“Projeto
Interlagos” compreendia: as avenidas Washington Luís e Interlagos, o Aeroporto
de Congonhas e a “Cidade Satélite de Interlagos”
Bibliografia:
PIONEIROS DA AVIAÇÃO CIVIL NO CAMPO DE MARTE EM SÃO PAULO: http://carlosfatorelli27013.blogspot.com.br/2011/08/pioneiros-da-aviacao-civil-no-campo-de.html
SONHOS E REALIDADES DA AVIAÇÃO EM SÃO PAULO NO FINAL DE 1920: http://carlosfatorelli27013.blogspot.com.br/2011/08/sonhos-e-realidades-da-aviacao-em-sao.html
A AVIAÇÃO E AS EMPRESAS PIGNATARI:
http://carlosfatorelli27013.blogspot.com.br/2011/11/aviacao-e-as-empresas-pignatari.html
O EMPREENDEDOR: Luiz Romero Sanson
Louis Romero Sanson, cidadão Britânico, nascido em Trindade Tobago, no
Caribe, formou-se engenheiro em Caracas, na Venezuela e viveu por 45 anos no
Brasil tornando-se presidente da Auto-Estradas S/A. Em 1925 criou juntamente
com o canadense Donald Laird Derrom e Domício de Lacerda Pacheco e Silva a empresa S/A Derrom-Sanson, que tinha como objetivo a “construção e
conservação de estradas de rodagem, terraplanagem, arruamento e calçamento” e
serviços afins. Assinaram contrato com o governo paulista para a construção da
estrada de rodagem que ligaria o litoral de Santos com a cidade de São Paulo,
não concretizada pelos novos empresários por dificuldades econômicas de então, que
não garantiram aporte suficiente para financiamento da empreitada[1].
Tinha no rol de seus colaboradores
homens de visão e conhecimento de engenharia civil entre os quais o engenheiro
Alberto de Zagottis[2] e o
engenheiro
norte-americano Asa White Kenney Billings, com quem trabalhou em conjunto na implantação
da usina hidroelétrica de Cubatão, pois com a construção da barragem do Rio Grande e
a deslocamento da estrada de rodagem Rio-São Paulo, era necessário conhecimento
e experiência em engenharia de estradas, referências do currículo de Sanson, pois
a estrada antiga que existia iria ficar parcialmente submersa, necessitando novo
traçado.
PLANTA FÍSICA MOSTRANDO AS REPRESAS E A PARTE DO LITORAL(CUBATÃO)
Mais tarde a Auto Estrada S/A, empresa criada por Sanson, projetou a construção
de uma nova estrada que ligaria São Paulo a Santo Amaro, que teve inicio em
1927, pelo lado de São Paulo, e as obras foram somente concluídas em 1933. O
trajeto total tinha 14 quilômetros, começando na Avenida Brigadeiro Luís
Antônio até o pedágio na Vila Sophia, próximo à Chácara Flora, seguindo depois
por outro acesso em direção à Represa Velha de Santo Amaro, atual Represa de
Guarapiranga.
Em 1929, a autoestrada foi inaugurada, com parte do leito em concreto e
outra parte ainda em terra, sendo que o revestimento com asfalto foi concluído
dois anos depois. A empresa enfrentou problemas financeiros decorrentes da
inadimplência de seus clientes, o que dificultou o andamento das obras, mas não
chegou a paralisá-las. Em 1940, foi construída uma variante em direção à
represa, exclusiva para “Cidade Satélite da Capital” (depois o bairro Interlagos)
e ao futuro autódromo. Porém, nessa época eram poucos os que possuíam automóveis
e a empresa Auto-Estrada S/A implantou também uma linha de auto-ônibus entre
São Paulo e Santo Amaro, para facilitar o acesso ao empreendimento.
A propaganda da autoestrada procurava passar uma visão de nova via
voltada para o automóvel, ligando duas Cidades: a de São Paulo e a de Santo
Amaro, embora esta última houvesse perdido sua autonomia política e
administrativa a partir de 1935.
AUTO ESTRADA DE SÃO PAULO À SANTO AMARO 1938
São
Paulo, além disso, necessitava de outro “campo de pouso” para a aviação, pois o
existente, Campo de Marte, não atendia mais as demandas do tráfego e as
exigências das companhias aéreas. Apesar de não ser proprietária da gleba, a Auto
Estradas S/A tinha opção de venda dos 880 mil m² da região de Congonhas e lhe
interessava comercializar essas terras para a instalação do novo aeroporto. Os
argumentos técnicos para convencer o Governo do Estado a adquirir aquela gleba
eram: sua acessibilidade, visibilidade, drenagem e área disponível. Várias
estratégias foram usadas para convencer o interventor estadual à época, Armando
de Salles Oliveira, a optar, entre as ofertas, pela região de Congonhas, e
finalmente acabou autorizando a compra destas terras, depois de uma enchente
do Rio Tietê que interditou por meses o Aeroporto do Campo de Marte, na região
de Santana, apressou-se a construção de um novo “aeroporto”, optando-se pela construção
em local mais alto e protegido contra eventuais alagamentos. O Aeroporto de
Congonhas foi planejado na década de 30, e em 1936 ainda não possuía infraestrutura
básica (hangares, acomodações, pistas pavimentadas e outras necessidades para a
aviação regular) para trafego aéreo e apenas era usado como campo de pouso. Em 1938 o aeroporto já
estava operando com voos de passageiros e de cargas, além “de aviões militares,
de treino e de turismo, conforme relatório da Secretaria de Viação e Obras
Públicas de São Paulo”.
AEROPORTO DE CONGONHAS
- AV. Washington Luís – São Paulo - CAMPO BELO:
A
antiga Vila Congonhas foi propriedade de
Lucas Antônio Monteiro de Barros, visconde de Congonhas do Campo, presidente (governante)
da província de São Paulo no periodo colonial.
Foi escolhido para idealizar o projeto o engenheiro
britânico Luiz Romero Sanson, um dos proprietários da Auto-Estradas S/A. Renato
Arens[3], filho
do fundador do bairro de Indianópolis (Moema) e um dos primeiros pilotos da
VASP[4],
juntamente com seu instrutor o comandante Renato Pacheco Jordão, foram os
primeiros a pousar no campo de aviação experimental de terra do "Campo da
Auto-Estradas".
A pista também seria usada para pouso e decolagem de monomotores CAP-4 Paulistinha,
idealizado pela Empresa Aeronáutica Ypiranga, criada em 1931, e depois adquirida
pela empresa Companhia Aeronáutica Paulista, fundada em 1942, de propriedade do
playboy brasileiro Baby Pignatari, neto de Francisco Matarazzo[5].
Em
conjunto com a implantação do Aeroporto estava o empreendimento de novo
conceito urbanístico, idealizado através da autoestrada de rodagem entre São
Paulo à Santo Amaro, sendo a primeira
estrada de concreto denominada depois de Auto–Estrada Washington Luís e se tornando
mais tarde a Avenida Washington Luis, partindo da região do lbirapuera,
na Vila Mariana, para Santo Amaro passando pelo bairro de Indianópolis, chegando
ao bairro de Interlagos, onde foi implantado o autódromo de São Paulo. Ambos,
aeroporto e autódromo, foram empreendimentos projetados e executados pela
empresa Auto-Estradas S/A.
Auto–Estrada Washington Luís- FOTO: agosto de 1936
DECRETO Nº 370 de 30 de novembro de 1942: Mantem a largura uniforme de 21 metros em toda a extensão da avenida a ser aberta ligando o Largo do Socorro à Estrada do Guarapiranga
Louis Romero Sanson prevendo a grande
expansão urbana da capital adquiriu terras entre as represas Guarapiranga e
Billings por volta de 1937 e contratou o urbanista francês Alfred Agache para
elaborar o projeto urbanístico de um bairro, concebido como “cidade-jardim”,
com áreas destinadas ao comércio, indústria, edifícios residências, áreas de lazer
com bulevares, além de projeto para hotel e igreja[6].
Deste modo nasceria um novo bairro, o “Balneário
Satélite da Capital”, iniciado pela empresa Auto-Estradas S/A, localizado
em uma área entre dois lagos formados das represas da Represa Velha de Santo
Amaro (que depois recebeu o nome do rio represado, Guarapiranga) e a Represa
Nova (Billings).
O engenheiro
inglês tinha como concepção de projeto construir um autódromo com planejamento
para os lagos da região de Santo Amaro para a prática náutica e um estádio com
pista de atletismo. A crise da economia mundial com a quebra da bolsa de
valores de Nova York em 1929 e o advento da 2ª Guerra Mundial impediu novos
projetos, mas o autódromo estava prestes a se concretizar, sendo que Sanson já
havia optado por um terreno côncavo considerado um “enorme buraco” por aqueles
que não acreditavam no projeto. O formato, por sua vez, ajudava o público
visualizar quase toda a pista pela condição natural da geografia do terreno de
altos e baixos que permitia idealizar um projeto com pista de subidas e
descidas. Sanson era um estudioso e antes de planejar, observava e estudava
projetos idealizados em outras partes do mundo. Utilizando sua experiência de engenheiro
de estradas, aproveitava para idealizar o circuito de uma pista de qualidades
invejáveis,
sendo que o circuito depois de
concluído teria a extensão de 7.823 metros, com curvas de alta e baixa
velocidade completada por retas longas e traçado perfeito.
O arquiteto
francês Alfred Agache contratado para desenvolver o loteamento do Balneário
Satélite da Capital, sugeriu a mudança do nome do novo empreendimento aproveitando
a localização entre os dois lagos artificiais propôs duas alternativas: Intralagos
ou Interlagos. As represas lembravam para Agache a região Suíça
de Interlaken, razão suficiente para Sanson batizar seu empreendimento com o
novo nome por sugestão de sua filha,
Jean Romero Sanson, escolheu-se o nome, INTERLAGOS.
O engenheiro Sanson implantou o
autódromo como chamariz para a venda dos lotes residenciais, querendo
aproveitar o potencial turístico formado pela “praia do interior paulistano”
no início dos anos 40, com areia vinda de Santos para ser colocada na orla da
Represa de Guarapiranga.
Em abril
de 1939, no autódromo em obras, um grupo de pilotos liderado por Manoel de
Teffé, deram as primeiras voltas na pista. A inauguração oficial do
autódromo de Interlagos, em São Paulo, deveria ocorrer em 26 de novembro de
1939, conforme citação jornalística publicada na Folha da Manhã, domingo, 26
de novembro de 1939:
“Conforme
tem sido amplamente noticiado, serão disputadas hoje tres provas, uma
destinada a carros de typo de turismo, denominada Prova de Turismo Interlagos
e que será iniciada ás 13 horas. Outra para motocycletas, o 1º Grande Premio
Motocyclistico "São Paulo", destinado á qualquer categoria de
machinas e, finalmente, o Grande Premio Automobilistico "São
Paulo", para carros de corrida e adaptados”. (ortografia da época)
Haveria um prêmio em disputa de
200 contos de réis com prova patrocinada pelo Automóvel Club de São Paulo e
dirigida pelo Automóvel Club do Brasil. A falta de infraestrutura local e
locomoção para ida e volta ao evento não existia, pois o único transporte
coletivo eram os bondes que chegavam somente até a Capela do Socorro, e o
local do Balneário nesta época era ermo, embora a idéia de Sanson era
completar a autoestrada, para facilitar o acesso, ao menos, a quem possuísse automóvel. Os jornais do dia 28 anunciaram: “não
houve corrida e nem inauguração, por causa do mau tempo” [7].
"BALÃO DO BONDE": CAPELA DO SOCORRO
Para facilitar o acesso ao loteamento,
à praia, ao autódromo e, ainda, estimular a ocupação da região, construiu-se também
a Avenida Interlagos e a ponte sobre o rio Jurubatuba.
O Barão
Wilson Fittipaldi, grande nome do automobilismo brasileiro, disse:
"naquele final dos anos trinta, ir a Interlagos era uma novela.
Pagava-se pedágio de mil e poucos réis para passar sobre uma ponte limítrofe
a pista, porque a estrada de acesso ao autódromo cortava um loteamento
pertencente à companhia Auto-Estradas, construtora do circuito”.
Era anunciada a inauguração da avenida e da ponte
de Interlagos em matéria jornalística de 06 de junho de 1945:
“Estiveram ontem no Palácio os srs. Abelardo
Vergueiro César, L. R. Sanson e Isidoro A. Matos Ferreira, diretores da S. A.
Auto-Estradas, que convidaram o Sr.
Interventor Federal para a inauguração da avenida, ponte e Hotel de
Interlagos, a realizar-se amanhã às 13 h 30.”
O Autódromo de Interlagos finalmente abriu oficialmente seus “portões” no dia 12 de maio de 1940,
com uma plateia encostada em alambrado de madeira, assistindo o evento que possuía
como atrativo o custo baixo para ingresso de arquibancada. Aproximadamente 15
mil pessoas assistiram ao Grande Prêmio São Paulo, cujo vencedor foi o piloto
Arthur Nascimento Júnior, percorrendo 25 voltas da prova em 1 hora, 46
minutos e 44 segundos. Ele pilotava uma Alfa Romeo 3.500 cc. O segundo
colocado foi Francisco Landi (Chico Landi), com um Maserati 3.000 cc; Geraldo
Avelar, com outra Alfa Romeo, chegou em terceiro.
A “Cidade
Satélite de Interlagos”, contudo, não chegou a se concretizar como
planejado por Sanson. O loteamento do bairro de Interlagos, com sua
topografia privilegiada pela presença da Represa Guarapiranga de inestimável
valor ambiental, paisagístico, histórico e turístico, tendo grande
preservação e a manutenção física dos variados elementos componente do espaço
urbano de fundamental importância ao bem estar e cidadania, só começou a ser
efetivamente ocupado a partir dos anos 70, quando a área foi declarada Zona
Estritamente Residencial.
O Conselho Coordenador das Sociedades Amigos de
Bairros, Vilas e Cidades de São Paulo, que possuía sede à Rua Japurá, 190 e
192, tinha nos anais dos registros das Sociedades Amigos de Bairros o
registro da “Sociedade Amigos de Interlagos” como sendo à Rua Mangaratiba,
316, Cidade Dutra. Esta atividade estritamente social teve sua plenária
instituída em 16 de julho de 1959 e assumia as causas requeridas pelos
moradores do novo bairro. O pedido de tombamento de Interlagos partiu dos
próprios moradores. Houve levantamentos e estudos realizados pelo
Departamento do Patrimônio Histórico que foram de suma importância para o tombamento
pelo CONPRESP em 2004, protegendo, assim, o traçado urbano, as praças, as áreas
verdes e a vegetação de porte arbóreo.
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O CLUBE DE CAMPO DO CASTELO
O Autódromo de Interlagos passou a ser denominado “Autódromo José Carlos Pace” em homenagem a um dos maiores pilotos brasileiro. Reconhecido mundialmente duplo com a presença da Fórmula 1, o Autódromo passou à administração municipal em 1954. A "Auto-Estradas Sociedade Anônima" e a “Interlagos Cidade Satélite da Capital” ou simplesmente “Interlagos”,tornou-se realidade desta bela região paulistana.
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Bibliografia:
Guarapiranga – Recuperação Urbana e Ambiental no
Município de São Paulo. Coordenação: Elisabete França. São Paulo: M. Carrilho
Arquitetos, 2000. Páginas 48 a 50.
Administrando a Água como se Fosse Importante: Gestão
Ambiental e Sustentabilidade. São Paulo: Organizadores: Ladislau Dowbor, Renato
Arnaldo Tagnin. CIP- Câmara Brasileira do Livro, 2005
Historia do Automobilismo Brasileiro, Texto de
Reginaldo Leme. Secretaria Municipal de Cultura do Município de São Paulo. GMT
Editores Ltda., 1999
Macedo, Ana Macedo de...(et al.). Baby Pignatari: O
Centauro de Bronze. Porto Alegre: Metrópole, 2006.
O Estado de São Paulo, de 29 de julho de 2009:
Relato de Jean Sanson (crédito José Maria Mayrink)
Shopping Interlagos 10 anos/ Élida
Gagete. São Paulo: ALSI- Associação dos Lojistas do Shopping Interlagos, 1998
FRANÇA,
Elisabete (coord.). Guarapiranga: recuperação urbana e ambiental no município
de São Paulo. São Paulo: M. Carrilho Arquitetos, 2000.
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/capela_do_socorro/noticias/?p=2680
AS ESTRADAS DE SANTO AMARO PARA SOCORRO DA REPRESA!:
http://www.saopaulominhacidade.com.br/list.asp?ID=4944
PIONEIROS DA AVIAÇÃO CIVIL NO CAMPO DE MARTE EM SÃO PAULO: http://carlosfatorelli27013.blogspot.com.br/2011/08/pioneiros-da-aviacao-civil-no-campo-de.html
SONHOS E REALIDADES DA AVIAÇÃO EM SÃO PAULO NO FINAL DE 1920: http://carlosfatorelli27013.blogspot.com.br/2011/08/sonhos-e-realidades-da-aviacao-em-sao.html
A AVIAÇÃO E AS EMPRESAS PIGNATARI:
http://carlosfatorelli27013.blogspot.com.br/2011/11/aviacao-e-as-empresas-pignatari.html
[1]
DECRETO N. 4.614, DE 4 DE JULHO DE 1929 : O
doutor Julio Prestes de Albuquerque, Presidente do Estado de São Paulo, usando
da autorização constante da lei n. 2360, de 4 de Janeiro do 1929, Decreta: Artigo
1.º - Ficam aprovadas as clausulas que com este baixam assinadas pelo
Secretário de Estado dos Negócios da Viação e Obras Publicas, para a construção,
uso e gozo de uma estrada de rodagem, revestida de concreto, para veículos automóveis
que, partindo do município da Capital, termine na cidade de Santos, concedida a
D. L. Derrom e L. R. Sanson ou empresa que organizarem.
Artigo 2.º - Si dentro do prazo de três meses, a contar da presente data, não for assinado pelos concessionários, na Secretaria da Viação e Obras Publicas, deste Estado, o contrato do qual deverão fazer parte as clausulas mencionadas considerar-se-á caduca a concessão, com todos os seus favores, independentemente de aviso, interpelação ou ação judicial, ou mesmo extrajudicial e sem indenização alguma aos concessionários.
Palácio do Governo do Estado de São Paulo, aos 4 de Julho de 1929. JULIO PRESTES DE ALBUQUERQUE
José Oliveira de Barros. Publicado na Secretaria de Estado dos Negócios da Viação e Obras Publicas, aos 4 de Julho de 1929 - Luiz Silveira, diretor geral.
Artigo 2.º - Si dentro do prazo de três meses, a contar da presente data, não for assinado pelos concessionários, na Secretaria da Viação e Obras Publicas, deste Estado, o contrato do qual deverão fazer parte as clausulas mencionadas considerar-se-á caduca a concessão, com todos os seus favores, independentemente de aviso, interpelação ou ação judicial, ou mesmo extrajudicial e sem indenização alguma aos concessionários.
Palácio do Governo do Estado de São Paulo, aos 4 de Julho de 1929. JULIO PRESTES DE ALBUQUERQUE
José Oliveira de Barros. Publicado na Secretaria de Estado dos Negócios da Viação e Obras Publicas, aos 4 de Julho de 1929 - Luiz Silveira, diretor geral.
[2] Formado pela Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo, em 1933, tornou-se Engenheiro-assistente do
Secretário de Obras da Municipalidade de São Paulo, engenheiro Dário de Castro
Bueno, e fez parte da "Comissão de Urbanismo, Obras e Serviços
Públicos", tendo sido diretor do Departamento de Obras Públicas da
Prefeitura Municipal de São Paulo.
[3]
O
comandante Renato Arens foi responsável também pela vinda do primeiro
helicóptero no Brasil, um modelo Bell 47-D, prefixo PP-H1, que aconteceu em
1948, sendo montado no Campo de Marte, em São Paulo. Arquivos da Associação de
Pilotos de Helicóptero do Estado de São Paulo.
[4] A Viação Aérea São Paulo, VASP, foi idealizada em 4
de novembro de 1933 por um grupo de empresários e pilotos apresentando seus
primeiros aviões, dois Monospar ST-4 ingleses, denominados Bartholomeu de
Gusmão (PP-SPA) e Edu Chaves (PP-SPB), com capacidade para três passageiros. Em
12 de novembro de 1933 em uma cerimônia no Campo de Marte, foram inauguradas as
duas primeiras linhas de voos comerciais, entre São Paulo a São José do Rio
Preto com escala em São Carlos, e São Paulo a Uberaba com escala em Ribeirão
Preto. A VASP, à época, teve suas operações suspensas devido a fortes chuvas
que inundaram o Campo de Marte, sendo retomadas em 16 de abril de 1934. Esse
fato foi decisivo para a VASP optar por aeroportos e campos de pouso no
interior paulista. Em janeiro de 1935, a VASP passou ao controle do Governo do
Estado e recebeu capital para a compra de dois Junkers Ju-52-3M. Tudo isso foi
decisivo para a criação do Aeroporto de Congonhas, que ficou também conhecido
como “Campo da VASP”. A partir de 1936 a
VASP estabeleceu a primeira linha comercial entre São Paulo e Rio de Janeiro, e
em 1937 recebeu seu terceiro Junkers.
[5] O
projeto inicial do famoso Paulistinha teve início com a fundação da Empresa
Aeronáutica Ypiranga (EAY), criada em 1931 por Fritz Roesler, Orthon W. Hoover
e Henrique Santos Dumont, sobrinho de Alberto Santos Dumont. Em 1942, a
Ypiranga foi vendida para a Companhia Aeronáutica Paulista (CAP), fundada no
mesmo ano em Santo André, adquirida pelo empresário Francisco “Baby” Pignatari,
que se tornou proprietário do projeto e do protótipo, designando os engenheiros
Romeu Corsini, Clay Presgrave e Adonis Maitino para modificarem o EAY-201
Ypiranga, e em 2 de abril de 1943, a aeronave voou pela primeira vez renomeado
como CAP-4 Paulistinha.
[6] Paróquia de São Pancrácio doação de terreno pelo engenheiro
Louis Romero Sanson: A
história da Paróquia começa em 1949, quando a Diretoria da Companhia S/A
Auto-Estradas , tendo como responsável o engenheiro britânico Louis Romero
Sanson fez a doação de um terreno de 2.812m2 para a construção de uma Igreja.
Criada canonicamente, por Decreto de 02 de abril de 1949, a Igreja Matriz de
São Pancrácio, no bairro de Interlagos. Na época o Cardeal Arcebispo de São
Paulo era o Eminentíssimo Dom Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta que entregou
a Paróquia de São Pancrácio de Interlagos para os Missionários Oblatos de Maria
Imaculada, Padres e Irmãos Norte Americanos. Em 30 de março de 1950,
concretizou-se a doação do citado terreno à Mitra Arquidiocesana de São Paulo
pela Companhia S/A Auto-Estradas, para a construção da Igreja Matriz de São
Pancrácio. A pedra fundamental para consolidar a futura construção da Igreja
foi lançada em 19 de abril de 1953 e construída uma Capelinha de Madeira. Sua
referência atual de localização é a Praça
Vincenzo Galilei, nº 5 - Interlagos.
[7] Todas as notícias e anúncios
acima foram publicados no jornal Folha da Manhã, atual Folha de São Paulo.
1 comentário:
Sei que é uma postagem antiga, mas não podia deixar de comentar.
Há 30 anos moro em Interlagos, praticamente minha vida toda. É sensacional ler a história do bairro com detalhes.
Obrigado pela postagem.
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