sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Rio (dos) Pinheiros, Pi-iêrè, de águas derramadas!

O “Rio (dos) Pinheiros” apresenta-se de tantas formas a explicação de sua denominação que o termo referencial de seu nome, parece mais adequado a proposta ao modo do autóctone parece mais compatível! 

O colonizador denominou-o como Gerivatyba (ou Geribatuba), pelo som produzido pela fonética indígena, que se referia a jerivá ou jeribá, do tupi “yariiba/jeri'wa, fruto do cacho” sendo este cacho formado por vários coquinhos pequenos, adocicados, com uma nódoa amarela, palmeira comum nos caminhos do Jardim São Luiz, São Paulo, quando amadurecidos caem ao chão ou também são derrubados na “estilingada”!

O Rio Grande, até encontrar o rio Guarapiranga, forma o que surge nos documentos como referência o termo “pinhal”. Estudiosos da língua tupi dizem que essa palavra é corruptela de Pi-yâb, lugar onde as águas formam redemoinhos.

O professor catedrático João Mendes de Almeida nos explica que a palavra pinheiros é corruptela de Pi-iêrè, “derramado”, alusivo a transbordarem, fazendo alagadiço nas margens, que eram as várzeas do ribeirão.

O Rio Pinheiros, afluente do rio Tietê, hoje possui a extensão de cerca de 27 quilômetros “concretado ou engaiolado com pedras” em linha reta até encontrar o Rio Tietê, mas sua sinuosidade (suposto 45 Km) já foi marcante, atualmente apenas um canal sem força das águas.

O terreno com grande quantidade desse tipo de palmeira, de copa relativamente alta, por vezes seus ramos foram usados em coberturas de casas simples de barro batido no “sopapo” que também chamavam de pau a pique, com varas entrelaçadas misturada a estrume de vaca ou até de cavalos. O palmeiral dessa espécie deveria ser denominado jerivazal, termo usual na literatura!

O atual bairro de Pinheiros foi erguido sobre o brejo resultante da retificação do rio, iniciada em 1930 e por muito tempo serviu de porto de areia abastecendo muitas construções ao redor de seu leito, inclusive da paróquia São Luiz Gonzaga, do bairro Jardim São Luiz, São Paulo!

Fotos "contemporâneas"




























sábado, 25 de janeiro de 2025

A Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Bairro Vila das Belezas, São Paulo e o Padre Mauro Baptista: 25 de janeiro de 2025, 30 anos de ausência!

 UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO

Os provimentos da constituição da Paroquia Nossa Senhora de Fátima, no Bairro Vila das Belezas ocorreu em documento eclesiástico de 1960. Bem antes do ocorrido já havia uma comissão em prol da construção de uma capela. Essa comissão teve sua primeira assembleia instituída em 3 de abril de mil novecentos e cinquenta e sete sendo representada por Maria Nunes Teixeira, assumindo a presidência da comissão o senhor Joaquim Nunes Teixeira.
Havia uma gruta como marca de um lugar sagrado, que os moradores tinham grande apreço e onde estava exposta uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, hoje nas proximidades do São Paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, bairro da Vila das Belezas, em São Paulo.
Em Matéria do jornal A TRIBUNA de 09-09-1950 dava ênfase ao local:
“Teve lugar na última quinta-feira no local denominado Vila Nova das Belezas, um grande bairro que está surgindo, a inauguração da Fonte e da placa alusiva ao fato que foi solene, comparecendo grande massa popular. A solenidade foi precedida de procissão de N. S. Aparecida, oficiando o cônego Adalberto de Assis Curvelo, vigário da Freguesia. Falou fazendo entrega da fonte aos moradores o sr Edvando Porto, diretor da Cia de Terrenos Alfa Ltda que juntamente com os diretores srs João Quariguasy Frota e Plácido Alves Magalhães, doaram o terreno para a construção da capela da futurosa Vila das Belezas. Foi organizador das solenidades o sr Joaquim Nunes Teixeira”.
Sempre estavam presentes ao local padres advindos da Sociedade Verbo Divino para realizarem missas campais nas proximidades da referida gruta.
Neste tempo havia várias campanhas para angariar fundos para a construção da capela por iniciativa intensiva do padre Zacharias e muitas festas foram promovidas, seguida de rifas promocionais, que foi o incentivo para formalizar a capela na antiga Rua Hum, número 85. Muita ajuda ocorreu através de novo sacerdote o padre Antônio, que se aproximou da Congregação Mariana, incentivando o Apostolada da Oração e a Cruzada Eucarística Infantil, Além da Sociedade São Vicente de Paulo e as Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado.
Evidentemente que a participação popular era de imensa valia sendo erguido um barracão em terreno cedido por Joaquim Nunes Teixeira, presidente da comissão em prol da construção da Capela Nossa Senhora de Fátima, local onde se reunião e promoviam toda a atividade da comissão, recebendo o nome de Pavilhão Nossa Senhora Aparecida.
Houve um período de pouca atividade na transição do sacerdote indicado para o local, padre Fabiano S. Cochel até a vinda de novo vigário, padre Rosas.
Nosso impulso aconteceu, onde era marcante a presença do padre Zacharias, nas assembleias dos anos de 1959 a 1960, onde foi doado o terreno das instalações do Barracão e outro de 660 metros quadrados foi adquirido do senhor Joaquim Nunes Teixeira, que para isso foi incentivado a “Campanha do Metro Quadrado”!
Isso tudo foi aos poucos sendo acertados novos compromissos até sendo posteriormente adquirido terreno em frente a Capela de posse do senhor Eduardo Borges Amaral, sendo então ampliada as iniciativas da Capela.

Os provimentos da constituição da Capela aconteceram em 1960 através de documento oficial eclesiástico vindo a representar o bispo diocesano, o bispo auxiliar de São Paulo, Dom Paulo Rolim Loureiro, comunicando que a Capela de Nossa Senhora de Fatima, no bairro da Vila das Belezas a Capela seria elevada à categoria de paróquia. Em 30 de outubro de 1960 foi oficializada a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, pelo bispo Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta.

Os trabalhos da comissão continuavam agora tendo todo o incentivo de padre Miguel nomeado como pároco residente até o ano de 1963. O antigo Barracão estava reformado juntamente com a Casa Paroquial e a Paroquia sendo edificada, com estruturas de edificação moderna.

PADRE MAURO BAPTISTA
Nesse meio termo (entre Capela e Paróquia) foi enviado para a recente paróquia Nossa Senhora de Fátima, o padre Mauro Baptista, carioca, filho de Barra Mansa, nascido em17 de setembro de 1934, numa família de 4 irmãos.
Entrou para a Congregação do Verbo Divino, e foi ordenado sacerdote no ano de 1959.
Aperfeiçoou todo seu cabedal teológico em Roma, onde completou seus estudos, em Roma, sendo o primeiro sacerdote brasileiro a ser doutorado em Missiologia, pela Universidade Gregoriana.
Foi membro do Conselho de Presbítero da Arquidiocese de São Paulo, participando ativamente da Região Episcopal de Itapecerica da Serra, com o Bispo Auxiliar Dom José Fernando Penteado, depois se tornando Bispo de Jacarezinho.
Foi enviado em missão religiosa para a Zona Leste de São Paulo, mas estava determinado para afirmar em seu trabalho pastora na zona sul, na Vila das Belezas, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima.
Este envolveu-se intensamente na construção da incipiente paróquia, expandindo a “Campanha do Tijolo”, ampliando-a para a “Campanha do Cimento”, “Campanha das Telhas”, “Campanha dos Bancos”, que foram a força motriz da edificação da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, da Vila das Beleza, São Paulo.
Deste modo foram feitos as melhorias necessárias, piso, vitrais, calhas de telhado, sendo aos poucos transformada toda a estrutura do imóvel. As quermesses recebiam todo tipo de donativo, daquele espaço agrícola e muitos cabritos, porcos e frangos eram rifados numa grande festividade.

Em julho de 1966 eram concluídos o salão dos Vicentinos e a reforma da que fora um dia a Capela, para as atividades sociais, incentivando aos jovens no curso de datilografia.
Deu seus préstimos na edificação desta Diocese em 1989, sendo um dos grandes colaboradores do Bispo Emílio Pignoli, e um dos incentivadores no primeiro curso Teológico da Diocese Campo Limpo, elaborado pelo beneditino Veremundo Toth. Foi professor da disciplina, Religiões Afro no Brasil, onde fazia o contra ponto com o cristianismo, pois tinha larga experiência advinda da Pontifícia Universidade Católica onde lecionou por mais de uma década e se dedicou a Universidade, lecionando na disciplina de Iniciação a Pesquisa Teológica, onde este missivista teve a honra de ser licenciado!

Veio a falecer, no dia da fundação de São Paulo, em 25 de janeiro de 1995, tendo seus despojos colocados na Cripta da Diocese de Campo Limpo!
A Paróquia hoje:

Vide:

https://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2022/09/os-vicentinos-do-jardim-sao-luizsp.html

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Primeira Vila fundada no Brasil, em 22 DE JANEIRO DE 1532: SÃO VICENTE!

Fundação da Vila de São Vicente

São Vicente é a chave da história geral do Brasil, de onde partiram todas as expedições portuguesas de reconhecimento do Brasil.
São Vicente aparece como base de contato entre os colonizadores portugueses, o “fundo do Brasil”, próximo as Terras de Espanha desde os primórdios do Achamento do Brasil.
O local recebeu o nome de Tumiaru, que em língua tupi-guarani, designando um farol assinalado por fogueira, a fim de avisar pontos estratégicos e mais adiante os barcos na aproximação de terra firme, onde aventureiros e degredados portugueses, homens das masmorras e de galés portuguesas, condenados e despachados antes para as “Áfricas e depois serviriam a recente “Colônia Brasil” viveriam a própria sorte no meio de autóctones (indígenas)
Em 3 de dezembro de 1530, parte de Lisboa a primeira expedição colonizadora para tomar posse definitiva do que delineava o Tratado de Tordesilhas, comandada por Martim Afonso de Souza, com uma armada de caravelas, “Princesa”, “Rosa”, da nau “São Miguel”, e do principal da frota, o galeão “São Vicente” trazendo povoadores, e tropas de ocupação.
Martim Afonso fundou a vila de São Vicente, em 22 de janeiro de 1532, por ordens do Rei Dom João III de Portugal, mas também para servir de cabeça da sua Capitania e tomou diversas providências para o seu povoamento, construindo um engenho de cana-de-açúcar, o primeiro do Brasil, e levantou uma base militar na ponta de Santo Amaro, junto à Barra de Bertioga, para vigiar incursões inglesas, francesas e holandesas.
Dentre esses homens estava Gonçalo da Costa que na condição de aventureiro, que teria vindo para Tumiaru em 1510, percorreu toda a costa sul do Brasil, tornando-se um dos maiores conhecedores do “rio da Prata”, local de grande interesse português de onde a Espanha controlava a mineração da prata de Potosí (Bolívia atual) e onde foi “vigiar” esse estuário, a esquadra de Martim Afonso de Souza!
Martim Afonso de Souza, regressando a Portugal, deixando a pedido de sua esposa, D. Ana Pimentel, o Padre Gonçalo Monteiro, seu lugar-tenente como representante de "fiel depositário".

No século XVI foram formadas quatro vilas, pequenas, que eram as de São Vicente, Santos, São Paulo, a “boca do sertão”, o interior serra acima, e Conceição de Itanhaém, cujas respectivas fundações datam de 1532, 1546, 1554 e 1561!
Referências
Imagens: *Representação da Capitânia de São Vicente com as 4 vilas:São Vicente, Itanhaém, Santos e São Paulo e aldeamentos dos padres jesuítas (1552-1597). Benedito Calixto

*Planta, organizada pelo pintor e historiador Benedito Calixto em 1922, reconstitui as características da topografia da Vila de São Vicente em 1852


*Capitania de São Vicente, Santo Amaro incluía a ilha Guaíbe (onde foi fundado o povoado de Santo Amaro, hoje Guarujá) Mapas Históricos Brasileiros, Grandes Personagens da Nossa História, Ed. Abril, SP, 1973

Fontes:
TAUNAY, Affonso d’Escragnolle. São Paulo no século XVI – História da Villa Piratiningana. São Paulo: Tours, E. Arrault & Cia., 1921.
REIS FILHO, Nestor Goulart. Imagens de vilas e cidades do Brasil colonial. Colab. Beatriz Piccolotto Siqueira Bueno, Paulo Júlio Valentim Bruna. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Imprensa Oficial do Estado; Fapesp, 2000 (Uspiana-Brasil 500 Anos).
MADRE DE DEUS, Frei Gaspar. Memórias para a história da capitania de São Vicente. Reconquista do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, v. 20, 1975.
ANCHIETA, José de. Cartas: Informações, fragmentos históricos e sermões / José de Anchieta. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1988.
LEITE, Serafim. Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil – (1538-1553). São Paulo: Comissão do IV Centenário da Cidade de São Paulo, 1958.

Quem é a mulher que aparece nas cédulas brasileiras?

Em 1889, ano da Proclamação da República, a efígie de uma mulher apareceu pela primeira vez nas moedas brasileiras.

Em 1890, foi estampada numa cédula emitida pelo Banco dos “Estados Unidos do Brazil” e em 1989 na nota de 200 cruzados novos.
Após o dinheiro mudar para o real, a ‘efígie da República do Brasil’ passou a estampar todos os valores, sempre com um animal característico da fauna brasileira para criar mais interesse do povo no meio ambiente.
Marianne (nome simbólico) é o nome que surgiu durante a Revolução Francesa no meio do século XIX e foi batizada como um dos principais símbolos da liberdade e dos movimentos republicanos.
A imagem estampadas nas notas foram originárias da obra "A Liberdade guiando o povo" que é uma pintura de Eugène Delacroix em comemoração à Revolução de Julho de 1830, com a queda de Carlos X.
Uma mulher representando a Liberdade, guia o povo empunhando a bandeira tricolor da Revolução francesa em uma mão e brandindo um mosquete com baioneta na outra.
O governo da França comprou a pintura em 1831, por 3.000 francos, com a intenção de exibi-lo na sala do trono do Palais du Luxembourg, como lembrança para o "rei-cidadão" Louis-Philippe da Revolução de Julho. Desde 1874, a pintura está exposta no museu do Louvre.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Santo Amaro "Paulistano": 465 ANOS em 15 de janeiro de 2025, o resto é um “conto-da-carochinha”!

(FOTOS DA MISSA DE 15 DE JANEIRO DE 2025)

Em 15 de Janeiro é comemorado o Dia do “Santo” Amaro (ou Mauro)!
O “Registro de assentamento” do atual Bairro de Santo Amaro Paulistano ocorreu em 12 de agosto de 1560!
TERRAS DE SANTO AMARO (Não confundir com a Capitania de Santo Amaro!!!)
O atual bairro de Santo Amaro recebeu muitos nomes ao longo do tempo, com Jeribatiba, Santo Amaro de Virapuera, e finalmente o nome atual de Santo Amaro.
O caminho da aldeia dos índios guaianases à beira do rio Jeribatiba, na aldeia do cacique Caá-ubi foi fundada a cidade de Santo Amaro, ligando-se à Trilha do Ouro e Prata Inca, do litoral pela Serra do Mar ou como era conhecido pelos portugueses, na parte mais baixa, como Serra do Facão.
O PRIMEIRO REGISTRO DE TERRAS NA REGIÃO DATA DE 12 DE AGOSTO DE 1560
Duas léguas de terras na margem esquerda do rio (atual Rio Pinheiros) então chamado de Jeribatiba, doadas aos padres jesuítas. Data-se desta época a denominação Santo Amaro, homenagem dos jesuítas que trouxeram de Portugal uma imagem do Santo!
JOSEPH DE ANCHIETA E A PRETENSA MISSA QUE NÃO HOUVE NA “ALDEIA” DE SANTO AMARO
O “venerado irmão” Joseph de Anchieta, chegou ao Brasil, Bahia, em 1553, e, portanto, não poderia presidir nenhuma missa em 1552, data oficiosa da aldeia de Santo Amaro, antes de sua ordenação sacerdotal ocorrida 1566, podendo a partir de então fazer os encargos dos ofícios litúrgicos!
A FREGUESIA DE SANTO AMARO DEPOIS DO FAKE NEWS
Em 14 de janeiro de 1686 a capela de Ibirapuera foi elevada à categoria de Freguesia de Santo Amaro pelo Bispo do Rio de Janeiro, Dom José de Barros Alarcão, secular que assumiu a mitra em de 19 de agosto de 1680 com posse em 1681 até 06 de abril de 1700.
Em de 06 de setembro de 1746 foi criada a Diocese de São Paulo, representado com a criação do bispado paulista. O primeiro bispo foi Dom Bernardo Rodrigues Nogueira, que veio de Portugal em 1695 para tomar posse da diocese. Para que ele subisse a Serra do Mar, foi melhorado o Caminho do Cubatão, que os proprietários das sesmarias antigas chamavam Caminho do Padre José. Era entrada nos "sertões" atravessando o Geribatiba (Rio Pinheiros), indo para as terras de Butantã, de Afonso Sardinha, avizinhadas com as terras de Carapicuíba, em direção a Piratininga.