Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Darcy Ribeiro
“Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei,
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu”.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei,
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu”.
Esse faz de conta que o Estado norteia em suas demandas, grande
máquina trituradora de pessoas, faz-nos refletir sobre as situações que criam
para manter o controle sobre a massa popular. Criam e recriam sistemas para usar os que
se dizem serem lideres sociais, mas são apenas marionetes de manobra dos governantes, um extrato saído de camadas manipuladoras de interesses particulares.
Os conselhos revolucionários
existiram na história para dirigir algumas urgências necessárias à época, o que
não deixou de ser um controle sobre as massas, onde as forças eram controladas
por um seleto grupo “encastelado” que manipulavam esses conselhos embrionários e
se apoderaram deles para sufocar as pretensões do povo. Quem por sua vez saiu às
ruas para exigir reformas foram controlados por uma minoria que detinham o
poder pela força, com slogan de lutas populares e bandeiras flamejantes como armas
poderosas contra o inimigo antes externo que batia a porta do castelo, agora inflamado
dentro do próprio castelo, transfigurado atualmente em nação. O modelo repressivo
de todas as nações é o padrão básico de todo o policiamento, pois desde o
fardamento até as armas letais e não letais são parecidas em todo o globo, e os
carros de combate abrem as trincheiras de ruas e avenidas contra um inimigo
combatente contra as regalias dos detentores do poder.
Isto é um paradigma mundial das
populações que são vilipendiadas em seus direitos básicos e deste modo opera para
então manterem a ordem estabelecida por interesses unicamente de poder contra
os “sublevados” contra os desmandos do Estado. Uma determinada camada
estratificada se apoderou de grupos de pessoas que se dizem lideres
comunitários, de determinada região, de uma comunidade, e pequenos aglomerados
circundantes em campos de futebol, onde há ajuntamento destas estruturas
sociais para manipulação de interesses particulares. Esses líderes são cooptados a ficarem do lado dos que
detém a massa de manobra e eles próprios são manobrados. Quando há algum
interesse comum de determinado setor básico como saúde, educação, habitação ou
outros segmentos quaisquer, os estratos de controle, que são chefes de
departamentos, determinam por bem convocar um grupo de pessoas para delas
extraírem as suas necessidades e alcançarem resultados almejados. Deste modo
são idealizados os conselhos comunitários e as cartas vão para o debate
marcadas pelos interesses pré determinados.
Os conselhos comunitários nada
mais são do que um grupo de pessoas que se interessam para angariar alguma
benfeitoria local, mas que nas votações de prioridades são controlados e
manipulados para dirigirem o maior interesse de gestão pública; simplificando:
votam pelos interesses do Estado nas esferas municipais, estaduais e federais.
O consenso é manipulado, pois a
metade dos conselhos comunitários são representados por moradores locais e a
outra metade é representada pelo funcionalismo público e/ou seus parceiros
diretos que são denominados parceiras ou organizações sociais e recebem subsídio
para manterem o mínimo necessário de práticas de sustentação daquele segmento
que está representando numa manipulação de interesses de determinada secretaria.
As atas são dirigidas por uma mesa
que tem como presidente o gerente daquele segmento do órgão público, logo as
atas são apresentadas de maneira a não denegrir de maneira alguma o
gerenciamento e seus seguidores em um quadro de interesses.
Quando a votação de ordem do dia
acontece os argumentos são manipulados com planilhas para demonstrar o alto
rendimento do setor e todos aplaudem sem questionamento gerando uma ata
elogiável ao sistema.
Os conselhos são dirigidos para
satisfazerem os interesses governamentais em todos os sentidos e em todas as
esferas de governo, pois criaram o padrão das prerrogativas do que deve ser um
conselheiro, numa obrigação sem contestação, onde a mesa diretora e suprema nas
prerrogativas que querem fomentar como prioridades de governo. As supervisões,
por sua vez, não conseguem visualizar a dimensão e o grau de manipulação de
suas parceiras e aceitam planilhas mensais para deste modo debitar o recurso
monetário das parceiras ou organizações sociais.
É um faz de conta perfeito,
história da carochinha, e os conselheiros comunitários tornam-se marionetes dos
governantes.