sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O POVO TEM MEDO DO PODER

Não Pesquise a história do Brasil!
Os museus não tem nada haver com coisas velhas, é o espaço das musas, das coisas belas, mas nossa cultura enxerga esses espaços de vida cultural da identidade de um povo em formação, algo a ser evitado. Logicamente que não se generaliza, há raras exceções, raríssimas!

Fica-se questionado se a causa principal deste distanciamento é pela opressão imposta neste povo em suas reivindicações, que por sua vez não possui identidade com essa historiografia que sai da cartola do poder, escrita pelo momento de mando, tendo-se assim pouca participação neste conceito historiográfico do Brasil, pois tudo quanto partiu um dia do povo foi reprimido na raiz, em uma depuração reprimida  e construída  pela força.

O povo tem medo do poder, possuindo suas razões, passado de pai para filho, de geração a geração, e, já está “incrustado” no inconsciente coletivo!  Vencido não conta sua história porque o vencedor não deixa, e este conta e reconta seus feitos à sua maneira, mesmo que inverdades.

As grandes manifestações populares, que faz com que o povo se orgulhe do país e não somente nas copas do mundo em quadriênios, sempre foram reprimidas. Não aquelas dirigidas politicamente por um regime que visa à cátedra de mando de gabinete, com bandeirolas desse ou daquele partido, financiando tinta para pintar o rosto para passar a imagem que é luta popular. Querem porque querem manter o “paternalismo” com as migalhas, dando-nos sobras das mesas.

Há determinados espaços em São Paulo, e pelo Brasil afora, que não estão abertos para dele extrairmos fontes de conhecimento. Existem alguns que não atraem por serem aberrantemente vigiados e sempre de portas cerradas.

 Certos curadores são “donos” do acervo e dificultam ao máximo qualquer investida de recolhimento de saber: não se pode extrair uma foto para uso didático, temos que nos sujeitar aquilo que há na internet, como se “aquilo” fosse nossa fonte procurada.

As igrejas de São Paulo, de quaisquer segmentos com suas inumeráveis crenças (impressiona este sincretismo religioso da cidade) possuem um modelo de proibição que não condiz com o pouco acervo que disponibilizam, mas mesmo assim dificultam ao “máximo” para extrair-se o “mínimo”. Somos recebidos por um “superior” para atender um “inferior” com a clássica pergunta: O que você pretende? A resposta imediata é: Tudo! Um pálido sorriso vem exteriorizado; pensamos que realmente as portas irão se abrir, e a ingrata surpresa é que recebemos: Nada!

Se por ventura houver a mídia televisiva no mesmo local de pretensão historiográfica, desista em tentar algo: as portas serão fechadas para uso exclusivo da rede que pretende criar o documentário com os mais potentes sistemas de transmissões que gerarão imagens ao mundo real e virtual!

O curador é onipresente e onisciente nesse espaço das musas, até desrespeitam “ordens superiores” se porventura o pretenso historiador não for de uma cátedra representativa, doutor disso ou daquilo.

Se por ventura, há um “brasilianista”, pesquisador estrangeiro que estuda o Brasil, as diversas estruturas fechadas as sete chaves ao “autóctone” serão escancaradas, e o referido pesquisador terá em suas mãos os mais importantes documentos que irão gerar em outros países um impacto porque “ele” descobriu o que o historiador brasileiro não conseguiu visualizar, pois os pesos e medidas são diferentes para um e para o outro no âmbito de pesquisa. As dificuldades impostas a um são bem diferentes das facilidades disponibilizadas ao outro, no caso o “brasilianista”.

O que pretendem as repartições responsáveis com isso? Dificultar ao extremo a posse daquilo que lhe dá o sustento de fomento através de leis de incentivo de manutenção daquele determinado setor. Há um desafio a ser proposto em São Paulo:

Dirijam-se ao Arquivo Histórico Municipal da capital paulista, apresentem-se como pesquisador e requeira algo de interesse, e tentem “extrair” uma foto documental! Irão proibir impondo apresentação de certas exigências cabais instituídas por decretos que fará o pesquisador desistir antes de começar!

 Além disso, nossos representantes municipais exigem pagamento monetário exorbitante por qualquer documento reproduzido. Claro que há a seção de documentos que “podem”: estes “contam” a história do modelo propício aos interesses do Estado, mas sem a expressão daqueles de importância de pesquisa para trazer a tona os desmandos históricos do modelo de plutocracia.

Este é apenas um exemplo, há outros locais de poder que “rezam” na mesma cartilha! Estamos sujeitos a determinadas regras exageradas, por gente que recebem ordens também absurdas, que mal sabem o que fazem, pois suas atribuições não estão relegadas naquilo que gostam de fazer, mas por obrigação e necessidade salarial ali permanecem! É um cancro dificílimo de ser extirpado.

Devido a certas condições desfavoráveis à pesquisa “virei espião”, pela arqueologia historiográfica, um “flâneur” a procura das brechas pela cidade afora, combatendo esta insanidade. Tentar e tentar sempre, desistir jamais! As derrotas fazem parte da batalha derradeira.

Não há regulamentação de historiador no Brasil, o pesquisador é um intruso a combater, considerado um bisbilhoteiro em coisas que devem permanecer ocultas, por mera especulação do poder, não “abrem documentos secretos” ao bem da historiografia.

 Há profissões que não careciam de serem regulamentadas por mera demagogia do poder, ou, quem sabe, para melhor controlar. As escolas repetem a mesma história há séculos, de heróis construídos pelo poder, algo mitológico, uma farsa eternizada e aquartelada.

Evidente que existem exceções, que acolhem como modelo que dignifica essa condição de preservação de cultura aberto a depuração do conhecimento, mas é, sem dúvida, uma raridade!

A história do Brasil é uma mentira “bem” contada pelo poder!

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