O Público e o
Privado: Forças de Controle de Massa- Interesse Imobiliário das Estruturas de
Nova Ordem Imobiliária em São Paulo
Para começarmos a entender direitos e deveres desta
dicotomia constante de quem manda e quem obedece, atrelando o que pertence ao
popular sem os “cercamentos” e o que deve estar escondido nesta relação, fui ao
campo fértil deste estruturalismo tornando-me “cobaia de mim mesmo” usando como
trunfo o anonimato, que sem dúvida alguma me foi (é) de grande valia, buscando
a síntese deste confronto. A temerária gestão do poder em suas ações passam a
exercer controles rígidos nas instituições sobre aqueles indivíduos de alto
risco das esferas bastardas contrárias as abastadas.
Munido desta vontade inerente do momento histórico
dos movimentos sociais, aparentemente inertes no tempo, submeti-me a ações
temerárias que atingem em cheio o “modo operante” dos organismos repressores
das agressividades exercidas por aqueles protetores da ordem pública que foram
promulgados por um contrato social amplo que extrapola por vezes as leis
escritas, exercidas pelo poder judiciário.
Endurecem o controle por milícias regulares em nome
da democracia que devem gerar felicidade ampla e irrestrita a todos os
cidadãos. Este campo fértil está impregnado de pernicioso zelo ao
estruturalismo de poder distanciado do social, preocupados em manter perante as
esferas internacionais o liberalismo amplo e irrestrito dos grandes financistas
cercados de protecionismo de seus interesses de domínio acarretando uma série
de normas de vigilância constante de símbolos urbanos de poder. São criadas
forças de controle de massa e que militam e estão às ordens das casernas
palacianas e em constante guerra contra um inimigo comum denominado de “povo”,
acrescido do termo pobre, declarante de sua condição, ora “povo pobre” outra
“pobre povo”, independente da ordem substantivada, é sempre sinônimo de
miséria.
O que indigna no sistema do estruturalismo do poder
é a capacidade que possuem de articularem uns contra os outros e manter a perspicácia
de serem os detentores da ordem usando recursos repressivos que dispõe,
apaziguando o que eles mesmos instituíram. O que é mais impressionante nesta
relação é que conseguem redimir o Estado agressor que se torna vítima,
cumpridores do dever e a serviço da ordem pública.
Lucro e periferia
Criaram-se interesses nas comunidades periféricas da
região sul, naquilo que se tem de mais atrativo, ou algum recurso natural, uma
atração de valor monetário, criando mecanismos em afastar para mais longe
possível com as infra-estruturas dos investimentos de expansão imobiliária em
direção ao que ainda é periferia, em nome das empreiteiras ávidas do lucro ao
entorno da cidade, do subtendido como região de periferia e de interesses
financeiros adquirindo a “mercadoria terra” por módicos valores extraídos dos
“planos diretores” aos quais se tem acesso os interesses dominantes.
O que dantes eram residências que formavam pequenas
vilas expandem-se por sistemas sofisticados de muros vigiados, oficializando o
que era pobre em algo de lucro, e por este motivo espalham suas garras bárbaras
sobre o que um dia foi um bairro do operariado paulistano, subúrbio, com uma
sutileza sem precedentes do poder do Estado atrelado ao poder financeiro
coniventes de seus interesses comuns.
O centro urbano velho desloca-se em espaços novos suburbanos
e cresce vertiginosamente sobre o marginal periférico em nome da pujança e do
crescimento, aglutinando áreas consideradas nobres, mandando às “favas” o que
atrapalha o visual da modernidade neste momento contemporâneo.
A violência, fruto do descaso, precisa ser distanciada
cada vez mais dos centros urbanos, que cresce vertiginosamente sem controle, reforçada
pela marginalidade criada pelo sistema espúrio de governar das oligarquias que
empurra a miséria para longe do poder para fora das estruturas urbanas.
O Estado vive da inércia e de paliativo visual reformando
praças, jardins, parques para servirem de modelo ao plano diretor da cidade patrocinado
por vultosas somas do erário público que terão subsídios de verbas “intocáveis”
do setor privado que ganham deste modo os privilégios com direito a desapropriação
de áreas, desarticulando relações sociais, daquilo que um dia foi periferia por
longa data e que agora não podem conviver e interagir no espaço de interesse
imobiliário das estruturas de nova ordem empreendedora de outra realidade
urbana, que demoliram e demolirão as antigas residências de um passado não muito
distante e afastando cada vez mais um sistema de castas, que não podem estar
mais onde antes estiveram, pois não possuem capital suficiente para manter o
padrão de vida neste modelo de exclusão, perdendo deste modo o mínimo de
dignidade, para uma arquitetura “higienista” e de um centro “revitalizado” por
um novo estado de coisas que substitui o modelo antigo da cidade de São Paulo.
Assim cresce São Paulo, de forma
desordenada com um plano diretor que segue o organograma das empreiteiras e desse
modo expandem suas garras na história paulistana do que outrora foram vilas
operárias, onde “sentar nas calçadas para jogar conversa fora” fazia parte do
cotidiano de nossos antepassados e hoje vemos a destruição de antigas residências
e “apoderamento” de tantos lugares como Brás, Mooca, Tatuapé, Penha, Lapa, Bixiga,
e tantos outros mais e agora Santo Amaro onde os tentáculos imobiliários sem escrúpulos
apoderam-se e destroem parte de um passado glorioso de um bairro que nascia em
volta de uma Igreja e hoje crescem aranha céus em volta de um shopping, local para um “role” de consumo!!
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