POVO-NAÇÃO E A LIMPEZA ÉTNICA
Se há duvidas quanto à limpeza étnica em terras da America tanto espanhola quanto portuguesa, através das guerras desiguais entre nativos e conquistadores, promovidas pela “guerra justa”, na visão européia, para “apoderamento” de terras, basta reverem o modelo empregado pelo “achamento e conquista” da terra no Brasil Colônia.
Em nome do rei os nativos denominados “negros da terra” foram perseguidos e assassinados provocando o extermínio de muitas nações existentes, no lado da colônia portuguesa, que atualmente os signatários do governo brasileiro, não admitem considerar o termo “nação” alegando que poderia haver retaliação no território e alegando soberania nacional, determinam as poucas nações restantes após o holocausto dos nativos, como territórios de etnias, com medo de uma balcanização, fomentando interesses de criar outros Estados livres no Brasil, única nação possível em um único território. O modelo de cultura destes “povos-nação” era diferente daquelas conhecidas na Europa, pois possuíam sua própria cultura, danças, objetos próprios, sua língua, um território de ação comunitária diferenciada do poder de posse, suas moradias em círculos que representavam também o sentido religioso entre eles, ou seja, uma identidade própria.
Nesta Terra Sem Mal, os portugueses se aproximaram com presentes de quinquilharias para haver uma maneira de serem aceitos em um primeiro contato, e disto extraírem informações úteis para benefício de domínio futuro. A ingenuidade de homens e mulheres que foram os reais possuidores desta terra Pindorama, e que o sistema eurocêntrico ousou chamar de índios sem ser aqui a Índia desejada das especiarias, estes naturais espantaram os colonizadores por serem desnudos de qualquer pudor, próprio dos conceitos europeus que viram nisto um atraso e que poderia ser facilmente amansados através de uma catequese pelos interesses em nome do rei, que usando do meio civilizatório europeu queria usufruir desta força de trabalho escravizando-os para o início de uma lavoura aos moldes destrutivos das florestas e uma tentativa incipiente da pecuária além de usá-los como força de combate contra outras nações européias e concluir a exploração invadindo o que seria pela jurisprudência de então terras pertencentes a Espanha
Tanto os colonizadores quanto o sistema de catequese implantado pela igreja através dos jesuítas só tinham um objetivo: recorrer a uma mão de obra disponível naquele momento, com um custo mínimo. Por seu lado os nativos não se sujeitavam ao modelo de escravidão, sujeitando-se em perder sua liberdade de ir e vir quando bem entendesse através das matas, rios, montanhas. A liberdade era a essência do viver do autóctone. Evidente que os conflitos entre os dois modelos de escravidão diferenciados entre “colonos preadores” e “jesuítas catequizadores” entraram em conflito, causando até em expulsão da Companhia de Jesus do território da Colônia de Portugal em 1759, preferindo a Coroa Portuguesa o modelo de exploração predatória do colonizador que usava a força militar para sujeitar os nativos “negros da terra”. A Terra Sem Mal se tornou local de disputas sangrentas, embora desiguais no armamento bélico, os nativos não se sujeitaram aos interesses europeus preferindo a morte a perder a liberdade, escravos jamais, e por isso houve o extermínio em massa da população local, que defendia a sua condição de homens livres, antes mesmo da Revolução Francesa, em nome da liberdade, promovendo deste modo um verdadeiro holocausto silencioso por parte de uma força militar formada pelo barbarismo ibérico que a historia esconde por considerar os exploradores heróis nacionais.
sábado, 26 de dezembro de 2009
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