quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Empresa Brasileira de Relógios Hora S.A. - “HORASA”, Santo Amaro/SP/Brasil

Origem

O fundador da marca de relógios ESKA, Silvan Kocher, nasceu em 1867. Sua família é originária da vila de Selzach, na parte alemã da Suíça. Nos séculos anteriores, os membros da família Kocher trabalhavam na agricultura, como pescadores e como proprietários de terras. 

Em março de 1918, logo após o fim da Primeira Guerra Mundial, Silvan Kocher e seu filho mais velho Erwin fundaram a fábrica de relógios "S. Kocher & Co." O nome ESKA é uma abreviação fonética de seu fundador Silvan Kocher ("S"ilvan "K"ocher), "ES" & "KA", esta fundada em 1922 

Duas empresas afiliadas foram abertas em 1929 pelos filhos de Silvan Kocher. Uma empresa foi aberta por Edgar Kocher em São Paulo, Brasil; o outro de Walter Kocher em Nova York, EUA. Tanto na América do Norte quanto na América do Sul, "S. Kocher & Co." estava em uma posição dominante e os relógios ESKA eram muito famosos e procurados.

Silvan Kocher faleceu em 1947. A partir daí, seus quatro filhos continuaram a empresa: Erwin, Silvan Júnior, Walter e Edgar. Erwin e Silvan Júnior assumiram a empresa na Suíça. O irmão deles, Walter, cuidava dos negócios nos Estados Unidos e estava localizado no Rockefeller Center em Nova York. O irmão mais novo, Edgar, administrava a empresa em São Paulo, com várias filiais no Brasil.


Ao longo dos anos, a Eska produziu de diversos modelos de relógios, de parede, carrilhões, pedestais, cucos e de bolso. Muitos destes relógios eram verdadeiros móveis fabricados de alto padrão a partir das décadas de 1940 e 50. 




Utilizou-se dos protótipos existentes à época, com alguns modelos muito valorizados no mercado internacional com gabinete e um pórtico para abrir e ajustar, por exemplo. Eram relógios de qualidade com preços acessíveis e confiáveis.

 

A Fundação da “HORASA” em Santo Amaro/SP/Brasil

Edgard Kocher montou uma fábrica dos conceituados relógios suíços, em Santo Amaro, à Rua Isabel Schmidt, 411 que recebeu a razão social Empresa Brasileira de Relógios Hora S.A.


 


Um prédio arrojado foi projetado por Adolpho Timm & Cia Ltda. Com o maquinário suíço de relojoaria da marca Sorel, os relógios Silco e Eska foram bem comercializados por várias décadas, inclusive os relógios do Metrô de SP são desta marca.

Anúncio em A Gazeta( Fundação Casper Líbero): 25 de janeiro de 1954

Mais tarde, a empresa diversificou seus negócios: além das raízes originais na relojoaria, atuou em diferentes mercados.




A crise mundial do petróleo iniciada na década de 1970 afetou os negócios e na década de 1980, causou o fechamento da Fábrica do Grupo Hora S.A. com a empresa encerrando suas atividades fabris e comerciais.

 O Sr. Edgard Kocher também foi diretor presidente da Fania Empresa Nacional de Instrumentos para Autos e Veículos (Fania Comercio e Indústria de Pecas Ltda), sendo que mais tarde passou toda estrutura industrial para a VDO em Guarulhos, empresa fabricante de tacógrafos.







O prédio de Santo Amaro, onde eram manufaturados toda parte fabril dos relógios, passou a ser administrado pela Obras Sociais e Educacionais de Luz, mantenedora da Unisa, Universidade de Santo Amaro, na Rua Isabel Schmidt, 349.

 

 

Referências:

http://eska-watch.com/about  

https://www.facebook.com/horainstrumentos/posts/396521390415152/

Revista Acrópole FAU/USP junho de 1947

 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

A HISTÓRIA DO BAIRRO SANTO AMARO/SP E SEUS 463 ANOS NO ANO DE 2023: Duas “inverdades” contadas 2000 vezes, não se tornam verdades absolutas, apenas são mentiras contadas há muito tempo!

O “BAIRRO” DE SANTO AMARO NÃO FOI EDIFICADO EM 1552 E SIM EM 1560, COMO FREGUESIA E O PADRE ANCHIETA NÃO “REZOU” MISSA ALGUMA ANTES DE 1566, POIS ANTES DESSA DATA NÃO ERA “PADRE”!

Em 12 de agosto de 1560, perante o tabelião público judicial, Pedro Dias, foi lavrado o termo da posse de Santo Amaro, feito por doação pelo capitão Francisco de Moraes, para o provincial da Companhia de Jesus, padre Luiz de Grã, representante dos jesuítas do “colégio” São Paulo de Piratininga. O padre Luiz de Grã, enviou o irmão da ordem Gregório Serrão (que passou a cuidar de aldeias daqueles campos) para essa ocasião, dessa parte da sesmaria de Geribatiba. Como testemunha dessa doação participou Francisco Pires e Fernão D’Albernaz. Assim ficou fixada em termo oficializado a parte de terra na margem esquerda do rio Geribatiba, uma aldeia (em Portugal, um pequeno foco de habitantes, ainda hoje se denomina por aldeia) com administração dos jesuítas onde estavam os índios Guaianazes, do aldeamento Virapuera do cacique Caá-ubi.

A faixa de terra de Santo Amaro (640 km2)  recebeu várias corruptelas de nomes indígenas como: Birapuera, Ibirapoera; Jeribatiba; Santo Amaro de Ibirapuera, até que definitivamente assumiria o nome atual de Santo Amaro. 


A escritura da “capela curada” de Santo Amaro (Mauro) foi feita por ordem de Dom José de Barros Alarcão (1634-1700): bispo da Diocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, que São Paulo reportava-se) em 14 de janeiro de 1686, que assinou o documento assumindo como primeiro vigário o padre João de Pontes, irmão de Belchior de Pontes.

A MISSA QUE ANCHIETA NÃO FEZ


O noviço José de Anchieta não presidiu uma missa oficialmente na aldeia que ficou conhecida como Santo Amaro (santo cristão, do século 6º, também denominado Mauro, antes de sua ordenação! Santo Amaro é considerado protetor dos agricultores, carroceiros e carregadores) sendo 15 de janeiro, o dia e mês em que se faz a comemoração deste abade beneditino.


José de Anchieta tornou-se padre a partir de 1566, quando foi ordenado, podendo assim fazer os santos ofícios religiosos da igreja católica a partir dessa data de sua consagração sacerdotal!



p.s.: Verbalizar sem provar não é documento histórico!

Faz-se necessário averiguar as oitivas, daquilo que
 se ouviu e se repetiu diversas vezes e nada foi investigado para se ter certeza ser verdadeiro.

Se porventura encontrarem em "arquivos oficiais" documentos comprovatórios sobre o exposto nessas duas questões, seremos os primeiros a nos retratar, em nome da historiografia e por mais ninguém!

 

 

 

Vide:

O “Santo” da Igreja de Santo Amaro, a “Banda do Além” e a genealogia dos Aguilar, Rodrigues, Paes e Borba Gato

http://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2018/06/o-santo-da-igreja-de-santo-amaro-banda.html 

Datas comemorativas e intervenções em Santo Amaro, São Paulo

https://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2018/06/datas-comemorativas-e-intervencoes-em.html

 

Referências:

Mitra Diocesana de Santo Amaro: Av. Mascote, 1171 - Vila Mascote, São Paulo - SP, 04363-001

http://diocesedesantoamaro.org.br/historia-da-diocese-de-santo-amaro/#

https://www.catholic-hierarchy.org/bishop/bbarala.html

https://catedral.com.br/historia/

domingo, 18 de dezembro de 2022

Indústria de Plástico Reforçado Glaspac Ltda: Fabricante do Primeiro Buggy Brasileiro

Rua Manoel Preto, atual Rua Olivia Guedes Penteado, 870, CAPELA DO SOCORRO/SP

Nos EUA, a cultura praiana dos anos 60 estava ligada ao nome do buggy Meyers Manx desenvolvido por Bruce Meyers (1926-2021) sobre a mecânica Volkswagen. Os dune-buggies espalharam-se pelo mundo, em várias versões diferentes, mas todos eles são cópias, de uma forma ou de outra, do Meyers Manx dos anos 60, criado na Califórnia. O Meyers Manx Tow'd foi fabricado em peça única. O Tow'd foi um nome criado referindo-se a um carro para ser rebocado (towed) até o local da diversão. Bruce perdeu o controle de sua invenção e tentou proteger seu desenho, mas perdeu na primeira instância e não teve condições de tocar adiante, por conta dos custos e do estrago que já havia acontecido em sua empresa.

O primeiro Buggy brasileiro
Buggy é uma versão esportiva de um jipe com uma carroceria plástica montada sobre um chassi Volkswagen. Com linhas originais vivas, o Buggy era uma sensação por onde andava.
Foi produzido pela Glaspac, firma localizada na região de Santo Amaro, na capital paulista. Seus idealizadores eram dois jovens entusiastas do automobilismo, Donald Pacey e Gerry Cunninghan, ambos brasileiros descendentes de ingleses, que estudaram na Inglaterra e nas horas de lazer foram pilotos de Fórmula Ford e carros esportivos. Participaram de várias competições amadoras e se familiarizaram com a moldagem de peças em resina de poliéster reforçada com fibra-de-vidro.


A dupla viu a oportunidade de replicar o Meyers Manx Tow'd no Brasil, pois havia muitos Fuscas e muitas praias no país. Só faltou pedir permissão ao fabricante. “Nunca contatamos o Meyers, nem tínhamos licença para replicar o Manx”, afirma Gerry Cunningham.
De regresso ao Brasil em 1960, começaram a pensar na fabricação de Buggies. Juntou-se aos idealizadores, o desenhista Itajará Ferreira de Almeida que também gostava de automóveis nascendo o Buggy Glaspac. Fabricaram o modelo em madeira, fibra de vidro e resina.
Os dois amigos fundaram no Brasil a Glaspac, em 1962, fixando a fábrica na rua Manoel Preto, atual rua Olivia Guedes Penteado, 870, no bairro Capela do Socorro, região de Santo Amaro, São Paulo.

Para manterem-se concentraram-se na fabricação de quiosques, caixas de correio, guaritas de fibra de vidro e carrinhos de sorvetes, pedalinhos e pranchas de surfe. O contato com os surfistas fez com que os sócios conhecessem o estilo de vida desses jovens.


Os primeiros anos foram difíceis, por produzirem peças em um material ainda pouco conhecido. Eles eram fornecedores de empresas automotivas e foram pioneiros no país no uso de fibra de vidro.
A Glaspac iniciou suas atividades no ramo de “fiber-glass”, de uma maneira geral. Com tino industrial convenceram a Mercedes-Benz a usar algumas peças de fibra em seus novos ônibus em grades, capôs e paralamas.
A empresa tinha um sedan Volkswagen modelo alemão de 1951, encostado ao tempo e a carroceria apodreceu. O chassi e a parte mecânica estavam e bom estado o que propiciou investirem na fabricação de um buggy protótipo. Montaram um chassi com peças usadas e andaram com ele um ano, fazendo algumas adaptações requeridas nos testes que eram feitos nas horas vagas, no campo de futebol de terra do Bandeirantes, localizado do lado oposto da Glaspac, (atualmente é a SERPRO, Rua Olívia Guedes Penteado, nº 941) onde eram superados os obstáculos da própria irregularidade do tereno, até que resolveram construir um buggy com as especificações de peças da linha Volkswagen, que existiam em todas as partes do Brasil.
A referência do modelo recaiu no que eles conheceram dos buggies norte-americanos então resolveram fazer uma carroceria que se aproximasse do Meyers Manx, em 1968, o que levou a planos de uma produção em série. Do protótipo foram idealizando os moldes da carroceria e iniciaram a produção. “O primeiro protótipo veio de uma miniatura de brinquedo produzido pela empresa britânica Corgi Toys em escala 1:43, ampliada, usando materiais em compensado, poliuretano e massa plástica.
(Referência Pinterest)
O foco estava voltado para a produção dos buggies. A mecânica original era Volkswagen com os motores de 1200, 1300 e 1600 cilindradas, este último eram os mais requeridos, de maior potência alimentando um par de pistões com carburadores independentes.
Os Buggies possuíam uma massa aproximada de 500 quilos, acelerando de zero a 100 quilômetros por hora em um tempo de 10 segundos, sendo essa a velocidade atingida de média. Com chassi encurtado em 35 centímetros entre eixos dianteiro e traseiro, com um centro de gravidade mais centralizada, melhorou-se a estabilidade veicular. As rodas originais estampadas, eram provenientes do aro 14” da Variant/Brasília e 15” do fusca e depois produzidas em liga leve de magnésio com 8 polegadas de tala e aro de 14 ou 15 polegadas.
Os Buggies Glaspac vinham equipados com pneus Goodyear E70r14, apropriados para velocidades de até 175 quilômetros por hora. Mais tarde optou-se por aros 13 polegadas na frente e 14 ou 15 na traseira.
A Glaspac passou a vender o kit básico, composto por toda a carroceria, pára-brisas, escapamento especial, santo-antônio para-choques, farois dianteiros e borrachas.


A produção dos bugies durou até 1975, quando muitas cópias repicaram por todos os lados e era inviável a produção em escala industrial.
Com a expansão do automobilismo brasileiro e o baixo custo das carrocerias de fibra de vidro, os carros de Fórmula Junior de Chico Landi foram produzidos pela Glaspac. Também o foi o Willys/Ford Bino. Na Fórmula-Ford a Glaspac produziu 50 carros para a Ford entre o final de 1984 e início de 1985 e uma réplica conversível do Porsche 356.
Ainda, os protótipos do Puma foram criados na empresa, ligando-a à mais famosa marca nacional de carros fora-de-série.

Cobra[1]

Os proprietários da Glaspac queriam fazer um carro diferenciado, algo que impressionasse  logo no primeiro contato com o veículo. Uma boa ideia seria uma réplica do famoso Cobra.

Gerry Cunningham aproveitou uma viagem de negócios e bateu às portas da lendária AC Cars, na Inglaterra, ocasião em que foi recebido por ninguém menos que Derek Hurlock. Após algumas xícaras de chá, o presidente da empresa lhe entregou uma série de desenhos originais do AC Cobra.

Para surpresa total, a AC respondeu com desenhos detalhados de todo o carro e uma carta autorizando a produção da réplica, com apenas uma ressalva: não usar as marcas AC e Cobra. Só isso.
Com a ajuda do fabricante original, começou o projeto do novo carro. Desenvolveu-se um chassi de tubos de seção quadrada e chapa de aço soldados. Os tubos seriam preenchidos com espuma de poliuretano, para reduzir vibrações e ruídos, bem como evitar penetração de umidade, que causaria corrosão. O material também seria usado seletivamente na carroceria de fibra, como reforço estrutural e/ou revestimento termoacústico.

Tander Car

Provavelmente em 1973 ou 1974, a Glaspac passou suas operações dos buggies para a Tander Car e dedicou-se a outros projetos, como a réplica de um Cobra AC, tida como uma das melhores do mundo e um Thunderbird, que não teve o desempenho esperado.

Em 1976, a Glaspac foi transferida definidamente para a Thander Car, dando continuidade as mesmas especificações da fabricação original.


Sujeito a revisão, sem prévio aviso!

Ref.

https://planetabuggy.com.br/buggy-na-imprensa/autoesporte-12-69-glaspac/

https://www.brightontoymuseum.co.uk/index/Category:Corgi_Toys

https://planetabuggy.com.br/buggy-glaspac/

https://quatrorodas.abril.com.br/especial/classicos-glaspac-cobra-ac-v8-windsor-shelby/

https://quatrorodas.abril.com.br/noticias/grandes-brasileiros-buggy-glaspac/

https://www.autolivraria.com.br/classicos/glaspac-1.htm

https://www.autolivraria.com.br/classicos/cobra-1.htm

https://www.lexicarbrasil.com.br/tander/

http://www.lexicarbrasil.com.br/lautomobile/

PIZARRO, Carolina Vaitiekunas. O designer e a prática profissional na indústria automobilística no Brasil. Bauru/SP: Universidade Estadual Paulista, 2014.


[1] Em 1904 era inaugurada em Thames Ditton, Inglaterra, a Autocars and Accessories Ltd. Fabricava carros de três rodas (Auto Carrier) com motores monocilíndricos de motocicletas. Em 1927 mudava seu nome para A.C. Cars. No final dos anos 50, produzia carros-esporte conversíveis de dois lugares, com motores seis-cilindros Bristol derivados dos motores BMW de antes da Segunda Guerra Mundial.




NOSSA CASA, SEMPRE NOSSA

 

Quando uma casa

Já não é mais de quem a construiu,

bate forte a saudade!

Onde nasceram filhos

Onde todo mundo riu

E a esperança brotou

e a criança arteira brincou

onde tudo tinha sentido

o sorriso, a lágrima

nada disso esquecido

dentro de uma casa era viva

que conversava conosco

pois estava a nos esperar

sempre vindo da escola

ou do trabalho

de uma vila sem rua

só terra no atalho!

era bom voltar para casa

que o pai construiu

ninho onde todos chegavam

e a mãe sempre no portão

que ela chamava “lar”.

E de repente passa o tempo

esse companheiro eterno

de nossas vidas

as crianças não são mais crianças

e um vai embora

depois outro,

e por fim nossos pais

e nossas vidas se desmancham

e um dia a casa ganha a placa:
Vende-se!!!

A casa não serve mais

Para os mesmos sonhos

Já não tem mais o mesmo sentido

E vai também embora como a gente

um dia vai...

fazer parte só da história!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Inauguração do “Santo Mercado”, o Novo Mercado de Santo Amaro/SP: 09 de dezembro de 2022

Mercado Municipal de Santo Amaro: Como Tudo Começou!


A primeira iniciativa de um centro abastecedor foi criar um Mercado Provisório na Vila de Santo Amaro em 1894, tendo como zelador Horácio Bertholdo de Andrade Vasconcellos, regulamentada pelo Código de Postura Municipal que já havia prenunciado na sessão de 2 de abril de 1890 através do intendente Luiz da Gouveia Galvão a “necessidade de um mercado nessa Vila” e implantada com aprovação da Intendência de Obras do governo do Estado em 25 de junho de 1890, sendo proposta a sua localização no Largo Municipal situado no trajeto para a região de Itapecerica da Serra, entre as ruas Direita, hoje Capitão Tiago Luz, onde estava situada o maior número de casas comerciais e Rua da Palha, atual Rua Paulo Eiró, ligação do Largo (praça) Municipal ao Largo da Matriz.

 Foi deliberado em 2 de setembro de 1894 alugar a casa de José Antônio Marianno Baretto por vinte cinco mil réis mensais.(25$000) lavrado o contrato com a intendência.

 

O edital da obra foi publicado em 5 de maio de 1893, assinado pelo então intendente Municipal, Luiz Gonzaga de Miranda Guerra, e sua construção iniciada em 15 de julho de 1896, cabendo a obra ao empreiteiro Alfredo Formigoni, sendo o contrato celebrado com a Câmara Municipal da Vila de Santo Amaro representada pelo intendente capitão Baptista da Luz Mendes pela quantia de nove contos quinhentos e trinta e oito mil réis (9:538$000) recebidas em “quatro prestações”. A área do edifício será de 17,00 metros x 17,00 metros, com baldrame reforçado assim com as paredes e a sustentação do telhado de “boa madeira” que terá ainda oito pilares, mais tarde alteradas, que complementa o alpendre com caimento do telhado em duas águas com telhas fornecidas pelo fabricante Andrea, industrial residente na Vila. As portas internas serão lisas com 1,10m x 2,50m, e as externas 2,20 x 3,40m, abrindo em duas folhas, com janelas de 1,10m x 1,00, sendo as madeiras de canela, cedro ou outra de igual duração. Toda a construção para a “feitura” estará a cargo da “Marcenaria MontAmaro e Irmão”. O acabamento será em reboco que depois serão caiadas. Foi previsto ainda uma bomba de poço para abastecer o mercado de água potável.



Localizado na atual Praça Doutor Francisco Ferreira Lopes, anteriormente denominada de Largo São Benedito e Praça do Mercado, denominação essa efetuada em Ata da Câmara Municipal da Sessão de 31 de novembro de 1896, tem em todo seu aspecto uma estrutura reforçada por colunas em seus dois alpendres.

Inauguração do Primeiro Mercado Municipal de Santo Amaro: 23 de maio de 1897

A inauguração do Mercado Municipal tem como data presumível o dia 23 de maio de 1897, quando foi expedido um recibo de 15$000 réis para “foguetório para a inauguração do mercado”, assinado por Amaro Antonio da Silva, sendo então o Largo São Benedito denominado de Praça do Mercado, que somado ao Largo Municipal, que passou a ser, a partir de 7 de maio de 1894, Praça Marechal Floriano Peixoto, acesso ao Largo da Estação, próximo a atual Praça Santa Cruz, onde estavam todas as atividades comerciais do local, sendo que os produtos produzidos em Santo Amaro alcançavam o mesmo preço dos de mercado da Capital, disto resultando o montante de tributos da arrecadação do Município de Santo Amaro.

Na cerimônia de inauguração do Mercado Municipal, além do afluxo da participação popular, estiveram presentes ainda o padre Luiz Bittencourt e um séquito municipal recém-eleitos, a saber: Benedito Branco de Miranda, coronel Luiz Schmidt, capitão Felix Avelino de Moraes, Amaro Antonio de Oliveira e Silva, Tenente Coronel Carlos da Silva Araújo e Amaro Vieira de Moraes.

 

As primeiras reformas

Em 30 de abril de 1903 foi contratado o empreiteiro Francisco de Bonni para que deste modo o mercado sofresse as primeiras intervenções em obras de reformas devido à pujança da cidade de São Paulo que influenciava sobre maneira o desenvolvimento da Vila de Santo Amaro.

Um Novo Mercado em um novo local de Santo Amaro: 13 de novembro de 1958.

Após mais de meio século de préstimos a construção de um novo mercado municipal, em rossio, para pastagem de animais, iniciado em 1954, à Rua General Osório, atual Rua Ministro Roberto Cardoso Alves, número 359, na confluência da Rua Padre José de Anchieta, próximo ao Cemitério de Santo Amaro (fundado em 1856), mercado este que custou aos cofres públicos a importância de $ 7.827.075,40 cruzeiros e foi inaugurado em 13 de novembro de 1958.

 











Um outro “novo” Mercado de Santo Amaro: Inauguração 09 de dezembro de 2022

 O Mercado Municipal de Santo Amaro foi consumido pelo fogo em 25 de setembro de 2017, com boa parte de suas dependências de sendo afetadas.

Publicado edital com valor de pagamento de outorga à cidade de $ 458 mil reais por ano, para 25 anos de concessão, tendo como principal responsabilidade a reforma local. Esses valores parecem não ter sido aceitos num primeiro momento, refeitos e avaliados com nova proposta.

 Houve necessidade de reconstruir quase completamente cabendo a iniciativa privada assumir o compromisso de reativar o espaço do Mercado de Santo Amaro ampliando a área para mais de 11.500 m².

O projeto seguiu o padrão de modernização usualmente elaborado para as grandes lojas de departamentos, no modelo de shopping, com mais de 160 espaços para implantação de restaurantes com espaços compartilhados para alimentação, e box de comerciantes do mercado, com ampliação dessa atividade com um grande hortifruti. Foi comtemplado no amplo espaço de agora área para serem implantados salão de beleza, casa lotérica, caixas eletrônicos, clínicas variadas, drogaria e pet shop.

Haverá cinco pavimentos: 2 destinados à estacionamentos, dois próximos ao térreo e mezanino.

O investimento de recuperação do mercado ultrapassou as cifras de $ 80 milhões de reais, com aditivos posteriores, realizado pela Engemon, que tem 50% de participação no Consórcio Fênix (Houer, Supernova e Urbana),que assume a administração local por 25 anos, numa amortização dos investimentos.

Esperemos que Santo Amaro abençoe e proteja este “SANTO MERCADO”!!!


Reflexão: 


Como é que esquece, aquele pedacinho...?
Santo Amaro/SP tem um novo dono...no Mercado de Santo Amaro!
Aquele espaço anterior já era...esquece, mesmo que a lembrança em imagens congeladas no tempo recorde sempre!
A História e seu dinamismo, não permanece sempre sentada eternamente na cadeira do passado, as Musas não estão em lugares trancados, empoeirados e sem vida...o Mercado é esse símbolo transformador do espaço!
Depois de desencontros de datas hoje é a "reinauguração":
12-12-22               

Fotos do santo Mercado
FOTOS DO "SANTO MERCADO"