleito hoje
Contribui com o Estado brasileiro em sua modernização, embora saiba que tudo foi financiado com investimento estrangeiro, pois não possuímos pesquisas a altura de nosso imenso potencial para impulsionar nossas necessidades, recorrendo a tecnologia externa.
Participei dentro de empresas estrangeiras que “tropicalizaram” máquinas para siderurgia e mineração, onde o dossiê do know-how foi adquirido de países detentores do saber tecnológico, porque o Brasil, infelizmente tem déficit de tecnologia de ponta.
Somos o maior em segmentos de produção bruta, que não interessa ao grupo dos países de alto desenvolvimento tecnológicos. Quando é necessário construir em grande escala qualquer equipamento monstruoso, as estruturas metálicas de caldeiraria, com mão de obra barata e desqualificada, quando muito adquire uma habilidade em cursinhos de ocasião, para construir produtos com tecnologia de fora, provinda de indústrias do capital estrangeiro que assumem o controle acionário.
O Brasil nunca possuiu uma revolução industrial autêntica, e no andar da carruagem nunca terá uma real, será sempre subalterno, sempre dependente, com um povo humilde que é controlado pelas oligarquias, isto em todo território nacional. Estamos submissos aos interesses de poucos autocratas que governam pouco para o todo e muito para si. Não me espanto mais, pois o continuísmo do "cacicado" vem de longa data e perdura, ora como golpe, ora como ditadura, ora como república sindicalista, mas nunca como uma real revolução social, no âmago do problema, pois a preocupação maior do Estado é criar subsídio aos interesses políticos e econômicos.
Este casamento, política e economia, geraram um social abandonado, um filho pobre sem estudo, sem condições básicas de moradia com déficit de 28 milhões de residências populares enquanto em São Paulo com sua famigerada "gentrificação", um enobrecimento urbano, talvez superado somente pela China, seja a maior construtora de prédios de luxo, controlada por meia dúzia de empreiteiras. Sempre resta a indignação, esta incapacidade de resolver os problemas da nação onde não há plena democracia, questionando o que fazer para construir uma nação livre, todas estão atreladas ao poder.
Toda América Latina esta acorrentada pelos interesses capitalistas, e que nossa única virtude é possuir reservas vitais suficientes para crescer ainda mais a economia dos países mais ricos do mundo, num nítido segundo estágio de colonização através do extrativismo do natural, de reservas esgotáveis, deixando para trás rastro de miséria e destruição, pois esgotam ao limite a capacidade local,além da destruição humana.
O povo é adestrado para ser usado como reserva de mão de obra descartável, que na sua simplicidade não observa a sutileza a sua volta, ainda não percebeu que o soldo recebido por determinada atividade esta sobre o controle do Estado mancomunado com os interesses de uma economia globalizada e controlada por um grupo que detém toda a riqueza produzida nos três "AS": América, África e Ásia.
Porque não evoluímos na proporção direta da extração das matérias primas?
Uma massa da população que tem direito ao sufrágio universal, e na democracia brasileira é ato obrigatório, próximos dos 136 milhões de eleitores, metade não concluiu o ensino fundamental, ou seja, menos de 8 anos de estudos, sem contar a informalidade que é produto de um progresso insustentável, as custas da miséria popular.
Porque disto?
Alta tecnologia desenvolvida destes países de grande investimento em pesquisa estabeleceu-se um "destino manifesto" de formarem homens para controle das massas e que são escolhidos para manter sobre controle esta massa disforme, que se denominou proletariado, sendo que o nome é por demais sugestivo embora depreciativo no seu contexto: o termo nada mais é do que aqueles que fazem prole e acasalam-se para produzir mais e mais mão de obra barata.
Este novo indivíduo será mais um consumidor voraz das benesses oferecidas desde seu nascimento, que nascendo é recebido com alegria, pois será em potencial outro grande ou pequeno consumidor, e que obrigatoriamente irá consumir produtos industrializados que serão anunciados dia e noite em rede nacional, e que depois de sua vida ser consumida por cartões de crédito ou financiamentos bancários, agiotagem permissível, terá uma morte inevitável a todo ser vivo.
Muitos irão chorar a perda, pois não irá consumir mais, embora a indústria funerária seja por demais lucrativa e a Prefeitura de São Paulo não abre mão deste controle. Todos enfim lamentarão inclusive os credores, que assumiram alguma hipoteca de algum empréstimo financeiro para socorrer o imediatismo da vida moderna, e que deixada de pagar aos agiotas institucionalizados, terá seus bens controlados pelo sistema financeiro. Banco é uma praga a ser extirpada.
Voltando ao que estamos dispostos a expor, nossa retórica levar-nos aos poucos empregos formalizados existentes e vemos que as empresas hoje se dão ao luxo de analisar uma gama enorme de currículos para entre tantos determinar aquele que poderá a ser colaborador nas suas pretensões desenvolvimentistas. Depois de exaustivas provas de capacidade e entrevistas de especialistas em comportamento humano, eis que surgirá no universo deste exército industrial de reserva, um soldado capaz de exercer as funções que permeiam o setor produtivo de determinado segmento e estarão sujeitas as regras do jogo trabalhista.
Este "colaborador" receberá treinamento de destreza para operar tudo aquilo se apresentar de produtivo e de interesse capitalista. Ele agora é o mais novo homem máquina desta legião silenciosa que marcha em direção a almejada vaga onde ele se saiu vencedor. Terão direitos adquiridos pela legislação vigente e também estarão sujeitos as obrigações inerentes ao cargo empossado. A regra número um é não chegar atrasado, e por isso a indústria fornece os vales transportes para que no tom paternalista, está ajudando o funcionário, aquele que na fábrica irá exercer função determinada, a subsidiar e dele cobrar pontualidade.
TRANSPORTE DE MASSA
Na cidade de São Paulo, o transporte coletivo esta sobre controle de poucos, verdadeiro monopólio, na nova modalidade de lobby da parceria empresarial-político.
O controle do transporte coletivo é feito por demanda de carga, e carga somos todos que nos servimos deste meio de locomoção, pagos a vista na boca do caixa, as roletas de controle coletivo. Na hora de alta concentração humana, parte da manhã e no período noturno, os empresários de transporte enviam ônibus articulados que saem de suas respectivas garagens vazios, percorrendo uma distância considerável para recolher essa massa disforme. Veículos articulados capazes de transportar 300 pessoas numa condição de "transporte de gado", que por vezes excede duas horas de viagens nesses espaços de pico, entre estes dois períodos há déficit de transporte coletivo, pois a massa transportada torna-se menor. As horas despendidas no transporte não são remuneradas, mas se gasta energia de "produção de locomoção", uma nova modalidade do progresso industrial moderno.
MODELO DE PRODUÇÃO
Nas empresas que o novo colaborador irá atuar, cada funcionário terá seu guarda objetos, que compreenderá macacão de operador, sua farda de soldado industrial, fornecido com módico desconto em folha de pagamento, o holerite. Junto vem uma gama de proteções, como óculos, capacete, botina, protetor auricular, máscara contra gases indesejáveis, como se fosse possível gás desejável. Enfim, aparelhados, estará dispostos para nossa jornada habitual de trabalho, para a grandeza da nação.
Desde o momento que você entrar no piso da fábrica, você será denominado operador. Deverá tomar precauções necessárias suficiente para preservar sua integridade física, para não ser mutilado por máquinas monstruosas irracionais, mas você deve fazer doravante parte dela, mesmo que seja racional agora você faz parte da máquina, que irá ditar as regras de produção com sua capacidade de limite em número de peças por hora. Você racional, com o mínimo de estudo fundamental irá depois do treinamento, apertar somente dois botões, um verde para iniciar a operação e outro vermelho para parar a operação e que somente será desligado por algum inconveniente de produção ou no término da jornada, incessante, estafante, nem vamos entrar no mérito. Se por ventura as condições fisiológicas do operador exigir deslocamento a privada pública, local de necessidades básicas, tem que ser comunicado ao encarregado do setor, o chefe de divisão para providenciar a sua substituição temporária. Por este motivo de a classe bastarda possuir necessidades de se deslocar para uso de banheiro ou alimentar-se, é que os detentores dos meios de produção, classe abastada, idealizaram em determinados setores máquinas de trabalho contínuo automático, através de robô, pois os mesmos não precisam ausentar-se para ir ao banheiro e nem se deslocar para fazer refeições. A alimentação do operário, ou operária, é controlada por nutricionista que faz o balanço necessário de calorias para aquela atividade específica para manter tudo sobre controle. Atualmente as empresas trabalham com sistemas de operação de operariado controlando operariado onde uma tarefa esta atrelada a tarefa do outro operador, e assim sucessivamente pelos sistemas "just-in-time", "kamban", incorporado a produção após a Segunda Guerra, na Europa.
O Brasil não possuiu uma revolução em seu processo de produção industrial, aliás, toda a América Latina. As máquinas chegaram ao país para certo interesse de determinado produto de consumo em grande escala, e foram montadas em galpões estilo inglês começando a produzir o que era necessário ao mercado externo. Os ingleses iniciaram com maestria toda esta logística, para logicamente suprir demandas de seus próprios interesses, com algum testa de ferro arregimentado do local de origem, comandando operações de transporte, para escoamento de produção, e para isso forneceram as locomotivas deste progresso mentiroso e subjetivamente inglês, assim como os portos com suas gruas elevatórias e seus navios de transporte.
A América Latina não precisa necessariamente do modelo europeu de desenvolvimento, nem precisa estar atrelada ao modelo econômico de alienável propriedade privada. A terra sempre foi para os povos latinos americanos, terras comunitárias, tanto quanto a água, que querem privatizar. O Brasil, que não possui identidade alguma como país Latino Americano, na atualidade, já comercializou uma carteira de intenções com grupo francês para monopólio de parte da água doce dos rios da Amazônia.
Política espúria de governantes da atualidade, que sabendo serem efêmeros querem usufruir ao máximo dos recursos naturais vendendo-os, submetendo as futuras gerações à submissão local, sem direitos básicos de usufruírem aquilo que lhe é natural. Poderia sem dúvidas me alargar no tema da miséria que estão criando na América Latina, fazendo uma latrina de sujeiras que deverá ser limpa desta contaminação do poder da compra, aquisição pelo prazer de possuir. Deverá às futuras gerações promover uma revolução nas mentalidades, para rever está miséria construída do poder.
Quem quer cargo, quer todos os encargos, logo, mãos a obra presidente, vamos trabalhar e cumprí-los!!!
METRÔ DE SANTO AMARO APÓS 47 ANOS, ENFIM, COM MUITO CUSTO $ !!!
Agora se vê os eminentes egrégios em espanto exclamarem: OH, nossa, que horror! A manipulação, mesmo parecendo crime perfeito, sempre deixa rastros, e as exclamações são para as luzes da ribalta, apenas para “inglês ver”.
Veja que o jogo de interesses foi denunciado em matéria vinculada em 26 de outubro de 2010, pelo jornal Folha de São Paulo e fazíamos matéria no blog em 15 do mesmo mês, daquilo que é corriqueiro no Brasil: OS COMEDORES DE BOLA! O país é o paraíso desta prática ilícita, mas tolerada e de levar "vantagem em tudo"!
sábado, 30 de outubro de 2010
Monumento Aos Aviadores: Emblemático e Problemático!
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
SÃO PAULO: TOMBO DE UMA CIDADE SEM ROSTO
Definição de tombo:
1) Ato de cair para o lado;
2) Inventário autêntico dos bens de raiz com as suas demarcações e confrontações.
OS DOIS TOMBOS PRESENTES NA INDIFERENÇA:
PARQUE DOM PEDRO II-SP Em frente ao que já foi o Palacete Nacim Schoueri, que em 1930 comportava 54 apartamentos e 15 lojas sortidas dos mais variados produtos, hoje em "fase terminal" de tombamento pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, CONDEPHAAT, jaz um corpo tombado sem amparo de um Conselho!!!
ESCORÇO:
Havia de recorrer na buscar incessante de uma cidade sem rosto, uma cidade que não existe mais, que pouco tem de história preservada, que nada tem de contato com o “ontem”, pois tudo nela demanda expansionismo; e, o que não se destroem hoje, amanhã, sem dúvida, não existirá mais o que simbolizou uma época.
Evidente que as tendências de vanguarda devem buscar a inovação, mas esta condição não é soberana para apagar da história o tradicional de um conceito do que um dia também foi modernidade. No conceito de urbano há de se encontrar o modelo em manter preservada a historia daquilo edificado que tornou possível o presente. Os elementos antigos e modernos devem conservar a dialética para enxergar-se no tempo e espaço todo um conceito desta modernidade almejada, sem competições destruidoras.
A óptica da observação existencialista é mais lenta do que a capacidade das máquinas progressivas, onde tudo em São Paulo vira escombros. As imagens congeladas em “A Fotografia Como Concepção Histórica” será a tese de doutorado do futuro, nada do resquício histórico será preservado, pois “tudo que é sólido desmancha no ar” e a memória é nosso sexto sentido!!!A Casa das Retortas, situada na Rua das Figueiras, 77, Parque Dom Pedro II, foi inaugurada oficialmente em 28 de agosto de 1872, quando recebeu a autorização do Império, via decreto nº 5071, e pertencia a companhia inglesa "The San Paulo Gas Company", fundada em Londres em 1869, hoje Companhia de Gás de São Paulo, Comgás(desde 14 de abril de 1999 controlada pelo Grupo BG e pela Shell) introduziu a iluminação pública que através de usina fornecia gás destinado ao iluminação abastecimento da cidade de São Paulo a partir do carvão mineral, a hulha proveniente da Inglaterra.
Estava situada próxima às margens do rio Tamanduateí, com água em abundância para resfriamentos de equipamentos e às estradas de ferro, a casa que abrigaria o Gasômetro. A área era parte da Chácara da Figueira, propriedade da Marquesa de Santos. Com a demanda e consumo sendo sempre crescente, foi necessário aumentar o Gasômetro, sendo edificada nova usina em 1889, atual Casa das Retortas (a construção original foi demolida na década de 1910). Em 1967 as instalações da então Companhia Paulista de Serviços de Gás foram declaradas de utilidade pública pela Prefeitura. O edifício sofreu então adaptações e restauros, sendo mantidas características da década de 20. Abrigou o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente -CMDCA. Está sendo restaurada para incorporar o Museu da História de São Paulo.
Nota: A primeira partida de futebol realizada no Brasil foi entre funcionários das empresas San Paulo Gas Company(Companhia de Gás de São Paulo) e The São Paulo Railway Company(Estrada de Ferro Santos-Jundiaí) e se realizou em 14 de abril de 1895. Entre as ruas da Figueira e Gasômetro, por iniciativa de Charles Miller.
*http://www.arquivoestado.sp.gov.br/imprensa/ver_clipping.php?id=144**SILVA, João Luiz Máximo da. Cozinha modelo: O Impacto do Gás e da Eletricidade na Casa Paulistana(1870-1930).São Paulo: EDUSP,2008
*A Província de São Paulo: Das estalagens de taipa de pilão ao primeiros hotéis de alvenaria, como o Hotel Palm de propriedade de Carlos Abraão Bresser, alemão naturalizado, construído em 1853, no Largo do Capim, em frente a Igreja São Francisco, aparecem as edificações planejadas, como o Grande Hotel, que começou a operar em 1878, na Rua São Bento, 49(acima), que era na época considerado o melhor hotel do Brasil.
*NOTA: De Capitânia e Província até ao Estado da Maior Cidade Americana do Sul: O Município de São Paulo.
Em 1821 a Capitânia era formada pelos estados do Paraná e São Paulo transforma-se em Província. A Assembléia Legislativa da Província de São Paulo foi instalada no dia 2 de fevereiro de 1835 junto ao Palácio do Governo no Pátio do Colégio, sendocomposta por 36 membros, sendo Nicolau de Campos Vergueiro seu primeiro presidente. Em 1853 o Paraná alcança sua autonomia. Na época havia na Província de São Paulo 326 mil habitantes. São Paulo era a quarta Província em importância superada pelo Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia.
Em 1879, sua sede foi transferida para o Largo de São Gonçalo, próximo à atual Praça João Mendes. Proclamada a República, em 15 de novembro de 1889, a Assembléia foi extinta, pelo Decreto n.º 7, de 20 de novembro de 1889, expedido pelo Governo Provisório. Promulgada em 24 de fevereiro de 1891, a Constituição Federal conferia aos Estados-membros autonomia para organizar o Poder Legislativo. O Congresso do Estado de São Paulo foi instalado em 8 de junho de 1891 e a Constituição Política do Estado foi promulgada em 14 de julho de 1891 e determinava que o Poder Legislativo paulista seria exercido pelo Congresso, composto pelo Senado e Câmara dos Deputados estaduais. Colégio Des Oiseaux, ficava na esquina das ruas Caio Prado e Augusta, demolido na década de 60, para ser um terreno baldio....
Rua Líbero Badaró, nº 346: A “Casa Sampaio Moreira” foi construída em 1924 com 13 andares e 50 metros de altura, sendo o prédio mais alto da cidade, até ser superado pelo Edifício Martinelli. Foi projetado pelo arquiteto Cristiano das Neves, sendo o comerciante português José de Sampaio Moreira o investidor do projeto da “fortuna” de 1.900 contos de réis. A cobertura do prédio possui uma abóbada vazada e pergolado sustentado por colunas gregas. Teve uso como prédio de escritórios até 2008, sendo desapropriado pela Prefeitura para instalação da “Secretaria Municipal de Cultura” prevista para 2012.
Casarão de 1911 da família do barão de Bocaina, na esquina da Alameda Santos com a Rua Padre João Manoel, região da Paulista.
A cidade pertence aos carros, a casa característica não existe mais, pois estacionamento é muito mais lucrativo, até o momento da próxima trasformação!(PROXIMIDADES DA ALAMEDA JAÚ)
RUA ASDRUBAL DO NASCIMENTO CENTRO SP
BRASIL E O ÓPIO DO POVO: FUTEBOL, ALIENAÇÃO DAS MASSAS
A Revolução Industrial atingiu o ápice de desenvolvimento no século 19 quando a Inglaterra conseguiu um controle sobre a produção em grande escala.
Novos mercados foram procurados para sua expansão comercial que resultou no acumulo de capitais. Assim a Velha Senhora tornou-se potencia naval e obrigou as antigas potencias a aceitarem suas imposições de Império.
Com as primeiras indústrias têxteis os artesãos ingleses e irlandeses foram confinados com as máquinas em galpões e alienados, submetidos, a um tipo de ação e desviados para o trabalho de produção de massa, subordinados ao Estado e a política de controle, uma vida diferente daquela que a população estava acostumada. Criou-se também nesta mesma época a pratica esportiva de uma burguesia ascendente.
A prática esportiva passou a fazer parte do cotidiano na Inglaterra, primeiramente atingiu a aristocracia que tinham tempo disponível e as escolas publicas tornaram-se pioneiros em atividades de jogos de tiro, caça e a modalidade de disputa de futebol que anteriormente era praticado pelos ingleses esportes como: Cricket, Tênis e Rúgbi. /(Rubio Kátia no livro: O Atleta e o Mito do Herói)
As escolas públicas inglesas da época formavam-se os líderes que iriam atuar na indústria, política, exército, administração do Império Colonial. Assim os jogos coletivos promoviam a cooperação, disciplina, lealdade e tenacidade. Logicamente que este privilégio esportivo não estava disponível a todo pois refletia uma formação de lideres empreendedores dirigida à educação social burguesa. Os liderados por sua vez tinham uma formação em outro tipo de educação nas escolas primárias, denominação que resume o quadro de então dirigida para operários e soldados de baixa patente.
Pela Revolução Industrial tornou-se possível exportar o modelo inglês de controle de massas com sua organização e regras, para as colônias próprias ou aquelas nas quais possuíam o “exclusivo metropolitano”. As indústrias têxteis cresciam em toda a Inglaterra e as novas técnicas de produção requeriam matéria prima para competir em grande escala com o linho da Índia. O algodão foi a fibra escolhida e o Brasil, possuindo as condições e o produto para uma alta produção. Financiados pelo banco inglês Rothschilds, Irineu Evangelista de Souza, Barão e Visconde de Mauá, iniciaram a construção ferroviária sendo construída por exemplo a Sorocabana para exportação de algodão para sustentar com matéria prima as indústrias têxteis inglesas em Londres.
A exportação de ferrovias e o futebol moderno se confundem com o tempo, e em 26 de outubro de 1863 em Londres nascia à regra do Football Association e servia para diferenciar o novo esporte com o Rúgbi.
A chegada da indústria no Brasil: Ferrovia e Futebol
O ministro da fazenda do Brasil Conselheiro Carrão noticia a instalação do “The London Brazilian and Mauá Bank Ltda”. A primeira locomotiva, a “Baronesa” foi instalada em 30 de abril de 1854, A Inglaterra se fixava no Brasil com os primeiros 15 km , a Estrada de Ferro Mauá. Os ingleses ampliavam a companhia de estrada de ferro, logo após em 29.03.1858 instalaram a estrada Dom Pedro II no Rio de Janeiro e a Santos–Jundiaí é inaugurada em 16.02.1867 pela São Paulo Railway Company. A “Inglesa” assim chamada a companhia de estradas de ferro, fixava-se na antiga colônia portuguesa. Para a construção da São Paulo Railway veio para o Brasil um escocês, John Miller, casou-se com uma brasileira, filha de ingleses, Carlota Alexandria Fox Miller, do casal nasceu em 24 de novembro de 1874 um filho chamado Charles Willian Miller. Com nove anos foi estudar em Southampton, Inglaterra, na Banister Court School, para formar-se e dirigir as empresas inglesas instaladas no Brasil.
Charles Miller retornou ao Brasil em 18 de fevereiro de 1894, associando-se como todos ingleses funcionários da São Paulo Railway ao São Paulo Athletic Club (SPAC) Fundada em 13.05.1888 .(O Estado de São Paulo,16 de agosto de 1981)
Em 1895, organizou-se o primeiro jogo oficial em São Paulo na várzea do Carmo próximo as ruas Gasômetro e Santa Rosa que ficavam perto da Companhia de Gás e do The London and Brazilian Bank e como adversários os empregados da São Paulo Railway Company que venceu o jogo por 4 X 2 (Revista JÁ 12/07/1998)
Estava enraizado o esporte Bretão, referência aos da Bretanha, os britânicos da chácara Dully (Bom Retiro) do fechadíssimo São Paulo Athletic Club. Destas experiências nasceu em 18.08.1898, o primeiro time do Brasil, a Associação Athlética Mackenzie College, que em Março de 1899 enfrentaria o São Paulo Athletic que venceu por 3x0 o Alvirrubro de Higienópolis, o Mackenzie (Revista Já 12.07.1998).
A disputa pelo poder França e Inglaterra
O espírito Olímpico
Sempre Haverá pessoas dispostas a transformar uma idéia em realidade, entre estes houve o francês Pierre de Freddy, Barão de Cobertin, preocupado com a formação dos jovens por ser um educador buscou valorizar as competições sadias através da atividade física. Sua inspiração foi extraída da Grécia Helênica no culto ao corpo, expressão da perfeição atlética e no modelo das escolas publicas britânicas que somava o slogan “mente sã corpo são”. Em 1896, na Grécia, ressurgia os jogos do Olimpo,os Jogos Olímpicos Modernos, o intuito era atingir o ápice que antes era morada dos deuses e agora estava ao alcance ao apoderar-se na disputa do jogo limpo(fair play)e a coroa de louro, que remontava ao passado grego, atributo de purificação religiosa.( Folder da exposição da Fundação Armando Álvares Penteado “Deuses Gregos” coleção do Museu Pergamon de Berlin 21.08.2006) .
As regras dos jogos, organização, modalidades partiu do Comitê Olímpico Internacional criado em 1894 que tentam excluir as manobras políticas que tanto dificultou a criação da Federation Internationale de Football Association, FIFA,oficialmente instalada em Paris e que era uma afronta aos interesses ingleses que dominava a modalidade futebol e era um trunfo dominante nos paises colonizados. (Folha de São Paulo 16.05.2004 caderno D 6).
Atualmente o Espírito Olímpico congrega os povos de todas as culturas e credos imagináveis, mas vai longe o tempo onde as competições tinham o sentido de amadorismo idealizado por Coubertin, mas que ainda subsiste como idéia embora o sentido da vitória (o nike grego) esta estampada nos produtos que financiam todas as modalidades possíveis, que geram recursos financeiros por todos envolvidos.
As mulheres como sempre excluídas de todas as participações sociais, tanto no campo profissional quanto no campo esportivo tiveram que se sujeitar nos primeiros jogos Olímpicos a modalidades esportivas menos expressivas na época como o tênis e o golfe.Tanto os jogos da guerra grega, como as olimpíadas ou o futebol de dominação da maior potência do século XIX, a Inglaterra, não representava o papel da igualdade tão alardeada como democracia e as competições foram sendo elaborados para mostrar a virilidade do homem e não o poder conceptivo da mulher.
O futebol representa o ópio do povo, o pão e circo necessário para o controle absoluto da massa, afastando-a dos reais problemas da nação frágil res-públicas que são violentadas pelos dominadores, pobre pátria, pobre Brasil, pobre gente enganada e manipulada pelo poder!
O BRASIL E O CONTROLE DA EDUCAÇÃO
Quem acreditar que a burguesia é estúpida tem um olhar distorcido de sua capacidade em manter seu controle com uma genialidade em construir “máquinas de poder”. Reforçam e modificam os dispositivos de controle, sempre móvel, mobilizante, em movimento constante, nunca inerte. O poder da burguesia se reproduz, não por conservação, mas por transformações sucessivas. Usam as próprias estruturas das instituições para controle através de lideranças em comunidades com a vigilância e enquadramento por setores de obediência.
O que indigna no sistema do estruturalismo do poder é a capacidade que possuem de lançar uns contra os outros e manter a perspicácia de serem os detentores da ordem usando recursos repressivos que dispõe, apaziguando o que eles mesmos instituíram. O que é mais impressionante nesta relação é que eles conseguem redimir o Estado agressor que se torna vítima, cumpridores do dever e a serviço da ordem pública.
“Para tornar feliz a sociedade e manter as pessoas acomodadas sob as circunstâncias mais dificultosas, é necessário que um grande número delas sejam, além de pobres, ignorantes” (WILLIANS, Raymond. O Campo e a Cidade: na história e na literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.)
SISTEMA EDUCACIONAL
O Brasil esta promovendo o “Plano de Desenvolvimento da Educação” (PDE), que já foi apresentado a grandes bancos e empresas. Este projeto estabelece um sistema de metas a ser alcançada com avaliações e cobranças de resultados nas escolas de todo país. O ministério da Educação terá que se adequar às exigências determinadas, se quiser acompanhar outros países. Grandes dificuldades políticas e administrativas devem ser equacionadas pelas comissões como o “Grupo de Institutos, Fundações e Empresas” (GIFE), que deverá conhecer as propostas para formar um pacto entre as partes de governo e de empresas para priorizar a política de estado, no caso o da educação.
Observando o exposto acima que teve divulgação no jornal O Estado de São Paulo, de 18 de abril de 2007, (portanto há 3 anos) observa-se que há uma preocupação com a produção do país, estagnada por quase três décadas, com uma estrutura obsoleta onde o povo não participa do decisório, restringindo-se a política de governo e política econômica. Jamais em momento algum há citação da política social e seus reflexos pela desqualificação técnica apregoada e que é usada no campo do trabalho, reflexo do sucateamento da educação. Querem solucionar, novamente sem a participação popular e em desespero de causa pelo atraso tecnológico.
Fica registrado conselho sábio dos antigos, que o alicerce deve ser o mais resistente para sustentar a casa. O Brasil não possui a base do alicerce, a educação!
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Santo Amaro, São Carlos, Jaú e a Volta do Monumento aos Aviadores
Raridades da aviação fizeram-me deslocar por 350 quilômetros, acrescidos pela ida a cidade de Jau, do comandante João Ribeiro de Barros, para vê-las neste maravilhoso acervo no “Museu Asas de Um Sonho”, da TAM, em São Carlos, além de certa relação com a cidade, pois meu bisavô casou-se na cidade em 1904. Saímos de São Paulo com a convicção de ir ao encontro da história, memória da audácia de homens desbravadores, e que minha formação acadêmica sempre perseguiu.
Após formado em mecânica industrial tornei-me projetista de ferramentas de fundição de motores Mecedes-Benz, na extinta SOFUNGE, na Vila Anastácio, Lapa, e lá passei a admirar ainda mais o pioneirismo da industrialização paulista, embora tardia, dava todo o suporte as necessidades “destes homens malucos e suas máquinas voadoras”. Fui estudar história, pois estava no sangue como autodidata; alcancei o bacharelado e licenciatura e assim comecei a perseguir um sonho: reabilitar a volta do monumento seqüestrado de Santo Amaro, na Capela do Socorro. Textualizei em 2008 “A Represa do Guarapiranga e a Primeira Travessia do Atlântico” dando referência ao "Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico", de Ottone Zorlini com escultura de bronze, denominada “Vitória Alada”, lembrança do sonho de Ícaro.
O descrédito por parte dos detentores de recursos do Estado fazia-nos perseverar e acreditar mais em poder reaver para o local citado o Monumento, e não estátua, em homenagem aos intrépidos aviadores, e que fora “seqüestrado” ao tempo do governo municipal, do então prefeito Jânio da Silva Quadros e levado em 1987 para a Praça Nossa Senhora do Brasil, na região do Jardim Europa, local sem vínculo nenhum com a travessia.
Pavilhão de Exposições: OCA, local do Museu de Aeronáutica criado em 1959 pela Fundação Santos Dumont, onde anteriormente estava o hidroavião Jahú.
Fomos expondo a idéia como formiguinhas repassando nossa intenção ao rol de nossas relações. Os políticos não pareciam interessados, mas historiador “é um teimoso até a idéia se concretizar”; vendo uma oportunidade de efeito político os mesmos que se recusaram no passado abraçaram a causa e assim o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico, CONDEPHAAT, dava o aval para a volta do Monumento que tanto buscávamos reaver. Repentinamente foram disponibilizados para operação de desmonte e montagem em seqüência criteriosa com recursos de emenda parlamentar, R$ 394.992,77 com centavos e tudo, para transportar o Monumento, marco da aviação. A batalha chegava ao fim, e o poder assumiu assim o retorno, com documentos oficiais. Esperamos que o translade seja feito com festividade à altura do feito, pela aviação brasileira sobrevoando o local com o merecimento que se faça jus.
Coincidentemente a TAM reabriu seu magnífico acervo para visitação, fato esperado por mim com certa ansiedade.
Do museu ainda deixo outra ressalva que era estar em frente com o Paulistinha, da Companhia Aeronáutica Paulista, de Baby Pignatari, da família Matarazzo, empresário da Caraíba Metais, que apaixonado por aviação e por uma atriz, nascida na Itália, à princesa Ira de Furstemberg brilhou nas telas do cinema, construiu nas matas afastadas da cidade um local aprazível para recebê-la convidando seus amigos, o arquiteto Oscar Niemeyer e o paisagista Burle Marx, (no hodierno nome perpetuado como parque) a dar o requinte ao local virginal de Mata Atlântica, no costado da Chácara Tangará, hoje condomínios entre Vila Andrade e Morumbi, em São Paulo, uma divisão de águas entre o urbano e o subúrbio.
O Thundebolt P-47 foi outro avião marcante, uma pelos feitos heróicos do “SENTA A PÚA!”, na campanha da segunda guerra mundial que a audácia do grupo de aviação de caça da FAB transformou ases da mais alta estirpe, muitas vezes sem o reconhecimento merecido por parte do Estado, mas foi também um “Monumento” que marcou meus olhos infantis quando meu pai levava-me a visitar os “oriundi” no “Bairro do Bixiga”. Estava lá um P-47 imponente na Praça 14 Bis, a praça esta lá sufocada pelos prédios e o Thundebolt “sumiu”. Uns falam que lá nunca houve um avião, outros que era a réplica do 14 BIS, mas minha mente gravou um instante óptico e ela não mente para mim!
Tivemos a feliz aproximação no Museu, com o presidente João Francisco Amaro, clássico anfitrião, requisitado pelos visitantes inclusive este missivista, falei de “nosso” sonho, ele ficou admirado, citei o valor do “resgate” do Monumento, ele ficou impressionado, disse-lhe que seria remoção e recuperação das peças, inclusive o “Capitel Compósito Romano” e limpeza do Ícaro Alado, não saberia dizer se o custo estava dentro dos parâmetros, mas havia na apresentação dos responsáveis um amadurecimento profissional.
Isto foi parte do que vimos indescritível, mas um pouco da historia da aviação nacional.
“Quem dormiu e não sonhou perdeu o sonho por não sonhar”!
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
PROLE, PROLETARIADO E AS RATAZANAS DO PODER
"...País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?" (Eça de Queiroz, em «O Distrito de Évora» 1867)
O Brasil é de uma "economia" eficiente de controle do poder, capaz de causar inveja a quem observa de fora, com riquíssimos "empresários", construtores do Brasil e de "fazendeiros" detentores da terra abarcado com a proteção de investidores com interesses internacionais de produção!!!
BRASIL: 210 milhões de hectares de pastos; 60 milhões de hectares de lavouras e 10 milhões de hectares de lavoura de cana de açucar
Há exceções de homens que aplicaram suas vidas ao capital de produção em beneficio de muitos, mas sem dúvida conta-se nos dedos de uma das mãos e sobram dedos, enquanto outros vivem da jogatina do mercado beneficiando-se das mazelas das bolsas de valores com dinheiro especulativo detêm fortunas imensuráveis a expensas de escroques empossados em suas cátedras que manipulam as "cartadas" do jogo de interesses entre os muros do palácio.
Quando o “sistema” das grandes empreitadas quer-se usufruir das benesses do Estado e ganharem uma concorrência articulam um lobby de um “faz de conta” entre três empresas, uma real e as outras com denominações fictícias, ou de fachadas, manejadas por testas de ferro, que fornecem preços que darão a causa aquela do jogo de interesses, onde na cotação ganha àquela que se determinou em prévia entre o bando. Se por ventura vazar e entrar uma quarta empresa na abertura dos envelopes da concorrência, haverá gordura suficiente, pelo super faturamento, para matá-la, junto com suas pretensões, no seu próprio orçamento, protegidas pelas “leis de mercado”, trabalhadas no subterrâneo governante.
NOSSA DIGNIDADE, NOSSA VIDA!
ALIMENTAÇÃO OU COMBUSTÍVEL?
Está produção alimentar está regulamentada por interesses dos grandes latifundiários, que mantêm o mercado e detêm os equipamentos de produção e controlam uma mão de obra ociosa e de alta rotatividade e de baixa escolaridade. Fomentam-se miseráveis, os mesmos de Victor Hugo a comerem restos e a viverem em lugares fétidos, que perambulam pelas cidades ao redor dos dejetos, reproduzem-se sem as mínimas condições de manterem-se e se contentam com o mínimo necessário para subsistência, enquanto seus "pseudos líderes" vivem a expensas do Estado e são orientados a fazerem o desejo de governantes da ocasião, Estado este que "desapropria" comprando terras superfaturadas de "fazendeiros amigos do sistema" que vivem desta "produção".
"O Brasil não é um país sério"( Embaixador Carlos Alves de Souza )
Belas ratazanas a roerem a Pátria que entoam o hino com a mão do lado esquerdo do coração, "amantes" do Brasil, que vivem desta prostituição!
"Pode ser o país de quem quiser, mas não é, com certeza, o meu país".
"Tô vendo tudo, tô vendo tudo, mas, bico calado, faz de conta que sou mudo". (O Meu País-Zé Ramalho)
Hoje, "15 de outubro", comemora-se o dia que se deveria prestar reverências àquele que professa, mas não há nada para comemorar em um país onde se constroem mais lugares para penitência do que locais de saber, para melhor manejar pela ignorância:
Apesar dos pesares,
HOJE É DIA DO PROFESSOR!
PARABÉNS!!!
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
SABES COM QUEM ESTAIS FALANDO? "SOU BACHAREL"!
“Colônias não deixam de ser colônias só porque ficaram independentes." (Benjamin Disraeli)
“Quando Deus voltou ao mundo
Pra castigar infiéis,
Deu ao Egito gafanhotos
E ao Brasil bacharéis...” (Carvalho Neto)
Os Bruzundangas é um livro de autoria do escritor brasileiro Lima Barreto, publicado em 1923 e somos nós em acreditar em tudo que falam sem provar a origem do fato. Belos bacharéis...
Bruzundanga é um país fictício onde o narrador conta sua passagem por essas "terras", disserta sobre sua cultura, política e economia, criticando principalmente a "pseudo-erudição" desse povo. Mostra a pobreza, o racismo e a valorização de títulos que os ricos possuem, mesmo jazendo na ignorância. Percebe-se uma analogia entre a Bruzundanga e o Brasil da época, apresentam-se ainda bastante atual no tocante as críticas feitas ao país da Bruzundanga em temas como corrupção dos governantes, falhas no sistema educacional entre outras características.
No prefácio há uma citação de Arte de Furtar, onde abre dizendo: "Na Arte de Furtar, que ultimamente tanto barulho causou entre os eruditos, há um capitulo, o quarto, que tem como ementa esta singular afirmação:
"Como os maiores ladrões são os que têm por ofício livrar-nos de outros ladrões"
O BACHAREL NO BRASIL
“De tanto ver triunfar as nulidades,
prosperar a desonra,
crescer a injustiça, agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar-se da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto”. (Rui Barbosa)
"Quando os homens são puros, as leis são desnecessárias; quando são corruptos, as leis são inúteis". Benjamin Disraeli
Expansão do direito no início do século XX
Guardadas as devidas proporções, no início do século passado também houve semelhante expansão do direito e dos profissionais do direito na sociedade brasileira. Naquele tempo, os bacharéis em direito tinham uma grande visibilidade pública porque alcançavam postos na burocracia estatal, na política nacional, na imprensa e na literatura. Tal visibilidade talvez tenha contribuído para a sensação de que os bacharéis estavam se proliferando na sociedade brasileira. A necessidade de atender a demanda burocrática do novo regime republicano, recém-instaurado àquela época, ajudou na expansão do campo do direito.
Outro fator que contribuiu para a idéia de que o bacharel estava tomando conta da realidade social das grandes cidades brasileiras era que naquela época havia uma subcategoria de advocacia desempenhada por práticos do foro, que não precisavam passar por uma faculdade de direito, o que aumentava ainda mais o número de profissionais do direito. Eram os advogados provisionados e os solicitadores.
“Advogados provisionados, aqueles que, não tendo graus acadêmicos das escolas de direito, submetiam-se a exames teóricos e práticos da jurisprudência pelos presidentes dos tribunais da Relação. Podiam procurar penas nos tribunais de 1ª instância e nos lugares onde não houvesse advogado formado ou os houvesse em número insuficiente para o bom andamento da justiça. Finalmente havia os solicitadores, sem diplomas como os provisionados, que se submetiam pelos juízes de direito a exames apenas sobre a prática do processo. Tantos estes quanto os advogados provisionados necessitavam requerer renovação de suas licenças ou provisões no prazo de dois a quatro anos. [...] Na prática, interesses os mais diversos criavam desvios que os repetidos avisos ministeriais eram incapazes de corrigir. Presidentes de Relação concediam número exagerado de provisões, presidentes de província usurpavam a atribuição de concedê-las ou eram as provisões concedidas para lugares onde já era bastante o número de bacharéis. O advogado provisionado podia livrar-se da inconveniência da renovação periódica de sua licença pagando a taxa de 60$,em 1841, pelo “emprego vitalício de advogado não formado” ou provisão vitalícia e tendo notório saber e influentes relacionamentos, poderia obter do governo a condição de doutor em leis” (in COELHO, Edmundo Campos. As Profissões Imperiais. Rio de Janeiro. Record.1999, p. 167, 168)
Reflexões:
“Todos somos iguais perante a lei, mas não perante os encarregados de fazê-las cumprir”. (Stanisław Jerzy Lec)
“A lei é inteligência, e sua função natural é impor o procedimento correto e proibir a má ação”. (Cícero)
"Quanto maior o número de leis, maior o número de transgressões a elas".(Henry Havelock Ellis)
“Enquanto as leis forem necessárias, os homens não estarão capacitados para a liberdade”. (Pitágoras)
“O comentário da lei é a eterna malícia”.(Machado de Assis)
"Leis inúteis enfraquecem as leis necessárias."(Charles de Secondat Montesquieu)
Créditos:
Reflexões para Hoje Sobre Expansão das Profissões Jurídicas no Brasil: Análises A Partir da Obra de Lima Barreto
André Filipe Pereira Reid dos Santos Mestre e Doutor em Sociologia no PPGSA/IFCS/UFRJ.
terça-feira, 12 de outubro de 2010
O BRASIL É AMÉRICA LATINA? 12 DE OUTUBRO DE 1492: CULTURA DO EUROCENTRISMO
Réplicas das naus Pinta, Niña e Santa Maria no Cais das Caravelas, em Palos de la Frontera.
A nau-capitânia Santa Maria era a principal de uma frota de três navios, conhecida como galeão, e devia possuir de três ou quatro mastros, com mínimo de três metros de profundidade e um pouco mais de 30 metros de comprimento. Era seguida pelas caravelas Pinta e Niña.
MAPA DA VIAGEM DE COLOMBO NA AMÉRICA
Os três navios partiram do porto espanhol de Palos no dia 3 de agosto de 1492 e carregados com provisões nas Ilhas Canárias em direção às “Índias” em 3 de agosto de 1492, chegando ao litoral das atuais Bahamas após 71 dias, em 12 de outubro.
Colombo desembarcou em terra firme no Novo Mundo em uma pequena ilha das Bahamas, hoje chamada Samana Cay ou também Cayo Samaná[1], com cerca de 16 km de comprimento e 3 km de largura, repleta de recifes, a ilhota era habitada pelo povo Lucayo ou Taino é o primeiro contato dos europeus que os denominaram "índios" aos povoadores da América, palavra errônea ao acreditar que a ilha Guanahani se encontrava na zona oriental que os europeus confundiram com a Índia. Os tainos organizavam-se em uma sociedade agrária baseada no cultivo do milho, mandioca e algodão completado pela pimenta a ananás, batata e tabaco, relatado pelo próprio Colombo no seu diário que “cultivavam abóboras e algodão e que possuíam casas e hortas de árvores". Com a permissão da coroa espanhola apossou-se de tudo como "vice-rei", escrevendo em seu diário, no dia 12 de outubro de 1492:COLOMBO DESEMBARCA EM GANAHANI
"Acredito que os nativos me consideram um deus, e os navios são para eles monstros que emergiram do fundo do mar durante a noite. A aparência deles igualmente nos surpreende, porque são diferentes de todas as raças humanas que vimos até agora. Sem dúvida, são bondosos e pacíficos. Acredito que não conhecem o ferro. Eles também não sabiam o que fazer com as nossas espadas". Voltou para a Espanha, descrevendo sua intenção para confirmar ao reino de Castela que comprovava o descobrimento: "Levarei seis desses homens na viagem de volta, para apresentá-los ao rei e à rainha. Eles devem aprender a nossa língua", anotou Colombo em 12 de outubro de 1492.
Colombo saiu de Guanahani em 14 de outubro pela tarde:
"Domingo 14 de outubro:... Eu olhei para tudo aquele porto e depois voltei para a nau e diz a vela, e vi tantas ilhas que eu não sabia determinar a qual ir primeiro. E aqueles homens que eu tinha tomado me diziam por senhas que eram tantas e tantas que não havia número, e chamaram pelo seu nome mais de cento. Finalmente, eu olhei para a maior e àquela determinei ir, e assim faço, e será longe desta de São Salvador cinco léguas e as outras delas mais, delas menos. Todas são muito chãs, sem montanhas e muito férteis e todas povoadas e fazem guerra a uma com a outra..."
A “Carta de Colombo” foi publicada em 29 de abril de 1493 em Barcelona, anunciando o Descobrimento. Trata-se do primeiro documento impresso que menciona o nome de Guanahani, mas sem fornecer nenhum dado sobre a ilha:
“À primeira ilha que eu encontrei pus o nome São Salvador na comemoração da Sua Alta Majestade, o qual maravilhosamente tudo isto dou; os Índios chamam-na Guanaham; à segunda pus o nome a ilha de Santa María da Conceição; à terceira Fernandina ; à quarta a Isabela; à quinta a ilha Joana, e assim, a cada uma, um nome novo”.
MAR DO CARIBE
A República Dominicana era chamada de Quisqueya pelos nativos arauaques, taínos e caraíbas. O local foi nomeada Santo Domingo(s) por Bartolomeu Colombo, irmão do navegador genovês o qual, segundo teria sido criado no dia de Santo Domingo de Guzmán ou São Domingos de Gusmão.
CIDADE DE CUSCO: Igreja de São Domingos, alicerçada na base da estrutura inca como reflexo de acabar com a cultura anterior!
Era o principio da invasão da América que Colombo ainda por seis anos completaria mais três viagens em nome da coroa espanhola.
O Brasil dá as costas à América Latina, olhando para a bela mulher Europa, prostituindo-se com os prazeres da outra!(América)
MEDALHA COMEMORATIVA DOS 500 ANOS DO ENCONTRO-CALENDÁRIO AZTECA
HOLOCAUSTO DA AMÉRICA LATINA:
"Em honra as culturas indígenas, particularmente àquelas que sofreram o impacto do processo colonizador donde morreram 60 milhões de pessoas nos primeiros 100 anos"
Nota: [1] Cayo Samaná encontra-se no centro Leste do grupo das Bahamas. Foi proposta como candidata pela primeira vez em 1882 porGustavus V. Fox capitão da marinha americana. A teoria de Fox foi em 1986 reavaliada por Luís Marden e a sua esposa, a matemática Ethel Cox Marden que realizarem detalhados cálculos e repetiram a viagem de Colombo desde as ilhas Canárias, para concluir que Guanahani era Cayo Samaná. Atualmente esta hipótese é sustentada pela National Geograhic Society.