O Estado e sua Sátira: Iludir o povo
Parece que nossa maior e única saída,
grande “cartada” dos problemas da atualidade no Brasil é a “copa do mundo”. Por ela gastam-se bilhões, transfiguram-se
cidades, urbanizam-se as capitais, futuras sedes, onde receberão os maiores
investimentos financeiros, que, em troca, exige a expulsão da miséria, grande antítese
a ser extirpada em favor da higienização.
Há de se entender que o grande mérito,
se há nisso mérito, das cidades onde haverá evento, é a sua transformação imobiliária,
onde o passado não cabe mais no presente. É deste modo que o capitalismo age há
muito tempo: pela sua autodestruição (passado) e reconstrução, (presente)
fomentando investimentos constantes do mundo globalizado, onde o dinheiro não
tem pátria como fronteira.
Há um interesse dos
megainvestidores em financiar tudo que se requeira para o referido evento, como
construções de hotéis, vias de acesso, grandes polos esportivos, aeroportos, restaurantes,
onde o Estado e corporações terceirizadas e controladoras de gabinetes, mancomunado
com os grandes investidores, banqueiros da causa, serão os maiores beneficiados,
angariando fundos destas estruturas construídas
para esta finalidade e jamais para extirpar diferenças do campo social.
Esta estrutura possui uma
capacidade de mutação rápida com outras investidas iniciadas por jogos
paralelos, como olimpíadas, copas de confederações, que fornecem parâmetros a serem
medidos por índices de aceitação diante da mídia.
Também não estão interessados pelos
índices de recordes a serem batidos ao limite da capacidade humana, não fazendo
diferença ao investidor qual país vença, mas sim aquilo que possa advir destes recordes,
através dos patrocinadores financistas.
Há de se perguntar a que serve o “ópio
do povo moderno”, o futebol, senão
esconder as misérias dos povos! Futebol é controle de massa, e este é o grande “inimigo”
a ser vencido, um entrave aos gastos do governante, um povo que aceita a miséria
de subsistência ofertada pelo Estado controlador através da força do vigiar e
punir e que será usada como modelo de persuasão.
Não estão interessados em grandes
revoluções culturais para fornecer conhecimento. Gastam fortunas com grandes
arquiteturas esportivas que serão supérfluas ou de pouco uso em pouco tempo
depois dos jogos, enquanto que quem professa conhecimento mendiga condições básicas
educacionais, com escolas sucateadas.
Rompem pela ganância os cofres o erário público,
em nome de festas, e fornecem ao povo a miséria do mínimo necessário.
Pagou-se com recursos “próprios do
poder”, pagina inteira jornalística, conclamando o povo a “grande festa”, com o Titulo “VAMOS JOGAR BOLA”:
Jogar bola é ir em frente.
(Estudar é ir para trás.)
É arregaçar as mangas.
(É não ir para a escola)
A grande festa do futebol vai ser na nossa casa.
(A grande miséria do conhecimento é em nossa
casa)
Vamos jogar bola que vai dar certo.
(Estudar não dá certo.)
Jogar bola muda as pessoas.
(Estudar não muda.)
Jogar bola muda o amanhã.
(Estudar não muda nada.)
Deste modo fica exposto a "solução" de como resolver
nossos problemas básicos:
“Viva o futebol, abaixo a educação”!!!
Pode ser que haverá choro e
ranger de dentes, e se ainda não está acontecendo, é questão de tempo, mas há
ainda esperança deste Gigante acordar!
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