Um bonde, dois nomes: De Ypiranga a Minas Gerais
Primeiramente o bonde Ypiranga fazia o trajeto pela Ponte Grande, (hoje Ponte das Bandeiras) sobre o Rio Tietê, no lugar conhecido por Floresta, ligação da Av. Tiradentes, com a Rua Voluntários da Pátria, caminho para alcançar Santana.
Os motorneiros da linha de Santo Amaro à São Paulo deram-lhe o nome de Minas Gerais em alusão ao encouraçado da marinha brasileira que possuía esse nome, por ser de estrutura forte e ter grande porte.
A empresa foi formada em abril de 1887 para fabricar e
vender bondes e outros tipos de material circulante de “ferrovias de rua”, os
bondes.
Nos anos seguintes, a empresa construiu automóveis,
incluindo o American Mors, o Skelton e o Standard Six. A divisão St. Louis
Aircraft Corporation da empresa fez parceria com a empresa Huttig Sash and Door
em 1917 para produzir aeronaves.
Durante as duas guerras mundiais, a empresa fabricou
planadores, barcos e gôndolas dirigíveis.
Desenho do bonde idealizado pela Saint Louis Car Company/EUA
A Saint Louis Car Company foi chefiada por Edwin B. Meissner, Sr., que faleceu aos 71 anos em 12 de setembro de 1956. Seu filho Edwin B. Meissner Jr. o sucedeu como presidente da empresa.Em 1960, a Saint Louis Car Company foi adquirida pela
General Steel Industries, diversificando a fabricação não apenas de bondes, mas
outros sistemas de transporte como o metrô de Paris, na França. Em 1964, a empresa concluiu um pedido de 430
vagões para o metrô da cidade de Nova York.
A St. Louis Car continuou seus negócios até 1968 e
finalmente parou de operar em 1974.
No catálogo da empresa Saint Louis Car Company, do bonde que circulou por Santo Amaro, estava classificado com o número de ordem 591, datado de 23 de agosto de 1905, mostrando um carro de salão duplo elaborado com janelas em arco.
A OFICINA DE REFORMAS DE BONDES “TRAJANO DE MEDEIROS E COMPANHIA” Muitas das adaptações feitas em bondes da Light and Power eram feitas no Rio de Janeiro nas oficinas da Trajano de Medeiros e Companhia, do engenheiro civil Trajano Saboia Viriato de Medeiros que já trabalhava para Estrada de Ferro Central do Brasil e a partir de 1903 já fazia o material rodante da Estrada de Ferro Sorocabana. Devido a demanda montou uma sucursal em São Paulo que fazia construção e reconstrução de carros de passageiros em madeira e metálicos e vagões até o final da década de 1960, quando a desativação deste meio de transporte em todo o Brasil ocorreu, sendo substituído por ônibus com motores a explosão alimentados por hidrocarbonetos (Diesel, gasolina). Permaneceu as oficinas da Trajano de Medeiros em manutenções da Rede Ferroviária Federal até 1974, sendo desativada em definitivo em 1994.O bonde Minas Gerais, ganhou nova pintura, na década de 1940 quando findado o contrato de concessão entre Light and Power e governo, tornando-se a partir de 10 de outubro de 1946 a Companhia Municipal de Transportes Coletivos, CMTC.
OBSERVAÇÕES:
Crônica sujeita a revisão sem prévio aviso. Aceita-se
informações sobre o único bonde com tais características, ou seja, um carro de
luxo cerimonial transformado para passageiros.
Outras crônicas do sistema de transporte em Santo
Amaro, acesse o link:
ÍNDICE: SISTEMAS DE TRANSPORTE EM SANTO AMARO
PAULISTA
http://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2021/08/indice-sistemas-de-transporte-em-santo.html
BIBILIOGRAFIA:
História do Transporte Coletivo em São Paulo Waldemar
Corrêa Stiel (USP/Mac Grawhill – 1977)
Tramways in Brazil Allen Morrison (Bonde Press 1989)
A TRIBUNA nº
1627
Acervo Fundação Energia e Saneamento
RODRIGUEZ,
Helio Suêvo “A Formação das Estradas de Ferro no Rio De Janeiro: O Resgate da sua
Memória”, Editora Memória do Trem – 2004, p. 26 a 28
Museu dos Transportes Públicos, Av. Cruzeiro do Sul,
780, São Paulo
Boletim Histórico 1986-Eletropaulo
[1] A palavra bonde
surgiu em 1879, sua origem se deve ao fato de que
na época a passagem custava 200 Reis, mas não existiam
moedas ou cédulas deste valor em circulação. Em vista disso, a
empresa teve a ideia de emitir pequenos bilhetes, em cartelas com cinco unidades, ao
preço de mil reis, cédula que circulava em grande quantidade. Os
bilhetes impressos nos Estados Unidos,
foram chamados pela
população de Bonds (Bônus).
[2] A palavra TRAMWAY em
inglês designa uma linha férrea urbana, onde os trilhos (carris de ferro)
estão assentados na via pública (ruas), rente ao piso, sem saliências,
podendo outros veículos passarem sobre os mesmos com facilidade,
principalmente nos cruzamentos. Uma linha de Tramway destina-se exclusivamente
ao trafego de TRAMS (Bondes). Portanto em inglês TRAMWAY é o nome da via
férrea (trilhos) e nunca do veículo (Tram=bonde).
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