quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A periferia, o Setor Imobiliário e o Rolezinho:

O Público e o Privado: Forças de Controle de Massa- Interesse Imobiliário das Estruturas de Nova Ordem Imobiliária em São Paulo

Para começarmos a entender direitos e deveres desta dicotomia constante de quem manda e quem obedece, atrelando o que pertence ao popular sem os “cercamentos” e o que deve estar escondido nesta relação, fui ao campo fértil deste estruturalismo tornando-me “cobaia de mim mesmo” usando como trunfo o anonimato, que sem dúvida alguma me foi (é) de grande valia, buscando a síntese deste confronto. A temerária gestão do poder em suas ações passam a exercer controles rígidos nas instituições sobre aqueles indivíduos de alto risco das esferas bastardas contrárias as abastadas.
Munido desta vontade inerente do momento histórico dos movimentos sociais, aparentemente inertes no tempo, submeti-me a ações temerárias que atingem em cheio o “modo operante” dos organismos repressores das agressividades exercidas por aqueles protetores da ordem pública que foram promulgados por um contrato social amplo que extrapola por vezes as leis escritas, exercidas pelo poder judiciário.
Endurecem o controle por milícias regulares em nome da democracia que devem gerar felicidade ampla e irrestrita a todos os cidadãos. Este campo fértil está impregnado de pernicioso zelo ao estruturalismo de poder distanciado do social, preocupados em manter perante as esferas internacionais o liberalismo amplo e irrestrito dos grandes financistas cercados de protecionismo de seus interesses de domínio acarretando uma série de normas de vigilância constante de símbolos urbanos de poder. São criadas forças de controle de massa e que militam e estão às ordens das casernas palacianas e em constante guerra contra um inimigo comum denominado de “povo”, acrescido do termo pobre, declarante de sua condição, ora “povo pobre” outra “pobre povo”, independente da ordem substantivada, é sempre sinônimo de miséria.
O que indigna no sistema do estruturalismo do poder é a capacidade que possuem de articularem uns contra os outros e manter a perspicácia de serem os detentores da ordem usando recursos repressivos que dispõe, apaziguando o que eles mesmos instituíram. O que é mais impressionante nesta relação é que conseguem redimir o Estado agressor que se torna vítima, cumpridores do dever e a serviço da ordem pública.

Lucro e periferia

Criaram-se interesses nas comunidades periféricas da região sul, naquilo que se tem de mais atrativo, ou algum recurso natural, uma atração de valor monetário, criando mecanismos em afastar para mais longe possível com as infra-estruturas dos investimentos de expansão imobiliária em direção ao que ainda é periferia, em nome das empreiteiras ávidas do lucro ao entorno da cidade, do subtendido como região de periferia e de interesses financeiros adquirindo a “mercadoria terra” por módicos valores extraídos dos “planos diretores” aos quais se tem acesso os interesses dominantes.
O que dantes eram residências que formavam pequenas vilas expandem-se por sistemas sofisticados de muros vigiados, oficializando o que era pobre em algo de lucro, e por este motivo espalham suas garras bárbaras sobre o que um dia foi um bairro do operariado paulistano, subúrbio, com uma sutileza sem precedentes do poder do Estado atrelado ao poder financeiro coniventes de seus interesses comuns.
O centro urbano velho desloca-se em espaços novos suburbanos e cresce vertiginosamente sobre o marginal periférico em nome da pujança e do crescimento, aglutinando áreas consideradas nobres, mandando às “favas” o que atrapalha o visual da modernidade neste momento contemporâneo.
A violência, fruto do descaso, precisa ser distanciada cada vez mais dos centros urbanos, que cresce vertiginosamente sem controle, reforçada pela marginalidade criada pelo sistema espúrio de governar das oligarquias que empurra a miséria para longe do poder para fora das estruturas urbanas.
O Estado vive da inércia e de paliativo visual reformando praças, jardins, parques para servirem de modelo ao plano diretor da cidade patrocinado por vultosas somas do erário público que terão subsídios de verbas “intocáveis” do setor privado que ganham deste modo os privilégios com direito a desapropriação de áreas, desarticulando relações sociais, daquilo que um dia foi periferia por longa data e que agora não podem conviver e interagir no espaço de interesse imobiliário das estruturas de nova ordem empreendedora de outra realidade urbana, que demoliram e demolirão as antigas residências de um passado não muito distante e afastando cada vez mais um sistema de castas, que não podem estar mais onde antes estiveram, pois não possuem capital suficiente para manter o padrão de vida neste modelo de exclusão, perdendo deste modo o mínimo de dignidade, para uma arquitetura “higienista” e de um centro “revitalizado” por um novo estado de coisas que substitui o modelo antigo da cidade de São Paulo.

Assim cresce São Paulo, de forma desordenada com um plano diretor que segue o organograma das empreiteiras e desse modo expandem suas garras na história paulistana do que outrora foram vilas operárias, onde “sentar nas calçadas para jogar conversa fora” fazia parte do cotidiano de nossos antepassados e hoje vemos a destruição de antigas residências e “apoderamento” de tantos lugares como Brás, Mooca, Tatuapé, Penha, Lapa, Bixiga, e tantos outros mais e agora Santo Amaro onde os tentáculos imobiliários sem escrúpulos apoderam-se e destroem parte de um passado glorioso de um bairro que nascia em volta de uma Igreja e hoje crescem aranha céus em volta de um shopping, local para um “role” de consumo!!

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