quinta-feira, 7 de setembro de 2017

O Clube Hípico de Santo Amaro, em São Paulo

CHSA e seus 82 anos comemorados em 2017

Ao completar seus 82 de aniversário de fundação, o Clube Hípico de Santo Amaro está de parabéns por manter parte de Mata Atlântica com bosques e jardins que servem de moradia para diversas espécies de aves e pequenos animais silvestres. As estruturas originais da maior parte das edificações da Fazenda Itaquerê estão bem preservadas.

FAUNA: MICOS


FLORA

Santo Amaro em 22 de fevereiro de 1935, através do decreto nº 6.983, expedido pelo interventor Armando de Salles Oliveira, deixou de ser município e passou a integrar o município de São Paulo. Neste mesmo ano em 07 de setembro surgia o Clube Hípico de Santo Amaro, situado à Rua Visconde de Taunay, n° 508, no Bairro de Santo Amaro, ocupando área de 330 mil metros quadrados.

Em 7 de setembro de 1935, em um grande loteamento da antiga Fazenda Itaquerê, foi fundado, por iniciativa de um grupo de empreendedores, o Clube Hípico de Santo Amaro. O grupo de 49 sócios fundadores, liderados por João Carlos Kruel, adquiriu a Chácara Street, chamada de “Fazenda Itaquerê” por causa de sua vasta extensão, do industrial Jorge Luís Gustavo Street[1].





O Clube está encravado em uma região da Mata Atlântica e seus bosques e jardins que servem de moradia para diversas espécies de aves e pequenos animais silvestres. O atual Casarão, sede antiga da Fazenda Itaquerê e sede do Clube passa por reformas e restaurações, mas a essência e a beleza da arquitetura desta antiga casa de fazenda, construída pela família do educador francês Hyppolite Pujol, estão preservadas até hoje.




A partir de 1940, Santo Amaro recebeu instalações de indústrias estrangeiras. Muitas dessas empresas, como forma de incentivo, presenteavam seus funcionários com títulos do Clube Hípico de Santo Amaro.

Cavaleiros: protagonistas da história

Os primeiros cavaleiros e cavalos de adestramento surgiram na Força Pública Paulista, depois que alguns oficiais treinados na Escola de Saumur, na França. Dos oficiais do esquadrão de cavalaria que vieram para o Clube Hípico de Santo Amaro destacam-se:

Eduardo Esteves, Tomas Barth e Omar Nór, que foram posteriormente presidentes do Clube. Nas escolas de equitação do Exército, de São Paulo e do Rio de Janeiro, os militares dominavam as técnicas do hipismo e alguns destes famosos cavaleiros contribuíram para o desenvolvimento do esporte equestre no Clube Hípico de Santo Amaro, como os coronéis Renyldo Ferreira, Gérson Borges, Sylvio Marcondes de Resende, Horácio Bozon e José Carlos Ávila.

Entre os anos de 1955 e 1965, aprimoraram-se as técnicas de hipismo devido à aproximação dos cavaleiros santamarenses com os militares da arma de cavalaria, tanto da Força Pública, como era chamada a atual Polícia Militar, quanto do Exército. O coronel Oscar Luís Consistré foi um dos primeiros professores de equitação do Clube Hípico de Santo Amaro a compartilhar seus conhecimentos adquiridos durante a Missão Francesa a Saumur, de onde trouxeram novas técnicas para serem transmitidas a civis e militares.

A formação de cavaleiros ficou bem evidente nos anos de 1985 a 1995, quando a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) procurou levar o esporte equestre para todo o Brasil, promovendo campeonatos e torneios fora das associações hípicas. Esta época foi marcada pelo surgimento de novos clubes, manéges, haras e centros equestres em todo o território nacional, principalmente no eixo Rio-São Paulo.

Assim, as equipes brasileiras passaram a se destacar nas principais provas internacionais de salto, como a Copa das Nações de Aachen, em 1987, com um aplaudido terceiro lugar por equipe.

A época áurea do salto no Brasil se deu entre 1995 e 2009, como resultado dos triunfos que os brasileiros obtiveram pelo mundo. O hipismo ganhou a atenção dos dirigentes estaduais e nacionais, e muitos cavaleiros e amazonas estão, até hoje como associados do Clube Hípico de Santo Amaro.

O Clube Hípico de Santo Amaro se destaca, inclusive, pela quantidade de vezes que conquistou o Troféu Dr. Camillo Ashcar Júnior – um troféu permanente da sede da Federação Paulista de Hipismo (FPH) no qual é inscrito o nome da associação que obteve o maior número de pontos em provas oficiais de salto durante um ano. O Clube Hípico de Santo Amaro foi campeão anual por 14 vezes, em 21 edições, e ininterruptamente, de 1990 a 1999 e de 2003 a 2006.

Uma atividade muito especial e mundialmente pioneira no Clube Hípico de Santo Amaro foi a realização de vários balés equestres dirigidos por Bernardo Kaplan.














*Material desta crônica extraído de fôlder e páginas da internet pertencentes ao Clube Hípico de Santo Amaro, além de referências conseguidas em visita ao local em 7 de setembro de 2017.




[1] Proprietário da fábrica de sacaria de juta Santana, adquirida do Conde Penteado, onde iniciou a expansão da Companhia Nacional de Tecidos de Juta. Em 1912 principiou a construção da fábrica e Vila Operária Maria Zélia, bairro do Belenzinho, em São Paulo, com creches, escolas para crianças dentro da vila, uma inovação à época.

Sem comentários: