Não Pesquise a história do Brasil!
Os museus não tem nada
haver com coisas velhas, é o espaço das musas, das coisas belas, mas nossa
cultura enxerga esses espaços de vida cultural da identidade de um povo em
formação, algo a ser evitado. Logicamente que não se generaliza, há raras exceções,
raríssimas!
Fica-se questionado se
a causa principal deste distanciamento é pela opressão imposta neste povo em
suas reivindicações, que por sua vez não possui identidade com essa historiografia
que sai da cartola do poder, escrita pelo momento de mando, tendo-se assim pouca
participação neste conceito historiográfico do Brasil, pois tudo quanto partiu um
dia do povo foi reprimido na raiz, em uma depuração reprimida e construída pela força.
O povo tem medo do
poder, possuindo suas razões, passado de pai para filho, de geração a geração,
e, já está “incrustado” no inconsciente
coletivo! Vencido não conta sua
história porque o vencedor não deixa, e este conta e reconta seus feitos à sua
maneira, mesmo que inverdades.
As grandes
manifestações populares, que faz com que o povo se orgulhe do país e não
somente nas copas do mundo em quadriênios, sempre foram reprimidas. Não aquelas
dirigidas politicamente por um regime que visa à cátedra de mando de gabinete, com
bandeirolas desse ou daquele partido, financiando tinta para pintar o rosto para
passar a imagem que é luta popular. Querem porque querem manter o “paternalismo”
com as migalhas, dando-nos sobras das mesas.
Há determinados espaços
em São Paulo, e pelo Brasil afora, que não estão abertos para dele extrairmos
fontes de conhecimento. Existem alguns que não atraem por serem aberrantemente
vigiados e sempre de portas cerradas.
Certos curadores são “donos” do acervo e
dificultam ao máximo qualquer investida de recolhimento de saber: não se pode extrair
uma foto para uso didático, temos que nos sujeitar aquilo que há na internet,
como se “aquilo” fosse nossa fonte procurada.
As igrejas de São Paulo,
de quaisquer segmentos com suas inumeráveis crenças (impressiona este sincretismo
religioso da cidade) possuem um modelo de proibição que não condiz com o pouco
acervo que disponibilizam, mas mesmo assim dificultam ao “máximo” para extrair-se
o “mínimo”. Somos recebidos por um “superior”
para atender um “inferior” com a clássica
pergunta: O que você pretende? A resposta imediata é: Tudo! Um pálido sorriso
vem exteriorizado; pensamos que realmente as portas irão se abrir, e a ingrata
surpresa é que recebemos: Nada!
Se por ventura houver a
mídia televisiva no mesmo local de pretensão historiográfica, desista em tentar
algo: as portas serão fechadas para uso exclusivo da rede que pretende criar o documentário
com os mais potentes sistemas de transmissões que gerarão imagens ao mundo real
e virtual!
O curador é onipresente
e onisciente nesse espaço das musas, até desrespeitam “ordens superiores” se porventura
o pretenso historiador não for de uma cátedra representativa, doutor disso ou
daquilo.
Se por ventura, há um “brasilianista”,
pesquisador estrangeiro que estuda o Brasil, as diversas estruturas fechadas as
sete chaves ao “autóctone” serão escancaradas, e o referido pesquisador terá em
suas mãos os mais importantes documentos que irão gerar em outros países um
impacto porque “ele” descobriu o que o historiador brasileiro não conseguiu
visualizar, pois os pesos e medidas são diferentes para um e para o outro no âmbito
de pesquisa. As dificuldades impostas a um são bem diferentes das facilidades
disponibilizadas ao outro, no caso o “brasilianista”.
O que pretendem as
repartições responsáveis com isso? Dificultar ao extremo a posse daquilo que
lhe dá o sustento de fomento através de leis de incentivo de manutenção daquele
determinado setor. Há um desafio a ser proposto em São Paulo:
Dirijam-se ao Arquivo
Histórico Municipal da capital paulista, apresentem-se como pesquisador e requeira
algo de interesse, e tentem “extrair” uma foto documental! Irão proibir impondo
apresentação de certas exigências cabais instituídas por decretos que fará o
pesquisador desistir antes de começar!
Além disso, nossos representantes municipais
exigem pagamento monetário exorbitante por qualquer documento reproduzido.
Claro que há a seção de documentos que “podem”: estes “contam” a história do
modelo propício aos interesses do Estado, mas sem a expressão daqueles de importância
de pesquisa para trazer a tona os desmandos históricos do modelo de plutocracia.
Este é apenas um
exemplo, há outros locais de poder que “rezam” na mesma cartilha! Estamos
sujeitos a determinadas regras exageradas, por gente que recebem ordens também absurdas,
que mal sabem o que fazem, pois suas atribuições não estão relegadas naquilo
que gostam de fazer, mas por obrigação e necessidade salarial ali permanecem! É
um cancro dificílimo de ser extirpado.
Devido a certas condições
desfavoráveis à pesquisa “virei espião”,
pela arqueologia historiográfica, um “flâneur” a procura das brechas pela
cidade afora, combatendo esta insanidade. Tentar e tentar sempre, desistir
jamais! As derrotas fazem parte da batalha derradeira.
Não há regulamentação de
historiador no Brasil, o pesquisador é
um intruso a combater, considerado um bisbilhoteiro em coisas que devem
permanecer ocultas, por mera especulação do poder, não “abrem documentos secretos”
ao bem da historiografia.
Há profissões que não careciam de serem
regulamentadas por mera demagogia do poder, ou, quem sabe, para melhor
controlar. As escolas repetem a mesma história há séculos, de heróis construídos
pelo poder, algo mitológico, uma farsa eternizada e aquartelada.
Evidente que existem exceções,
que acolhem como modelo que dignifica essa condição de preservação de cultura
aberto a depuração do conhecimento, mas é, sem dúvida, uma raridade!
A
história do Brasil é uma mentira “bem” contada pelo poder!
Sem comentários:
Enviar um comentário