terça-feira, 21 de junho de 2016

Maria do Carmo Felismino (Dona Corrinha) e o Bairro Jardim São Luiz/São Paulo

A História feita pelo povo

Há momentos que definem a s grandes transformações históricas, que norteiam todo o conceito que deve ser seguido por determinado povo, que deram as bases de uma Nação e conhecida como macro história.
De outro lado não há como existir essa mudança de um modelo que deve ser seguido por todos se este povo não participar com a parcela de seu trabalho para que seja vitoriosa a causa. Essa parcela pequena que “faz as coisas acontecerem” denomina-se micro história, mas que poucas vezes aparece como parte integrante de um processo vitorioso. Não existirá macro história se não existir a micro história, ou seja, o trabalho de cada indivíduo para que se concretize o fato!

Dona Corrinha
 
Em 16 de maio de 1925 vinha ao mundo Maria do Carmo, que por todos do Bairro Jardim São Luiz, São Paulo, foi sempre conhecida com “Corrinha”.

Dona Corrinha era natural de Água Branca, em Serra Talhada (Vila Bela), Pernambuco, e por algum tempo trabalhou nas terras da Fazenda Gavião, de propriedade de José Pereira Diniz, nas plantações de algodão. Trabalhou ainda no Engenho de Fausto Pereira da Silva, que mantinha também pecuária bovina perto da localidade de Cedro. Havia Os festejos concorridos em Água Branca que tinha como padroeiro Santo Antonio.

No bairro do Jardim São Luiz, na década de 1940, Dona Corrinha já casada partiria para “tentar a sorte” em São Paulo com seu esposo Manoel Cícero. Saiam da terra natal do Município de Serra Talhada[1], e vinham para o Jardim São Luiz onde na entrada do lugar era venerada Nossa Senhora da Penha, padroeira da Cidade de São Paulo sendo o São Luiz Gonzaga padroeiro local e também da juventude.

O Jardim São Luiz possuía uma pequena capela e em 30 de outubro de 1960, na Festa de Cristo Rei, ganhava a condição de Paróquia sendo iniciada a construção da nova paróquia. O Jardim São Luiz em 1964 receberia o sacerdote recém ordenado, Edmundo da Mata.

O casal fixou residência na antiga Rua 2, atual Rua Satulnino de Oliveira, Nº 235, bairro incipiente do Jardim São Luiz, onde chegavam muitos moradores para trabalharem nas fábricas que se instalavam em Santo Amaro.  



Dona Corrinha era eximia cozinheira e ainda lavava roupa para ajudar o marido Manuel, que perfurou muitos poços pela região na lida do dia a dia e assim a família foi crescendo. Em 1976 perdeu seu companheiro e ficou com a responsabilidade da casa.

Não se abateu pelo destino e assim criou sua família de onze filhos: José, Joaquim, Antonio Carlos, Luiz do Carmo, Francisco, Cleonice, Maria de Lurdes, Bernadete, Benedita, Damiana e Maria Aparecida que lhe proporcionou 28 netos, 50 bisnetos e 2 tataranetos.


Dona Corrinha, muito devota tornou-se zeladora da Igreja São Luiz Gonzaga e por muito tempo cuidou dos afazeres e dos paramentos da paróquia. Sempre muito alegre nos festejos estava sempre presente cozinhando, e um dos imperdíveis pratos era sua irresistível feijoada. 



Além disso, costumeiramente puxava o cordão do coro religioso nas cerimônias ou nas procissões do calendário religioso. Sua alegria era contagiante e todos que a cercavam sabiam de seu carisma de “mãezona”, recebendo todos com carinho. Seu passamento se deu dia 20 de junho de 2016.

São Luiz Gonzaga foi festejado, hoje, 21 de junho de 2016, e dona Corrinha festejará no céu seu dia, como sempre o fez na Paróquia do santo padroeiro que sempre zelou!

Sua presença era marcante sempre será lembrada sorrindo, mesmo que as dores fossem grande, tanto quanto sua voz rouca de tenor, ecoando nos quatro cantos da paróquia, quanto as grandes feijoadas preparadas onde ela era a "master-chef", além de ter sua presença ao preparar o andor de Nossa Senhora das Dores!



Quem por ventura saiba algo sobre esta crônica, favor citar em comentário para completá-la!

Referência:

LORENA, Luiz. Serra Talhada-250 Anos de História. 150 Anos de Emancipação Política.

BAIRRO JARDIM SÃO LUIZ, São Paulo/SP

Depoimentos da filha Bernadete, Maria do Socorro Roschel e José Diniz.

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