DIÁSPORA NEGRA E OS AFRO-BRASILEIROS
Afinal, o que acontecia com o continente africano à época das navegações marítimas em sua vasta costa, que se permitiram uma diáspora sem precedentes de deslocamento de escravos por terras distantes da África?
As disputas internas na África aconteciam constantemente e para evitar uma insurreição os guerreiros vencedores preferiam negociar os adultos do sexo masculino para evitar conflitos futuros e abasteciam o mercado das Colônias com a mão de obra necessária. O pagamento era feito por mercadorias como aguardente, fumo, vinho, tecidos e alguma munição para dar um poderio maior ao aliado africano deste comércio que revertiam benefícios extraordinários aos controladores destas rotas no Atlântico.
Poucos africanos eram capturados para serem usados na própria África, mas para serem deportados em uma viagem sem volta, a não ser esporádicas voltas financiadas quando se elaboraram leis de proibição do uso da mão de obra, como exemplo de segunda deportação de volta ao continente africano foi a criação da Libéria, país criado por força de influência da América do Norte que promoveu o retorno subsidiando a volta para se ver livre de um contingente de ex-escravos que muito fez para o expansionismo dos Estados Unidos e foram descartados recebendo salvo conduto para retornarem a África, pela política externa da época, avalizada pelo expansionismo econômico da Inglaterra que buscava novos mercados de consumo para sua revolução industrial, implantado por novo modelo de produção.
O Brasil por sua vez desrespeitou todas as imposições internacionais e somente considerou os escravos livres após o governo imperial brasileiro comprometer-se a quitar despesas de aquisição por parte dos terratenentes de investimentos neste comércio insuportável, tanto que elaborou leis como paliativos anteriores a liberdade irrestrita com aval da precária justiça da época controlada por bacharéis formados na Europa, e mais tarde em Recife e São Paulo, com as academias de Direito, que viam na lei o modo de sustentar os interesses de seus mecenas que promoveram seus estudos acadêmicos, protetores ligados por laços familiares.
O poderio bélico das nações européias não deixou tempo de conformação de reinos estáveis na África que foram controlados por holandeses, ingleses, espanhóis, franceses e portugueses que lutavam entre si para maior hegemonia de controle deste comércio escravista de alto rendimento econômico, abrindo precedentes da formação de um mercado negro de contrabando de pessoas. Usaram uma tática fomentada pelas grandes potencias até em dias atuais: dividir para dominar. A Inglaterra somente se preocupou em rever sua posição quando abastecendo o mercado da Caribe deparou com a derrota da França em 1804 no Haiti. Todas as potências ficaram de sobressalto para evitar problemas de mesma envergadura em outras colônias, tendo os terratenentes do Brasil Colonial e depois Imperial, acirrado o controle do sistema escravista para evitar levantes, e os que sublevaram foram sufocados.
O abandono e a condição precária na Colônia fez com que as estruturas de resistência aos costumes do povo perdesse sua identidade com o continente africano, inclusive a língua original, mesclando outros valores miscigenados com povos locais dando origem aos cafuzos e caboclos, numa mestiçagem nativa que distanciou o modelo original, criando deste modo uma nova maneira de expressão com os recursos naturais da terra, ficando parte da cultura em ritos religiosos associados à música, numa mistura de valores incorporados a nova terra, não mais as origens da África, mas outro local que era o continente americano, que infelizmente foi construído por escravos controlados pelas senzalas dos grandes latifúndios dos terratenentes apoiados pelo rei de Portugal e o imperador do Brasil, originando novo modelo de estrutura e costumes incorporados pelos afro-brasileiros.
sábado, 26 de dezembro de 2009
OS TERRATENENTES DO BRASIL (03): NEGROS DA TERRA
POVO-NAÇÃO E A LIMPEZA ÉTNICA
Se há duvidas quanto à limpeza étnica em terras da America tanto espanhola quanto portuguesa, através das guerras desiguais entre nativos e conquistadores, promovidas pela “guerra justa”, na visão européia, para “apoderamento” de terras, basta reverem o modelo empregado pelo “achamento e conquista” da terra no Brasil Colônia.
Em nome do rei os nativos denominados “negros da terra” foram perseguidos e assassinados provocando o extermínio de muitas nações existentes, no lado da colônia portuguesa, que atualmente os signatários do governo brasileiro, não admitem considerar o termo “nação” alegando que poderia haver retaliação no território e alegando soberania nacional, determinam as poucas nações restantes após o holocausto dos nativos, como territórios de etnias, com medo de uma balcanização, fomentando interesses de criar outros Estados livres no Brasil, única nação possível em um único território. O modelo de cultura destes “povos-nação” era diferente daquelas conhecidas na Europa, pois possuíam sua própria cultura, danças, objetos próprios, sua língua, um território de ação comunitária diferenciada do poder de posse, suas moradias em círculos que representavam também o sentido religioso entre eles, ou seja, uma identidade própria.
Nesta Terra Sem Mal, os portugueses se aproximaram com presentes de quinquilharias para haver uma maneira de serem aceitos em um primeiro contato, e disto extraírem informações úteis para benefício de domínio futuro. A ingenuidade de homens e mulheres que foram os reais possuidores desta terra Pindorama, e que o sistema eurocêntrico ousou chamar de índios sem ser aqui a Índia desejada das especiarias, estes naturais espantaram os colonizadores por serem desnudos de qualquer pudor, próprio dos conceitos europeus que viram nisto um atraso e que poderia ser facilmente amansados através de uma catequese pelos interesses em nome do rei, que usando do meio civilizatório europeu queria usufruir desta força de trabalho escravizando-os para o início de uma lavoura aos moldes destrutivos das florestas e uma tentativa incipiente da pecuária além de usá-los como força de combate contra outras nações européias e concluir a exploração invadindo o que seria pela jurisprudência de então terras pertencentes a Espanha
Tanto os colonizadores quanto o sistema de catequese implantado pela igreja através dos jesuítas só tinham um objetivo: recorrer a uma mão de obra disponível naquele momento, com um custo mínimo. Por seu lado os nativos não se sujeitavam ao modelo de escravidão, sujeitando-se em perder sua liberdade de ir e vir quando bem entendesse através das matas, rios, montanhas. A liberdade era a essência do viver do autóctone. Evidente que os conflitos entre os dois modelos de escravidão diferenciados entre “colonos preadores” e “jesuítas catequizadores” entraram em conflito, causando até em expulsão da Companhia de Jesus do território da Colônia de Portugal em 1759, preferindo a Coroa Portuguesa o modelo de exploração predatória do colonizador que usava a força militar para sujeitar os nativos “negros da terra”. A Terra Sem Mal se tornou local de disputas sangrentas, embora desiguais no armamento bélico, os nativos não se sujeitaram aos interesses europeus preferindo a morte a perder a liberdade, escravos jamais, e por isso houve o extermínio em massa da população local, que defendia a sua condição de homens livres, antes mesmo da Revolução Francesa, em nome da liberdade, promovendo deste modo um verdadeiro holocausto silencioso por parte de uma força militar formada pelo barbarismo ibérico que a historia esconde por considerar os exploradores heróis nacionais.
Se há duvidas quanto à limpeza étnica em terras da America tanto espanhola quanto portuguesa, através das guerras desiguais entre nativos e conquistadores, promovidas pela “guerra justa”, na visão européia, para “apoderamento” de terras, basta reverem o modelo empregado pelo “achamento e conquista” da terra no Brasil Colônia.
Em nome do rei os nativos denominados “negros da terra” foram perseguidos e assassinados provocando o extermínio de muitas nações existentes, no lado da colônia portuguesa, que atualmente os signatários do governo brasileiro, não admitem considerar o termo “nação” alegando que poderia haver retaliação no território e alegando soberania nacional, determinam as poucas nações restantes após o holocausto dos nativos, como territórios de etnias, com medo de uma balcanização, fomentando interesses de criar outros Estados livres no Brasil, única nação possível em um único território. O modelo de cultura destes “povos-nação” era diferente daquelas conhecidas na Europa, pois possuíam sua própria cultura, danças, objetos próprios, sua língua, um território de ação comunitária diferenciada do poder de posse, suas moradias em círculos que representavam também o sentido religioso entre eles, ou seja, uma identidade própria.
Nesta Terra Sem Mal, os portugueses se aproximaram com presentes de quinquilharias para haver uma maneira de serem aceitos em um primeiro contato, e disto extraírem informações úteis para benefício de domínio futuro. A ingenuidade de homens e mulheres que foram os reais possuidores desta terra Pindorama, e que o sistema eurocêntrico ousou chamar de índios sem ser aqui a Índia desejada das especiarias, estes naturais espantaram os colonizadores por serem desnudos de qualquer pudor, próprio dos conceitos europeus que viram nisto um atraso e que poderia ser facilmente amansados através de uma catequese pelos interesses em nome do rei, que usando do meio civilizatório europeu queria usufruir desta força de trabalho escravizando-os para o início de uma lavoura aos moldes destrutivos das florestas e uma tentativa incipiente da pecuária além de usá-los como força de combate contra outras nações européias e concluir a exploração invadindo o que seria pela jurisprudência de então terras pertencentes a Espanha
Tanto os colonizadores quanto o sistema de catequese implantado pela igreja através dos jesuítas só tinham um objetivo: recorrer a uma mão de obra disponível naquele momento, com um custo mínimo. Por seu lado os nativos não se sujeitavam ao modelo de escravidão, sujeitando-se em perder sua liberdade de ir e vir quando bem entendesse através das matas, rios, montanhas. A liberdade era a essência do viver do autóctone. Evidente que os conflitos entre os dois modelos de escravidão diferenciados entre “colonos preadores” e “jesuítas catequizadores” entraram em conflito, causando até em expulsão da Companhia de Jesus do território da Colônia de Portugal em 1759, preferindo a Coroa Portuguesa o modelo de exploração predatória do colonizador que usava a força militar para sujeitar os nativos “negros da terra”. A Terra Sem Mal se tornou local de disputas sangrentas, embora desiguais no armamento bélico, os nativos não se sujeitaram aos interesses europeus preferindo a morte a perder a liberdade, escravos jamais, e por isso houve o extermínio em massa da população local, que defendia a sua condição de homens livres, antes mesmo da Revolução Francesa, em nome da liberdade, promovendo deste modo um verdadeiro holocausto silencioso por parte de uma força militar formada pelo barbarismo ibérico que a historia esconde por considerar os exploradores heróis nacionais.
OS TERRATENENTES DO BRASIL (02): NOVOS BÁRBAROS
OS BÁRBAROS CHEGAM À AMÉRICA
A Herança do Brasil faz parte de uma estrutura do sofrimento dos povos perseguidos, que em um momento na história, os ibéricos passaram de perseguidos da Europa a condição de algoz de povos da América, pilhando-os como butim de guerra, produto de roubo daquilo que fazia parte de outro modelo e a não aceitação do outro.
Quando assumiram serem donos das terras do continente, dividiram os primeiros latifúndios através das capitânias do lado português. Não houve um interesse imediato pela posse, mas quando perderam possessões nos caminhos das Índias, começara os “novos bárbaros ibéricos” a incentivar os cativos a cultivar a terra e dela extrair a riqueza necessária para sustento da ganância da Metrópole.
O produto de grande valia era o açúcar que recebia nos portos da Europa elevados lucros. Portugal e Espanha intensificaram aprisionar nativos para trabalharem para El-Rey. Do lado espanhol conseguiram pela força da conquista militar, algum sucesso por haver entre os povos a mitra, um trabalho servil usado no vasto território inca, mas os nativos do lado das “terras baixas”, como eram chamadas as localidades do Brasil, não estavam neste estágio de consentirem serem aprisionados e servir um senhor desconhecido.
Os nativos eram nômades nunca havendo sedentarismo porque viviam em deslocamentos constantes, e não formavam vínculo de permanência de posse local. Certas localidades tinham um valor sagrado onde lembravam os antepassados que um dia passaram a formar aquela nação. Os portugueses prearam nativos penetrando em território espanhol, invadiram terras além de suas fronteiras no afã de descobrirem riquezas extraídas das minas, e que fazia a Espanha uma das mais ricas nações com a prata de Potosi, na atual Bolívia. Não tendo o sucesso da Espanha, e sendo um país relativamente de poucos braços para fomentar a empreitada expansionista, assumiu a Metrópole como exclusivo metropolitano a aquisição de africanos aprisionados por guerras internas entre etnias locais ou através dos árabes que vendiam escravos africanos como cativos de guerra aos portugueses.
Deste modo as levas de mão de obra escrava das costas litorâneas de África adentraram no Brasil para fazer parte de uma estrutura de desenvolvimento precário e arcaico. Evidente que o ponto mais próximo com a Europa era Pernambuco com cabotagem em Fernão de Noronha, de onde se comandava o fluxo econômico tanto da mão de obra escrava quanto o açúcar, produto valiosíssimo da época. Há de se dizer que do lado espanhol no continente americano do sul, pouca mão de obra escrava africana foi empregada, preferindo-se aprisionar os nativos e obrigá-los a trabalhos forçados através da mitra, e somente nas ilhas Caribe houve um fluxo considerável de mão de obra escrava vinda da África para trabalhar em canaviais dos “senhores de engenho”.
A Herança do Brasil faz parte de uma estrutura do sofrimento dos povos perseguidos, que em um momento na história, os ibéricos passaram de perseguidos da Europa a condição de algoz de povos da América, pilhando-os como butim de guerra, produto de roubo daquilo que fazia parte de outro modelo e a não aceitação do outro.
Quando assumiram serem donos das terras do continente, dividiram os primeiros latifúndios através das capitânias do lado português. Não houve um interesse imediato pela posse, mas quando perderam possessões nos caminhos das Índias, começara os “novos bárbaros ibéricos” a incentivar os cativos a cultivar a terra e dela extrair a riqueza necessária para sustento da ganância da Metrópole.
O produto de grande valia era o açúcar que recebia nos portos da Europa elevados lucros. Portugal e Espanha intensificaram aprisionar nativos para trabalharem para El-Rey. Do lado espanhol conseguiram pela força da conquista militar, algum sucesso por haver entre os povos a mitra, um trabalho servil usado no vasto território inca, mas os nativos do lado das “terras baixas”, como eram chamadas as localidades do Brasil, não estavam neste estágio de consentirem serem aprisionados e servir um senhor desconhecido.
Os nativos eram nômades nunca havendo sedentarismo porque viviam em deslocamentos constantes, e não formavam vínculo de permanência de posse local. Certas localidades tinham um valor sagrado onde lembravam os antepassados que um dia passaram a formar aquela nação. Os portugueses prearam nativos penetrando em território espanhol, invadiram terras além de suas fronteiras no afã de descobrirem riquezas extraídas das minas, e que fazia a Espanha uma das mais ricas nações com a prata de Potosi, na atual Bolívia. Não tendo o sucesso da Espanha, e sendo um país relativamente de poucos braços para fomentar a empreitada expansionista, assumiu a Metrópole como exclusivo metropolitano a aquisição de africanos aprisionados por guerras internas entre etnias locais ou através dos árabes que vendiam escravos africanos como cativos de guerra aos portugueses.
Deste modo as levas de mão de obra escrava das costas litorâneas de África adentraram no Brasil para fazer parte de uma estrutura de desenvolvimento precário e arcaico. Evidente que o ponto mais próximo com a Europa era Pernambuco com cabotagem em Fernão de Noronha, de onde se comandava o fluxo econômico tanto da mão de obra escrava quanto o açúcar, produto valiosíssimo da época. Há de se dizer que do lado espanhol no continente americano do sul, pouca mão de obra escrava africana foi empregada, preferindo-se aprisionar os nativos e obrigá-los a trabalhos forçados através da mitra, e somente nas ilhas Caribe houve um fluxo considerável de mão de obra escrava vinda da África para trabalhar em canaviais dos “senhores de engenho”.
OS TERRATENENTES DO BRASIL (01): OS LATIFUNDIÁRIOS DA AMÉRICA
A FORMAÇÃO ÉTNICA DA PENÍNSULA IBÉRICA
Parece existir certo modelo de influências que não perdem o visgo em manter certos privilégios e quanto possível mantê-los vitalícios, mesmo quando o titular já não faça parte dos vivos. O que há de admirar-se são os privilégios decorrentes que sobrevivem ao longo do tempo, mesmo quando não cabem mais títulos de nobreza eles subsistem no mundo contemporâneo, considerado excelência de modernidade as transformações ocorridas pelos séculos afora.
O Brasil e sem dúvida exemplo claro do que mais tarde iriam resultar os filhos dos conquistadores nascidos nas Colônias, mazombos, que antes se haviam misturados na Península Ibérica com vários outros povos constituídos de fugitivos acuados pelo poderio do Império Romano, que na fuga adentraram-se por inúmeros marcos divisórios de fronteira numa desenfreada corrida para o mais extremo da Europa, formando deste modo Espanha e Portugal. A Península Ibérica era o último reduto dos fugitivos acuados, um retalho de grupos amontoados em povoados para formar uma resistência tenaz e manter a vida.
Algumas outras “turbas” em movimento pela Europa enfrentaram os poderosos guerreiros romanos, detentores do arsenal moderno de guerra da época. Eram os Godos, visigodos e suevos que ousaram furar este bloqueio militar e uniram-se aos montanheses locais, resultando uma rudeza identificadora que marcou a tenacidade deste local ainda pouco explorado. Mais tarde entravam pela África, pelo ponto mais próximo do Marrocos, com o Estrito de Gibraltar, árabes acostumados em viver com o mínimo necessário para a subsistência, homens do deserto, rudez no trato, ávidos pela conquista penetraram na Europa ao sentido contrário das primeiras levas que somente deslocavam-se dentro do continente europeu, fincaram outro modelo de identidade que não o habitual conhecido através do modelo romano.
Evidentemente que estes ingredientes foram fundidos num grande cadinho com todos os povos, misturando-se entre si formando uma “amálgama de povos” que no todo não apresentavam mais nem uma e nem outra identidade das características originais, mas outra formação resultante de uma fusão que não houve como interpretar o resultado deste novo subproduto e que forjou o modelo étnico da Península Ibérica.
Neste subproduto estavam presentes as características do meio, a localidade geográfica, determinante causa pela vontade de conseguir a todo custo manter o essencial que é lutar para a preservação da espécie. Um povo que era uma mistura de tudo quanto se cruzou pela Europa e o continente africano com a presença árabe constituiu deste modo, a “ponta” da Europa, a Península Ibérica, formada por fugitivos na última condição de manter-se sem serem atirados ao mar. Conseguiram-se suplantar as adversidades e sair rumo ao Mar Mediterrâneo e aventurar-se como último recurso em mares nunca dantes navegados, que na época assim se pensava ser o Atlântico completado pelas aventuras do Pacífico em busca do mercantil.
Estava aberta a fronteira das conquistas ultramarinas, de um povo forjado a ferro e fogo, embrutecido, atarracado a terra, única riqueza mensurável de então e de onde extraíam o sustento, iriam tornar-se navegantes e fincar bandeira em nome da cruz, e em nome dela martirizar povos ainda desconhecidos, em terras ainda não exploradas, que num primeiro contato assumiriam a estratégia do pacificador até conhecer as fraquezas dos nativos, e a partir deste momento fazê-los escravos, ou como sentença última se necessário exterminá-los e assumir a posse local.
Estes homens sem preparo no trato de relações entre pensamentos contrários ao europeu promoveram as maiores barbáries contra os povos locais, atrocidades de extermínio, carnificina em nome do poder, em troca ganharam as honras do rei com paga de bons serviços prestados em guerras justas, foram agraciados como “terratenentes”, os primeiros latifundiários da América.
Parece existir certo modelo de influências que não perdem o visgo em manter certos privilégios e quanto possível mantê-los vitalícios, mesmo quando o titular já não faça parte dos vivos. O que há de admirar-se são os privilégios decorrentes que sobrevivem ao longo do tempo, mesmo quando não cabem mais títulos de nobreza eles subsistem no mundo contemporâneo, considerado excelência de modernidade as transformações ocorridas pelos séculos afora.
O Brasil e sem dúvida exemplo claro do que mais tarde iriam resultar os filhos dos conquistadores nascidos nas Colônias, mazombos, que antes se haviam misturados na Península Ibérica com vários outros povos constituídos de fugitivos acuados pelo poderio do Império Romano, que na fuga adentraram-se por inúmeros marcos divisórios de fronteira numa desenfreada corrida para o mais extremo da Europa, formando deste modo Espanha e Portugal. A Península Ibérica era o último reduto dos fugitivos acuados, um retalho de grupos amontoados em povoados para formar uma resistência tenaz e manter a vida.
Algumas outras “turbas” em movimento pela Europa enfrentaram os poderosos guerreiros romanos, detentores do arsenal moderno de guerra da época. Eram os Godos, visigodos e suevos que ousaram furar este bloqueio militar e uniram-se aos montanheses locais, resultando uma rudeza identificadora que marcou a tenacidade deste local ainda pouco explorado. Mais tarde entravam pela África, pelo ponto mais próximo do Marrocos, com o Estrito de Gibraltar, árabes acostumados em viver com o mínimo necessário para a subsistência, homens do deserto, rudez no trato, ávidos pela conquista penetraram na Europa ao sentido contrário das primeiras levas que somente deslocavam-se dentro do continente europeu, fincaram outro modelo de identidade que não o habitual conhecido através do modelo romano.
Evidentemente que estes ingredientes foram fundidos num grande cadinho com todos os povos, misturando-se entre si formando uma “amálgama de povos” que no todo não apresentavam mais nem uma e nem outra identidade das características originais, mas outra formação resultante de uma fusão que não houve como interpretar o resultado deste novo subproduto e que forjou o modelo étnico da Península Ibérica.
Neste subproduto estavam presentes as características do meio, a localidade geográfica, determinante causa pela vontade de conseguir a todo custo manter o essencial que é lutar para a preservação da espécie. Um povo que era uma mistura de tudo quanto se cruzou pela Europa e o continente africano com a presença árabe constituiu deste modo, a “ponta” da Europa, a Península Ibérica, formada por fugitivos na última condição de manter-se sem serem atirados ao mar. Conseguiram-se suplantar as adversidades e sair rumo ao Mar Mediterrâneo e aventurar-se como último recurso em mares nunca dantes navegados, que na época assim se pensava ser o Atlântico completado pelas aventuras do Pacífico em busca do mercantil.
Estava aberta a fronteira das conquistas ultramarinas, de um povo forjado a ferro e fogo, embrutecido, atarracado a terra, única riqueza mensurável de então e de onde extraíam o sustento, iriam tornar-se navegantes e fincar bandeira em nome da cruz, e em nome dela martirizar povos ainda desconhecidos, em terras ainda não exploradas, que num primeiro contato assumiriam a estratégia do pacificador até conhecer as fraquezas dos nativos, e a partir deste momento fazê-los escravos, ou como sentença última se necessário exterminá-los e assumir a posse local.
Estes homens sem preparo no trato de relações entre pensamentos contrários ao europeu promoveram as maiores barbáries contra os povos locais, atrocidades de extermínio, carnificina em nome do poder, em troca ganharam as honras do rei com paga de bons serviços prestados em guerras justas, foram agraciados como “terratenentes”, os primeiros latifundiários da América.
sábado, 19 de dezembro de 2009
SONHOS E MORTALHA NO PAÍS DA ILUSÃO
SONHOS E MORTALHA NO PAÍS DA ILUSÃO
Eu tinha um amigo, aliás, o seu tio, o seu pai, antes dele ter nascido, já faziam parte de minhas relações de amizade. Eram nipônicos. São antigos no bairro Jardim São Luiz, periferia paulistana onde começaram a trabalhar no ramo de fotografias, e tornaram-se os precursores desta arte nesta insipiente localidade, registrando muitas atividades alegres das pessoas humildes, como casamentos, batizados, festas de formatura, enfim tudo que era relacionada com eventos pessoais, formais e informais, não escapavam de suas objetivas.
O Brasil, infelizmente não oferece oportunidades reais de crescimento, não para ficar rico, mas fazer com que as pessoas se sintam felizes, e queiram realmente desenvolver o sentimento de patriotismo, gostar do lugar em que nossos antepassados acreditavam ser um paraíso. Mas como cortar as amarras de sua escravidão se já possui o fado e o fardo de ter nascido escravo?
Muitos navios de muitos países nos séculos 19 e 20 singraram os mares e vieram para a "Terra da Ilusão". Aqui constituíram novas famílias, foram se misturando, mesmo quando perseguições eram feitas por ideologias bizarras, um policiamento desqualificado encarcerou pessoas que mal sabiam por que estavam sendo perseguidos. Muitos não podiam voltar para seus países de origem, e amargaram uma "desestrutura" abandonados no meio de florestas, sem recursos, mantendo-se com a força dos braços, mas não desistiram, pois era a única alternativa que possuíam.
O país "demo-crático" nunca se interessou em saber o quanto de qualidade possuía numa mistura de povos, e a dura vida do campo cavoucado como enxada tirou o sustento e sobrevivência destas pessoas.
O tempo passou muitos bisnetos, netos, filhos, sobrinhos foram trabalhar nos países de seus antepassados, que foram destruídos por guerras sucessivas, mas conseguiram tornarem-se respeitáveis como países sérios, ao contrário desta grande terra, que linda por natureza, possuem planejamentos narcisistas de governantes, que jamais pensam em forjar um país realmente Grande, nunca incentivando as pessoas para que possam desenvolver e a tornar o lugar onde vivem em um lugar propício e aprazível para se viver, onde o extrativismo descontrolado e sem planejamento formam desertos irrecuperáveis na natureza e na alma. Nossa maior meta é criar gado e plantar a exigências do mercado externo, onde as terras são grandes latifúndios controlados por uma elite arcaica.
Muitos filhos e netos de imigrantes do passado fizeram o caminho inverso e emigraram pelos aeroportos, e quem sabe até alguns se aventuraram e fizeram o uso do meio de transporte de seus antepassados usando os navios, hoje grandes transatlânticos marítimos. No meio desta massa, que foram tentar outra vida na terra dos seus antepassados estavam os Furukawa, que levou de volta um sonho de conseguir uma vida melhor. A vida em terra estrangeira é dura, os costumes, a língua, enfim uma série de dificuldades, mas com esforço se ajudaram mutuamente e cresceram e fizeram o Japão crescer, mas o que queriam era fazer a terra onde viviam desenvolver-se, mas ela não lhes dava oportunidades, estava entregue as especulações capitalistas que também culminou repentinamente por uma falsa economia embasada em papéis bancários, nunca dinheiro justo do trabalho, mas um dinheiro especulativo fez o capitalismo falso ruir, e muitos tiveram que voltar para casa, onde sempre pensaram em ficar. Os frutos do trabalho lhes renderam uma vida mais estável, adquirindo bens para uma vida sustentável, uma casa, alguns carros, motos, de última geração da indústria automobilística estrangeiras foram adquiridas no Brasil, nunca um produto desenvolvido com tecnologia própria, mas equipados pelas montadoras em uma globalização de controle do trabalho e renda, uma real condição de subdesenvolvimento.
O país "bonito por natureza" recebia estes dólares suados deste povo, taxando-os com tributos gigantescos, embora a economia falsa do país sustentada pelo poder econômico e político, oferecia aquisição de bens com facilidades cambiais, os bancos ávidos ofereciam taxas de juros baixas para aquisição de bens e muitos caíram nesta teia que se apresentava como uma coisa vantajosa, mas que queria chamar para si o recurso trazido para as fronteiras internas. O banco é o símbolo do capitalismo, pois nada produz, mas como um agiota ganancioso manipula todo mercado financeiro, uma fonte lucrativa com o mínimo esforço, ou melhor nenhum, pois detém as rédeas do mercado, nunca corre riscos de produção mas toma para si boa parte dos dividendos.
Os jovens foram os mais susceptíveis aos interesses capitalistas, e adquiriram veículos de grande potência, impróprias as estradas brasileiras, regidas por leis onde o acidente de trânsito é condicionado a existência da culpa, mas sem intenção de matar!!!
Assim em um cruzamento encontraram-se dois jovens, com suas potências pessoais e também motorizadas, e colidiram-se, ceifando a vida no seu momento mais sublime, o da juventude. O automóvel, servindo-se de uma carapaça como os antigos cavaleiros medievais, lançou a motocicleta de meu amigo Ronie Cray Takeshi Almeida Furukawa no asfalto frio, onde todas as probabilidades de salvamento foram insuficientes, pois o corpo do jovem arrastou-se até atingir um obstáculo, precipitado em movimento pelo impacto.
Muitos falam um termo muito usado "fatalidade", conceito vago que esconde outros fatores, que muito debatem em acaloradas palestras, mas não encontram solução, para evitar que um jovem tire a vida de outro jovem!
Meu amigo, um coração enorme, sempre pronto a servir quem estivesse em dificuldades, foi embora. Deus o ampare em seus braços com festa no céu, que sei agora que há mais um inocente olhando por todos nesta terra inoportuna.
Seu sonho era ser disc jockey, transmitir alegria! Descanse em paz, ei, ei, ei, DJ Ronie Cray!!!
Eu tinha um amigo, aliás, o seu tio, o seu pai, antes dele ter nascido, já faziam parte de minhas relações de amizade. Eram nipônicos. São antigos no bairro Jardim São Luiz, periferia paulistana onde começaram a trabalhar no ramo de fotografias, e tornaram-se os precursores desta arte nesta insipiente localidade, registrando muitas atividades alegres das pessoas humildes, como casamentos, batizados, festas de formatura, enfim tudo que era relacionada com eventos pessoais, formais e informais, não escapavam de suas objetivas.
O Brasil, infelizmente não oferece oportunidades reais de crescimento, não para ficar rico, mas fazer com que as pessoas se sintam felizes, e queiram realmente desenvolver o sentimento de patriotismo, gostar do lugar em que nossos antepassados acreditavam ser um paraíso. Mas como cortar as amarras de sua escravidão se já possui o fado e o fardo de ter nascido escravo?
Muitos navios de muitos países nos séculos 19 e 20 singraram os mares e vieram para a "Terra da Ilusão". Aqui constituíram novas famílias, foram se misturando, mesmo quando perseguições eram feitas por ideologias bizarras, um policiamento desqualificado encarcerou pessoas que mal sabiam por que estavam sendo perseguidos. Muitos não podiam voltar para seus países de origem, e amargaram uma "desestrutura" abandonados no meio de florestas, sem recursos, mantendo-se com a força dos braços, mas não desistiram, pois era a única alternativa que possuíam.
O país "demo-crático" nunca se interessou em saber o quanto de qualidade possuía numa mistura de povos, e a dura vida do campo cavoucado como enxada tirou o sustento e sobrevivência destas pessoas.
O tempo passou muitos bisnetos, netos, filhos, sobrinhos foram trabalhar nos países de seus antepassados, que foram destruídos por guerras sucessivas, mas conseguiram tornarem-se respeitáveis como países sérios, ao contrário desta grande terra, que linda por natureza, possuem planejamentos narcisistas de governantes, que jamais pensam em forjar um país realmente Grande, nunca incentivando as pessoas para que possam desenvolver e a tornar o lugar onde vivem em um lugar propício e aprazível para se viver, onde o extrativismo descontrolado e sem planejamento formam desertos irrecuperáveis na natureza e na alma. Nossa maior meta é criar gado e plantar a exigências do mercado externo, onde as terras são grandes latifúndios controlados por uma elite arcaica.
Muitos filhos e netos de imigrantes do passado fizeram o caminho inverso e emigraram pelos aeroportos, e quem sabe até alguns se aventuraram e fizeram o uso do meio de transporte de seus antepassados usando os navios, hoje grandes transatlânticos marítimos. No meio desta massa, que foram tentar outra vida na terra dos seus antepassados estavam os Furukawa, que levou de volta um sonho de conseguir uma vida melhor. A vida em terra estrangeira é dura, os costumes, a língua, enfim uma série de dificuldades, mas com esforço se ajudaram mutuamente e cresceram e fizeram o Japão crescer, mas o que queriam era fazer a terra onde viviam desenvolver-se, mas ela não lhes dava oportunidades, estava entregue as especulações capitalistas que também culminou repentinamente por uma falsa economia embasada em papéis bancários, nunca dinheiro justo do trabalho, mas um dinheiro especulativo fez o capitalismo falso ruir, e muitos tiveram que voltar para casa, onde sempre pensaram em ficar. Os frutos do trabalho lhes renderam uma vida mais estável, adquirindo bens para uma vida sustentável, uma casa, alguns carros, motos, de última geração da indústria automobilística estrangeiras foram adquiridas no Brasil, nunca um produto desenvolvido com tecnologia própria, mas equipados pelas montadoras em uma globalização de controle do trabalho e renda, uma real condição de subdesenvolvimento.
O país "bonito por natureza" recebia estes dólares suados deste povo, taxando-os com tributos gigantescos, embora a economia falsa do país sustentada pelo poder econômico e político, oferecia aquisição de bens com facilidades cambiais, os bancos ávidos ofereciam taxas de juros baixas para aquisição de bens e muitos caíram nesta teia que se apresentava como uma coisa vantajosa, mas que queria chamar para si o recurso trazido para as fronteiras internas. O banco é o símbolo do capitalismo, pois nada produz, mas como um agiota ganancioso manipula todo mercado financeiro, uma fonte lucrativa com o mínimo esforço, ou melhor nenhum, pois detém as rédeas do mercado, nunca corre riscos de produção mas toma para si boa parte dos dividendos.
Os jovens foram os mais susceptíveis aos interesses capitalistas, e adquiriram veículos de grande potência, impróprias as estradas brasileiras, regidas por leis onde o acidente de trânsito é condicionado a existência da culpa, mas sem intenção de matar!!!
Assim em um cruzamento encontraram-se dois jovens, com suas potências pessoais e também motorizadas, e colidiram-se, ceifando a vida no seu momento mais sublime, o da juventude. O automóvel, servindo-se de uma carapaça como os antigos cavaleiros medievais, lançou a motocicleta de meu amigo Ronie Cray Takeshi Almeida Furukawa no asfalto frio, onde todas as probabilidades de salvamento foram insuficientes, pois o corpo do jovem arrastou-se até atingir um obstáculo, precipitado em movimento pelo impacto.
Muitos falam um termo muito usado "fatalidade", conceito vago que esconde outros fatores, que muito debatem em acaloradas palestras, mas não encontram solução, para evitar que um jovem tire a vida de outro jovem!
Meu amigo, um coração enorme, sempre pronto a servir quem estivesse em dificuldades, foi embora. Deus o ampare em seus braços com festa no céu, que sei agora que há mais um inocente olhando por todos nesta terra inoportuna.
Seu sonho era ser disc jockey, transmitir alegria! Descanse em paz, ei, ei, ei, DJ Ronie Cray!!!
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
A FARDA GLOBALIZADA: CESSE O ESTADO, CESSA OS PRIVILÉGIOS!
(ou) UTOPIA e a PAIDÉIA
Não existe o país ideal, muito menos o Estado que provê as necessidades daquelas pessoas que pela condição natural “nasçam” em determinado país.
Qual seria então o modelo ideal onde a procura “incessante” ao longo da história não se consegue a resposta, através de experiências dramáticas de submissão do homem pelo poder instituído?
Onde há o lugar ideal para se viver sem interferência da submissão?
Existe este local que o Estado denominou país, que teria boas condições de manter a vida da raça humana sem as multidiferenças criadas por controladores que usam a instituição para criar as submissões através do preconceito?
As farsas estão presentes nas civilizações onde a imposição pela força de um grupo detém as regras do jogo.O descontentamento é o primeiro passo para que haja mudança, embora nem sempre seja melhor do que a existente, querendo-se criar outro poder em substituição ao anterior.
Imaginem um determinado local com condições naturais de água doce, muita floresta, uma terra produtiva. Um local onde saciar as necessidades naturais sem passar fome e que teria a melhor educação oferecida a um povo e a saúde realmente seria saudável, pois se teriam as melhores coisas sem diferenças e a produção da terra e suas riquezas seriam usadas para gerar benefício e felicidade para uma quantidade “global” de indivíduos.
O controle disto seria a condição natural, não a condição imposta por quaisquer modelos ideológicos instituídos pela força. Manter a liberdade acima de tudo, contra a submissão, mantendo a ordem natural conseguida pela condição do entendimento da existência, separada pelo valor econômico.
Destruir o Estado é destruir o poder e a submissão imperada pela força que o mesmo construiu para estimular seus privilégios. O Estado nacional, com fronteiras de controle não respeita o direito de liberdade do ir e vir, não o da propriedade aberrante, controlando a locomoção por modelos federais, criando violência imperante em vários países, com a sutileza demonstrada pela “farda globalizada” dos militares que dão sustentabilidade ao Estado!
Pode ser utopia, pois com tanta riqueza e belíssimo assim, não “existe” esse país em nenhum lugar da Terra, que seria um “paraíso”, e ter-se-ia que agradecer aos céus tantas benesses!
A submissão do povo é “idealizada pelo poder para melhor governar”, preferindo espalhar o “inferno” criado pelos “pecados” de maus governos que preferem que este país não exista, fazendo a miséria, parte dos miseráveis! A política tornou-se um negócio e como tal é encarado por um grupo corporativo que se protege entre si.
O cidadão, aquele que vive em determinada cidade, localidade qualquer, não deve submeter-se ao sufrágio universal obrigatório de uma democracia que exige essa obrigatoriedade de escolher o representante do poder, sendo uma anomalia deste modelo de governar, que sujeita o indivíduo aos caprichos do Estado, e deste modo não pode ser denominado “governo do povo”.
Existe uma antítese daquilo que se pensa de política, independente de qualquer partido político, e o que se produz como bem estar social. Por este motivo “podemos ter o direito” de negar o Estado, não o admitindo como solução, por submeter uma maioria em detrimento de privilégios de poucos, que pretendem manter o Estado falso gerado pelos quatro poderes: legislador, executor, judiciário e militar.
As classes não devem existir dividindo um valor capital para o homem. Não há nisto apologia a bagunça social, mas é não acreditar em quem governa e que vive à custa do Estado, que se omite a obedecer ao cidadão e deste modo nada obriga o mesmo a obedecê-lo.
A desobediência civil é o princípio de desmoralização do Estado Corrupto e Desnecessário.
Não existe o país ideal, muito menos o Estado que provê as necessidades daquelas pessoas que pela condição natural “nasçam” em determinado país.
Qual seria então o modelo ideal onde a procura “incessante” ao longo da história não se consegue a resposta, através de experiências dramáticas de submissão do homem pelo poder instituído?
Onde há o lugar ideal para se viver sem interferência da submissão?
Existe este local que o Estado denominou país, que teria boas condições de manter a vida da raça humana sem as multidiferenças criadas por controladores que usam a instituição para criar as submissões através do preconceito?
As farsas estão presentes nas civilizações onde a imposição pela força de um grupo detém as regras do jogo.O descontentamento é o primeiro passo para que haja mudança, embora nem sempre seja melhor do que a existente, querendo-se criar outro poder em substituição ao anterior.
Imaginem um determinado local com condições naturais de água doce, muita floresta, uma terra produtiva. Um local onde saciar as necessidades naturais sem passar fome e que teria a melhor educação oferecida a um povo e a saúde realmente seria saudável, pois se teriam as melhores coisas sem diferenças e a produção da terra e suas riquezas seriam usadas para gerar benefício e felicidade para uma quantidade “global” de indivíduos.
O controle disto seria a condição natural, não a condição imposta por quaisquer modelos ideológicos instituídos pela força. Manter a liberdade acima de tudo, contra a submissão, mantendo a ordem natural conseguida pela condição do entendimento da existência, separada pelo valor econômico.
Destruir o Estado é destruir o poder e a submissão imperada pela força que o mesmo construiu para estimular seus privilégios. O Estado nacional, com fronteiras de controle não respeita o direito de liberdade do ir e vir, não o da propriedade aberrante, controlando a locomoção por modelos federais, criando violência imperante em vários países, com a sutileza demonstrada pela “farda globalizada” dos militares que dão sustentabilidade ao Estado!
Pode ser utopia, pois com tanta riqueza e belíssimo assim, não “existe” esse país em nenhum lugar da Terra, que seria um “paraíso”, e ter-se-ia que agradecer aos céus tantas benesses!
A submissão do povo é “idealizada pelo poder para melhor governar”, preferindo espalhar o “inferno” criado pelos “pecados” de maus governos que preferem que este país não exista, fazendo a miséria, parte dos miseráveis! A política tornou-se um negócio e como tal é encarado por um grupo corporativo que se protege entre si.
O cidadão, aquele que vive em determinada cidade, localidade qualquer, não deve submeter-se ao sufrágio universal obrigatório de uma democracia que exige essa obrigatoriedade de escolher o representante do poder, sendo uma anomalia deste modelo de governar, que sujeita o indivíduo aos caprichos do Estado, e deste modo não pode ser denominado “governo do povo”.
Existe uma antítese daquilo que se pensa de política, independente de qualquer partido político, e o que se produz como bem estar social. Por este motivo “podemos ter o direito” de negar o Estado, não o admitindo como solução, por submeter uma maioria em detrimento de privilégios de poucos, que pretendem manter o Estado falso gerado pelos quatro poderes: legislador, executor, judiciário e militar.
As classes não devem existir dividindo um valor capital para o homem. Não há nisto apologia a bagunça social, mas é não acreditar em quem governa e que vive à custa do Estado, que se omite a obedecer ao cidadão e deste modo nada obriga o mesmo a obedecê-lo.
A desobediência civil é o princípio de desmoralização do Estado Corrupto e Desnecessário.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Globalização e o Destino Manifesto
Guerra de Interesses
No final da década de quarenta do século vinte, os Estados Unidos detinham 40% das exportações globais, nascia deste modo, da miséria dos povos, a globalização da economia, onde o liberalismo tomava vulto de abertura de mercados sendo os maiores acionistas de investimentos os capitais norte-americanos.
A Inglaterra por sua vez via seu vasto Império onde o “Sol Não Se Punha”, ser dominado por sua antiga colônia, mesmo tendo sido um baluarte de resistência da 2ª Guerra retendo a penetração do poder de ação dos exércitos alemães pelo Canal da Mancha, bombardeada pela poderosa aviação alemã Luftwaffe, ou resistindo às bombas incendiárias V-2, que foram precursoras dos mísseis teleguiados, e do projeto espacial americano iniciado pelo cientista alemão, Werner Von Braum.
Após a guerra a Europa continental e a Grã-Bretanha eram economias arrasadas, com vidas destruídas, aceitavam de bom grado tudo que lhe oferecessem. Deste modo os Estados Unidos “desovou” todo seu excedente obsoleto, e aceitou técnicos que tivessem algum interesse em “fazer a América”, desde que tivessem conhecimento cientifico, poderiam se habilitar para alguma atividade de cunho desenvolvimentista. Foi deste modo, ao fim da guerra que os Estados Unidos receberam o maior contingente de imigrantes, talvez maior do que aquela iniciada no século dezenove, onde após a independência das Américas houve uma leva migratória na região, com uma diferença de épocas: as primeiras demandas eram de agricultores expurgados na Europa, “os sem terras” que se sujeitaram as condições daquele momento histórico.
A leva deslocada após a 2ª Guerra foi de certa maneira, homens e mulheres que aprenderam muito e tinham experiências de produção de guerra, pois as mulheres substituíram os homens nas fábricas, enquanto estes estavam nos campos de batalha acionando equipamentos que controlavam com destreza, habilidades propícias para manejar máquinas de produção industrial. Deste modo nasceram os “planejamentos dos sistemas de produção, métodos e processos” readequados no que Henry Ford tinha iniciado.
Foram estabelecidos os sistemas de não acúmulo de produção, onde somente era produzido pela demanda requerida, denominado just-in-time, aprimorado nos campos de batalha para não “amontoar” peças desnecessárias para um determinado momento da guerra.
Porque os aliados não prenderam toda a liderança que formava o auto-comando ou aqueles que de uma maneira ou outra estavam ligados a este staff alemão?
Evidente que não somente duas ou três dezenas de militares, e ainda civis que representavam a poderosa produção da Krupp, que dirigiam o autoritarismo nazista, deveriam ser julgados em Nuremberg. A operação Odessa espalhou todos estes “nobres” cidadãos pelo mundo afora e que contribuíram com o desenvolvimento técnico e cientifico da guerra e o desenvolvimento surpreendente dos Estados Unidos nas demais décadas.
Exemplo disto eram os tanques de guerra Banzer, revestidos da maior tecnologia da fabricação de aço liga, que desenvolveram nova concepção aos Shesman americano que não tinham a metade de seu poder de ação, que atualmente foi transferida tecnologia para o tanque M60 PATTON, considerado o tanque versátil americano, desenvolvido de uma concepção iniciada na 2ª Guerra e que no final desta, em parceria com a Alemanha (à época Ocidental) originou os M1 Abrams usado contra o Iraque, pelo interesse imperialista americano pelo petróleo do Oriente Médio.
O que falar das experiências nazistas dos campos de concentração assumidos por homens ligados a Joseph Mengele, que viveu ora na Argentina ora no Brasil, mais precisamente na região do Embu, mas que sem dúvida e em troca de sua liberdade, repassou sua “experiência” aos americanos, e muitas destas experiências são usadas para casos de transplante em várias partes do mundo.
Deixemos de lado a hipocrisia, de falarmos como os julgados de Nuremberg “eu não sei ou não sabia de nada disto”, as potencias “surrupiaram” informações de guerra nazistas através de inteligência militar ligada a espionagem!
O império permanece em mãos de colonizadores que hoje de alguma maneira falam a língua inglesa, considerada a língua técnica da globalização, se por ventura alguém do terceiro mundo (não sei o por quê da numeração) quiser entrar no campo de trabalho globalizado, precisará ter fluência nesta língua.
O “Destino Manifesto” americano propõe um messianismo de salvação pelas armas, querem salvar, ou melhor, dominar para salvar sua própria economia, e está neste modelo à salvação do capitalismo, não da democracia. Eles se propõem salvarem o mundo quando eles próprios são a própria ameaça, destruindo a casa dos outros e depois reconstruindo pela Corporação Internacional Haliburton, protetora americana da Petrobrás!
Privatizaram a guerra na mão de profissionais na arte de matar através da BLACKWATER, sustentam a guerra de interesses pelas jazidas de petróleo do Iraque.
Controlar o indivíduo e a grande meta do imperialismo, e para isto tem que existir campos de concentração com os de Guantánamo, na Ilha de Cuba, a dizerem que não estão em território americano.
Vigiar e punir aqueles que não se enquadram no modelo, naquilo que se formalize como proposta de um “Governo Único, Globalizado e Imperialista”.
No final da década de quarenta do século vinte, os Estados Unidos detinham 40% das exportações globais, nascia deste modo, da miséria dos povos, a globalização da economia, onde o liberalismo tomava vulto de abertura de mercados sendo os maiores acionistas de investimentos os capitais norte-americanos.
A Inglaterra por sua vez via seu vasto Império onde o “Sol Não Se Punha”, ser dominado por sua antiga colônia, mesmo tendo sido um baluarte de resistência da 2ª Guerra retendo a penetração do poder de ação dos exércitos alemães pelo Canal da Mancha, bombardeada pela poderosa aviação alemã Luftwaffe, ou resistindo às bombas incendiárias V-2, que foram precursoras dos mísseis teleguiados, e do projeto espacial americano iniciado pelo cientista alemão, Werner Von Braum.
Após a guerra a Europa continental e a Grã-Bretanha eram economias arrasadas, com vidas destruídas, aceitavam de bom grado tudo que lhe oferecessem. Deste modo os Estados Unidos “desovou” todo seu excedente obsoleto, e aceitou técnicos que tivessem algum interesse em “fazer a América”, desde que tivessem conhecimento cientifico, poderiam se habilitar para alguma atividade de cunho desenvolvimentista. Foi deste modo, ao fim da guerra que os Estados Unidos receberam o maior contingente de imigrantes, talvez maior do que aquela iniciada no século dezenove, onde após a independência das Américas houve uma leva migratória na região, com uma diferença de épocas: as primeiras demandas eram de agricultores expurgados na Europa, “os sem terras” que se sujeitaram as condições daquele momento histórico.
A leva deslocada após a 2ª Guerra foi de certa maneira, homens e mulheres que aprenderam muito e tinham experiências de produção de guerra, pois as mulheres substituíram os homens nas fábricas, enquanto estes estavam nos campos de batalha acionando equipamentos que controlavam com destreza, habilidades propícias para manejar máquinas de produção industrial. Deste modo nasceram os “planejamentos dos sistemas de produção, métodos e processos” readequados no que Henry Ford tinha iniciado.
Foram estabelecidos os sistemas de não acúmulo de produção, onde somente era produzido pela demanda requerida, denominado just-in-time, aprimorado nos campos de batalha para não “amontoar” peças desnecessárias para um determinado momento da guerra.
Porque os aliados não prenderam toda a liderança que formava o auto-comando ou aqueles que de uma maneira ou outra estavam ligados a este staff alemão?
Evidente que não somente duas ou três dezenas de militares, e ainda civis que representavam a poderosa produção da Krupp, que dirigiam o autoritarismo nazista, deveriam ser julgados em Nuremberg. A operação Odessa espalhou todos estes “nobres” cidadãos pelo mundo afora e que contribuíram com o desenvolvimento técnico e cientifico da guerra e o desenvolvimento surpreendente dos Estados Unidos nas demais décadas.
Exemplo disto eram os tanques de guerra Banzer, revestidos da maior tecnologia da fabricação de aço liga, que desenvolveram nova concepção aos Shesman americano que não tinham a metade de seu poder de ação, que atualmente foi transferida tecnologia para o tanque M60 PATTON, considerado o tanque versátil americano, desenvolvido de uma concepção iniciada na 2ª Guerra e que no final desta, em parceria com a Alemanha (à época Ocidental) originou os M1 Abrams usado contra o Iraque, pelo interesse imperialista americano pelo petróleo do Oriente Médio.
O que falar das experiências nazistas dos campos de concentração assumidos por homens ligados a Joseph Mengele, que viveu ora na Argentina ora no Brasil, mais precisamente na região do Embu, mas que sem dúvida e em troca de sua liberdade, repassou sua “experiência” aos americanos, e muitas destas experiências são usadas para casos de transplante em várias partes do mundo.
Deixemos de lado a hipocrisia, de falarmos como os julgados de Nuremberg “eu não sei ou não sabia de nada disto”, as potencias “surrupiaram” informações de guerra nazistas através de inteligência militar ligada a espionagem!
O império permanece em mãos de colonizadores que hoje de alguma maneira falam a língua inglesa, considerada a língua técnica da globalização, se por ventura alguém do terceiro mundo (não sei o por quê da numeração) quiser entrar no campo de trabalho globalizado, precisará ter fluência nesta língua.
O “Destino Manifesto” americano propõe um messianismo de salvação pelas armas, querem salvar, ou melhor, dominar para salvar sua própria economia, e está neste modelo à salvação do capitalismo, não da democracia. Eles se propõem salvarem o mundo quando eles próprios são a própria ameaça, destruindo a casa dos outros e depois reconstruindo pela Corporação Internacional Haliburton, protetora americana da Petrobrás!
Privatizaram a guerra na mão de profissionais na arte de matar através da BLACKWATER, sustentam a guerra de interesses pelas jazidas de petróleo do Iraque.
Controlar o indivíduo e a grande meta do imperialismo, e para isto tem que existir campos de concentração com os de Guantánamo, na Ilha de Cuba, a dizerem que não estão em território americano.
Vigiar e punir aqueles que não se enquadram no modelo, naquilo que se formalize como proposta de um “Governo Único, Globalizado e Imperialista”.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
CIDADE, O GRANDE MONUMENTO BURGUÊS - (06) : CONTROLE POLÍTICO DO “PÃO E CIRCO” SOBRE A PERIFERIA PAULISTANA
PALANQUES POLÍTICOS E O VOTO DE CABRESTO NA CIDADE DE SÃO PAULO
Há muito que em todas as cidades existe um controle dos órgãos públicos para barganha de benefícios. Havendo um controle das comunidades haverá um “seqüestro” das mentalidades de pessoas que possuem carências advindas da inoperância do poder público. O loteamento das subprefeituras fomenta esse modelo que traz um beneficio político futuro nas urnas da democracia, não tanto democratas, instituindo a oferta e procura o vereador da cidade controlando áreas físicas que lhe dará o voto de cabresto.
As entidades necessitando do básico de estrutura para subsistência, deixando-se envolver neste modelo virando capacho das botas destes indignos representantes. Faltando três meses para as eleições eles se desdobram para manter esse modelo de compra de votos. Participam de todo tipo de aparição: religiosa, festa de aniversário, bingo beneficente, inauguração de campo de futebol onde estendem suas faixas mostrando seus feitos com o dinheiro público.
Assumem como homens esportivos, estando presentes a todo campeonato nos centros desportivos comunitários, clubes- escolas, escola de samba, escolas onde haja homenagem há uma determinada autoridade, enfim onde houver um contingente de pessoas montam-se estrutura, com seus correligionários, com som excedendo o volume para que a comunidade seja atraída e traída com um churrasco minguado regado a bebida onde poucos conseguem angariar um naco de pão seco.Montam palanques em todos os locais da cidade, e prometem ao microfone resolver todos os problemas de todas as comunidades: água, luz, asfalto, e saúde controlada por um sistema de parceria com entidades fomentadas através de sistemas de conselheiros manipulantes, nos quais muitos acreditam poder transformar o grande “gargalo do ladrão”, onde jorra o dinheiro que nunca se sabe o montante do repasse municipal as estas organizações sociais.Se houver necessidade de uso hospitalar o egrégio representante do legislativo “conseguirá” a internação necessária, mas que será faturado no futuro na conta do paciente: o seu voto de cabresto.
Alguns representantes do legislativo tornam-se executivos com suas próprias construtoras do ramo civil, e fazem um “asfalto casca de ovo” lavado com a primeira chuva após as eleições. Entram em muitas concorrências públicas como empresa idôneas do campo privado, escondendo seus nomes de homens públicos a servir o povo que lhe elegeu, atrás de um “laranja majoritário” verdadeiro testa de ferro que controla todas as operações.
Não há lisura nas obras públicas pela cidade de São Paulo, tanto que muitas obras não possuem indicações de valores das mesmas, somente aparecem o valor quando o montante é elevado, obrigatoriamente licitada em verbas de contratos de grandes empreiteiras, por vezes multinacionais, que precisam de controle dos valores evitando auditoria futuras.São Paulo não sabe como e quanto gasta, e seus planejadores são sempre incapazes de sustentar suas previsões orçamentárias, relegando sempre os impactos sociais, aliás o social é o último quesito a ser colocado em orçamentos das exigências, sendo primeiro levado em consideração a reabilitação urbana controlada por política econômica desta higienização.
Respeitáveis senhores vereadores, deputados e senadores preocupados com as causas básicas do país deveriam se eleger por no máximo duas vezes como já feito nas autênticas democracias, para presidência de república, governadores e prefeitos e que após o tempo estipulado voltem a cuidar de suas empresas privadas, evitando desmandos com aquilo que deve ser controlado pelos verdadeiros donos dos impostos recolhidos: o cidadão.Enfim isso tudo parece raciocínio simplista, e o é, mas o controle por parte do poder político na periferia é real e acontece verdadeiramente.
A população esta a mercê destes “salvadores e controladores” de áreas loteadas entre eles, além de ameaçar com retaliações as comunidades se houver um percalço nos interesses controlados. Apoderam-se das obras públicas e em seus discursos assumem serem o pai, ou mãe daquela obra que obrigatoriamente seria realizada na cidade de São Paulo. São estelionatários, pois assumem as obras vendendo facilidades às contratadas, possuindo uma confraria de benefícios próprios e em nome da imunidade parlamentar, seduzindo a comunidade com ofertas da imundície.
Há muito que em todas as cidades existe um controle dos órgãos públicos para barganha de benefícios. Havendo um controle das comunidades haverá um “seqüestro” das mentalidades de pessoas que possuem carências advindas da inoperância do poder público. O loteamento das subprefeituras fomenta esse modelo que traz um beneficio político futuro nas urnas da democracia, não tanto democratas, instituindo a oferta e procura o vereador da cidade controlando áreas físicas que lhe dará o voto de cabresto.
As entidades necessitando do básico de estrutura para subsistência, deixando-se envolver neste modelo virando capacho das botas destes indignos representantes. Faltando três meses para as eleições eles se desdobram para manter esse modelo de compra de votos. Participam de todo tipo de aparição: religiosa, festa de aniversário, bingo beneficente, inauguração de campo de futebol onde estendem suas faixas mostrando seus feitos com o dinheiro público.
Assumem como homens esportivos, estando presentes a todo campeonato nos centros desportivos comunitários, clubes- escolas, escola de samba, escolas onde haja homenagem há uma determinada autoridade, enfim onde houver um contingente de pessoas montam-se estrutura, com seus correligionários, com som excedendo o volume para que a comunidade seja atraída e traída com um churrasco minguado regado a bebida onde poucos conseguem angariar um naco de pão seco.Montam palanques em todos os locais da cidade, e prometem ao microfone resolver todos os problemas de todas as comunidades: água, luz, asfalto, e saúde controlada por um sistema de parceria com entidades fomentadas através de sistemas de conselheiros manipulantes, nos quais muitos acreditam poder transformar o grande “gargalo do ladrão”, onde jorra o dinheiro que nunca se sabe o montante do repasse municipal as estas organizações sociais.Se houver necessidade de uso hospitalar o egrégio representante do legislativo “conseguirá” a internação necessária, mas que será faturado no futuro na conta do paciente: o seu voto de cabresto.
Alguns representantes do legislativo tornam-se executivos com suas próprias construtoras do ramo civil, e fazem um “asfalto casca de ovo” lavado com a primeira chuva após as eleições. Entram em muitas concorrências públicas como empresa idôneas do campo privado, escondendo seus nomes de homens públicos a servir o povo que lhe elegeu, atrás de um “laranja majoritário” verdadeiro testa de ferro que controla todas as operações.
Não há lisura nas obras públicas pela cidade de São Paulo, tanto que muitas obras não possuem indicações de valores das mesmas, somente aparecem o valor quando o montante é elevado, obrigatoriamente licitada em verbas de contratos de grandes empreiteiras, por vezes multinacionais, que precisam de controle dos valores evitando auditoria futuras.São Paulo não sabe como e quanto gasta, e seus planejadores são sempre incapazes de sustentar suas previsões orçamentárias, relegando sempre os impactos sociais, aliás o social é o último quesito a ser colocado em orçamentos das exigências, sendo primeiro levado em consideração a reabilitação urbana controlada por política econômica desta higienização.
Respeitáveis senhores vereadores, deputados e senadores preocupados com as causas básicas do país deveriam se eleger por no máximo duas vezes como já feito nas autênticas democracias, para presidência de república, governadores e prefeitos e que após o tempo estipulado voltem a cuidar de suas empresas privadas, evitando desmandos com aquilo que deve ser controlado pelos verdadeiros donos dos impostos recolhidos: o cidadão.Enfim isso tudo parece raciocínio simplista, e o é, mas o controle por parte do poder político na periferia é real e acontece verdadeiramente.
A população esta a mercê destes “salvadores e controladores” de áreas loteadas entre eles, além de ameaçar com retaliações as comunidades se houver um percalço nos interesses controlados. Apoderam-se das obras públicas e em seus discursos assumem serem o pai, ou mãe daquela obra que obrigatoriamente seria realizada na cidade de São Paulo. São estelionatários, pois assumem as obras vendendo facilidades às contratadas, possuindo uma confraria de benefícios próprios e em nome da imunidade parlamentar, seduzindo a comunidade com ofertas da imundície.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
"CIDADE, O GRANDE MONUMENTO BURGUÊS" - (05): FUTEBOL DE VÁRZEA e o INFORTÚNIO da POLÍTICA PARTIDÁRIA NESTES LOCAIS
APODERAMENTO DA PERIFERIA
Um universo apresenta-se todos os fins de semana na periferia da cidade de São Paulo nas áreas físicas dos campos de futebol varzeano, que de certo modo representa o único local para a prática esportiva na periferia são de grande interesse imobiliário e isto é patente hoje na região sul(retrato também em outras regiões) da periferia que engloba os distritos São Luiz, Jardim Ângela, Campo Limpo e circunvizinhos que são na atualidade os mais atingidos por esta especulação imobiliária. Os espaços físicos que antes eram realizados as pelejas do futebol de várzea estão restritos as áreas que estão sobre o controle da Secretaria Municipal de Esportes, SEME, e que eram denominados Centros Desportivos Municipais, CDM, e que deveriam, desde 1975, serem mantidos pela Prefeitura da Cidade de São Paulo. A partir de 2006 estes espaços receberam nova denominação de Centro Desportivo Comunitário, CDC, vinculado as subprefeituras locais detendo parcela de pequeno investimento nestas únicas áreas lúdicas da cidade de São Paulo.
A única condição de entretenimento na periferia paulistana é o futebol de várzea, embora existam investimentos privados que levam para a periferia outro modelo de outras modalidades esportivas, mas são incipientes.
A várzea congrega uma série de times da região que lutam para ter horário disponível para uso destas áreas que foram diminuindo com a expansão da cidade de São Paulo, pois houve um adensamento populacional nestas regiões com a vinda de indústrias às margens do Rio Pinheiros onde afluiu um contingente muito grande de operários para a região. Estas indústrias formaram todo o processo embrionário da constituição destes times, com formação interna ou representando um bairro paulistano, onde muitas vezes pequenos comerciantes assumiram o patrocínio de times que levavam o nome destes financiadores. Outras vezes ligavam-se a política e mantidos por estes interesses.
Há outra citação a qual gostaríamos de reportar algumas considerações: quanto à violência nos campos de futebol de várzea: a violência e inerente ao modelo ao qual e implantou de exclusão pura e simples da periferia, até como exposto anteriormente, reflete por falta outras opções lúdicas, mas o futebol não é a causa primordial da violência, e os entreveros costumeiros estão ligados a competição que no afã de vencer proporciona uma discussão proveniente da partida e não algo generalizado conflitante entre as partes para proporcionar a violência esportiva. A maior violência é o “apoderamento político” inescrupuloso dos territórios lúdicos, onde estão presentes determinadas estruturas de partidos manipuladores de valores que não fazem parte do universo comunitário, vendem dificuldades junto aos órgãos públicos, os quais são redutos manipulados por um loteamento entre as partes dos gabinetes, emperram todo o processo e somente assumem compromissos em épocas distintas, como nas eleições, ou mandando um representante em épocas natalícias de algum líder comunitário que lhe angariam benefícios num determinado território.
Fora esse infortúnio político, a várzea serve com ponto de encontro entre a comunidade que se relaciona há muito tempo, e evidencia encontros que proporcionam descontração misturada por laços familiares, e muitas vezes irmãos e primos estão em lados opostos se confrontando nas disputas, mas que após as mesmas, será motivo de uma descontração entre as partes.
Existe também um futebol noturno em quadras de futebol society ou futebol de salão que são feitos reunindo uma parcela destes abnegados pelo esporte amador e para manter a forma, pois o preparo físico deve ser mantido para seguir o ritmo domingueiro das disputas e estar entre os melhores do primeiro quadro, embora não seja desmerecimento nenhum fazer parte de outras denominações que enquadram os esportistas veteranos e quem sem dúvida já fez muito pelo esporte amador de sua região.
As últimas novidades da indústria do lazer, não comporta o alto custo de grifes de material esportivo e todo o material é composto do uniforme das cores desta ou daquela vila, é custeado pelos integrantes da agremiação que leva um nome a ser honrado e de “pertencimento”, “ser dali”, “estar ali”, fazer parte com toda a camaradagem de ser um igual, ter um “nome” ligado a um local determinado. As dificuldades em manter-se esta pequena estrutura restringem a aquisição destes uniformes tradicionais onde pais, filhos, netos, e tantas gerações se encontram nas manhãs e tardes dominicais, embora não se exclua os sábados, mas numa intensidade menor.
Os recursos para manter viva esta chama pelo esporte são provenientes de mensalidades quase que simbólicas para pagar a lavadeira, que sempre é integrante da própria comunidade, muitas vezes mãe ou esposa de um dos integrantes da agremiação. É prazeroso ser o festeiro, e assim que se chama aquele que promove um campeonato ou um festival que consome muitas vezes o sábado e o domingo todo. Por vezes se promove uma feijoada ou macarronada para angariar fundo que irá cobrir despesas de alguma aquisição urgente da agremiação do coração. Este trabalho reforça um orçamento baixo da agremiação, onde muitos componentes vivem do trabalho informal, sem trabalho fixo, sem garantias trabalhistas, mas que são especialistas que se orgulham de organizar o futebol de várzea e seu rito bem orquestrado mantido por laboriosos e laboriosas do esporte que fazem isto porque gostam desta confraternização dos finais de semana.
Um universo apresenta-se todos os fins de semana na periferia da cidade de São Paulo nas áreas físicas dos campos de futebol varzeano, que de certo modo representa o único local para a prática esportiva na periferia são de grande interesse imobiliário e isto é patente hoje na região sul(retrato também em outras regiões) da periferia que engloba os distritos São Luiz, Jardim Ângela, Campo Limpo e circunvizinhos que são na atualidade os mais atingidos por esta especulação imobiliária. Os espaços físicos que antes eram realizados as pelejas do futebol de várzea estão restritos as áreas que estão sobre o controle da Secretaria Municipal de Esportes, SEME, e que eram denominados Centros Desportivos Municipais, CDM, e que deveriam, desde 1975, serem mantidos pela Prefeitura da Cidade de São Paulo. A partir de 2006 estes espaços receberam nova denominação de Centro Desportivo Comunitário, CDC, vinculado as subprefeituras locais detendo parcela de pequeno investimento nestas únicas áreas lúdicas da cidade de São Paulo.
A única condição de entretenimento na periferia paulistana é o futebol de várzea, embora existam investimentos privados que levam para a periferia outro modelo de outras modalidades esportivas, mas são incipientes.
A várzea congrega uma série de times da região que lutam para ter horário disponível para uso destas áreas que foram diminuindo com a expansão da cidade de São Paulo, pois houve um adensamento populacional nestas regiões com a vinda de indústrias às margens do Rio Pinheiros onde afluiu um contingente muito grande de operários para a região. Estas indústrias formaram todo o processo embrionário da constituição destes times, com formação interna ou representando um bairro paulistano, onde muitas vezes pequenos comerciantes assumiram o patrocínio de times que levavam o nome destes financiadores. Outras vezes ligavam-se a política e mantidos por estes interesses.
Há outra citação a qual gostaríamos de reportar algumas considerações: quanto à violência nos campos de futebol de várzea: a violência e inerente ao modelo ao qual e implantou de exclusão pura e simples da periferia, até como exposto anteriormente, reflete por falta outras opções lúdicas, mas o futebol não é a causa primordial da violência, e os entreveros costumeiros estão ligados a competição que no afã de vencer proporciona uma discussão proveniente da partida e não algo generalizado conflitante entre as partes para proporcionar a violência esportiva. A maior violência é o “apoderamento político” inescrupuloso dos territórios lúdicos, onde estão presentes determinadas estruturas de partidos manipuladores de valores que não fazem parte do universo comunitário, vendem dificuldades junto aos órgãos públicos, os quais são redutos manipulados por um loteamento entre as partes dos gabinetes, emperram todo o processo e somente assumem compromissos em épocas distintas, como nas eleições, ou mandando um representante em épocas natalícias de algum líder comunitário que lhe angariam benefícios num determinado território.
Fora esse infortúnio político, a várzea serve com ponto de encontro entre a comunidade que se relaciona há muito tempo, e evidencia encontros que proporcionam descontração misturada por laços familiares, e muitas vezes irmãos e primos estão em lados opostos se confrontando nas disputas, mas que após as mesmas, será motivo de uma descontração entre as partes.
Existe também um futebol noturno em quadras de futebol society ou futebol de salão que são feitos reunindo uma parcela destes abnegados pelo esporte amador e para manter a forma, pois o preparo físico deve ser mantido para seguir o ritmo domingueiro das disputas e estar entre os melhores do primeiro quadro, embora não seja desmerecimento nenhum fazer parte de outras denominações que enquadram os esportistas veteranos e quem sem dúvida já fez muito pelo esporte amador de sua região.
As últimas novidades da indústria do lazer, não comporta o alto custo de grifes de material esportivo e todo o material é composto do uniforme das cores desta ou daquela vila, é custeado pelos integrantes da agremiação que leva um nome a ser honrado e de “pertencimento”, “ser dali”, “estar ali”, fazer parte com toda a camaradagem de ser um igual, ter um “nome” ligado a um local determinado. As dificuldades em manter-se esta pequena estrutura restringem a aquisição destes uniformes tradicionais onde pais, filhos, netos, e tantas gerações se encontram nas manhãs e tardes dominicais, embora não se exclua os sábados, mas numa intensidade menor.
Os recursos para manter viva esta chama pelo esporte são provenientes de mensalidades quase que simbólicas para pagar a lavadeira, que sempre é integrante da própria comunidade, muitas vezes mãe ou esposa de um dos integrantes da agremiação. É prazeroso ser o festeiro, e assim que se chama aquele que promove um campeonato ou um festival que consome muitas vezes o sábado e o domingo todo. Por vezes se promove uma feijoada ou macarronada para angariar fundo que irá cobrir despesas de alguma aquisição urgente da agremiação do coração. Este trabalho reforça um orçamento baixo da agremiação, onde muitos componentes vivem do trabalho informal, sem trabalho fixo, sem garantias trabalhistas, mas que são especialistas que se orgulham de organizar o futebol de várzea e seu rito bem orquestrado mantido por laboriosos e laboriosas do esporte que fazem isto porque gostam desta confraternização dos finais de semana.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
"CIDADE, O GRANDE MONUMENTO BURGUÊS"-(04)
Gentrificação[1] Urbana na Cidade de São Paulo
A mudança das características de uma localidade estritamente residencial operária para uma área estimulada pela transformação destes bairros valorizando-se pela expansão urbanística intitula-se “gentrificação”.
O resultado é valorização econômica de imóveis novos que terão valores elevados associados ao maior poder aquisitivo dos “neoproprietários” resultando também maiores impostos agregados a estas propriedades. Localidades dentro de um círculo de interesse imobiliário serão incorporadas após o deslocamento de antigas propriedades para outras áreas menos valorizadas. Pelo novo ordenamento local, faz com que estas áreas valorizem-se por edificações de alto padrão, resultando uma transformação do bairro anteriormente fabril assumindo o modelo de serviços.
Na “gentrificação” há incentivos por parte dos governos municipais interessados nos subsídios resultantes desta transformação, direcionando uma infra-estrutura maior, valorizando o local com saneamento básico, parques e edifícios culturais, além de estimulam garantias de segurança para reduzir taxas de criminalidade local, valorizando os imóveis em áreas anteriormente desprovidas destes recursos.
Na “gentrificação” há incentivos por parte dos governos municipais interessados nos subsídios resultantes desta transformação, direcionando uma infra-estrutura maior, valorizando o local com saneamento básico, parques e edifícios culturais, além de estimulam garantias de segurança para reduzir taxas de criminalidade local, valorizando os imóveis em áreas anteriormente desprovidas destes recursos.
Com o novo modelo aplicado resultará uma dispersão das comunidades locais, um êxodo dos antigos moradores, incentivados a vender suas antigas propriedades, onde o solo é o maior interesse desta expansão, nunca a moradia, deslocando-os para bairros distantes, findando um ciclo de relações sociais locais anteriores. Esse processo começa timidamente em determinada localidade em uma região, até incorporá-la inteiramente, transformando gradativamente o local anterior de periferia da cidade alterando toda característica original, transformada em novo modelo instituído pelos interesses econômicos.
A reorganização urbana compreende uma interferência na concepção do espaço, com edifícios públicos e privados com uma arquitetura racionalista, concebida por estruturas de ferro, alumínio, vidraças temperadas, além do uso excessivo de concreto armado, agilizado pelos pré-moldados, dando à construção nova concepção em estruturas, cada vez mais altas na verticalização, que substituem as antigas construções horizontais simples ou sobrados de dois andares, ou pequenos prédios que não excediam a seis andares respeitando o zoneamento local, alterado para a nova disposição local.
A demonstração do poder na cidade é demonstrada pela recuperação e revitalização deste novo lugar de controle com outra concepção imobiliária. São Paulo possui uma dinâmica exigente de interesses puramente econômicos sem respeito à história local, e com vergonha de seu passado colonial, ousa destruí-lo!
[1] A palavra gentrificação, deriva de uma antiga referência francesa proveniente de “genterise”, variante de outro termo “gentilise”, que significa “nobreza pequena” ou “nobre de nascimento”. Termo cunhado por Ruth Glass em 1964.
[1] A palavra gentrificação, deriva de uma antiga referência francesa proveniente de “genterise”, variante de outro termo “gentilise”, que significa “nobreza pequena” ou “nobre de nascimento”. Termo cunhado por Ruth Glass em 1964.
As fotos representam a "gentrificação" que vem ocorendo no extremo sul de São Paulo, região de Santo Amaro.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
"CIDADE, O GRANDE MONUMENTO BURGUÊS"-(03)
Haussmannização[1] da Cidade de São Paulo
De repente a região do extremo sul vem sofrendo uma descaracterização, causando descontentamento geral na população que foi responsável pelo início de ocupação em Santo Amaro, Brooklin, Campo Belo, Moema, ultrapassando divisas do distrito. Numa primeira etapa a ação é realizar a expropriação dos domicílios que estão no caminho da renovação da cidade, além de demolirem edifícios através de “apoderamento da cidade” como um todo, por parte do poder público, desvalorizando as moradias que devem ser pagas com preços definidos pelo valor venal do imóvel. Na carta de desapropriação há um lacônico “senhores ocupantes” sem o mínimo respeito a todos que foram responsáveis pelo crescimento da cidade. O comunicado da empresa é direcionado para as famílias com cartas de aviso semelhantes às usadas na segunda guerra mundial quando das perdas irreparáveis de vidas humanas, pois não há volta.
Estas mudanças repentinas por parte do poder definidas como direito de ocupação do solo em detrimento de moradores antigos, possuidores de um “pertencimento local” é o modelo mais agressivo aplicado para a modernização da Cidade de São Paulo, desrespeitando uma cultura existente adquirida por um corpo social de pessoas que não possuem condições de exigir outra moradia semelhante àquela que a lei faculta como interesse público, aonde, a mesma lei, não fornece amparo do questionamento por parte do proprietário. A expansão do sistema ferroviário local, que se denomina metrô, está sendo realizado no mesmo traçado onde já houve no final do século dezenove uma ferrovia idealizada por santamarenses com dezenove quilômetros de linha férrea ligando o bairro da Liberdade à Cidade de Santo Amaro, hoje bairro, ou seja, um atraso do plano diretor de no mínimo um século! Neste contexto vemos também o setor imobiliário ávido em apoderar-se da cidade dirigindo intenções expansionistas nestas áreas, atingindo o que antes foi o periférico da mesma. Moradias de alto padrão serão ofertadas a um número seleto de alto poder econômico. Há interesse nos planos de expansão destes edifícios, não em moradias populares, que possui um déficit alto, por deficiência administrativa dos três poderes, sem exceção. O ônus disto é banir a população local, pois o esquema do planejamento urbanístico da cidade já vem sendo articulado a muito tempo para o bairro de Santo Amaro ficar "bonito" para as elites do poder, o cartão de visitas!
A tríade de artérias radiais, “obras de saneamento”, “parques” e “edifícios públicos” produz um modelo de segregação espacial criando a barreira entre centro e periferia. A reconstrução urbana representa o domínio sobre o entorno, com interesse puramente econômico favorecendo corretores imobiliários e financeiras.
Os (ir)responsáveis são todos aqueles governantes, do passado e atuais, que não são tão atuais assim pois “governam”seus interesses a décadas, nunca idealizaram um plano para dirigir o crescimento da capital paulista, uma das maiores cidades do mundo, com o atual domínio do neoliberalismo da globalização interferindo no modelo das cidades para receberem várias modalidades de Jogos Mundiais!
[1] Barão Georges-Eugène Haussmann (1809-1891), foi nomeado prefeito Ministro de obras públicas e planejador chefe por Napoleão III. Remodelou Paris, cuidando do planejamento de uma nova cidade, com parques parisienses e vários edifícios públicos. Remodelou o sistema de distribuição de água e criou a grande rede de esgotos, quando em 1861 iniciou a instalação dos esgotos entre La Villette e Les Halles, supervisionada pelo engenheiro Belgrand. O Barão de Haussmann demoliu a cidade medieval e criou uma capital geométrica de avenidas e bulevares. O plano criado para o centro da cidade previa a reformulação da área em um dos extremos dos Campos Elíseos. Haussmann criou uma estrela de 12 avenidas amplas em volta do Arco do Triunfo, onde grandes mansões foram erguidas entre 1860 e 1868. Haussmann foi subprefeito em Nérac em 1830, prefeito do Sena de 1853 a 1870, senador em 1870, deputado em 1877. As despesas decorrentes de todas as suas obras provocaram sua demissão em 1870, devido aos protestos pelo alto custo da empreitada de modernização, acima do previsto em orçamento pelo governo francês.
De repente a região do extremo sul vem sofrendo uma descaracterização, causando descontentamento geral na população que foi responsável pelo início de ocupação em Santo Amaro, Brooklin, Campo Belo, Moema, ultrapassando divisas do distrito. Numa primeira etapa a ação é realizar a expropriação dos domicílios que estão no caminho da renovação da cidade, além de demolirem edifícios através de “apoderamento da cidade” como um todo, por parte do poder público, desvalorizando as moradias que devem ser pagas com preços definidos pelo valor venal do imóvel. Na carta de desapropriação há um lacônico “senhores ocupantes” sem o mínimo respeito a todos que foram responsáveis pelo crescimento da cidade. O comunicado da empresa é direcionado para as famílias com cartas de aviso semelhantes às usadas na segunda guerra mundial quando das perdas irreparáveis de vidas humanas, pois não há volta.
Estas mudanças repentinas por parte do poder definidas como direito de ocupação do solo em detrimento de moradores antigos, possuidores de um “pertencimento local” é o modelo mais agressivo aplicado para a modernização da Cidade de São Paulo, desrespeitando uma cultura existente adquirida por um corpo social de pessoas que não possuem condições de exigir outra moradia semelhante àquela que a lei faculta como interesse público, aonde, a mesma lei, não fornece amparo do questionamento por parte do proprietário. A expansão do sistema ferroviário local, que se denomina metrô, está sendo realizado no mesmo traçado onde já houve no final do século dezenove uma ferrovia idealizada por santamarenses com dezenove quilômetros de linha férrea ligando o bairro da Liberdade à Cidade de Santo Amaro, hoje bairro, ou seja, um atraso do plano diretor de no mínimo um século! Neste contexto vemos também o setor imobiliário ávido em apoderar-se da cidade dirigindo intenções expansionistas nestas áreas, atingindo o que antes foi o periférico da mesma. Moradias de alto padrão serão ofertadas a um número seleto de alto poder econômico. Há interesse nos planos de expansão destes edifícios, não em moradias populares, que possui um déficit alto, por deficiência administrativa dos três poderes, sem exceção. O ônus disto é banir a população local, pois o esquema do planejamento urbanístico da cidade já vem sendo articulado a muito tempo para o bairro de Santo Amaro ficar "bonito" para as elites do poder, o cartão de visitas!
A tríade de artérias radiais, “obras de saneamento”, “parques” e “edifícios públicos” produz um modelo de segregação espacial criando a barreira entre centro e periferia. A reconstrução urbana representa o domínio sobre o entorno, com interesse puramente econômico favorecendo corretores imobiliários e financeiras.
Os (ir)responsáveis são todos aqueles governantes, do passado e atuais, que não são tão atuais assim pois “governam”seus interesses a décadas, nunca idealizaram um plano para dirigir o crescimento da capital paulista, uma das maiores cidades do mundo, com o atual domínio do neoliberalismo da globalização interferindo no modelo das cidades para receberem várias modalidades de Jogos Mundiais!
[1] Barão Georges-Eugène Haussmann (1809-1891), foi nomeado prefeito Ministro de obras públicas e planejador chefe por Napoleão III. Remodelou Paris, cuidando do planejamento de uma nova cidade, com parques parisienses e vários edifícios públicos. Remodelou o sistema de distribuição de água e criou a grande rede de esgotos, quando em 1861 iniciou a instalação dos esgotos entre La Villette e Les Halles, supervisionada pelo engenheiro Belgrand. O Barão de Haussmann demoliu a cidade medieval e criou uma capital geométrica de avenidas e bulevares. O plano criado para o centro da cidade previa a reformulação da área em um dos extremos dos Campos Elíseos. Haussmann criou uma estrela de 12 avenidas amplas em volta do Arco do Triunfo, onde grandes mansões foram erguidas entre 1860 e 1868. Haussmann foi subprefeito em Nérac em 1830, prefeito do Sena de 1853 a 1870, senador em 1870, deputado em 1877. As despesas decorrentes de todas as suas obras provocaram sua demissão em 1870, devido aos protestos pelo alto custo da empreitada de modernização, acima do previsto em orçamento pelo governo francês.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
"CIDADE, O GRANDE MONUMENTO BURGUÊS"-(02)
URBANO E CIDADE: DECISÕES POLÍTICAS DE GABINETES
A urbe representa o conjunto de toda estrutura física determinada pelos edifícios públicos, praças, mercados, pontes, templos além dos sistemas de saneamento e de abastecimento de água, vital para a vida num todo e que sustenta a cidade com seus domicílios.
A cidade difere da urbe porque possui um corpo vivo formado por administradores e cidadãos livres, com direitos de locomoção pelos setores urbanos. A cidade é o organismo vivo de tudo o que se refere ao urbano e “somente o cidadão faz a cidade” (Rousseau).
O cidadão não é apenas o indivíduo que deve ser focado pelo poder como eleitor ou contribuinte, mas possuidor do supremo direito para determinar a construção urbana em beneficio da cidade. O cidadão pode fazer valer direitos regulares dos benefícios do urbano, não devendo ser unicamente subordinado às vontades do Estado, este sim, deve ser submetido ao controle do cidadão, devendo impedir ações dos maus administradores que dirigem a cidade de seus gabinetes.
O povo que somente deposita o sufrágio da escolha democrática como único direito político de escolher seus representantes pode ser considerado unicamente parte de uma massa alienada, vendida por preço irrisório o seu direito, valendo assim menos do que lhe pagam os escroques políticos.
A política implica participação em prol da cidade pelo cidadão pleno, em assembléias, formando a constituição de um corpo decisório em conselhos atuantes com direito a expressão com racionalidade voltada a comunidade em decisões democráticas.
Sem esta participação nas decisões nas esferas econômicas e política da urbe, não haverá transformação, porque tudo que for feito será tão efêmero quanto o tempo que existir determinado modelo de governo. Deve-se requerer, dos representantes públicos, fatos concretos de transformação na cidade com participação do cidadão, fazendo-os sujeitos ativos e não simplesmente objetos passivos que não reivindicam transformações reais, ficando nas superfícies do problema sem definir soluções.
Participação verdadeira remete a não admitir privilégios, migalhas oferecidas pelos correligionários de partidos políticos, para aceitar-se plenárias viciadas, com decisões fechadas por administradores burocráticos de gabinetes dos governantes do Estado.
O dia que todos se considerarem “civitas” de plena participação na “urbe”, far-se-á o direito do cidadão com pertencimento concreto de transformação.
A urbe representa o conjunto de toda estrutura física determinada pelos edifícios públicos, praças, mercados, pontes, templos além dos sistemas de saneamento e de abastecimento de água, vital para a vida num todo e que sustenta a cidade com seus domicílios.
A cidade difere da urbe porque possui um corpo vivo formado por administradores e cidadãos livres, com direitos de locomoção pelos setores urbanos. A cidade é o organismo vivo de tudo o que se refere ao urbano e “somente o cidadão faz a cidade” (Rousseau).
O cidadão não é apenas o indivíduo que deve ser focado pelo poder como eleitor ou contribuinte, mas possuidor do supremo direito para determinar a construção urbana em beneficio da cidade. O cidadão pode fazer valer direitos regulares dos benefícios do urbano, não devendo ser unicamente subordinado às vontades do Estado, este sim, deve ser submetido ao controle do cidadão, devendo impedir ações dos maus administradores que dirigem a cidade de seus gabinetes.
O povo que somente deposita o sufrágio da escolha democrática como único direito político de escolher seus representantes pode ser considerado unicamente parte de uma massa alienada, vendida por preço irrisório o seu direito, valendo assim menos do que lhe pagam os escroques políticos.
A política implica participação em prol da cidade pelo cidadão pleno, em assembléias, formando a constituição de um corpo decisório em conselhos atuantes com direito a expressão com racionalidade voltada a comunidade em decisões democráticas.
Sem esta participação nas decisões nas esferas econômicas e política da urbe, não haverá transformação, porque tudo que for feito será tão efêmero quanto o tempo que existir determinado modelo de governo. Deve-se requerer, dos representantes públicos, fatos concretos de transformação na cidade com participação do cidadão, fazendo-os sujeitos ativos e não simplesmente objetos passivos que não reivindicam transformações reais, ficando nas superfícies do problema sem definir soluções.
Participação verdadeira remete a não admitir privilégios, migalhas oferecidas pelos correligionários de partidos políticos, para aceitar-se plenárias viciadas, com decisões fechadas por administradores burocráticos de gabinetes dos governantes do Estado.
O dia que todos se considerarem “civitas” de plena participação na “urbe”, far-se-á o direito do cidadão com pertencimento concreto de transformação.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
"CIDADE, O GRANDE MONUMENTO BURGUÊS"-(01)
(ou) "MASSA DE ZUMBIS"
Na primeira fase do processo de produção ao longo da história, houve necessidade de controlar a mão de obra disponível, havendo uma massa dos “sem trabalho”. Muito antes da revolução industrial na Inglaterra, já em 1740, elaborou-se o controle sobre a massa miserável em Londres, criando o auxílio à pobreza, fornecendo aos pobres uma pensão, onde cada pessoa sem recursos era marcada com um “P” vermelho costurado à roupa, que quando morriam era trambém estampado no documento de óbito o mesmo famigerado “P”, de “pauper” com referência não a sua pobreza, mas, muito mais degradante, seu estado de indigente!
O processo de transformação da Inglaterra rural para o industrial era firmemente controlado pela classe sempre presente e comercialmente ativa, dos proprietários de terra . O modelo “eficaz” era empurrar as massas aos focos industriais insipientes mas em ascensão, criando os guetos, dando origem as cidades industriais ávidas de mão de obra barata. Esta massa, constantemente difamada é acusada de fomentar a prostituição e o alcoolismo e degradá-la competia à classe dominante burguesa dando um estereotipo que se tornou rótulo do proletário para melhor controlá-lo: bêbados.
Londres em 1820 possuía 1.250.000 habitante, crescendo vertiginosamente com a centralização do poder industrial, considerada suja, fedorenta e ruidosa, onde os detritos, por falta de saneamento, eram despejados no Tamisa. (Paralelo faz-se necessário ao rio Pinheiros afluente do Tietê onde os dejetos são despejados a 50 m3/segundo,sendo tratados apenas 13 m3/segundo, verdadeira fossa a céu aberto, em nome do progresso).
Em 1851 a burguesia inglesa vendo a necessidade de ampliar sua produção elabora “The Condition of England Question” que define a concepção de progresso dando inicio a Great Exhibition, inaugurando a propaganda da indústria e o falso progresso material de todos habitantes do grande centro londrino[1].
AS COLMEIAS AGITADAS, (Vitor Hugo) uma massa disforme estavam amontoadas em torno das fábricas para delas tirarem seu sustento e alienar sua força de trabalho. Esta massa era engrossada, sendo rotuladas de homens vadios e mendigos, vivendo do auxílio público das Workhouses,( repartições semelhante as controladas por sistemas sindicais no Brasil, que à época foram apelidadas pelo povo de Bastilhas, pelo rigor do controle).
Adaptar o homem aos meios de produção, em nome da nova ordem econômica e de participação na sociedade inglesa (e francesa também), eram feitos com os albergados , resíduos de uma mão de obra sem mérito. Os pobres sem residência vagueavam pelas cidades industriais da Inglaterra e França como verdadeiros miseráveis. Esta massa podia a qualquer momento conturbar a ordem vigente, pois não tinham o que perder que não fosse sua própria vida, contribuir e constituir as condições ideais para proporcionar a revolução podendo irromper a qualquer instante um processo de descontentamento social, assim era necessário haver controle sobre o seu movimento na cidade.
A cidade sendo maior símbolo do vício, arranca(va) do homem a lógica da natureza, sendo depositória de gente faminta, que se alimenta do paternalismo do Estado.
A riqueza produzida pelas industrias proporcionava o afluxo de uma estrutura financeira e imobiliária dos quais surgem os “rentier”, homens que vivem de rendas. Enfim a cidade abarca toda uma gama de interesses: o pólo industrial, o comercial, portos, armazéns, o centro religioso, o capital. A CIDADE É O GRANDE MONUMENTO BURGUÊS!
“A multidão inabarcável onde ninguém se desvenda todo para o outro e onde ninguém é para o outro inteiramente impenetrável” Walter Benjamin
Uma "massa isolada da nação" em movimento a cogitar uma invasão. “A que preços compramos as vantagens da vida social; a quantos milhares de indivíduos o mais simples de nossos deleites custa cotidianamente a vida?”.Esta é uma pergunta do médico Lachaise que se vê na obrigação de analisar as condições do operariado e o saneamento que prolifera a imundice que resultara em doenças crônicas.[2] O estereótipo constituído para a massa que participa com a sua vida que lhe é de direito fornece a prole necessária do continuísmo, fornecendo a mão de obra futura que para sustentar o "progresso" com elevado custo humano com o exercito de reserva. Deste modo ira proporcionar medidas de controle e instituir modelos de produção e métodos de estudos econômicos e de produção de Fayol, Ricardo, Adam Smith e outros, que sempre idealizaram a melhoria de produção. A melhoria de condições do operário, aquele que opera determinada estrutura ,uma máquina que sustentará o sistema de bens de produção: fábricas de tecidos, fundições, usinas de açúcar, é relegado a um plano inferior sem participação nos rendimentos, pois adaptar o homem a máquina torna-se necessário e dela fazendo parte para efeito produtivo.
Assim há o continuismo daa metodologia de produção e seus efeitos, produzindo sempre uma “massa de zumbis” a perambular pelas cidades, em crise de valores.
[1]Foi instituído em "Pindorama" um projeto que incentiva o crescimento denominado Programa de Aceleração do Crescimento, que parece não existir um capitulo de inserção da classe operária.
[2] O mesmo pode observar nas periferias de são Paulo onde a rede pública são depósitos de um contingente doentio sem direito a uma consulta digna que possa tratar-se de modo a reverter seu quadro clinico.O "rémedios"são placebos inócuos às doenças tendo uma padronização em todo o município. Deste modo o médico finge curar e o paciente, que por sua vez, aceita sua condição de “doente”e finge ser curado na unidade básica de saúde onde o "Programa de Saúde da Família" é um rótulo disponibilizado em consultas resumidas a controle de pressão e um estetoscópio, além de ser um simples dado estatístico para preenchimento de planilhas!
Na primeira fase do processo de produção ao longo da história, houve necessidade de controlar a mão de obra disponível, havendo uma massa dos “sem trabalho”. Muito antes da revolução industrial na Inglaterra, já em 1740, elaborou-se o controle sobre a massa miserável em Londres, criando o auxílio à pobreza, fornecendo aos pobres uma pensão, onde cada pessoa sem recursos era marcada com um “P” vermelho costurado à roupa, que quando morriam era trambém estampado no documento de óbito o mesmo famigerado “P”, de “pauper” com referência não a sua pobreza, mas, muito mais degradante, seu estado de indigente!
O processo de transformação da Inglaterra rural para o industrial era firmemente controlado pela classe sempre presente e comercialmente ativa, dos proprietários de terra . O modelo “eficaz” era empurrar as massas aos focos industriais insipientes mas em ascensão, criando os guetos, dando origem as cidades industriais ávidas de mão de obra barata. Esta massa, constantemente difamada é acusada de fomentar a prostituição e o alcoolismo e degradá-la competia à classe dominante burguesa dando um estereotipo que se tornou rótulo do proletário para melhor controlá-lo: bêbados.
Londres em 1820 possuía 1.250.000 habitante, crescendo vertiginosamente com a centralização do poder industrial, considerada suja, fedorenta e ruidosa, onde os detritos, por falta de saneamento, eram despejados no Tamisa. (Paralelo faz-se necessário ao rio Pinheiros afluente do Tietê onde os dejetos são despejados a 50 m3/segundo,sendo tratados apenas 13 m3/segundo, verdadeira fossa a céu aberto, em nome do progresso).
Em 1851 a burguesia inglesa vendo a necessidade de ampliar sua produção elabora “The Condition of England Question” que define a concepção de progresso dando inicio a Great Exhibition, inaugurando a propaganda da indústria e o falso progresso material de todos habitantes do grande centro londrino[1].
AS COLMEIAS AGITADAS, (Vitor Hugo) uma massa disforme estavam amontoadas em torno das fábricas para delas tirarem seu sustento e alienar sua força de trabalho. Esta massa era engrossada, sendo rotuladas de homens vadios e mendigos, vivendo do auxílio público das Workhouses,( repartições semelhante as controladas por sistemas sindicais no Brasil, que à época foram apelidadas pelo povo de Bastilhas, pelo rigor do controle).
Adaptar o homem aos meios de produção, em nome da nova ordem econômica e de participação na sociedade inglesa (e francesa também), eram feitos com os albergados , resíduos de uma mão de obra sem mérito. Os pobres sem residência vagueavam pelas cidades industriais da Inglaterra e França como verdadeiros miseráveis. Esta massa podia a qualquer momento conturbar a ordem vigente, pois não tinham o que perder que não fosse sua própria vida, contribuir e constituir as condições ideais para proporcionar a revolução podendo irromper a qualquer instante um processo de descontentamento social, assim era necessário haver controle sobre o seu movimento na cidade.
A cidade sendo maior símbolo do vício, arranca(va) do homem a lógica da natureza, sendo depositória de gente faminta, que se alimenta do paternalismo do Estado.
A riqueza produzida pelas industrias proporcionava o afluxo de uma estrutura financeira e imobiliária dos quais surgem os “rentier”, homens que vivem de rendas. Enfim a cidade abarca toda uma gama de interesses: o pólo industrial, o comercial, portos, armazéns, o centro religioso, o capital. A CIDADE É O GRANDE MONUMENTO BURGUÊS!
“A multidão inabarcável onde ninguém se desvenda todo para o outro e onde ninguém é para o outro inteiramente impenetrável” Walter Benjamin
Uma "massa isolada da nação" em movimento a cogitar uma invasão. “A que preços compramos as vantagens da vida social; a quantos milhares de indivíduos o mais simples de nossos deleites custa cotidianamente a vida?”.Esta é uma pergunta do médico Lachaise que se vê na obrigação de analisar as condições do operariado e o saneamento que prolifera a imundice que resultara em doenças crônicas.[2] O estereótipo constituído para a massa que participa com a sua vida que lhe é de direito fornece a prole necessária do continuísmo, fornecendo a mão de obra futura que para sustentar o "progresso" com elevado custo humano com o exercito de reserva. Deste modo ira proporcionar medidas de controle e instituir modelos de produção e métodos de estudos econômicos e de produção de Fayol, Ricardo, Adam Smith e outros, que sempre idealizaram a melhoria de produção. A melhoria de condições do operário, aquele que opera determinada estrutura ,uma máquina que sustentará o sistema de bens de produção: fábricas de tecidos, fundições, usinas de açúcar, é relegado a um plano inferior sem participação nos rendimentos, pois adaptar o homem a máquina torna-se necessário e dela fazendo parte para efeito produtivo.
Assim há o continuismo daa metodologia de produção e seus efeitos, produzindo sempre uma “massa de zumbis” a perambular pelas cidades, em crise de valores.
[1]Foi instituído em "Pindorama" um projeto que incentiva o crescimento denominado Programa de Aceleração do Crescimento, que parece não existir um capitulo de inserção da classe operária.
[2] O mesmo pode observar nas periferias de são Paulo onde a rede pública são depósitos de um contingente doentio sem direito a uma consulta digna que possa tratar-se de modo a reverter seu quadro clinico.O "rémedios"são placebos inócuos às doenças tendo uma padronização em todo o município. Deste modo o médico finge curar e o paciente, que por sua vez, aceita sua condição de “doente”e finge ser curado na unidade básica de saúde onde o "Programa de Saúde da Família" é um rótulo disponibilizado em consultas resumidas a controle de pressão e um estetoscópio, além de ser um simples dado estatístico para preenchimento de planilhas!
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
O LOBBY DA TERRA E AS MULTINACIONAIS
Sub-título: LIMPANDO O PAÍS
Tenta-se, a todo custo, tampar o sol com a peneira, desviam a atenção dos grandes centros com uma falsa reforma agrária que vive do movimento alimentando mentiras. O Brasil faz parte de sesmarias pertencentes aos homens controladores da nação, financiados por recursos internacionais.
Desviar a atenção da opinião pública faz parte do “show” e dos interesses dos países ricos, com rédeas empresariais colonialistas nos países emergentes. Devastaram suas próprias terras, envenenaram seus rios, desmataram suas florestas, e depois de tudo quanto usufruíram e nada mais possuindo para explorar, os “Grandes”, os G-8, curiosamente localizados no hemisfério norte, voltaram suas garras ao hemisfério sul, onde se concentram as maiores reservas de riquezas do planeta.
Interesses “lobbystas” são maiores do que o bem estar do cidadão, onde a mídia, formadora de opiniões, adentra de maneira sutil e sorrateira nos lares em horário nobre global, falando de um crescimento sem agregar valores à produção, denominando isso desenvolvimento nacional.
O Brasil possui outras fontes alternativas energéticas que foram desenvolvidas por abnegados cientistas que conseguiram provar a eficiência de fontes renováveis provenientes de cultura vegetal, onde o álcool foi o mais difundido e até financiou equipe automobilística com o Pró-Álcool, mas que sucumbiu a outros interesses que não aos do país. Ficamos a mercê dos maiores fornecedores de petróleo do Oriente Médio, de terras estéreis, bancos de areia escaldantes, não cultiváveis, mas que no fundo escondem-se reservas incalculáveis de petróleo oriundas de fosseis depositados em milhões de anos onde devastaram florestas pelo único agente responsável disso tudo: o homem.
Agora os grandes sistemas financeiros especulam em locais recônditos, nas florestas a procura de novas riquezas onde os desmandos de fronteiras são portas abertas á pirataria de terras a perder de vista, adquiridas por testas de ferro brasileiras, comprovação do sul ao norte do país.
Criadores de gado controlam uma manada de mais de 200 milhões de cabeças, que pastam livremente a emitir toneladas de metano pela respiração e defecação, esmagam fontes cristalinas de nascentes de água formadoras de rios á procura de pastagem para fomentar a indústria fornecedora da mais requintada carne para exportação. Há na Amazônia fazendas, criadores de bezerros fornecedoras do baby-beef para exportação, onde as proprietárias são montadoras de veículos, diversificando bens e os seus seguimentos produtivos. Não importa o custo, mas o lucro gerado que advenha disto, pois até o couro fornecido passa por rigoroso controle de qualidade para fazer parte da forração de seleta classe de veículos especiais.
Quanto ao aço de produção está sendo construída no território a maior siderurgia denominada “Companhia Siderúrgica Atlântico”, no Estado da Pará, que fornecerá para a multinacional Thyssen Krupp, de bandeira alemã. O impacto já está acontecendo com a remoção dos autóctones locais, o maior obstáculo a ser transposto, além de mantê-los silenciados!
Quem deveria ser responsável pela sucata dos veículos antigos a não ser aquele que o produziu e se beneficiou com o lucro do mesmo. As montadoras devem ser os responsáveis de tudo que faça parte de um veículo!
Nossa “tecnologia” tende a uma obsolescência rapidamente, pois o veículo do futuro será movido a hidrogênio, abundante na natureza.
No Brasil requer-se necessariamente uma lei, então legisladores façam o mínimo necessário legislando pela causa, e, para quem produzir destine função ao invólucro, façam cumprir, sem, medo do lobby das montadoras! Pelo menos que limpem a sujeira criada, pois limpando o país já estão fazendo faz tempo, em nome do liberalismo multinacional!
Tenta-se, a todo custo, tampar o sol com a peneira, desviam a atenção dos grandes centros com uma falsa reforma agrária que vive do movimento alimentando mentiras. O Brasil faz parte de sesmarias pertencentes aos homens controladores da nação, financiados por recursos internacionais.
Desviar a atenção da opinião pública faz parte do “show” e dos interesses dos países ricos, com rédeas empresariais colonialistas nos países emergentes. Devastaram suas próprias terras, envenenaram seus rios, desmataram suas florestas, e depois de tudo quanto usufruíram e nada mais possuindo para explorar, os “Grandes”, os G-8, curiosamente localizados no hemisfério norte, voltaram suas garras ao hemisfério sul, onde se concentram as maiores reservas de riquezas do planeta.
Interesses “lobbystas” são maiores do que o bem estar do cidadão, onde a mídia, formadora de opiniões, adentra de maneira sutil e sorrateira nos lares em horário nobre global, falando de um crescimento sem agregar valores à produção, denominando isso desenvolvimento nacional.
O Brasil possui outras fontes alternativas energéticas que foram desenvolvidas por abnegados cientistas que conseguiram provar a eficiência de fontes renováveis provenientes de cultura vegetal, onde o álcool foi o mais difundido e até financiou equipe automobilística com o Pró-Álcool, mas que sucumbiu a outros interesses que não aos do país. Ficamos a mercê dos maiores fornecedores de petróleo do Oriente Médio, de terras estéreis, bancos de areia escaldantes, não cultiváveis, mas que no fundo escondem-se reservas incalculáveis de petróleo oriundas de fosseis depositados em milhões de anos onde devastaram florestas pelo único agente responsável disso tudo: o homem.
Agora os grandes sistemas financeiros especulam em locais recônditos, nas florestas a procura de novas riquezas onde os desmandos de fronteiras são portas abertas á pirataria de terras a perder de vista, adquiridas por testas de ferro brasileiras, comprovação do sul ao norte do país.
Criadores de gado controlam uma manada de mais de 200 milhões de cabeças, que pastam livremente a emitir toneladas de metano pela respiração e defecação, esmagam fontes cristalinas de nascentes de água formadoras de rios á procura de pastagem para fomentar a indústria fornecedora da mais requintada carne para exportação. Há na Amazônia fazendas, criadores de bezerros fornecedoras do baby-beef para exportação, onde as proprietárias são montadoras de veículos, diversificando bens e os seus seguimentos produtivos. Não importa o custo, mas o lucro gerado que advenha disto, pois até o couro fornecido passa por rigoroso controle de qualidade para fazer parte da forração de seleta classe de veículos especiais.
Quanto ao aço de produção está sendo construída no território a maior siderurgia denominada “Companhia Siderúrgica Atlântico”, no Estado da Pará, que fornecerá para a multinacional Thyssen Krupp, de bandeira alemã. O impacto já está acontecendo com a remoção dos autóctones locais, o maior obstáculo a ser transposto, além de mantê-los silenciados!
Quem deveria ser responsável pela sucata dos veículos antigos a não ser aquele que o produziu e se beneficiou com o lucro do mesmo. As montadoras devem ser os responsáveis de tudo que faça parte de um veículo!
Nossa “tecnologia” tende a uma obsolescência rapidamente, pois o veículo do futuro será movido a hidrogênio, abundante na natureza.
No Brasil requer-se necessariamente uma lei, então legisladores façam o mínimo necessário legislando pela causa, e, para quem produzir destine função ao invólucro, façam cumprir, sem, medo do lobby das montadoras! Pelo menos que limpem a sujeira criada, pois limpando o país já estão fazendo faz tempo, em nome do liberalismo multinacional!
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
O ESTADO DE LETARGIA
Cultura
A palavra cultura esta relacionada com ao lavrar a terra. Esta extensão passou também para uma pessoa com cultura ser alguém que trabalhou bastante em si mesma, foi cultivada, adquirindo conhecimento em seu intelecto. Compõe-se dos trabalhos e as atividades intelectuais, especialmente as artes: pintura, música, literatura, escultura, livros. Não só compreende o exposto, mas também as diversas manifestações que tem vínculo com o exposto acima, bem como a compreensão, interpretação e difusão. Dizer que se incluem como aspectos importantes da cultura manifestações com a crítica literária ou arte as investigações, em institutos literários (academias), bibliotecas, como uma obra de teatro, um concerto, poesia, publicidade relacionada a alguma atividade, centro cultural.
A submissão do homem pelo homem
Todos possuem condições de desenvolvimento do intelecto, não que desenvolverão as mesmas habilidades, os mesmos interesses, mas todos participarão conforme seu carisma, que deve ser ativado constantemente, sem mecanizá-lo. Cada qual, se viver em comunidade deve participar de algum modo com estas habilidades, uma contribuição que deve pertencer àquela comunidade, nunca ter um dono, proprietário, isto daria condições de possuir um vínculo de pertencer e participar, sem interferência de nenhum Estado, questão de preservação desde os primórdios é uma questão de natural vindo do que fornece a natureza, rainha da preservação.
Manter o equilíbrio é natural extrair desta natureza as condições que fomente uma habilidade de um oficio através da curiosidade que leva o individuo ao campo da experiência e descobrir algo que facilite alguma habilidade, a roda do movimento social esta participação ativa do unitário mesmo com grande diversidade formara a unidade participativa.
A única condição natural que cada homem possui é a si mesmo para participar com a sociedade e fornecer a parte que lhe cabe.
Outro detalhe é a participação em ofícios, que deve ser ofertado de modo a não denegrir e submeter o aprendiz, mas ser ofertado o dom requerido com alegria de crescimento entre todos, não se trata criar confrarias de ofícios, mas repartir com quem não possui determinado dom substituído por outro de valor. Não deve existir entre iguais, pretensão de dominação ou combates internos, sobre determinado grupo de indivíduos e que a vossa abundância supra a vossa indigência de maneira que haja igualdade, essência de partilha:
“NÃO VIVEMOS DESGARRADOS ENTRE VÓS, NEM COMEMOS DE GRAÇA O PÃO DE NINGUÉM, MAS COM TRABALHO E FADIGA, TRABALHANDO DE NOITE E DE DIA, PARA NÃO SERMOS PESADOS A NENHUM DE VÓS” (Paulo em II Tessalonicenses 3-8).
Pelo Ensino Local
O oficio pertence àquele que adquire o saber e dele retira seu próprio sustento, sem parasitar como “patrício” dos tempos da Grécia antiga. Extrair da própria comunidade o ensinamento o sustento no aprendizado. Criar comunidades independentes de qualquer sistema implantado estranho a comunidade e que não condiga com a realidade local. Fomentar as escolas locais de ensinamento comunitário, LAN HOUSES modelares. Primeiramente transmitir cada realidade comunitária sem apadrinhamento político partidário que aprisiona o indivíduo a e seus interesses pessoais, financiando das migalhas que caem da mesa dos governantes e distribuídas aos miseráveis. A realidade é nossa, embora quem cria a miséria são os poderes que instituem a submissão aos seus interesses. Não se subjugar as vontades do Estado, criar resistência aos escroques do poder, fomentar escolas comunitárias nos morros, exigir educação digna, não prédios suntuosos financiados por organizações internacionais que prestam serviço as suas respectivas sedes.
Possuir um ofício requer enxergar esta habilidade extraindo proveito necessário para contribuir para a edificação mútua, sem cismas ou criações ideológicas e por si só não são naturais, evitando contendas e separações que só enfraquecem desenvolvimento com o grifo da rivalidade em busca de mandar, de criar o poder arbitrário pela força, ninguém deve possuir a cabeça coberta em sinal de submissão, escravidão e dependência.
A palavra cultura esta relacionada com ao lavrar a terra. Esta extensão passou também para uma pessoa com cultura ser alguém que trabalhou bastante em si mesma, foi cultivada, adquirindo conhecimento em seu intelecto. Compõe-se dos trabalhos e as atividades intelectuais, especialmente as artes: pintura, música, literatura, escultura, livros. Não só compreende o exposto, mas também as diversas manifestações que tem vínculo com o exposto acima, bem como a compreensão, interpretação e difusão. Dizer que se incluem como aspectos importantes da cultura manifestações com a crítica literária ou arte as investigações, em institutos literários (academias), bibliotecas, como uma obra de teatro, um concerto, poesia, publicidade relacionada a alguma atividade, centro cultural.
A submissão do homem pelo homem
Todos possuem condições de desenvolvimento do intelecto, não que desenvolverão as mesmas habilidades, os mesmos interesses, mas todos participarão conforme seu carisma, que deve ser ativado constantemente, sem mecanizá-lo. Cada qual, se viver em comunidade deve participar de algum modo com estas habilidades, uma contribuição que deve pertencer àquela comunidade, nunca ter um dono, proprietário, isto daria condições de possuir um vínculo de pertencer e participar, sem interferência de nenhum Estado, questão de preservação desde os primórdios é uma questão de natural vindo do que fornece a natureza, rainha da preservação.
Manter o equilíbrio é natural extrair desta natureza as condições que fomente uma habilidade de um oficio através da curiosidade que leva o individuo ao campo da experiência e descobrir algo que facilite alguma habilidade, a roda do movimento social esta participação ativa do unitário mesmo com grande diversidade formara a unidade participativa.
A única condição natural que cada homem possui é a si mesmo para participar com a sociedade e fornecer a parte que lhe cabe.
Outro detalhe é a participação em ofícios, que deve ser ofertado de modo a não denegrir e submeter o aprendiz, mas ser ofertado o dom requerido com alegria de crescimento entre todos, não se trata criar confrarias de ofícios, mas repartir com quem não possui determinado dom substituído por outro de valor. Não deve existir entre iguais, pretensão de dominação ou combates internos, sobre determinado grupo de indivíduos e que a vossa abundância supra a vossa indigência de maneira que haja igualdade, essência de partilha:
“NÃO VIVEMOS DESGARRADOS ENTRE VÓS, NEM COMEMOS DE GRAÇA O PÃO DE NINGUÉM, MAS COM TRABALHO E FADIGA, TRABALHANDO DE NOITE E DE DIA, PARA NÃO SERMOS PESADOS A NENHUM DE VÓS” (Paulo em II Tessalonicenses 3-8).
Pelo Ensino Local
O oficio pertence àquele que adquire o saber e dele retira seu próprio sustento, sem parasitar como “patrício” dos tempos da Grécia antiga. Extrair da própria comunidade o ensinamento o sustento no aprendizado. Criar comunidades independentes de qualquer sistema implantado estranho a comunidade e que não condiga com a realidade local. Fomentar as escolas locais de ensinamento comunitário, LAN HOUSES modelares. Primeiramente transmitir cada realidade comunitária sem apadrinhamento político partidário que aprisiona o indivíduo a e seus interesses pessoais, financiando das migalhas que caem da mesa dos governantes e distribuídas aos miseráveis. A realidade é nossa, embora quem cria a miséria são os poderes que instituem a submissão aos seus interesses. Não se subjugar as vontades do Estado, criar resistência aos escroques do poder, fomentar escolas comunitárias nos morros, exigir educação digna, não prédios suntuosos financiados por organizações internacionais que prestam serviço as suas respectivas sedes.
Possuir um ofício requer enxergar esta habilidade extraindo proveito necessário para contribuir para a edificação mútua, sem cismas ou criações ideológicas e por si só não são naturais, evitando contendas e separações que só enfraquecem desenvolvimento com o grifo da rivalidade em busca de mandar, de criar o poder arbitrário pela força, ninguém deve possuir a cabeça coberta em sinal de submissão, escravidão e dependência.
OS METECOS DO BRASIL E AS RIQUEZAS DA NAÇÃO
Conhecimento Externo e as Nossas Próprias Competências
As riquezas naturais do país não revertem em beneficio de nossa educação, tanto que nos abandonaram sempre em governos de Estado de exceção, democráticos, de esquerda, centro ou direita, que permanecem dependentes de suas ideologias, com as rédeas de domínio.
A mídia anuncia vibrantes descobertas das riquezas do país: Petrobrás, A Vale, que o próprio nome define sua qualidade de valor, antiga Companhia Vale do Rio Doce, rotulada mentirosamente de indústria nacional, banqueiros e políticos protegendo seus interesses capitalistas enchendo “a burra, a algibeira” depositadas em paraísos fiscais.
“Quero quem façamos nós mesmos todas as nossas máquinas” (Rousseau, em Emílio)É uma citação de demonstração das próprias experiências, mas quais possuimos neste campo técnico? Para que serve a EMBRAER se faremos aquisições de caças estrangeiros?
As plataformas de prospecção de petróleo e máquinas de mineradoras são de fornecimento externo, não nos compete construí-las, pois os especialistas propõem o imediatismo, não constituindo condições de produzir as nossas próprias competências, não formamos um corpo técnico capaz para atuar nestes diversos campos. Estamos à mercê de conhecimento externo, até as normas técnicas brasileiras foram “tropicalizadas” de uma mistura absurda das normas alemãs (DIN) que regem o sistema métrico com normas americanas (ASTM, SAE) que regem sistema em polegada (exemplo típico são as vigas de aço regidas por medidas inglesas:pés, polegadas).
Não estamos muito longe dos “metecos gregos”, estrangeiros estranhos ao poder que estavam sujeitos a obrigações constituídas pelo Estado, sem direito a participar de decisões.
As riquezas naturais do país não revertem em beneficio de nossa educação, tanto que nos abandonaram sempre em governos de Estado de exceção, democráticos, de esquerda, centro ou direita, que permanecem dependentes de suas ideologias, com as rédeas de domínio.
A mídia anuncia vibrantes descobertas das riquezas do país: Petrobrás, A Vale, que o próprio nome define sua qualidade de valor, antiga Companhia Vale do Rio Doce, rotulada mentirosamente de indústria nacional, banqueiros e políticos protegendo seus interesses capitalistas enchendo “a burra, a algibeira” depositadas em paraísos fiscais.
“Quero quem façamos nós mesmos todas as nossas máquinas” (Rousseau, em Emílio)É uma citação de demonstração das próprias experiências, mas quais possuimos neste campo técnico? Para que serve a EMBRAER se faremos aquisições de caças estrangeiros?
As plataformas de prospecção de petróleo e máquinas de mineradoras são de fornecimento externo, não nos compete construí-las, pois os especialistas propõem o imediatismo, não constituindo condições de produzir as nossas próprias competências, não formamos um corpo técnico capaz para atuar nestes diversos campos. Estamos à mercê de conhecimento externo, até as normas técnicas brasileiras foram “tropicalizadas” de uma mistura absurda das normas alemãs (DIN) que regem o sistema métrico com normas americanas (ASTM, SAE) que regem sistema em polegada (exemplo típico são as vigas de aço regidas por medidas inglesas:pés, polegadas).
Não estamos muito longe dos “metecos gregos”, estrangeiros estranhos ao poder que estavam sujeitos a obrigações constituídas pelo Estado, sem direito a participar de decisões.
QUE COISA ENTENDEIS POR UMA NAÇÃO?
QUE COISA ENTENDEIS POR UMA NAÇÃO?
“Os governos, semelhantes a relógios, seguem o movimento que os homens lhes dão, e, assim como os governos são criados, movimentados pelos homens são, também, arruinados por eles. De modo que os governos dependem antes dos homens, do que os homens dos governos. Quando os homens são bons, o governo não pode ser mau. Se for mau, eles o curarão, mas se os homens forem maus, mesmo que o governo seja muito bom, eles tentarão pervertê-lo e estragá-lo para a sua própria conveniência”. (Willian Penn, fundador da Pensilvânia)
Democratas ávidos do poder e da ganância surrupiam verbas do Brasil, diga-se de passagem, ingovernável, pois este país se governa sozinho de tantas riquezas, potencial em recurso entregue “in natura” para o capital externo.
Onde estão as verbas das grandes jazidas encontradas de manganês, minério de ferro, bauxita, nióbio, petróleo, gás natural, ouro, água doce o grande combustível humano, já cobiçada por tantos... Apresentem balancetes verdadeiros disto tudo, sem o “economêz” típico dos salvadores da Pátria.
“Que coisa entendeis por uma nação, senhor ministro?”.
É a massa dos infelizes?
Plantamos e ceifamos o trigo, mas nunca provamos do pão branco.
Cultivamos a videira, mas não bebemos o vinho.
Criamos os animais, mas não comemos a carne...
Apesar disso, vós nos aconselhais a não abandonar a nossa pátria.
Mas é uma pátria a terra em que não se consegue viver do próprio trabalho? “
Carta de emigrante italiano, em resposta a um ministro, que o aconselhava a não emigrar. (Carta Exposta no Memorial do Imigrante/São Paulo)
Nítida submissão dos povos aos governos déspotas de todas as partes do mundo. Todos os povos são assemelhados em suas necessidades e vilipendiados dos direitos, servidores do Estado,onde servem regalias de sustentação de privilégios.
Todo povo merece usufruir dos recursos ofertados pela natureza, que pertence a todos brasileiros e quer vê-lo sem fome do saber, pois a outra, nós tiramos de letra, e, pelas letras vamos sair desse marasmo interminável de eterno país do futuro.
Governantes, estamos presentes, apesar de vocês, amanhã há de ser outro dia!
“Os governos, semelhantes a relógios, seguem o movimento que os homens lhes dão, e, assim como os governos são criados, movimentados pelos homens são, também, arruinados por eles. De modo que os governos dependem antes dos homens, do que os homens dos governos. Quando os homens são bons, o governo não pode ser mau. Se for mau, eles o curarão, mas se os homens forem maus, mesmo que o governo seja muito bom, eles tentarão pervertê-lo e estragá-lo para a sua própria conveniência”. (Willian Penn, fundador da Pensilvânia)
Democratas ávidos do poder e da ganância surrupiam verbas do Brasil, diga-se de passagem, ingovernável, pois este país se governa sozinho de tantas riquezas, potencial em recurso entregue “in natura” para o capital externo.
Onde estão as verbas das grandes jazidas encontradas de manganês, minério de ferro, bauxita, nióbio, petróleo, gás natural, ouro, água doce o grande combustível humano, já cobiçada por tantos... Apresentem balancetes verdadeiros disto tudo, sem o “economêz” típico dos salvadores da Pátria.
“Que coisa entendeis por uma nação, senhor ministro?”.
É a massa dos infelizes?
Plantamos e ceifamos o trigo, mas nunca provamos do pão branco.
Cultivamos a videira, mas não bebemos o vinho.
Criamos os animais, mas não comemos a carne...
Apesar disso, vós nos aconselhais a não abandonar a nossa pátria.
Mas é uma pátria a terra em que não se consegue viver do próprio trabalho? “
Carta de emigrante italiano, em resposta a um ministro, que o aconselhava a não emigrar. (Carta Exposta no Memorial do Imigrante/São Paulo)
Nítida submissão dos povos aos governos déspotas de todas as partes do mundo. Todos os povos são assemelhados em suas necessidades e vilipendiados dos direitos, servidores do Estado,onde servem regalias de sustentação de privilégios.
Todo povo merece usufruir dos recursos ofertados pela natureza, que pertence a todos brasileiros e quer vê-lo sem fome do saber, pois a outra, nós tiramos de letra, e, pelas letras vamos sair desse marasmo interminável de eterno país do futuro.
Governantes, estamos presentes, apesar de vocês, amanhã há de ser outro dia!
Pesquisa, Violação e Furto das Idéias
(ou) "Como Atingir O Ápice De Um Penedo"
Usar uma idéia de outrem como propriedade é delito caracterizado por apropriação indébita. Quando alguém se apodera de algo que não lhe pertence usando como propriedade sua, concretiza-se a propriedade indevida, formando o ilícito, extorsão das regras de relações humanas.
A convivência social de comportamento deve respeitar a ética, virtude da dignidade humana. Na ética incluí-se o respeito para com aqueles que de certo modo idealizaram uma idéia como algo a ser atingido ao longo do tempo e criando uma utilidade através de determinada pesquisa. O conteúdo de uma pesquisa demanda muito trabalho em um foco determinado pelo objeto que se quer estudar, em um espaço geográfico de onde se retira os ingredientes necessários, somados ao tempo despendido de esforço e persistência, por vezes formada de muitas determinantes até atingir o objetivo.
O objeto é o desejo que leva o homem a apoderar-se de algo que não lhe pertence, caracterizando o ilícito e, por conseguinte caracterizando o furto. A natureza humana por vezes é levada ao ímpeto irracional de se apoderar daquilo que é do alheio sem considerações a condição do respeito ao idealizador da idéia. Não se trata de valor econômico de mercado que possa existir sobre o objeto, mas é o respeito ao mérito do pesquisador.
Há logicamente características próprias em cada indivíduo e cada qual possui sua capacitação e carisma e valor a ser respeitado. Há pessoas verbosas, que usam a característica determinante de demarcar território, falam com gestos reverberantes nos locais sociais em alto som. Outros são atentos ao ambiente recolhendo substrato para disto extrair e produzir conteúdo, usando a oratória como argumento das ações concretas. Outros são grandes ouvintes e, eis nestes o grande mérito, usando os “dois” ouvidos ao invés de “uma” boca. São detalhes das relações humanas com seus méritos.
Considerar a alteridade valoriza o meio e as relações por ela criadas. Uma pesquisa muitas vezes não é do agrado, ou aquilo que se quer atingir como resposta, pois “achar” não deve ser uma norma, não se trata de imaginar mitos próprios.
As ações dos movimentos da natureza cumprem seu papel do movimento histórico e este muitas vezes dirige os fatos que não são controlados, mas controladores dos efeitos supostamente imaginados naquele momento contemporâneo, sendo por isto histórico, uma urdidura dos encontros dos fios da trama.
Quem comete violação através da apropriação de uma idéia, apoderando-se do objeto e de quem lhe fornece a informação, ainda que por pouco tempo, anda sempre próximo do idealizador a cata das migalhas da mesa, nunca podendo ultrapassar este limite.
Quando de certa forma recebemos um beneficio de alguém, devemos respeitar e considerar o crédito com citação do nome da pessoa que forneceu material para fomentar a pesquisa e o efeito da mesma como ação concreta. Considerar e respeitar o mérito da pesquisa se faz necessário pela moralidade do conhecimento adquirido. Por vezes o pesquisador retrai-se, não lançando pérolas aos porcos, pois eles não sabem o valor da preciosidade ao usurpar a idéia.
Usar uma idéia de outrem como propriedade é delito caracterizado por apropriação indébita. Quando alguém se apodera de algo que não lhe pertence usando como propriedade sua, concretiza-se a propriedade indevida, formando o ilícito, extorsão das regras de relações humanas.
A convivência social de comportamento deve respeitar a ética, virtude da dignidade humana. Na ética incluí-se o respeito para com aqueles que de certo modo idealizaram uma idéia como algo a ser atingido ao longo do tempo e criando uma utilidade através de determinada pesquisa. O conteúdo de uma pesquisa demanda muito trabalho em um foco determinado pelo objeto que se quer estudar, em um espaço geográfico de onde se retira os ingredientes necessários, somados ao tempo despendido de esforço e persistência, por vezes formada de muitas determinantes até atingir o objetivo.
O objeto é o desejo que leva o homem a apoderar-se de algo que não lhe pertence, caracterizando o ilícito e, por conseguinte caracterizando o furto. A natureza humana por vezes é levada ao ímpeto irracional de se apoderar daquilo que é do alheio sem considerações a condição do respeito ao idealizador da idéia. Não se trata de valor econômico de mercado que possa existir sobre o objeto, mas é o respeito ao mérito do pesquisador.
Há logicamente características próprias em cada indivíduo e cada qual possui sua capacitação e carisma e valor a ser respeitado. Há pessoas verbosas, que usam a característica determinante de demarcar território, falam com gestos reverberantes nos locais sociais em alto som. Outros são atentos ao ambiente recolhendo substrato para disto extrair e produzir conteúdo, usando a oratória como argumento das ações concretas. Outros são grandes ouvintes e, eis nestes o grande mérito, usando os “dois” ouvidos ao invés de “uma” boca. São detalhes das relações humanas com seus méritos.
Considerar a alteridade valoriza o meio e as relações por ela criadas. Uma pesquisa muitas vezes não é do agrado, ou aquilo que se quer atingir como resposta, pois “achar” não deve ser uma norma, não se trata de imaginar mitos próprios.
As ações dos movimentos da natureza cumprem seu papel do movimento histórico e este muitas vezes dirige os fatos que não são controlados, mas controladores dos efeitos supostamente imaginados naquele momento contemporâneo, sendo por isto histórico, uma urdidura dos encontros dos fios da trama.
Quem comete violação através da apropriação de uma idéia, apoderando-se do objeto e de quem lhe fornece a informação, ainda que por pouco tempo, anda sempre próximo do idealizador a cata das migalhas da mesa, nunca podendo ultrapassar este limite.
Quando de certa forma recebemos um beneficio de alguém, devemos respeitar e considerar o crédito com citação do nome da pessoa que forneceu material para fomentar a pesquisa e o efeito da mesma como ação concreta. Considerar e respeitar o mérito da pesquisa se faz necessário pela moralidade do conhecimento adquirido. Por vezes o pesquisador retrai-se, não lançando pérolas aos porcos, pois eles não sabem o valor da preciosidade ao usurpar a idéia.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Independência ou Morte! Ouviram?
“O Brasil Não Tem Povo Tem Público” -Lima Barreto
Trêmula tremula a bandeira no mastro, em coluna aprumada ao fundo do palácio. Muitos preparativos foram feitos para comemorar uma “independência dependente”. A capital encravada no meio do cerrado, Brasília, quer demonstrar capacidade de organização, embora no bojo de seu seio, o poder é inteiramente desorganizado, mas não pode demonstrar fraqueza. No solo desta mãe gentil, prepara-se uma parada com direito a uma grande marcha bélica, com direito ao grande estandarte das águias guerreiras do poderio romano. Os coturnos começam a soar uníssono batendo compassado por uma infantaria digna da estupidez humana. As ruas estão tomadas de um afluxo humano que se movimentam sem nenhuma direção, isolados por cordões que separa a pobreza da nobreza.
Muitos sorrisos no palanque das autoridades estão cercados por um contingente de soldados saídos das cidades satélites e submetidos as mais rígidas condições de submissão, controlam as credenciais de grupo seleto, apartado da população.
Os céus, num determinado instante, são rasgados com as cores da pátria revolucionária dos direitos universais de igualdade, liberdade e fraternidade. Seu dignitário está presente e representa a deusa Europa para fazer honrarias a legião estrangeira, que demonstra estar preparada para falar em liberdade empunhando baionetas.
Trêmula tremula a bandeira no mastro, em coluna aprumada ao fundo do palácio. Muitos preparativos foram feitos para comemorar uma “independência dependente”. A capital encravada no meio do cerrado, Brasília, quer demonstrar capacidade de organização, embora no bojo de seu seio, o poder é inteiramente desorganizado, mas não pode demonstrar fraqueza. No solo desta mãe gentil, prepara-se uma parada com direito a uma grande marcha bélica, com direito ao grande estandarte das águias guerreiras do poderio romano. Os coturnos começam a soar uníssono batendo compassado por uma infantaria digna da estupidez humana. As ruas estão tomadas de um afluxo humano que se movimentam sem nenhuma direção, isolados por cordões que separa a pobreza da nobreza.
Muitos sorrisos no palanque das autoridades estão cercados por um contingente de soldados saídos das cidades satélites e submetidos as mais rígidas condições de submissão, controlam as credenciais de grupo seleto, apartado da população.
Os céus, num determinado instante, são rasgados com as cores da pátria revolucionária dos direitos universais de igualdade, liberdade e fraternidade. Seu dignitário está presente e representa a deusa Europa para fazer honrarias a legião estrangeira, que demonstra estar preparada para falar em liberdade empunhando baionetas.
Os soldados nacionais também estão na vanguarda apresentando com galhardia os mais sofisticados equipamentos de guerra fabricados nas maiores potencias bélicas do planeta. Demonstram um poderio que não nos pertence, pois somos incapazes de produzir nossa própria suficiência, nas mais simples tecnologias às mais sofisticadas, estamos à mercê de terceiros. Não temos capacidade para extrair do solo, nossas próprias riquezas.
O desfile continua a mostrar a cavalaria dos dragões da independência, coisa de imperador, soldado português que fez a libertação do que ousou denominar pátria, lançando mão da coroa e fundando novo império.
Sonora salva de palmas ecoa de uma multidão empurrada que aplaude a barbárie da mentirosa liberdade, mas há que se perdoar pela falta, pois não sabem o que fazem. Há entre a multidão um grupo pequeno que tenta desviar a atenção, demonstrando que é falsa a liberdade apregoada, pois falta tudo para tornar-se realmente livres: falta emprego da dignidade, falta o prato de comida, pois o primeiro não gera renda para sustentar o segundo, e acima de tudo falta-nos um sistema educacional que faça com que tenhamos capacidade suficiente para gerar nossas deficiências. Poucas vezes houve participação do cidadão nas decisões que refletissem o compromisso direto da população; poucos Canudos existiram!
O desfile continua a mostrar a cavalaria dos dragões da independência, coisa de imperador, soldado português que fez a libertação do que ousou denominar pátria, lançando mão da coroa e fundando novo império.
Sonora salva de palmas ecoa de uma multidão empurrada que aplaude a barbárie da mentirosa liberdade, mas há que se perdoar pela falta, pois não sabem o que fazem. Há entre a multidão um grupo pequeno que tenta desviar a atenção, demonstrando que é falsa a liberdade apregoada, pois falta tudo para tornar-se realmente livres: falta emprego da dignidade, falta o prato de comida, pois o primeiro não gera renda para sustentar o segundo, e acima de tudo falta-nos um sistema educacional que faça com que tenhamos capacidade suficiente para gerar nossas deficiências. Poucas vezes houve participação do cidadão nas decisões que refletissem o compromisso direto da população; poucos Canudos existiram!
Os tanques de guerra apontam suas miras em volta dos observadores atônitos que acham, e de “achismos” vamos nos perdendo, ao vangloriar o poder de Marte, o Senhor da Guerra, continências ao quarto poder, o militar, que se apresenta em volta do ministério da defesa. Um tanque desgarra da rota para formar diante dos generais, um armamento antigo de uma indústria falida, mas que causa impacto numa população assustada ou medrosa. Somos obsoletos, mas invadimos outra pátria em nome da democracia e da liberdade, pois queremos representação na Organização das Nações Unidas.Alguns grupos demonstram sua capacidade de adaptação num mimetismo de caras pintadas camuflados como as onças da floresta, protegendo um país que não admite a nação indígena quando não respeitam o direito como tal, ao invadir terras que são mais deles do que dos invasores de outrora; mas os autóctones tocam uma música longe dos desfiles solenes, comemorando tristemente sua escravidão dependente das moedas que caem no bojo da cuia.
As armas apontam a esmo, contra o perigo, que não estão mais nas fronteiras externas, observadas por seleto grupo pelas redes de espiões, demonstram força ao controlar a população interna. Sabem que as riquezas existentes são reservas de mercado, uma espécie de mina natural, ainda sem interesse econômico, vale mais que o preço pago. Os governos vigiam por satélites circundantes ao redor do planeta, pertencentes aos que permitem ao direito de controlar as massas, em torres de vigia.
Assim o desfile chega ao seu final com as armas persuadindo num vigiar e punir constante, tanques, aviões, bazucas metralhadoras, lançadores de mísseis que apontam os astros, são levados para serem recolhidos dentro dos quartéis.
O povo debanda em osmose molecular, despedindo-se de um dia igual a qualquer outro da vida, dependente da política econômica que causa efeito na condição social.
Independência ou Morte!
As armas apontam a esmo, contra o perigo, que não estão mais nas fronteiras externas, observadas por seleto grupo pelas redes de espiões, demonstram força ao controlar a população interna. Sabem que as riquezas existentes são reservas de mercado, uma espécie de mina natural, ainda sem interesse econômico, vale mais que o preço pago. Os governos vigiam por satélites circundantes ao redor do planeta, pertencentes aos que permitem ao direito de controlar as massas, em torres de vigia.
Assim o desfile chega ao seu final com as armas persuadindo num vigiar e punir constante, tanques, aviões, bazucas metralhadoras, lançadores de mísseis que apontam os astros, são levados para serem recolhidos dentro dos quartéis.
O povo debanda em osmose molecular, despedindo-se de um dia igual a qualquer outro da vida, dependente da política econômica que causa efeito na condição social.
Independência ou Morte!
sábado, 29 de agosto de 2009
O NOME BRASIL (6): DUAS CULTURAS, IBÉRICA E BERBERE, ORIGINA OUTRA ALMAGAMADA
DIFERENÇAS ENTRE COLONOS E REINÓIS NA “HISTÓRIA DO BRASIL”,
FREI VICENTE DO SALVADOR
Sobre Frei Vicente do Salvador pouco se sabe. As fontes que dele tratam são: sua própria História do Brasil escrita em 1627, o Novo Orbe Seráfico Brasílico e o catálogo genealógico de Jaboatão. Este diz que provavelmente nasceu em 29 de janeiro de 1567 na sé da cidade de Salvador. Seu pai, João Rodrigues Palha, era fidalgo vindo com uma expedição para as terras brasílicas organizada pelo amigo Luis de Mello Silva. De três naus e duas caravelas que partiram só uma se salvou. E em uma destas estava João Rodrigues Palha. O Naufrágio ocorreu no dia 11 de novembro de 1554.
Provavelmente foi iniciado nas letras por algum capelão de engenho, continuando os estudos na cidade de Salvador, onde nosso autor tomou um maior contato com a vida urbana na colônia. Foi instruído pelos padres da Companhia de Jesus. Muito de sua instrução nas letras e de seu estilo deve-se ao chantre Manuel Severim de Faria, um erudito que conheceu quando retornou à Évora. Severim de Faria incita o frei à história, para isso põe à disposição sua seleta biblioteca.
Ao retornar a Portugal, seu navio foi aprisionado pelos holandeses, de quem ficou refém até 1627. Após a Reconquista da Bahia, termina de escrever sua “História” em 27 de dezembro de 1627, dedicando-a a Severim de Faria. Sua obra é de um valor extraordinário, que nos oferece minúcias sobre o cotidiano colonial. Sua fina percepção da sociedade colonial é que capacita Frei Vicente do Salvador não somente constatar a diferença entre colonos e reinóis, como conhecer a natureza de tal diferença. Percebe que a sociedade colonial tem uma organização específica, completamente diferente da sociedade metropolitana e as diferenças entre colonos e reinóis advêm dessa forma específica de organização[1].
“E Thomé de Sousa (...) vendo que [os degradados] não eram como o pêssego, ‘o pomo que da pátria persa veio, melhor tornado no terreno alheio’, que pediu com muita instância por muitas vezes a el-rei que lhe desse licença pêra se tornar ao reino. Contudo (...) disse quando lhe veio a licença: ‘Vedes isso meirinho? Verdade é que eu o desejava muito, e me crescia a água na boca quando cuidava em ir para Portugal; mas não sei o que é que agora se me seca a boca de tal modo que quero cuspir e não posso’.” (Frei Vicente do Salvador. História do Brasil.)
A consciência é produzida pelas relações que os homens estabelecem entre si, pelas que estabelecem com a natureza e ainda, as relações entre as nações. O movimento dessa consciência de diferença é da natureza para os homens[2]. Primeiro se percebe uma natureza diferente – aliás, o que antes nem sequer se percebia, era mera reprodução da Europa[3], para depois se perceber que os homens também são diferentes. No primeiro estágio da percepção dos homens, estes ainda possuem as mesmas características que a natureza, como o viço, a abundância, a saúde. Somente depois é que as diferenças passam a ser produzidas socialmente e alguns novos valores, como a negligência, a preguiça, a ostentação, já começam a ser apontados.
“Porque se me comunica também o mal da negligência dos naturais da terra (...) porque a gente da terra se contenta somente com aquilo que os passados deixaram em uso, sem
quererem anadir outras novidades de novo, ainda que entendam claramente que se lhes há de conseguir do uso delas muita utilidade, de maneira que se vem a mostrar nisto serem todos
padrastos do Brasil, com lhes ser ele madre, assás benigna”.[4]
A incipiente divisão do trabalho se limita às relações do colono com a natureza e dos colonos entre si, não envolvendo a instância das relações entre metrópole e colônia, que é a que determina as demais. Esse é o sentido da colonização[5].
É exatamente por não ver essa dimensão – e nem poderia porque algumas coisas só se tornam visíveis com o correr da História – que ele prega pela diversidade das atividades econômicas na terra. Brandônio dedica páginas para discursar a respeito disso. Não entende porque não se produzem outras coisas no Brasil, além do açúcar, a pimenta, por exemplo, cuja navegação para o Oriente “tanto tem custado a Portugal”. Para ele, isso é um defeito de caráter herdado dos seus ancestrais, “um mal velho do nosso Portugal que não leva remédio”. No entanto, não se trata somente disso, mas de uma característica estrutural do sistema colonial. Por diversos motivos. Em primeiro lugar, a navegação para as Índias, mesmo que custosa, tem um outro significado dentro desse contexto, que é o fortalecimento do poder do Estado Absolutista. Os Estados Nacionais estão se formando uns contra os outros e o período que abarca o Antigo Sistema Colonial é um período de conflitos entre os Estados em formação pela conquista da hegemonia ultramarina. Portanto, do ponto de vista político, não tem qualquer sentido abandonar a navegação para as Índias. Em segundo lugar, olhando agora pelo ponto de vista econômico, a colonização se caracteriza pela produção de um único produto, altamente lucrativo, comercializado no mercado externo. É o mercado, portanto, que dita os produtos que serão produzidos e seus preços.
Essa mesma característica do improviso aparece de uma forma mais consistente no trecho a seguir, em que não somente se trata de um feito individual, mas de uma característica geral da terra: “(...) porque no Brasil tudo se compra fiado, e estes nestas cousas querem superabundâncias, a que os mercadores já não acudiam e era necessário fazê-los ele prover, e aviar uns e outros era infinito”. Aqui também se encontra uma inversão de costumes em correspondência àquela da inversão entre a esferas pública e a privada. O improviso é algo que passa a se tornar, com o tempo, um rótulo do colono, e sempre vem associado a um outro traço que o diferencia do reinol: a malícia.
Ao contrapor as diferentes posturas que morador e mercador têm ante a terra, o autor está implicitamente contrapondo colono a reinol e diferenciando-os. Morador é aquele que não somente reside na terra, ou seja, na colônia, como a cultiva. O mercador, que é aquele que vem do reino, simplesmente se preocupa em desbastá-la. O fato de haver uma sociedade já
minimamente consolidada, conforme se conclui do trecho anterior, muda radicalmente as coisas. A defesa da terra é uma defesa contra a exploração indiscriminada de seus recursos[6]. Reclama-se a falta de moradores porque ninguém quer vir para ficar permanentemente. Em Frei Vicente, a defesa da terra é a defesa de algo construído pelo homem contra aqueles que vêm para destruir essa organização. Não se trata mais somente da defesa dos recursos naturais. O que diferencia um do outro não é como vêem a ligação entre o homem e a terra, e sim, a ligação que o homem guarda com seus semelhantes em busca de um objetivo comum: dar continuidade ao projeto de construção de uma sociedade nova nesta terra[7].
*A história elaborada através de muitos fragmentos, constituída por anais registrados pelo poder de então, e que aos poucos são encaixados, ou desencaixados, são, por vezes impregnados de lendas e tradições locais. Cada qual extrai as conclusões das supostas ocorrências, depois de recolher subsídios sobre o assunto como provas de um processo criminal, para considerações dos fatos de então, em outra época.
Parte disso, muitas vezes é esquecida pelo investigador da história que recria a “verdade histórica”, ou, desinteressa-se por não haver relevância naquele momento, prescreve-se com o tempo e os autos servem somente como folclore, silenciando-se o processo!
[1]“O ódio ao espanhol, já assinalamos como fator psicológico de diferenciação política de Portugal. Mas nem esse ódio nem o fundamental, ao mouro, separaram o português das duas grandes culturas, uma materna, outra, por assim dizer, paterna da sua. A hispânica e a berbere. Contra elas formou-se politicamente Portugal, mas dentro de sua influência é que se formou o caráter português”. (Gilberto Freyre. Casa-Grande & Senzala: Formação Da Família Brasileira Sob o Regime da Economia Patriarcal. 28ª ed. Rio de Janeiro, Record, 1996, p. 242).
[2] Ressalta-se que por consciência Marx entende toda e qualquer abstração intelectual, algo que distingue os homens dos animais e que é reavivado pelas relações de produção que os homens estabelecem entre si. Marx, Karl.A Ideologia Alemã.Trad. José Carlos Bruni e Marco Aurélio Nogueira. São Paulo, Hucitec,1996, p.10.
[3] Todorov
[4] “O ser ainda reinol e vindo de pouco a esta terra me faz ignorar em muitas coisas que aos antigos nela são patentes, e por isso não vos maravilheis se vos perguntar algumas já muito notórias (...)”.Diálogos das Grandezas do Brasil. Ed. Ampliada e revista por Capistrano de Abreu. Salvador, Progresso, 1956. op. Cit, p. 56.
[5] Diálogos das Grandezas do Brasil, p. 73. “não há homem em todo este Estado que procure nem se disponha a plantar árvores frutíferas, nem fazer as benfeitorias acerca das plantas, que se fazem em Portugal, e, por conseguinte se não dispõem a fazerem criações de gados e outras; e se algum o faz, é em muito pequena quantidade, e tão pouca que a gasta toda consigo mesmo e com a sua família. E daqui nasce haver carestia e falta destas coisas, e o não vermos no Brasil quintas, pomares e jardins, tanques de água, grandes edifícios, como na nossa Espanha, não porque a terra deixe de ser disposta pára estas coisas; donde concluo que a falta é de seus moradores, que não querem usar delas”. Idem, op. Cit., p. 18. Diálogos das Grandezas do Brasil. Ed. Ampliada e revista por Capistrano de Abreu. Salvador, Progresso, 1956.
[6] Sérgio Buarque de Holanda. Visão do Paraíso: Os Motivos Edênicos do Descobrimento e Colonização do Brasil. 3a edição. São Paulo, Cia. Editora Nacional, 1977.
[7] Referências extraídas de: “Vida Material e Consciência da Diferença Entre Colonos e Reinóis na História Do Brasil”, De Frei Vicente Do Salvador. Milena Fernandes de Oliveira, UNICAMP
FREI VICENTE DO SALVADOR
Sobre Frei Vicente do Salvador pouco se sabe. As fontes que dele tratam são: sua própria História do Brasil escrita em 1627, o Novo Orbe Seráfico Brasílico e o catálogo genealógico de Jaboatão. Este diz que provavelmente nasceu em 29 de janeiro de 1567 na sé da cidade de Salvador. Seu pai, João Rodrigues Palha, era fidalgo vindo com uma expedição para as terras brasílicas organizada pelo amigo Luis de Mello Silva. De três naus e duas caravelas que partiram só uma se salvou. E em uma destas estava João Rodrigues Palha. O Naufrágio ocorreu no dia 11 de novembro de 1554.
Provavelmente foi iniciado nas letras por algum capelão de engenho, continuando os estudos na cidade de Salvador, onde nosso autor tomou um maior contato com a vida urbana na colônia. Foi instruído pelos padres da Companhia de Jesus. Muito de sua instrução nas letras e de seu estilo deve-se ao chantre Manuel Severim de Faria, um erudito que conheceu quando retornou à Évora. Severim de Faria incita o frei à história, para isso põe à disposição sua seleta biblioteca.
Ao retornar a Portugal, seu navio foi aprisionado pelos holandeses, de quem ficou refém até 1627. Após a Reconquista da Bahia, termina de escrever sua “História” em 27 de dezembro de 1627, dedicando-a a Severim de Faria. Sua obra é de um valor extraordinário, que nos oferece minúcias sobre o cotidiano colonial. Sua fina percepção da sociedade colonial é que capacita Frei Vicente do Salvador não somente constatar a diferença entre colonos e reinóis, como conhecer a natureza de tal diferença. Percebe que a sociedade colonial tem uma organização específica, completamente diferente da sociedade metropolitana e as diferenças entre colonos e reinóis advêm dessa forma específica de organização[1].
“E Thomé de Sousa (...) vendo que [os degradados] não eram como o pêssego, ‘o pomo que da pátria persa veio, melhor tornado no terreno alheio’, que pediu com muita instância por muitas vezes a el-rei que lhe desse licença pêra se tornar ao reino. Contudo (...) disse quando lhe veio a licença: ‘Vedes isso meirinho? Verdade é que eu o desejava muito, e me crescia a água na boca quando cuidava em ir para Portugal; mas não sei o que é que agora se me seca a boca de tal modo que quero cuspir e não posso’.” (Frei Vicente do Salvador. História do Brasil.)
A consciência é produzida pelas relações que os homens estabelecem entre si, pelas que estabelecem com a natureza e ainda, as relações entre as nações. O movimento dessa consciência de diferença é da natureza para os homens[2]. Primeiro se percebe uma natureza diferente – aliás, o que antes nem sequer se percebia, era mera reprodução da Europa[3], para depois se perceber que os homens também são diferentes. No primeiro estágio da percepção dos homens, estes ainda possuem as mesmas características que a natureza, como o viço, a abundância, a saúde. Somente depois é que as diferenças passam a ser produzidas socialmente e alguns novos valores, como a negligência, a preguiça, a ostentação, já começam a ser apontados.
“Porque se me comunica também o mal da negligência dos naturais da terra (...) porque a gente da terra se contenta somente com aquilo que os passados deixaram em uso, sem
quererem anadir outras novidades de novo, ainda que entendam claramente que se lhes há de conseguir do uso delas muita utilidade, de maneira que se vem a mostrar nisto serem todos
padrastos do Brasil, com lhes ser ele madre, assás benigna”.[4]
A incipiente divisão do trabalho se limita às relações do colono com a natureza e dos colonos entre si, não envolvendo a instância das relações entre metrópole e colônia, que é a que determina as demais. Esse é o sentido da colonização[5].
É exatamente por não ver essa dimensão – e nem poderia porque algumas coisas só se tornam visíveis com o correr da História – que ele prega pela diversidade das atividades econômicas na terra. Brandônio dedica páginas para discursar a respeito disso. Não entende porque não se produzem outras coisas no Brasil, além do açúcar, a pimenta, por exemplo, cuja navegação para o Oriente “tanto tem custado a Portugal”. Para ele, isso é um defeito de caráter herdado dos seus ancestrais, “um mal velho do nosso Portugal que não leva remédio”. No entanto, não se trata somente disso, mas de uma característica estrutural do sistema colonial. Por diversos motivos. Em primeiro lugar, a navegação para as Índias, mesmo que custosa, tem um outro significado dentro desse contexto, que é o fortalecimento do poder do Estado Absolutista. Os Estados Nacionais estão se formando uns contra os outros e o período que abarca o Antigo Sistema Colonial é um período de conflitos entre os Estados em formação pela conquista da hegemonia ultramarina. Portanto, do ponto de vista político, não tem qualquer sentido abandonar a navegação para as Índias. Em segundo lugar, olhando agora pelo ponto de vista econômico, a colonização se caracteriza pela produção de um único produto, altamente lucrativo, comercializado no mercado externo. É o mercado, portanto, que dita os produtos que serão produzidos e seus preços.
Essa mesma característica do improviso aparece de uma forma mais consistente no trecho a seguir, em que não somente se trata de um feito individual, mas de uma característica geral da terra: “(...) porque no Brasil tudo se compra fiado, e estes nestas cousas querem superabundâncias, a que os mercadores já não acudiam e era necessário fazê-los ele prover, e aviar uns e outros era infinito”. Aqui também se encontra uma inversão de costumes em correspondência àquela da inversão entre a esferas pública e a privada. O improviso é algo que passa a se tornar, com o tempo, um rótulo do colono, e sempre vem associado a um outro traço que o diferencia do reinol: a malícia.
Ao contrapor as diferentes posturas que morador e mercador têm ante a terra, o autor está implicitamente contrapondo colono a reinol e diferenciando-os. Morador é aquele que não somente reside na terra, ou seja, na colônia, como a cultiva. O mercador, que é aquele que vem do reino, simplesmente se preocupa em desbastá-la. O fato de haver uma sociedade já
minimamente consolidada, conforme se conclui do trecho anterior, muda radicalmente as coisas. A defesa da terra é uma defesa contra a exploração indiscriminada de seus recursos[6]. Reclama-se a falta de moradores porque ninguém quer vir para ficar permanentemente. Em Frei Vicente, a defesa da terra é a defesa de algo construído pelo homem contra aqueles que vêm para destruir essa organização. Não se trata mais somente da defesa dos recursos naturais. O que diferencia um do outro não é como vêem a ligação entre o homem e a terra, e sim, a ligação que o homem guarda com seus semelhantes em busca de um objetivo comum: dar continuidade ao projeto de construção de uma sociedade nova nesta terra[7].
*A história elaborada através de muitos fragmentos, constituída por anais registrados pelo poder de então, e que aos poucos são encaixados, ou desencaixados, são, por vezes impregnados de lendas e tradições locais. Cada qual extrai as conclusões das supostas ocorrências, depois de recolher subsídios sobre o assunto como provas de um processo criminal, para considerações dos fatos de então, em outra época.
Parte disso, muitas vezes é esquecida pelo investigador da história que recria a “verdade histórica”, ou, desinteressa-se por não haver relevância naquele momento, prescreve-se com o tempo e os autos servem somente como folclore, silenciando-se o processo!
[1]“O ódio ao espanhol, já assinalamos como fator psicológico de diferenciação política de Portugal. Mas nem esse ódio nem o fundamental, ao mouro, separaram o português das duas grandes culturas, uma materna, outra, por assim dizer, paterna da sua. A hispânica e a berbere. Contra elas formou-se politicamente Portugal, mas dentro de sua influência é que se formou o caráter português”. (Gilberto Freyre. Casa-Grande & Senzala: Formação Da Família Brasileira Sob o Regime da Economia Patriarcal. 28ª ed. Rio de Janeiro, Record, 1996, p. 242).
[2] Ressalta-se que por consciência Marx entende toda e qualquer abstração intelectual, algo que distingue os homens dos animais e que é reavivado pelas relações de produção que os homens estabelecem entre si. Marx, Karl.A Ideologia Alemã.Trad. José Carlos Bruni e Marco Aurélio Nogueira. São Paulo, Hucitec,1996, p.10.
[3] Todorov
[4] “O ser ainda reinol e vindo de pouco a esta terra me faz ignorar em muitas coisas que aos antigos nela são patentes, e por isso não vos maravilheis se vos perguntar algumas já muito notórias (...)”.Diálogos das Grandezas do Brasil. Ed. Ampliada e revista por Capistrano de Abreu. Salvador, Progresso, 1956. op. Cit, p. 56.
[5] Diálogos das Grandezas do Brasil, p. 73. “não há homem em todo este Estado que procure nem se disponha a plantar árvores frutíferas, nem fazer as benfeitorias acerca das plantas, que se fazem em Portugal, e, por conseguinte se não dispõem a fazerem criações de gados e outras; e se algum o faz, é em muito pequena quantidade, e tão pouca que a gasta toda consigo mesmo e com a sua família. E daqui nasce haver carestia e falta destas coisas, e o não vermos no Brasil quintas, pomares e jardins, tanques de água, grandes edifícios, como na nossa Espanha, não porque a terra deixe de ser disposta pára estas coisas; donde concluo que a falta é de seus moradores, que não querem usar delas”. Idem, op. Cit., p. 18. Diálogos das Grandezas do Brasil. Ed. Ampliada e revista por Capistrano de Abreu. Salvador, Progresso, 1956.
[6] Sérgio Buarque de Holanda. Visão do Paraíso: Os Motivos Edênicos do Descobrimento e Colonização do Brasil. 3a edição. São Paulo, Cia. Editora Nacional, 1977.
[7] Referências extraídas de: “Vida Material e Consciência da Diferença Entre Colonos e Reinóis na História Do Brasil”, De Frei Vicente Do Salvador. Milena Fernandes de Oliveira, UNICAMP
terça-feira, 25 de agosto de 2009
O NOME BRASIL(5):ÍNDICO, ÁSIA e MALACA, PRIORIDADES DO IMPÉRIO PORTUGUÊS
ÍNDICO, ÁSIA e MALACA: O IMPÉRIO PORTUGUÊS NO SÉCULO 16
A cidade de Malaca era o centro econômico das riquezas do Sudeste Asiático. O Estreito de Malaca é a passagem mais rápida entre o Golfo de Bengala e o Extremo Oriente. Fundada no século 14 tornou-se entreposto comercial de mercadorias que atravessavam o Índico. Os produtos escoavam pelo Estreito, onde as matérias-primas e produtos manufaturados eram divididos em categorias referidos abaixo:
1) Figuravam diversos gêneros da Ásia, destacando-se a pimenta de Sumatra vinda pelo Estreito de Sunda passagem principal entre o Mar da China e o Índico, como também o cravo e a noz-moscada das Ilhas de Molucas, "Ilhas das Especiarias" localizada no Mar de Banda. Haviam outras mercadorias vindas de Timor, Bornéu, Reino de Sião, Tailândia, ou Birmânia como benjoim, uma espécie de resina que alcançava elevadas somas em dinheiro no mercado externo, pedrarias, almíscar e lacre.
2) Produtos chineses manufaturados, como porcelanas e sedas.
3) Tecidos indianos, originários do Guzerate, estado mais ocidental da Índia, de Coromãndel ou de outras localidades do Golfo Bengala.
4) Produtos do Médio Oriente, onde figuravam o ópio, diversos metais, couros ou tapetes.
1) Figuravam diversos gêneros da Ásia, destacando-se a pimenta de Sumatra vinda pelo Estreito de Sunda passagem principal entre o Mar da China e o Índico, como também o cravo e a noz-moscada das Ilhas de Molucas, "Ilhas das Especiarias" localizada no Mar de Banda. Haviam outras mercadorias vindas de Timor, Bornéu, Reino de Sião, Tailândia, ou Birmânia como benjoim, uma espécie de resina que alcançava elevadas somas em dinheiro no mercado externo, pedrarias, almíscar e lacre.
2) Produtos chineses manufaturados, como porcelanas e sedas.
3) Tecidos indianos, originários do Guzerate, estado mais ocidental da Índia, de Coromãndel ou de outras localidades do Golfo Bengala.
4) Produtos do Médio Oriente, onde figuravam o ópio, diversos metais, couros ou tapetes.
Os portugueses sabiam da existência e importância de Malaca no Oceano Índico onde o almirante-mor de Portugal, Vasco da Gama, marcou presença lusitana a partir de 1498. Os portugueses incluíam em seu maior interesse e o domínio das riquezas da opulência comercial, avaliando a importância de Malaca de maior prioridade: controlar o comércio da Ásia marítima, que alimentava boa parte do Mediterrâneo.
O primeiro vice-rei, Dom Francisco de Almeida, levou ordens para estabelecer os primeiros contatos com o sultão, mas a demora no cumprimento de contatos imediatos para os interesses de Portugal levou Dom Manuel, rei de Portugal, a preparar uma armada, capitaneada por Diogo Lopes de Sequeira, para rumar em direção a Malaca, partindo de Lisboa em 1508. Logo ficou claro o interesse do controle do comércio asiático, que abastecia a Rota da Seda, iniciada nas costas da Ásia e fornecedora da República de Veneza e da Sereníssima República de Gênova através dos árabes.
A chegada da armada de Diogo Lopes de Sequeira, em Setembro de 1509, ao invés de concretizar o controle do comércio asiático, que os portugueses haviam logrado conquistar, desorganizaram o local com imposições à rede mercantil da região, desaparecendo o porto centralizador do comércio e, com ele, o Estado que controlava o estreito que separava o Istmo da Malásia e a Ilha de Sumatra.
O comércio, antes centralizado em ações geradas por comerciantes da região, com a interferência portuguesa, espalhou-se repentinamente por outros portos em meio a disputas militares no Estreito de Malaca. O papel desempenhado no passado pelo Estreito de Malaca, que ligava o oceano Índico ao Mar da China meridional e partilhado pela Malásia, Indonésia e Singapura, agora estava repartido com as pretensões exercidas por Portugal.
Afonso Albuquerque tinha convicção da importância de Malaca que fazia a ligação entre o comércio de especiarias chinesas e a Europa, e, assim a 1º de Julho de 1511, no comando de uma forte armada, fundeou próximo a Malaca. Os portugueses apresentavam-se em posição de força, tendo sido feitas várias exigências à cidade. Contudo, a pressão dos mais influentes da corte malaia, nomeado bendahara, ou primeiro-ministro, não permitiram o sucesso das negociações. Afonso de Albuquerque decidiu tomar a cidade, após algumas hesitações por parte de capitães mais reticentes, por motivo de intrincadas manobras diplomáticas. A seu favor contava com o apoio dos “quelins”, mercadores malaios e os chineses, que viram nos portugueses a oportunidade para abalar a hegemonia “guzerate” da Índia e obter uma posição privilegiada junto ao novo poder político.
No Oriente houve três locais que assumiam maior importância:
1) O Golfo de Aden, localizado ao norte do Oceano Índico na entrada do Mar Vermelho, entre a costa norte da Somália, na África e a costa sul da Peninsula Arábica.
2) O Estreito de Ormuz, na entrada do Golfo Pérsico.
3) O Estreito de Malaca, no Sudeste Asiático.
Afonso de Albuquerque com o sucesso da sua estratégia de expansão procurou fechar todas as passagens navais para o Índico, no Oceano Atlâtico, Mar Vermelho, Golfo Pérsico e Oceano Pacifico transformando-o num “Mare Clausum”, o mar fechado português, semelhante as Repúblicas da Itália que reclamavam o "Mare Clausum" no Mediterrâneo.
Sinal evidente desta preocupação era sentido nos primórdios do domínio pelo envio da armada de Vicente Sodré em 1502, com ordens supremas para ir à costa sul da Arábia, e o comandante Antonio Saldanha, em 1503, para fechar os “Estreitos” à navegação muçulmana.
As embarcações do Império Otomano que transportavam a mercadoria de Malaca pelo Golfo Pérsico e Mar Vermelho, depois de várias disputas com os navegantes lusos, já não assustavam Afonso de Albuquerque. Suas pretensões superaram a hegemonia do comércio da Costa de Choramándel, na Índia, controle da Baía de Bengala, Reino do Pegu na Birmânia, Malaca, Sumatra e Reino do Sião. No pensamento de Afonso de Albuquerque estavam outras terras ao Sul dos mares da China, estendendo-se até ao Japão. Em 20 de Agosto de 1512, numa carta escrita ao Rei Dom Manuel I, da cidade de Cochim, um dos melhores portos ao sul da Índia, na costa ocidental de onde os portugueses obtiveram controle do lucrativo do comércio de especiarias, Albuquerque dava notícias dizendo que Malaca era terra de Portugal. O sonho estava concretizado, mas era necessário estruturar a praça de armas, fortalecer a defesa frágil que possuía o local anteriormente na administração dos sultões. Planejou-se a construção da Fortaleza de São Tiago, mais tarde chamada de “Famosa”, dada a sua fama e beleza arquitetônica, onde dentro foi construída a igreja da Anunciação a Nossa Senhora e na atualidade resta somente a fachada. Ordenou em Malaca a cunhagem de moeda, como já era feito em Goa, tomada em 1510, e Ceilão, nítida condição de poder e controle. Afonso de Albuquerque, estava envolvido no projeto de conquistar todos os mercados Orientais, navegando mais ao Sul do Mar de Andamão, a oeste da atual Tailândia em direção a Malaca, local de transações de mercadorias vindas de todo o Oriente. Tinha ao seu mando a maior nau da armada, a “Flor de la Mar”, que fazia parte do orgulho marítimo de Portugal, sendo a nau mais poderosa em ação naval de alto poder de artilharia, com capacidade de 400 tonéis[1], construída em Lisboa em 1502, que já havia sido comandada por Estevão da Gama, irmão de Vasco da Gama nos mares em direção à Índia. A segunda viagem da citada nau aconteceu em 1505 e, ao dobrar o Cabo da Boa Esperança sofreu avaria no casco, reparada em Moçambique, África. Participou também na conquista de Ormuz, em 1507, na batalha de Diu, em 1509 e na conquista de Goa em 1510 e apresentava na conquista de Malaca, em 1511.
Afonso de Albuquerque com o controle da administração utilizou-a na expansão portuguesa na Ásia, dotando Portugal do maior centro comercial mais rico de toda a Àsia. Com a nau-almiranta Flor-de-la-Mar comandando a expedição navega outra nau menor, Trindade acompanhada de um junco chinês. Afonso de Albuquerque ordena carregar a nau Flor de La Mar com o butim tomado na conquista. Finas decorações trabalhadas em madeira de Sândalo e Rosa, barras de ouro, ornamentos dos mais variados. Liteiras ricas de uso do sultão, revestidas de prata e ouro fino. Dois leões em ferro, retirados da tumba de um sultão de Malaca, para servirem, depois da morte de Albuquerque, de guardas do seu túmulo em Goa. Um montante de pedraria, para oferecer ao Rei Dom Manuel. Esta oferenda seria o testemunho da conquista e gratidão para com o Rei Venturoso por ter-lhe conferido a honraria de Vice-Rei da Índia. Junto com tão fino espólio, ía uma espada, cravada de diamantes e um anel de rubi, oferta do Rei do Sião a Dom Manuel I, presente pelo encetamento das relações recentes, tudo catalogado para controle em nome do Império de Portugal.
Mas a poderosa nau não venceu a tormenta que pairou no estreito de Malaca e na noite de 20 de Novembro de 1512 naufragou levando ao fundo enorme riqueza, onde unicamente se salvou o almirante Albuquerque com mais quatro pessoas por ele comandados.
Este fim trágico nunca arrefeceu o interesse de Portugal no Arquipélago Malaio, ou Insulíndia, composta de um numeroso grupo de ilhas situado entre o continente do Sudeste Asiático e a Austrália foi controlado por fortificações a partir de Malaca, na Malásia, que tornou-se território português, controlando o maior comércio existente na Ásia desde 1511 até 1641, por uma das maiores forças navais da época: Portugal.
Do outro lado do Atlântico estava outro território de domínio português que não tinha tanta importância em mercado econômico: O Brasil, secundário nas relações comerciais de Portugal, somente começou a fazer parte dos interesses da Metrópole, após aproximados trezentos anos do “Achamento”!
A chegada da armada de Diogo Lopes de Sequeira, em Setembro de 1509, ao invés de concretizar o controle do comércio asiático, que os portugueses haviam logrado conquistar, desorganizaram o local com imposições à rede mercantil da região, desaparecendo o porto centralizador do comércio e, com ele, o Estado que controlava o estreito que separava o Istmo da Malásia e a Ilha de Sumatra.
O comércio, antes centralizado em ações geradas por comerciantes da região, com a interferência portuguesa, espalhou-se repentinamente por outros portos em meio a disputas militares no Estreito de Malaca. O papel desempenhado no passado pelo Estreito de Malaca, que ligava o oceano Índico ao Mar da China meridional e partilhado pela Malásia, Indonésia e Singapura, agora estava repartido com as pretensões exercidas por Portugal.
Afonso Albuquerque tinha convicção da importância de Malaca que fazia a ligação entre o comércio de especiarias chinesas e a Europa, e, assim a 1º de Julho de 1511, no comando de uma forte armada, fundeou próximo a Malaca. Os portugueses apresentavam-se em posição de força, tendo sido feitas várias exigências à cidade. Contudo, a pressão dos mais influentes da corte malaia, nomeado bendahara, ou primeiro-ministro, não permitiram o sucesso das negociações. Afonso de Albuquerque decidiu tomar a cidade, após algumas hesitações por parte de capitães mais reticentes, por motivo de intrincadas manobras diplomáticas. A seu favor contava com o apoio dos “quelins”, mercadores malaios e os chineses, que viram nos portugueses a oportunidade para abalar a hegemonia “guzerate” da Índia e obter uma posição privilegiada junto ao novo poder político.
No Oriente houve três locais que assumiam maior importância:
1) O Golfo de Aden, localizado ao norte do Oceano Índico na entrada do Mar Vermelho, entre a costa norte da Somália, na África e a costa sul da Peninsula Arábica.
2) O Estreito de Ormuz, na entrada do Golfo Pérsico.
3) O Estreito de Malaca, no Sudeste Asiático.
Afonso de Albuquerque com o sucesso da sua estratégia de expansão procurou fechar todas as passagens navais para o Índico, no Oceano Atlâtico, Mar Vermelho, Golfo Pérsico e Oceano Pacifico transformando-o num “Mare Clausum”, o mar fechado português, semelhante as Repúblicas da Itália que reclamavam o "Mare Clausum" no Mediterrâneo.
Sinal evidente desta preocupação era sentido nos primórdios do domínio pelo envio da armada de Vicente Sodré em 1502, com ordens supremas para ir à costa sul da Arábia, e o comandante Antonio Saldanha, em 1503, para fechar os “Estreitos” à navegação muçulmana.
As embarcações do Império Otomano que transportavam a mercadoria de Malaca pelo Golfo Pérsico e Mar Vermelho, depois de várias disputas com os navegantes lusos, já não assustavam Afonso de Albuquerque. Suas pretensões superaram a hegemonia do comércio da Costa de Choramándel, na Índia, controle da Baía de Bengala, Reino do Pegu na Birmânia, Malaca, Sumatra e Reino do Sião. No pensamento de Afonso de Albuquerque estavam outras terras ao Sul dos mares da China, estendendo-se até ao Japão. Em 20 de Agosto de 1512, numa carta escrita ao Rei Dom Manuel I, da cidade de Cochim, um dos melhores portos ao sul da Índia, na costa ocidental de onde os portugueses obtiveram controle do lucrativo do comércio de especiarias, Albuquerque dava notícias dizendo que Malaca era terra de Portugal. O sonho estava concretizado, mas era necessário estruturar a praça de armas, fortalecer a defesa frágil que possuía o local anteriormente na administração dos sultões. Planejou-se a construção da Fortaleza de São Tiago, mais tarde chamada de “Famosa”, dada a sua fama e beleza arquitetônica, onde dentro foi construída a igreja da Anunciação a Nossa Senhora e na atualidade resta somente a fachada. Ordenou em Malaca a cunhagem de moeda, como já era feito em Goa, tomada em 1510, e Ceilão, nítida condição de poder e controle. Afonso de Albuquerque, estava envolvido no projeto de conquistar todos os mercados Orientais, navegando mais ao Sul do Mar de Andamão, a oeste da atual Tailândia em direção a Malaca, local de transações de mercadorias vindas de todo o Oriente. Tinha ao seu mando a maior nau da armada, a “Flor de la Mar”, que fazia parte do orgulho marítimo de Portugal, sendo a nau mais poderosa em ação naval de alto poder de artilharia, com capacidade de 400 tonéis[1], construída em Lisboa em 1502, que já havia sido comandada por Estevão da Gama, irmão de Vasco da Gama nos mares em direção à Índia. A segunda viagem da citada nau aconteceu em 1505 e, ao dobrar o Cabo da Boa Esperança sofreu avaria no casco, reparada em Moçambique, África. Participou também na conquista de Ormuz, em 1507, na batalha de Diu, em 1509 e na conquista de Goa em 1510 e apresentava na conquista de Malaca, em 1511.
Afonso de Albuquerque com o controle da administração utilizou-a na expansão portuguesa na Ásia, dotando Portugal do maior centro comercial mais rico de toda a Àsia. Com a nau-almiranta Flor-de-la-Mar comandando a expedição navega outra nau menor, Trindade acompanhada de um junco chinês. Afonso de Albuquerque ordena carregar a nau Flor de La Mar com o butim tomado na conquista. Finas decorações trabalhadas em madeira de Sândalo e Rosa, barras de ouro, ornamentos dos mais variados. Liteiras ricas de uso do sultão, revestidas de prata e ouro fino. Dois leões em ferro, retirados da tumba de um sultão de Malaca, para servirem, depois da morte de Albuquerque, de guardas do seu túmulo em Goa. Um montante de pedraria, para oferecer ao Rei Dom Manuel. Esta oferenda seria o testemunho da conquista e gratidão para com o Rei Venturoso por ter-lhe conferido a honraria de Vice-Rei da Índia. Junto com tão fino espólio, ía uma espada, cravada de diamantes e um anel de rubi, oferta do Rei do Sião a Dom Manuel I, presente pelo encetamento das relações recentes, tudo catalogado para controle em nome do Império de Portugal.
Mas a poderosa nau não venceu a tormenta que pairou no estreito de Malaca e na noite de 20 de Novembro de 1512 naufragou levando ao fundo enorme riqueza, onde unicamente se salvou o almirante Albuquerque com mais quatro pessoas por ele comandados.
Este fim trágico nunca arrefeceu o interesse de Portugal no Arquipélago Malaio, ou Insulíndia, composta de um numeroso grupo de ilhas situado entre o continente do Sudeste Asiático e a Austrália foi controlado por fortificações a partir de Malaca, na Malásia, que tornou-se território português, controlando o maior comércio existente na Ásia desde 1511 até 1641, por uma das maiores forças navais da época: Portugal.
Do outro lado do Atlântico estava outro território de domínio português que não tinha tanta importância em mercado econômico: O Brasil, secundário nas relações comerciais de Portugal, somente começou a fazer parte dos interesses da Metrópole, após aproximados trezentos anos do “Achamento”!
A prioridade eram as riquezas imediatas da Ásia!
[1] Um tonel na época correspondia ao volume que comportava a massa de 1000 Kg líquidos.
[1] Um tonel na época correspondia ao volume que comportava a massa de 1000 Kg líquidos.
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