quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

AVENIDA PAULISTA INAUGURADA EM 8 DE DEZEMBRO DE 1891: 125 ANOS

A mais Paulista das avenidas!

O local escolhido foi o ponto mais alto da Mata do Caaguaçu[1]. “O Viaduto do Chá, aberto ao trânsito em 1893, ainda era novidade e a avenida Paulista, novinha em folha, uma atração turística. Para alcançá-la, empreendia-se a excursão em bonde a tração animal, ou vulgarmente chamados “bondes de burro”, que subiam a ladeira da Consolação, até o portão do cemitério, com um par de bestas apenas”. (A. de Almeida Prado)

A Avenida Paulista foi construída pelo engenheiro uruguaio, formado em agronomia na Alemanha, Joaquim Eugênio de Lima, casado com a paulista Margarida Joaquina Álvares de Toledo Lima, fixando residência em São Paulo. A avenida foi concebida para ser como as avenidas das metrópoles europeias:  larga, plana e moderna.

A Avenida Paulista possuía 28 metros de largura (alargada na década de 1970 para 48 metros) e 2.800 metros de comprimento e está localizada em platô a 847 metros de altitude.


A Paulista foi a primeira via pública asfaltada do Estado de São Paulo, em 1909, com material importado da Alemanha.

Os palacetes tornaram-se um símbolo do poder dos barões do café da produção em São Paulo e mais tarde ganhou a residência do maior empresário do país, o conde Francisco Matarazzo.

Em 1895 foi construída a primeira casa, pertencente a Von Bullow[2].


Em 1905, foi erguida a residência de Joaquim Franco de Mello, única construção remanescente deste período ainda impera com sua beleza na avenida.

De 1927 a 1930 a Paulista recebeu o nome de Avenida Carlos de Campos, em homenagem ao ex-governador de São Paulo, mas o nome já estava consolidado como Avenida Paulista, como prenunciou seu idealizador: “Será Paulista em homenagem aos paulistas.”



Em 1892 inaugurou-se o Parque Villon[3] ou Parque Tenente Siqueira Campos (Esplanada do Trianon). Em 1916, parte do terreno do parque passou a abrigar o Belvedere, inaugurado pelo então prefeito Washington Luís. O local foi planejado por Ramos de Azevedo e abrigava um restaurante, sendo ponto de encontro da alta sociedade da época. Demolido deu espaço ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand inaugurado em 1968.


A conhecida “Casa das Rosas” foi construída em 1935 pelos escritórios de arquitetura Severo Villares e foi residência de Lúcia Ramos de Azevedo, filha de Ramos de Azevedo casada com Ernesto Dias de Castro. O local abriga hoje o Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura.

A Paulista hoje é um ponto turístico da capital e o pólo financeiro da Capital resultante do deslocamento destes, provenientes do triângulo administrativo da cidade velha de São Paulo.


















 Há muito que se escrever e ainda postar uma gama enorme de imagens, mas  fica ao critério de cada um adensar esta história de 125 anos desta importante avenida paulistana de grande transformações urbanísticas!

Vide:




[1] Caaguaçu: do tupi caa=mato e guaçu=grande, ou seja, o local era coberto por densa vegetação, separando as tribos guaianases do lado de Piratininga e do Ibirapuera do início da colonização.

[2] Residência von Büllow, na Paulista; por tempos, a torre do palacete foi o local mais alto da avenida e pertencia ao empresário dinamarquês Adam Ditrik von Büllow, acionista da Companhia Antártica Paulista.

[3] Sobrenome do paisagista francês Paul Villon que juntamente com o inglês Barry Parker, projetaram o parque.