quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

AVENIDA PAULISTA INAUGURADA EM 8 DE DEZEMBRO DE 1891: 125 ANOS

A mais Paulista das avenidas!

O local escolhido foi o ponto mais alto da Mata do Caaguaçu[1]. “O Viaduto do Chá, aberto ao trânsito em 1893, ainda era novidade e a avenida Paulista, novinha em folha, uma atração turística. Para alcançá-la, empreendia-se a excursão em bonde a tração animal, ou vulgarmente chamados “bondes de burro”, que subiam a ladeira da Consolação, até o portão do cemitério, com um par de bestas apenas”. (A. de Almeida Prado)

A Avenida Paulista foi construída pelo engenheiro uruguaio, formado em agronomia na Alemanha, Joaquim Eugênio de Lima, casado com a paulista Margarida Joaquina Álvares de Toledo Lima, fixando residência em São Paulo. A avenida foi concebida para ser como as avenidas das metrópoles europeias:  larga, plana e moderna.

A Avenida Paulista possuía 28 metros de largura (alargada na década de 1970 para 48 metros) e 2.800 metros de comprimento e está localizada em platô a 847 metros de altitude.


A Paulista foi a primeira via pública asfaltada do Estado de São Paulo, em 1909, com material importado da Alemanha.

Os palacetes tornaram-se um símbolo do poder dos barões do café da produção em São Paulo e mais tarde ganhou a residência do maior empresário do país, o conde Francisco Matarazzo.

Em 1895 foi construída a primeira casa, pertencente a Von Bullow[2].


Em 1905, foi erguida a residência de Joaquim Franco de Mello, única construção remanescente deste período ainda impera com sua beleza na avenida.

De 1927 a 1930 a Paulista recebeu o nome de Avenida Carlos de Campos, em homenagem ao ex-governador de São Paulo, mas o nome já estava consolidado como Avenida Paulista, como prenunciou seu idealizador: “Será Paulista em homenagem aos paulistas.”



Em 1892 inaugurou-se o Parque Villon[3] ou Parque Tenente Siqueira Campos (Esplanada do Trianon). Em 1916, parte do terreno do parque passou a abrigar o Belvedere, inaugurado pelo então prefeito Washington Luís. O local foi planejado por Ramos de Azevedo e abrigava um restaurante, sendo ponto de encontro da alta sociedade da época. Demolido deu espaço ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand inaugurado em 1968.


A conhecida “Casa das Rosas” foi construída em 1935 pelos escritórios de arquitetura Severo Villares e foi residência de Lúcia Ramos de Azevedo, filha de Ramos de Azevedo casada com Ernesto Dias de Castro. O local abriga hoje o Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura.

A Paulista hoje é um ponto turístico da capital e o pólo financeiro da Capital resultante do deslocamento destes, provenientes do triângulo administrativo da cidade velha de São Paulo.


















 Há muito que se escrever e ainda postar uma gama enorme de imagens, mas  fica ao critério de cada um adensar esta história de 125 anos desta importante avenida paulistana de grande transformações urbanísticas!

Vide:




[1] Caaguaçu: do tupi caa=mato e guaçu=grande, ou seja, o local era coberto por densa vegetação, separando as tribos guaianases do lado de Piratininga e do Ibirapuera do início da colonização.

[2] Residência von Büllow, na Paulista; por tempos, a torre do palacete foi o local mais alto da avenida e pertencia ao empresário dinamarquês Adam Ditrik von Büllow, acionista da Companhia Antártica Paulista.

[3] Sobrenome do paisagista francês Paul Villon que juntamente com o inglês Barry Parker, projetaram o parque.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Um dia minha mãe partiu!

As guerreiras sobrevivem para sempre!
Hoje faz dois anos que uma das pioneiras do bairro Jardim São Luiz, região de Santo Amaro, em São Paulo, Elza dos Santos Fatorelli, partiu.
Poderíamos dizer que a saudade ficou, mas acredito que mais que tudo ficou o exemplo. Na década de 1950 só a garra de mulheres e homens conseguiriam lutar para construir o bairro Jardim São Luiz, uns morador aqui outro ali, casinhas de gente como a gente. Não havia nada, absolutamente nada, nenhum mercado, nenhuma farmácia, nem ônibus e se quisesse transporte teria que ir até onde hoje é o Terminal João Dias, muito barro para amassar, mata fechada, cobras para todos os lugares, mas era ali que íamos viver e lutar.
Toda mãe tem grande parcela na formação dos filhos e não podem deixar a “peteca cair”. O dinheiro era pouco, não circulava com tanta facilidade e os parcos recursos tinham que sustentar a casa de mês a mês e tinha que dar para o gasto. Em muitas casas haviam hortas para plantas diversas, verduras, legumes, alguma fruta e era tudo orgânico não havia veneno e tudo estercado com restos de talos de tudo que não virava alimento.
Quem era a cozinheira? Toda santa mãe, não havia enlatados disso e daquilo, era tudo na raça, cozer todas sabiam e coser as roupas também sabiam. O pai estava na labuta diária e a Ministra da Economia era a mãe e fora isso tinha que trazer água no sarilho, 35 metros cavados bem fundo na terra, encher as tinas e os baldes que eram os chuveiros pendurados numa roldana e de água fria fizesse calor ou frio, os braços dela tinham músculos, eram toras de força, era sua academia diária...
A mãe não batia cartão em empresas, mas trabalhava desde quando o sol nascia até quando ele descansava no horizonte e a noite ainda fazia o preparo do jantar e acendia as lamparinas de querosene ao redor da casa, luz elétrica nem pensar.

Nunca vi minha mãe reclamar de trabalho e pela manhã fazia o café bem cedinho, fumegante exalando o aroma pela madrugada, para meu pai sair pedalando pela vida indo de bicicleta pelas margens do Rio Pinheiros trabalhar no centro de São Paulo. Depois me preparava para ir para a escola e dizia que era “para eu ser gente”, não sei se consegui, mas se não, não foi culpa de minha mãe.
Quando meu pai “foi para o Céu” ela assumiu o papel de homem também e era forte, firme, eu que o diga das pancadas que tomei e nenhuma foi perdida e ainda era uma administradora de primeira, uma advogada sem diploma, um rábula.
Domingo era sagrado, todos se arrumavam para ir à missa agradecer a Deus o pouco que tinham, e mesmo pouco, tínhamos um lar, se não tão bonito quanto os de hoje era um barracão de madeira muito bem feito e aconchegante. Era também o dia de festa e de um prato especial saído das criações costumeiras do terreiro da casa, frangos, galinhas, patos, leitões, alguém iria para panela fervente.
Enfim era assim minha mãe, nunca vi um lamento, nada que ela transmitisse fraqueza e foi o braço direito de meu pai e minha maior Educadora, uma rocha inquebrantável.

Muita coisa poderia ser falada, mas acho que isso recorda um pouco de sua imagem, deixou frutos... sua benção, descanse em paz mãe!

terça-feira, 11 de outubro de 2016

“MONUMENTO A AMIZADE SÍRIO LIBANESA”, EM SÃO PAULO, SUMINDO AOS POUCOS!

Onde está o poder público municipal?

A Metrópole é um campo enorme de experiências, e suas transformações são tão significativas que por vezes esquecemos o que se esconde nos recônditos de seu interior. Há por toda parte objetos fotografados com o olhar que passam despercebidos de nosso cotidiano e estão pontuando algum acontecimento de um povo, de uma nação. O que dizem esses monumentos são propriedades de um tempo que foram edificados como uma marca representativa de parte da história.

Esses monumentos espalhados pela cidade de São Paulo são obras de arte denominadas infungíveis, ou seja, objeto de único exemplar., que são captadas por objetivas, fotografados em ângulos variados ou até em fotos repetitivas. Em certos momentos, por vezes nos deparamos, ao comparar imagens, com alguns “sumiços”!

OS MONUMENTOS E AS RELAÇÕES COM A POPULAÇÃO

Pode haver gerações que irão contestar obras edificadas da cidade como marco histórico e isto é próprio da natureza humana, e assim deve ser para que o diálogo flua no contexto de cada tempo, naquele espaço.

Esses personagens representados viveram em épocas diferentes e agiram conforme esses momentos, como hoje agimos em nossa contemporaneidade concordando ou não das circunstâncias apresentadas. Por vezes nos indignamos por ações corporativas onde indivíduos agem pela ação do barbarismo que em palavras querem mudar algo que não sabem o quê em ações de determinada ideologia, mas não construindo o que falta fazer, mas destruindo o que foi idealizado anteriormente!

Não precisamos concordar com as coisas, mas devemos ao menos entender o motivo do exposto e dialogar naquilo que se denomina civilização!
Essas ações acontecem em todos os recantos da cidade, mas observando algumas obras vemos que as mesmas estão desprotegidas das intempéries, mas muito mais destrutivas são as ações humanas que danificam os monumentos feitos com ligas metálicas de bronze ou latão ou algo que possa reverter em lucro imediato da venda de objetos retirados dos monumentos, comercializados em algum ferro velho.

Há muitos monumentos cercados, e distancia ainda mais o diálogo entre a obra e a população, assim como há antigas praças, também cercadas, que perdem a função de praça, tornado-se parques!

"MONUMENTO A AMIZADE SÍRIO LIBANESA"
O “Monumento a Amizade Sírio Libanesa” foi uma doação em 1922 à cidade de São Paulo pela comunidade destes países e está situado na região da Rua 25 de Março, na Praça Ragueb Chohfi, em São Paulo, local de comércio intenso da colônia destes povos. 

Foi edificado pelo escultor italiano Ettore Ximenes (1855-1926) o mesmo autor do Monumento à Independência do Brasil, localizado no Memorial do Ipiranga, São Paulo.
Será que este "Monumento a Amizade Sírio Libanesa" está sendo restaurado em alguma oficina municipal em sua plenitude, ou está sendo dilapidado aos poucos e sendo vendido em algum ferro velho para alimentar um industria lucrativa de material ligas metálicas?

Há uma omissão patente do poder público quanto à preservação do patrimônio paulistano! Quem são os “bárbaros vândalos”?

JOGO DOS 7 ERROS:(click na foto para ampliar)


QUEM PODERÁ DECIFRAR O DESAPARECIMENTO DESTAS PEÇAS DO MONUMENTO EM SÃO PAULO, COMPARANDO AS DUAS FOTOS DE 2014 E 2016?



Obs.:
*Não há nesta explanação destes fatos nenhuma vinculo com questões ideológica, política ou religiosa, ou por ações que acontecem em nível nacional ou internacional.


segunda-feira, 3 de outubro de 2016

SAÚDE SOCIEDADE ANÔNIMA EM SÃO PAULO: DAS COOPERATIVAS ÀS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS

Saúde não é custo, é benefício!

Ouve-se, alardeando com grande ênfase, que as prioridades da administração pública estarão voltadas para saúde, educação e moradia. Evidente que isso é o grande gargalo social a se resolver em todo o Brasil, não precisa falar constantemente para o povo que “vive isso na carne”, tem que resolver!

Quanto a São Paulo, vamos nos ater na saúde e um alerta aos administradores públicos que chegam ao poder:
Comecem a questionar esses contratos com as Organizações Sociais, Associações, ou o nome que se quiser dar e saber o quanto do montante de verba é direcionado para a saúde vai realmente e quanto cabe de serviço prestado por essas instituições como prestadoras de serviço terceirizado da Prefeitura. Alegarão que essa verba é federal do Sistema Único de Saúde(SUS), enfim, não importa a quem busca por socorro médico se a verba é municipal, estadual ou federal, se é dinheiro público, o que é imperativo é que precisa reverter em beneficio ao “público”.
Há algum tempo esses recursos eram administrados por sistema de cooperativas que deixou a desejar e hoje também é terceirizado por meia dúzia de entidades recebendo um bom dinheiro por prestar um serviço da mesma qualidade das cooperativas, ou seja, ruim.
Onde está o erro do sistema de saúde: nos modelos que inventaram para administrar a saúde, como Cooperativas ou Organizações Sociais, ou nos gestores que fiscalizam mal, ou não fiscalizam esse dinheiro aplicado e não exige serviço de qualidade? Essas entidades administradoras de saúde em São Paulo oferecem placebos inócuos como remédios e pronto-atendimentos de vários nomes e siglas, que não fornecem qualidade de serviço para o paciente (que é realmente “paciente”).
  
Essas empresas terceirizadas da saúde querem mais é preencherem planilhas no fim do mês para fazer jus ao beneficio orçamentário, gastam o menor valor e se beneficiam com o maior valor financeiro que lhes cabe como parte contábil positiva de lucro.
Se há inverdades neste assunto que essas associações mostrem as planilhas, algo negado aos conselheiros de unidades de saúde, que se doam como voluntários!!!
Vejam mais em:
                                                                                      
IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE NO JARDIM SÃO LUIZ: SUS, UBS, AMA, AME e PSF

SAÚDE S/A


quinta-feira, 29 de setembro de 2016

VOTO OBRIGATÓRIO E DESOBEDIÊNCIA CIVIL

Gosto muito do Brasil, mas não sou chauvinista.

Amo suas belezas naturais, seus rios, suas matas, suas praias, toda sua exuberância natural da fauna e da flora e as pessoas fundidas num cadinho efervescente de miscigenação.

Gosto de suas cidades, por causa da diversidade popular que nela habita e muito nos ensina. Jamais dilapidei um patrimônio público, pois aos cidadãos pertence.

Estamos dentro do Estado de direito e a democracia gatinha ainda como um bebê, mas vai crescer, um dia, e sem dúvida, em nome da “Res Publica” vai andar por si.

Em nome dessa liberdade democrática, sem libertinagem, temos o direito inalienável do voto facultativo quando assim exigir as imposições daqueles que devem ser os gestores destas coisas públicas e se nenhum deles satisfizer nossas prerrogativas comuns podermos isentarmo-nos de escolher qualquer um para nos representar, tendo nisso o “direito ao voto facultativo” e não sermos forçados a ir votar por obrigação, coisa imperativa.

O ato de escolher “não escolher” recebe o ultimato imediato, perdendo com essa nossa postura, alguns direitos básicos de cidadão, que vive e arca com todos os tributos exigidos pelo Estado, e devido as suas convicções recebemos sanções aplicadas por um Tribunal, como acontece com quem  é réu.

Qual é o crime que praticamos quando a política fraudulento não nos satisfaz e nossa escolha é não pactuar com as estruturas dos partidos políticos sem programa algum para governar o país, optar-se pelo voto facultativo ao invés de um voto obrigatório[1] ditatorial?

Hoje, se faço essa escolha, sou colocado à margem e “apátrida”, tendo que me justificar no Tribunal Regional Eleitoral, onde o funcionário da repartição vai expedir um boleto com um valor monetário para pagar no banco determinado e voltar depois a essa mesma repartição governamental para eles que governam o sistema, darem baixa na “minha desobediência civil”, considerado um pária da sociedade pela opção da recusa em escolher um “político patriótico” elencado abaixo:

Patriótico é quem se esconde atrás da imunidade parlamentar para saquear o país enchendo sua “algibeira” de dinheiro escuso!

Patriótico é quem rasga a Constituição, que o próprio poder fez, na cara do povo!

Patriótico é quem promete cumprir o estado de direito e não o faz!

Patriótico é o Ministério que constrói “pontes” inacabadas que sai do nada a lugar nenhum!

Patriótico é quem se apodera ilicitamente do público em beneficio do privado!
    
Patriótico é quem canta o Hino do Brasil em plenos pulmões em datas especiais, mas usa do silêncio para pactuar a desonestidade dentro do Palácio!
Patriótico é presidir a Câmara e fazer conchavos para beneficiar grupos ou classes!
Patriótico é quem te ilude com um “santinho” em boca de urna, e faz depois tua vida um inferno por alguns anos.

Patriótico é quem em tempos de campanha beija criança e lhe rouba a educação, ou abraça os mais velhos e lhes rouba a saúde!

Não se “pleiteia” implantar nenhuma outra “ordem” política e nem liderar cruzadas de quaisquer ideais, crenças, ideologias e não se espera seguidores, pois quem tem outro modelo com um sistema de obediência cega, quer assumir, um dia, o poder, algo abominável naqueles de consciência livre.

Tenho o direito de não escolher ninguém desses indivíduos “patrióticos” nas urnas eletrônicas, que também se fossem invioláveis teriam sido implantadas pela maioria dos países que usam urnas em eleições!

Não quero ter esse contraditório “direito obrigatório” de escolha, quero que tenhamos outros bens maiores, e quando se sentir que se expurgaram esses “patrióticos” atuais, irei exercer o meu livre arbítrio de “dever cívico”, que é votar pelos direitos civis, inclusive com o direito ao voto facultativo!



[1] *De 236 países em que há eleições, apenas 31 deles o voto é obrigatório, 13% do total, e o Brasil é um deles que obriga a população votar.


quinta-feira, 22 de setembro de 2016

A repulsa do povo aos políticos no Brasil, o voto obrigatório e o facultativo

Por que tanta repulsa do povo aos políticos?
 Nossas ações estão pautadas em pesquisa por força de nossa atividade profissional, e como estamos em épocas de eleições temos que olhar o passado para entender o presente.

UM MOMENTO NO PASSADO: 1913

A VOZ DO TRABALHADOR-ORGAM DA CONFEDERAÇÃO OPERARIA BRAZILEIRA
ANO VI, Nº 33, RIO DE JANEIRO – BRAZIL -15 DE JUNHO DE 1913

Trabalhador, não votes voluntariamente, nem vendas o teu voto, porque terás vendido tua própria consciência.
E em qualquer dos casos, irás levar um homem que vive do teu suor, à maior opulência ainda, porquanto o que neles existe é o interesse de comprar, construir ou alugar um belo edifício; possuir automóveis e muitos criados, passar o verão em Petrópolis e passear à Europa, enquanto tu vives num pardieiro anti-higiênico, pagando um aluguel desproposital, vezes há em que nem dinheiro tens para o bonde e quando adoeces, ou algum dos teus entes queridos,ficas com muitas dívidas, que te custarão inúmeros sacrifícios, ou então a enfermaria de um hospital. Vais fazê-los gozar o duplo do que já infamemente gozam à nossa custa.
Pesa a tua consciência. Repele o voto num gesto de dignidade.

Não queiras este nem aquele para presidente da república, senador, deputado ou intendente.
Todos eles formam um só corpo...Socialistas, parlamentares, republicanos, monarquistas, hermistas ou civilistas, vivem a fazer-nos promessas, que nunca cumprem,e a obsequiar-nos com balas e patas de cavalo quando pedimos um pouco de pão e de descanso. Organiza-te sem política. A organização é que deve ser o teu partido. Autor:Ângelo Vitor

O MOMENTO PRESENTE:2016

UMA ENQUETE A VEREADOR DE SÃO PAULO
 De 236 países em que há eleições, apenas 31 deles o voto é obrigatório, 13% do total, e o Brasil é um deles.
Teremos aproximadamente 8.880.000 eleitores na cidade de São Paulo que escolherão o prefeito e os vereadores e estão inscritos 1.313 candidaturas para a Câmara Municipal, pleiteando 55 vagas para vereadores da Capital.
Os candidatos do sexo masculino são dois terços do total dos que disputam uma vaga na Câmara Municipal da São Paulo, totalizando 903 homens e 410 mulheres.
A disputa será acirrada, pois teremos 1313 candidatos disputando cada voto dos 8.880.000 cidadãos, ou seja, uma proporção de 1 postulante ao cargo de vereador para cada 6763 votos!
Evidente que para entrar nessa concorrência há de se ter, ao menos, dependendo do partido, 5 vezes este montante, cada vereador, para ficar na rabeira de provável suplente.

A luta é acirrada, mas vale a pena pelo “subsídio” (que se pode entender como salário) de $ 15 mil reais por mês, com $ 143 mil reais de verba de gabinete e mais emendas parlamentares para projetos que são controlados para “beneficiar a população”. Para se ter uma idéia um vereador apenas no mandato de 2012/2016 arrebatou para as bases $7 milhões de reais! Nesse caso, talvez por ter assumido um cargo de secretaria necessitou maiores repasses, os outros foram agraciados com menos verbas.


Ao trabalho senhores egrégios representante do povo, ao trabalho, arregaçando as mangas, pois é o que a população da cidade aguarda!!!

Ficam as perguntas comparando os dois momentos:
 Por que tanta repulsa do povo aos políticos?
O voto deve ser obrigatório ou facultativo na democracia plena?


Com a resposta o povo-eleitor que terá que escolher o que fazer!

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Crônica da História Vivida: 171 ao seu dispor!

Muitos sinônimos para o mesmo velhaco[1]

Como conseguir provas contra bandidos, havendo ocultação de patrimônio, que aparece sempre em “nomes de laranjas”?

Artigo nº 171 do Código Penal Brasileiro:

“obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”.

O ARDILOSO[2]

Depois de muito tempo vejo novamente “perpetuando um filme” em esferas maiores, mas muito semelhante, de como ocultar bens e fazer-se vítima das circunstâncias.

Trabalhamos algum tempo com um “escroque”[3] que envolvia todo o círculo de relações à sua volta e se aproveitava da ingenuidade das pessoas que lhe forneciam dados particulares para promover os maiores estelionatos, levando familiares ao risco de perderem imóveis conseguidos com muito sacrifício e dados com garantias a bancos como caução de dívida deste “embusteiro”[4].

Não possuía nem uma agulha em seu nome, só que era dono de veículos de última geração, em bloco com um apartamento por andar no valor de 4 milhões em local nobre e outras propriedades.

Era um “empresário” falsário que pagava tudo em cartório e ainda se meteu em montar um partido para esconder suas falcatruas e se beneficiou muito deste feito.

A polícia federal fez "campana"[5] para prendê-lo e não conseguiu por as mãos nele, alguém o escondeu e muito bem, dando dissabores aos familiares que o tinha como o mais honesto dos homens!

Faliu empresas e saiu de santinho deixando todos que lhe serviam na amargura e sem pagar o INSS e outros débitos do Estado.

Anda ainda circulando nas esferas sociais e políticas, beneficiando-se de suas tramoias ao longo de sua existência. Vive assim do "método hedonista", em busca do prazer através das riquezas de fácil obtenção, enganando crédulos cidadãos com palavras fantasiosas, alardeando suas proezas na estrutura montada em volta de si, seguido sempre de bajuladores que vivem das migalhas financeiras lançadas a estes cães raivosos que defendem o indefensável de seu senhorio que engana até autoridades constituídas!

Qualquer semelhança com o exposto é apenas uma mera coincidência!
                                                        



[1] Velhaco: Indivíduo que se utiliza de artimanhas ou artifícios para ludibriar; sacana ou desonesto.

[2] Ardiloso: Indivíduo que visa iludir, enganar pela manha para conseguir o que pretende, manhoso, enganador, velhaco, espertalhão.

[3] Escroque: Indivíduo que se apodera de bens que pertencem a outra pessoa por meios ardilosos e/ou fraudulentos.

[4] Embusteiro: Impostor; que se utiliza de mentiras ardilosas, de embustes, geralmente com o intuito de enganar outras pessoas.

[5] Campana: Ficar de olho, observando, prestando atenção, guardando, monitorando, ficar de guarda.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

O CONJUNTO DA OBRA...OBRA, OBRA,OBRA!

OBRA-SE POR TODO LUGAR

No conjunto da obra,
obra aqui, obra lá, obra acolá
e se ali se obra,
pode-se obrar em qualquer lugar,
pela simples vontade de obrar.
E se também aqui se obra,
então pode-se obrar sem parar.
Todos obrando,
transborda por muito obrar,
e assim o cesto transbordando,
de tanto conjunto da obra.
Deste modo se é um conjunto,

É um obreiro de qualidade,
que deste modo continua a obrar,
no campo, na cidade obra-se,
tanto que de tanto obrar,
tem-se o resultado da obra.
E aparece a parlamentar,
e fala e fala da obra,
porque tem língua,
tendo obrado em todo lugar.
e assim vão todos,
fazendo obra pelo mundo afora,
como conjunto da obra,
que de tantos obrarem,
deixa-se o produto da obra.

Com licença ao egrégio obrador,
que fede por muito obrar,
em obra sem acabar,
vai-se obrando em todo lugar,
enchendo a privada,
do produto obrante.
Há a empreiteira da obra,
aquela que constrói a obra
formando o CONJUNTO DA OBRA!

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

As terras de Herculano de Freitas na Vila de Santo Amaro, a Fazenda Caravellas e a Capela Santa EDWIGES na Riviera da Represa de Guarapiranga/SP

As terras dos autóctones guaianases tornaram-se propriedade do Estado

A história tem nuances onde a metamorfose se transforma ao correr do tempo, um tempo que dizemos passar, mas que na realidade somos nós que passamos pelo “tempo incólume”, mas aquilo que vemos na contemporaneidade atual outros virão com outros olhares em outro momento.

Dentro da Riviera Paulista, São Paulo, ainda há parte de um oásis as margens da Represa de Guarapiranga parte ainda intocável (ainda) de uma vegetação pela ação do homem, ou pouco transformada pela ação deste, mas em alguns aspectos mantém a exuberância da natureza que teimosamente tenta manter ainda como parte integrante de uma harmonia.

Neste espaço “esquecido” da velha Santo Amaro de autóctones habitantes guaianases como nos transmite a história reproduzida a larga em livros publicados.

Por força de ocupação estrangeira a terra tornou-se posse habitada por gente de mesma língua, onde estes nativos foram forçados a uma catequese para aprender a língua do ocupante. Depois disso miscigenou-se dando origem ao caboclo do encontro entre os povos europeus e indígenas, que foram largados depois a própria sorte embrenhando-se no mato vivendo da caça e da pesca e morando em “paioça” as margens de rios e lagoas.

Deste modo se criou muitas vilas pelo Brasil e da mesma forma se criou as aldeias de M”Boy (Embu das Artes), Carapicuíba, Pinheiros e a Vila de Santo Amaro e outros pequenos “fogos” de moradores.
Bem mais tarde foram se achegando outros grupos de estrangeiros que também se miscigenou e criou-se outra estrutura heterogênea, com muitos sobrenomes teutônicos com traços acaboclados de etnias já fixados à terra.

Estas terras virgens, outrora parte de aldeias, foram ocupadas e registradas em nome de famílias que exerciam controle político desde o período colonial, passando pelos dois Impérios da América do Sul e até a República.

Uladislau Herculano de Freitas Guimarães, o “dono das terras em Santo Amaro”

Destes que assumiram cargos de relevância no Brasil estava o Dr. Uladislau Herculano de Freitas Guimarães nascido no Arroio Grande, Província do Rio Grande do Sul, a 25 de novembro de 1865.  Matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo em 1884, transferiu-se para o Recife, em cuja Faculdade fez o 4º ano, sendo que depois voltou a São Paulo, recebendo o grau de bacharel em oito de março de 1889 no limiar da República. 

Foi para Campinas onde era o centro das idéias republicanas e nesta cidade casou em 1887, com Clotilde Glicério de Freitas, filha do chefe político local Francisco Glycério de Cerqueira Leite passando a trabalhar ao lado do sogro advogado.

Francisco Glycério mais tarde tornou-se Ministro dos Transportes e Ministro da Agricultura do Brasil de 1890 a 1891 e deste modo, com respaldo político, ascendeu rapidamente como advogado jornalista e tribuno e com o advento da República ascendeu ao cargo de Chefe da Polícia do Paraná, chegando a ser, governador provisório, em 1890. 

Herculano de Freitas tomou posse na Faculdade de Direito de São Paulo, recebendo o grau de doutor em 16 de janeiro de 1891 sendo nomeado lente substituto. Em 21 de março do mesmo ano foi empossado como lente catedrático. Sua carreira foi meteórica tornando-se deputado estadual, federal e senador por São Paulo. Nomeado lente catedrático de direito criminal, passou em 10 de fevereiro de 1902 por permuta com o Dr. José Mariano Corrêa de Camargo Aranha, a catedrático de direito público e constitucional a 1º de maio de 1902.

Foi eleito senador estadual para a legislatura de 1907-1915 , em 2 de fevereiro de 1907, assumindo sua cadeira em 14 de abril seguinte. No Senado foi membro da Comissão Permanente de Fazenda e Contas, entre 1907 a 1913, e da Comissão de Redação em 1913. Em 1910, foi nomeado juntamente com seu colega José Luiz de Almeida Nogueira, para representar a Faculdade de Direito, como delegado do governo federal no Congresso Jurídico Pan-Americano, realizado em Buenos Aires, na Argentina.

Renunciou ao mandato parlamentar, em agosto de 1913, quando recebeu o convite do presidente da República marechal Hermes da Fonseca para assumir o cargo de ministro da Justiça e Negócios Interiores, exercendo no período de 12 de agosto de 1913 a 14 de novembro de 1914. Sua vaga no Senado estadual foi preenchida por Fernando Prestes de Albuquerque.

Tornou-se Diretor da Faculdade de Direito de São Paulo  de 1915 a 1917. Foi Secretário da Justiça e Segurança Pública de São Paulo, na presidência Altino Arantes, filiou-se ao Partido Republicano Paulista - PRP[1] e foi Senador Estadual novamente em 1922 e logo Federal por São Paulo, funcionando como relator da reforma constitucional. 

Em 14 de dezembro de 1918, substituiu Eloi Chaves, eleito para a Câmara Federal, no cargo de secretário da Justiça e Segurança Pública do Estado de São Paulo, na presidência de Altino Arantes, renunciando então seu cargo no Senado paulista, sendo sua cadeira ocupada por Virgílio Rodrigues Alves. Na sua gestão, inaugurou a Penitenciária de São Paulo, estabelecimento modelar, tido como um dos mais adiantados do mundo, e lançou à pedra fundamental do Palácio da Justiça, sede do Tribunal de Justiça de São Paulo, permaneceu no governo até 1º de maio de 1920, quando assumiu Washington Luis, no governo de São Paulo, e foi substituído por Francisco Cardoso Ribeiro.

Em decreto de 7 de dezembro de 1925, foi nomeado ministro do Ministro do Supremo Tribunal Federal, preenchendo a vaga aberta com o falecimento de João Luiz Alves. Tomou posse em 28 de janeiro de 1926, vindo a falecer no Rio de Janeiro a 14 de maio de 1926.

As terras de Herculano de Freitas em Santo Amaro

Tamanha reputação e exercendo cargos de altíssima relevância política tinha vasto conhecimento de pluralidade de todas as pastas de governo e sabendo das dimensões do Estado de São Paulo que na virada do século 19 tornava-se a economia central do país, assumindo a grande participação no cenário nacional tornando-se o maior produtor de café nas primeiras décadas do século vinte, Herculano de Freitas adquiriu terras pela antiga província de São Paulo para delas usufruir das benesses da cultura em franca ascensão internacional do café, mas que por conseqüência de tipo de solo não foi a cultura primordial na Vila Santo Amaro, bem ao extremo sul e da capital, que neste momento possuía autonomia administrativa (de 1832 a 1935) e onde foi instalada a força hídrica geradora elétrica da Light and Power. Muitas destas terras abrangiam até fronteira de outros municípios possuindo uma área física de 640 quilômetros quadrados. Parte destas terras hoje é parte de distritos municipais da região sul. Implantada a Represa Velha de Santo Amaro adquiriu glebas extensas que mais tarde se tornaram fazendas de outros donos como o caso da Fazenda Caravellas no Riviera Paulista, às margens da represa hoje denominada de Guarapiranga.

Santo Amaro e a Represa com seus encantos

“É bem conhecida a velha Vila de Santo Amaro, a poucos quilômetros de São Paulo. Não faz muito tempo, apesar do tramuei que a liga à capital, (trem a vapor que ligava São Paulo à Santo Amaro {Liberdade/Largo 13 de Maio}  com 19 quilômetros de extensão,  idealizado pelo engenheiro Alberto Kuhlmann[2]) ela ainda conserva todo o aspecto de uma erma e distante cidadezinha do sertão. Mas com a necessidade de aumentar as reservas hidrelétricas que servem o poderoso centro industrial da capital paulista, foi preciso barrar os inúmeros córregos ou pequenos rios que descem diretamente da serra de Cubatão em demanda do Tietê. As proximidades da cidadezinha sertaneja ornaram-se então de uma longa série de lagos que, partindo, ao sul, do leito da estrada de ferro de Mairinque a Santos, estende-se, ao norte, até as proximidades da E. F. Santos Jundiaí. Foi uma transformação maravilhosa. A esquecida e velha Santo Amaro metamorfoseou-se em região alpestre, oferecendo, com as suas montanhas verdes, as suas águas azuis e as suas enseadas e praias caprichosas, um dos mais belos sítios de turismo do Brasil inteiro, senão de toda a América do  Sul. As terras, até habitadas somente por alguns míseros caboclos e servindo apenas à caça de pacas e veados, entraram rapidamente a ser vendidas. Às margens dos lagos, já então servidas por boas estradas de automóveis, (já se havia construído Auto-Estrada S.A. {Hoje denominada de Washington Luís} ligando São Paulo a região de Interlagos, ambos empreendimentos elaborados por Luís Romero Sanson) surgiram numerosas vilas de luxo e encantadoras casinhas de recreio. Com a instalação de alguns clubes náuticos em praias que foram recebendo nomes sugestivos, tais com Interlagos, Riviera, Praia Azul e Copacabana, as águas da imensa represa cobriram-se de velinhas brancas que deram vida nova ao caprichoso e vasto panorama, aumentando-lhe o encanto. Santo Amaro transfigurara-se...” (CARAVELLAS, p.143,144)

O Industrial Oscar Muller e a Fazendinha Três Caravellas

Partes destas terras de Santo Amaro, localizadas às margens da Represa Velha (a atual Guarapiranga) foram adquiridas em 1942 por Oscar Reynaldo Muller Caravellas[3], empresário de sucesso industrial com fábricas por São Paulo com a razão social O. R. Muller & Cia, sendo pioneiro em embalagens de bisnagas (cápsulas de estanho prensadas a partir de um disco prévio, chegando mais tarde ao desenvolvimento da matéria plástica) para pasta de dente, instalada no terreno da Rua José Antônio Coelho com fachada voltada para a Rua Caravellas, nº 138, onde se originou a Estamparia Caravellas, Indústria Metalúrgica e Plástica Brasileira S.A. Uma luta árdua de tenacidade descrito no livro “História de uma Indústria” onde São Paulo tornava-se um grande pólo industrial brasileiro assumida mais tarde pelos filhos Vera Muller, Armin Carlos e Gunter Oscar que tiveram ainda os encargos da Indústria Metalúrgica e Plástica Brasileira S.A. e A Chimica Plástica Caravellas S.A.



Era um sítio de “21 alqueires de terras aráveis à borda do lago e servidos ainda por numerosas nascentes de água cristalina, tudo apenas a 30 quilômetros de São Paulo. Adicionados a esses 21 alqueires a outras terras por mim adquiridas no outro lado do lago, no lugar chamado Campo de Baixo, ficava eu com uma considerável propriedade agrícola de mais de 50 alqueires, nas melhores condições para atendera todas as necessidades de abastecimento de frutas, legumes, verduras e laticínios de todo o numeroso pessoal das Indústrias Caravellas. Pus mão à obra. Derrubaram-se matas, araram-se e adubaram-se grandes extensões de terras e prepararam-se pastos excelentes. Construiu-se um grande estábulo e uma bela cocheira, tudo segundo os métodos mais recomendados e mais modernos. 


Plantou-se um bosque de castanheiras, um imenso bananal e seis mil mudas de uvas para a mesa, além de uma extensa horta capaz de produzir verduras e legumes para toda uma pequena população. Prepararam-se instalações para a pequena criação e distribuiu-se água encanada e luz com energia elétrica para todas as habitações da nova propriedade sem esquecer naturalmente a grande casa de residência. 

Estava montada a granja modelo – a Fazendinha Três Caravellas. Vieram então os animais vacas leiteiras, cavalos de sela e de trabalho, porcos de raça, carneiros, cabras, perus, galinhas, patos e até coelhos.  

Há lindos bosques de eucaliptos, há passeios encantadores, há uma esplanada para danças, há quadra de tênis e campo de futebol, sem contar os esportes aquáticos que os lagos oferecem. Em mesas desmontáveis que fiz construir, podem sentar-se mais de quinhentas pessoas, havendo também ali à mão o necessário para o preparo de sadias e excelentes refeições. Já eles(funcionários da empresa) lá tiveram duas grandes festas, com farto almoço ao ar livre, alegres danças e animadas competições esportivas. Eu lá também estive”. (CARAVELLAS, p.145,146)

Santa Edwiges

Uma capelinha muito formosa resiste ao tempo na região da Riviera Paulista, denominada de Capela Santa Edwiges, nome este que faz parte da história da família Muller Caravellas, em homenagem a Edwiges Haenel, que se casou com Oscar Reynaldo Muller Caravellas, tornou-se a senhora Edwiges Muller Caravellas, sendo filha de Oscar Haenel, que havia sido procurador do banco alemão Brazilianische Bank fur Deutschland.


A ermida começou a ser erguida por sugestão de um amigo de Oscar Caravellas, sendo o local escolhido pelo reverendo vigário de Santo Amaro, num local de um outeiro com vista para o lago. 

Em 1943 os trabalhos avançavam com rapidez e as partes de marcenaria, janelas, esquadrias, portas, bancos, juntamente com o altar em mármore, vitrais, sino, pia foram encomendados em São Paulo e eram enviados no momento da montagem com um cronograma bem definido. 

Foi convidado para a celebração inaugural o Bispo de Ribeirão Preto, Dom Alberto Gonçalves, mas devido as obrigações já assumidas em sua diocese enviou seu vigário geral, Monsenhor Doutor João Lauriano, que respeitando a região da Arquidiocese de São Paulo envia-se documento do bispo de Ribeirão Preto dirigido a Dom José Gaspar de Affonseca e Silva, arcebispo de São Paulo, requerendo autorização para as providências  necessárias ao ato litúrgico.  Assim a solenidade de benção e inauguração foi marcada para o dia 29 de junho de 1943.


Os convidados chegaram ao local de automóvel e/ou de bonde onde foram providenciados vários ônibus que esperavam em Santo Amaro para o transporte em direção a Fazendinha onde os convidados ao chegarem em ondas sucessivas, “viam a ermida de Santa Edwiges, a altear-se, muito simples e toda branca, no seu outeirinho verde”. (CARAVELLAS, p.159)


Todos convidados para o festejo de inauguração paravam em frente rente a grade de madeira contemplando a capela e aos poucos iam para seu interior, adornado de camélias com a santa no altar iluminada por círios e velas. Monsenhor João Lauriano procedeu à benção do novo templo fazendo após o descerramento da placa comemorativa, dirigiu-se a assistência saudou a senhora Edwiges Gertrudes Muller Caravellas.

Hoje a capela de Santa Edwiges ainda mostra sua beleza na colina, altiva e voltada para a Represa de Guarapiranga, na Riviera Paulista, obra de quem ousou fazer o bem feito há 73 anos e que faz parte da história de Santo Amaro!








Referências:
CARAVELLAS,Oscar Reynaldo Miller . História de uma Indústria. São Paulo: S.A. IND. GRAFICAS, 1949

HILTON, Ronald. WHO’S WHO Em Latin America. Part VI Brasil. London: Geoffrey Cumberlege/Oxford University Press

AMARAL, Antonio Barreto do. “Dicionário de História de São Paulo. São Paulo”: Imprensa Oficial do Estado de S. Paulo, Coleção Paulística, nº.19, 1981.

CALIMAN, Auro Augusto (coordenador). "Legislativo Paulista – Parlamentares (1835-2005)". Imprensa Oficial, São Paulo, 2005.



Links complementares:

Escola Adventista e o Capão Redondo: 100 anos de convívio

DATAS HISTÓRICAS: SANTO AMARO, CAPELA DO SOCORRO E OUTRAS


Represa de Guarapiranga: Imagens da Construção da Barragem na Capela do Socorro/SP


Represa de Guarapiranga: ESCOPO


Documentos de Santo Amaro, São Paulo: Início da Villa e Extinção do Município


FREGUESIA DE SANTO AMARO E A COLÔNIA PAULISTA, NÚCLEO COLONIAL IMPERIAL





[1] Com a cisão no Partido Republicano Paulista, entre Francisco Glicério e o presidente da República Prudente de Moraes, ficou Herculano de Freitas ao lado de seu sogro, e se afastou momentaneamente da política, assumindo a direção do matutino “A Nação”, combatendo em suas páginas o governo de Campos Sales. Em 31 de dezembro de 1900, foi eleito deputado estadual para a legislatura de 1901-1903, mas renunciou ao mandato em 25 de novembro de 1902. Retornaria mais uma vez ao legislativo estadual paulista, quando foi eleito em 31 de maio de 1903, em sua própria vaga, sendo empossado em 30 de junho. Entre 1901 e 1902, fez parte da Comissão Permanente de Justiça, Constituição e Poderes, e no ano de 1903 integrou a Comissão de Fazenda e Contas. Foi também líder da bancada do PRP em 1903.

[2] Santo Amaro teve como iniciativa uma linha de trens idealizada pelo Engenheiro Georg Albrecht Hermann Kuhlmann, naturalizado brasileiro que implantou os trens a vapor “Tramlok Krauss” importados da Alemanha. (Foi eleito Deputado Estadual pelo PRP e participou da Primeira Assembléia Constituinte Paulista). Estes trens a vapor ligavam o Largo 13 de Maio, em Santo Amaro, à Liberdade, próximo ao Vale do Itororó no antigo matadouro de São Paulo (próximo a atual Rua Humaitá). Implantou-se um novo matadouro através do mesmo engenheiro que tinha o monopólio de controle sobre a linha da “Companhia Carris de Ferro de São Paulo a Santo Amaro”. Esta linha ferroviária tornou-se deficitária e São Paulo assinava contrato com a Light and Power a canadense sediada em Toronto, tendo entre seus acionistas ingleses e norte americanos, para implantar o sistema eletrificado das linhas. Foi criada a The São Paulo Tramway, Light & Power Co. Ltd. em 1899 para iniciar barragens e sistemas onde se criou controle estrangeiro sobre a energia elétrica em São Paulo. A primeiro Hidrelétrica de São Paulo foi a Usina de Parnaíba, Rio Tietê inaugurada  em 23 de setembro de 1901 (depois denominada Usina Hidrelétrica Edgard de Souza ou Barragem Edgard de Souza).

[3] Tornou-se membro da Sociedade Cultural Brasil-Esrados Unidos e presidente do Esporte Clube Pinheiros, o antigo Sport Club Germania, fundado em 7 de setembro de1899,  e diretor da Federação das Indústrias.
O comendador Oscar Reynaldo Muller Caravellas nasceu 22 de janeiro de 1896. Filho de Carlos Muller e Maria Guilhermina Muller. Foi presidente das Indústrias e Estamparias Caravellas, Hotel dos Lagos S/A e Isofil S/A, também tesoureiro da Associação dos Sanatorinhos de Campos do Jordão, além, de dirigente de numerosas outras obras filantrópicas. Exerceu os cargos de secretário da Fazenda, de presidente perpétuo do Clube dos 21 Irmãos Amigos e de dirigente no Brasil - Mônaco. Possuiu várias condecorações. Faleceu na Capital Paulista em 24 de setembro de 1961. (RUA OSCAR CARAVELAS - ALTO DE PINHEIROS. Dicionário de Ruas com acréscimos)