terça-feira, 7 de abril de 2015

Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro, São Paulo

Uma causa pela saúde pública idealizada no século 19

Em 15 de dezembro de 1895, no Salão do Clube 13 de Maio, em Santo Amaro, reuniram-se homens pios e de boa vontade para promover por intermédio do convite do Tenente Coronel Carlos da Silva Araujo, com o objetivo de fundar um “nosocômio”  de caridade, pois anteriormente, em 1889 havia irrompido uma grande epidemia de varíola pegando o Município despreparado no campo da saúde. O referido coronel possuía na Capital do Estado de São Paulo o “Externato Araujo”, já tendo experiência no campo social.

Dona Benta Bernardina de Moraes, da alta estirpe de paulistas, engajada na causa, doou o terreno pra a construção do hospital.

Em primeiro de janeiro de 1896, o reverendo padre Luiz Ignácio Taques Bittencourt, abençoou a pedra fundamental, onde o lançamento das fundações foi abrilhantado como as bandas musicais do Clube 13 de Maio e 16 de Julho. 
FESTA NA VILLA DE SANTO AMARO O ESTADO DE SÃO PAULO - 29 OUT 1896

Foi eleito para assumir a orientação da primeira reunião o Tenente Coronel Carlos da Silva Araujo, que presidia a Câmara Municipal da Vila de Santo Amaro. Em 8 de dezembro de 1899 foi inaugurado o primeiro edifício com a capela, voltado com sua fachada voltada para a Praça que receberia o nome da emérita doadora do terreno, Dona Benta, sendo que o vigário Adelino Montenegro celebrou a primeira missa local.
CAPELA DA SANTA CASA ATUALMENTE

Em 21 de outubro de 1901 foi modificado, por sugestão do então capitão da Guarda Nacional na Vila de Santo Amaro, Thiago Baptista da Luz Mendes (1862-1914), passando o nome do antigo Hospital de Caridade Nsa. Sra. Conceição para Santa Casa de Misericórdia da Vila de Santo Amaro.

Em 3 de janeiro de 1892 são nomeados os novos intendentes onde constava os nomes de Thiago Baptista da Luz Mendes, José Antonio de Moraes, Amaro Vieira de Moraes, Pedro Branco de Araújo, João Zeltner e Augusto Antonio da Silva.

Santo Amaro, região de mato grosso, isto é mata densamente fechada, não possuía médico residente, deste modo a Câmara iniciou negociações em 17 de janeiro de 1893 com o doutor Aristides Serpa, para que viesse para a região.

Era o início da filantropia e atividade inerente a saúde em um hospital digno de sua gente.

Em 1898 foi deliberado que a Santa Casa deveria ter personalidade jurídica cabendo esta tarefa ao doutor Adalberto Garcia da Luz.

Em 10 de novembro de 1903 o Tenente Coronel Carlos da Silva Araujo recebe homenagem da Câmara, retirando-se para a Capital depois de préstimos como presidente da Câmara por 13 longos anos. 

A Santa Casa cumpria seu papel sendo que em 1932 o então fundador, Tenente Coronel Carlos da Silva Araujo, recebia nas dependências placa (segue abaixo cópia do documento) em mármore alusiva aos seus préstimos em prol da Santa Casa de Santo Amaro.
REVISTA INTERLAGOS: novembro de 1950-Construção de novas dependências da Santa Casa

Na década de 1950 um novo prédio estava em construção agora com a fachada do hospital voltada para a Rua Isabel Schmidt com consultórios específicos da área médica, além de inaugurada nova ala em 1953 para a maternidade para dar as boas vindas aos neosantamarenses.


Documento da placa em homenagem ao Tenente Coronel Carlos da Silva Araujo











Santo Amaro, 17 de dezembro de 1932
Exmo. Snr. Dr. Francisco Ferreira Lopes
DD. Prefeito Municipal
                                                                                             Nesta

A Santa Casa de Misericórdia local, inaugurará em 25 de corrente, às 9 horas, no “hall” do respectivo hospital, uma placa de mármore em homenagem à memória do seu saudoso fundador Tte. Cel. Carlos da Silva Araujo.
Esta homenagem será precedida de u’a Missa na Capella do mesmo, em intenção dos benfeitores da Instituição.
Em nome da Meza Regedora, venho convidar V. Exc. Para assistir a essas solemnidades.
                                                                                             Saudações








Referências:

CALDEIRA, João Netto. Álbum de Santo Amaro, São Paulo: Bentivegna & Netto, 1935. p.78;79;80;81;108;109

Documento de fonte primária expedido pela Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro, assinado por seu provedor José Abrantes.

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