domingo, 24 de novembro de 2019

Automóvel Club de São Paulo: Um dos Palacetes Prates, São Paulo/SP

Nossos avós viram São Paulo de um jeito, nós de outro...como verão os que virão?

Durante vários anos o Automóvel Clube funcionou num dos palacetes gêmeos do Conde Eduardo da Silva Prates. Era o que ficava mais próximo ao viaduto do Chá. Essa construção foi demolida no início dos anos 50 para dar lugar ao edifício Conde Prates.
Estava situado na Rua Líbero Badaró nº 46 em terreno de 16x30 metros, para edificar um prédio de três andares, com todo o luxo e conforto possíveis: salão de leitura, salão de dança, salão de recepção, restaurante, salão de chá para famílias, sala para bilhar, sala de jogos, barbeiro. O Automóvel Club de São Paulo contava inicialmente 230 sócios. O prédio foi demolido no início dos anos 50.

Eduardo da Silva Prates, primeiro conde de Prates (São Paulo, 8 de novembro de 1860 - São Paulo, 22 de março de 1928) foi um negociante (empresário) brasileiro, dedicado aos ramos imobiliário, bancário e férreo. Filho do Dr. Fidêncio Nepomuceno Prates e de Dona Inocência da Silva Prates, filha do Barão de Antonina. Sentindo muito cedo pendores e inclinação pela vida comercial, devotou-se do ramo dos negócios ao qual emprestou o seu espírito dinâmico e a sua invulgar capacidade de trabalho. Desposando a senhora Antônia dos Santos Silva, de velha estirpe paulista, depois Condessa de Prates, filha do Barão de Itapetininga e da Baronesa de Tatuí, família das mais nobres e honrosas tradições brasileiras, o Conde alargou o seu campo de atividades, tornando-se adiantado agricultor e diligente pecuarista.














Edifício Conde de Prates (atual)
O prédio foi projetado pelo arquiteto italiano radicado em São Paulo, Giancarlo Palanti e suas obras foram executadas pela Construtora Alfredo Mathias Ltda. Inaugurado em 1955, oferecia 80 vagas para automóveis e elevadores e foi anunciado pela construtora e incorporadora Segurança Imobiliária no dia 23 de novembro de 1948. O edifício Conde Prates era um dos mais altos do centro de São Paulo ao ser inaugurado, em 1955.
Endereço = Rua Líbero Badaró esquina com Viaduto do Chá
Arquiteto = Giancarlo Palanti
Projeto = de 1952
Construtora= Alfredo Matias Ltda.
Locação = Edifício para Escritórios
Pavimentos = 33 andares, com 3 pavimentos
Altura = 112 metros
Construção = 1952
Inauguração= 1955

Ref.:

Matéria jornalística O Estado de S. Paulo - 23 de novembro de 1948 e 30 de julho de 1950

As Várias Divisas Territoriais do Antigo Município de Santo Amaro no Século 19 e Início do 20


(transcrito conforme época)

Santo Amaro. – Antigo aldeamento de índios Guayanases, com a denominação de Ibirapoera, e onde depois foi fundada a Colonia Allemã de Santo Amaro.

Distrito de Paz -................................
Município – Decreto de 10 de julho de 1832.
Divisas: Do relatório do dr. Nabuco de Araujo, 1852, consta que o municipio de Santo Amaro tem divisas incontestadas:

*Com a freguesia da Sé, pelo ribeirão da Traição acima, desde o ponto em que atravessa a estrada até suas primeiras vertentes e dahi seguindo até chegar à Cruz das Almas, na estrada do Carros, a buscar o sítio do Capitão André Cursino, e dahi a rumo do SUL, pela estrada que vai ao Curral Grande, sítio de Antonio de Medeiros, seguindo a estrada dos Carros até a encruzilhada do Pinhahiba, onde toca-se com a recta que, seguindo pelo morro Vermelho, divide a Sé da freguezia de S. Bernardo.
*Com S. Bernardo divide-se caminhando pela estrada do Guacury, na ponte e córrego no rio Juribatuva, e por ele a dar no rio Grande, onde faz barra o rio Pequeno, a dahi em linha recta à serra do Mar.
*Com Santa Ephigenia e Cutia pelo ribeirão da Traição abaixo até fazer barra com o rio dos Pinheiros, e atravessando este a rumo direito a procurar a encruzilhada do caminho que vai da cidade de S. Paulo a MBoy, até encontrar o rio MBoy-Mirim.
*Com Itapecerica, seguindo da ponte que fica no caminho mencionado rio abaixo, até outra ponte do MBoy-Mirim, no caminho de Bonguassu, e por elle a ponte do Jasseguava e desta ponte, rio acima, até as suas nascentes, e dahi, em linha reta, até a serra do Mar, pertencendo a Santo Amaro os moradores que ficam aquém da Serra.
A lei n. 2 de 22 de janeiro de 1842 assim marcou as divisas entre este município e o de S. Bernardo:

“Pela estrada do Guacury, estendendo-se para o Norte, até confinar com os limites da freguesia da Sé, e para o Sul até o rio Grande e dahi, em linha reta, até a serra do Mar, compreendendo os povos do rio acima”.
A de n. 23 de 1 de maio de 1854, alterando as divisas entre a freguesia da Sé, S, Bernardo e Santo Amaro, declarou: “Pelo lado da Sé, partindo do Ypiranga de cima, pela estrada que vae pelo Curral Pequeno, até encontrar a que vem de Santo Amaro para S. Bernardo; e pelo lado desta freguesia, seguindo pela referida estrada, até o ribeirão do Curral Grande, e dahi à rumo direito até o morro Gonçalinho, na estrada que vai para o Alvarenga, e seguindo esta até o barranco do rio Grande Jurubatuba”.
A de n. 89 de 18 de Abril de 1870 declarou que o sitio de Joaquim Honorato de Camargo, de que já três partes pertencem a Santo Amaro, fica desmembrado totalmente do Districto de Santa Ephigenia e anexado ao de Santo Amaro.
A de n. 62 de 4 de Maio de 1879 desligou do Districto de S. Bernardo para anexar ao de Santo Amaro os sítios de Salvador Barbosa de Moraes, Julio Julien, João Pires do Espirito Santo, Francisco José Domingues, Manoel Baptista da Luz, João Mariano da Silva, Lourenço da Silva Dias, Fortunato Pereira de Macedo, Graciano Maria Lopes, Jacintho Branco de Araujo, Antonio Barbosa de Moraes, Marcellino de S. Anna, Seraphin Rodrigues do Prado, Cecilio Antonio Pedroso, Felisbino Antonio Pedroso, José Bento Rodrigues, João Antonio Domingues, Manoel Domingues do Prado, Amaro Bento Domingues Escudeiro, Jacyntho Pereira da Silva, Joaquin Josá da Silva, Guilhermino João de Escudeiro, Cypriano Benedicto de Moraes, João José Domingues, Amaro Gomes da Silva, José Antonio de Escudeiro, Lino Eulalio Fernandes, Jorge Zilles, Antonio Domingues do Prado, Benedicto Fernandes, Francico Mendes Rodrigues, João Alves de Souza, Firmino Alves de Escudeiro e Antonio José da Silva.
A mesma lei desligou do Districto da Consolação para anexar a Santo Amaro o sitio de João José da Silva. Esta disposição foi revogada pela lei n. 57 de 28 de Fevereiro de 1881.
A de n. 771 de 1 de Junho 1901 estabelecendo as divisas do município da Capital, declarou que com o de Santo Amaro seria: “Pelo alto do espigão que limita, pelo lado esquerdo do rio Ypiranga, os vales deste rio e do ribeirão de Cupecê, desde o ponto mais alto do serrote que fica fronteiro a cabeceira do rio Ypiranga e onde termina a linha divisória entre os municípios de São Bernardo e Santo Amaro, até a cabeceira do galho mais septentrional do ribeirão da Traição, passando pela estação do Encontro, da linha férrea de Santo Amaro, que fica pertencente ao município da Capital 4e por este galho e pelo referido ribeirão da Traição abaixo até sua foz no rio dos Pinheiros, deste ponto, por uma recta, até o ponto mais alto do Morro do Jaguarahé, no espigão que divide as aguas do rio Carapicuiba e Jaguarahé”.
A de n. 804 de 9 de Outubro do mesmo anno estabelecendo as divisas do município de S. Bernardo, declarou que com Santo Amaro seriam: “Pelo rio dos Monos acima deste ponto deste rio na quebrada da linha do cume da serra de Paranapiacaba, onde termina a linha divisória com o município de Conceição de Itanhem até o ponto mais próximo a cabeceira do córrego Preto e desse ponto, por uma linha recta, até a referida cabeceira do córrego Preto e por este córrego abaixo, ate a sua foz no ribeirão Taquecetuba, por este ribeirão abaixo até sua foz no rio Grande, e por este rio abaixo até a foz do ribeirão dos Alvarengas; deste ponto por uma linha recta, até o ponto mais alto do serrote que fica fronteiro a cabeceira do rio Ypiranga”.



Referências:
Divisão Administrativa e Divisa Municipaes ou Relação de Actos dos Poderes Legislativo e Executivo, marcando as divisas do municípios e respectivos districtos de paz do Estado de S. Paulo. Organisado por José Jacintho Ribeiro, 2º Official da Repartiçao de Estatistica e Archivo do Estado de S. Paulo, 1908.

Divisão Administrativa e Divisa Municipaes do Estado de São Paulo. Repartição de Estatistica e Archivo do Estado de São Paulo. Director Dr. Adolpho Botelho de Abreu Sampaio. Typ. “Diario Official”, 1915

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