sábado, 14 de julho de 2012

Cidade Satélite de Interlagos, Avenida Washington Luís e o Aeroporto de Congonhas.

“Projeto Interlagos” compreendia: as avenidas Washington Luís e Interlagos, o Aeroporto de Congonhas e a “Cidade Satélite de Interlagos”


O EMPREENDEDOR: Luiz Romero Sanson


Louis Romero Sanson, cidadão Britânico, nascido em Trindade Tobago, no Caribe, formou-se engenheiro em Caracas, na Venezuela e viveu por 45 anos no Brasil tornando-se presidente da Auto-Estradas S/A. Em 1925 criou juntamente com o canadense Donald Laird Derrom e Domício de Lacerda Pacheco e Silva a empresa S/A Derrom-Sanson, que tinha como objetivo a “construção e conservação de estradas de rodagem, terraplanagem, arruamento e calçamento” e serviços afins. Assinaram contrato com o governo paulista para a construção da estrada de rodagem que ligaria o litoral de Santos com a cidade de São Paulo, não concretizada pelos novos empresários por dificuldades econômicas de então, que não garantiram aporte suficiente  para financiamento da empreitada[1].

Tinha no rol de seus colaboradores homens de visão e conhecimento de engenharia civil entre os quais o engenheiro Alberto de Zagottis[2] e o engenheiro norte-americano Asa White Kenney Billings, com quem trabalhou em conjunto na implantação da usina hidroelétrica de Cubatão, pois com a construção da barragem do Rio Grande e a deslocamento da estrada de rodagem Rio-São Paulo, era necessário conhecimento e experiência em engenharia de estradas, referências do currículo de Sanson, pois a estrada antiga que existia iria ficar parcialmente submersa, necessitando novo traçado.
PLANTA FÍSICA MOSTRANDO AS REPRESAS E A PARTE DO LITORAL(CUBATÃO)

Mais tarde a Auto Estrada S/A, empresa criada por Sanson, projetou a construção de uma nova estrada que ligaria São Paulo a Santo Amaro, que teve inicio em 1927, pelo lado de São Paulo, e as obras foram somente concluídas em 1933. O trajeto total tinha 14 quilômetros, começando na Avenida Brigadeiro Luís Antônio até o pedágio na Vila Sophia, próximo à Chácara Flora, seguindo depois por outro acesso em direção à Represa Velha de Santo Amaro, atual Represa de Guarapiranga.

Em 1929, a autoestrada foi inaugurada, com parte do leito em concreto e outra parte ainda em terra, sendo que o revestimento com asfalto foi concluído dois anos depois. A empresa enfrentou problemas financeiros decorrentes da inadimplência de seus clientes, o que dificultou o andamento das obras, mas não chegou a paralisá-las. Em 1940, foi construída uma variante em direção à represa, exclusiva para “Cidade Satélite da Capital” (depois o bairro Interlagos) e ao futuro autódromo. Porém, nessa época eram poucos os que possuíam automóveis e a empresa Auto-Estrada S/A implantou também uma linha de auto-ônibus entre São Paulo e Santo Amaro, para facilitar o acesso ao empreendimento.

A propaganda da autoestrada procurava passar uma visão de nova via voltada para o automóvel, ligando duas Cidades: a de São Paulo e a de Santo Amaro, embora esta última houvesse perdido sua autonomia política e administrativa a partir de 1935.
AUTO ESTRADA DE SÃO PAULO À SANTO AMARO 1938
São Paulo, além disso, necessitava de outro “campo de pouso” para a aviação, pois o existente, Campo de Marte, não atendia mais as demandas do tráfego e as exigências das companhias aéreas. Apesar de não ser proprietária da gleba, a Auto Estradas S/A tinha opção de venda dos 880 mil m² da região de Congonhas e lhe interessava comercializar essas terras para a instalação do novo aeroporto. Os argumentos técnicos para convencer o Governo do Estado a adquirir aquela gleba eram: sua acessibilidade, visibilidade, drenagem e área disponível. Várias estratégias foram usadas para convencer o interventor estadual à época, Armando de Salles Oliveira, a optar, entre as ofertas, pela região de Congonhas, e finalmente acabou autorizando a compra destas terras, depois de uma enchente do Rio Tietê que interditou por meses o Aeroporto do Campo de Marte, na região de Santana, apressou-se a construção de um novo “aeroporto”, optando-se pela construção em local mais alto e protegido contra eventuais alagamentos. O Aeroporto de Congonhas foi planejado na década de 30, e em 1936 ainda não possuía infraestrutura básica (hangares, acomodações, pistas pavimentadas e outras necessidades para a aviação regular) para trafego aéreo e apenas era usado como campo de pouso. Em 1938 o aeroporto já estava operando com voos de passageiros e de cargas, além “de aviões militares, de treino e de turismo, conforme relatório da Secretaria de Viação e Obras Públicas de São Paulo”.
AEROPORTO DE CONGONHAS - AV. Washington Luís  – São Paulo - CAMPO BELO: 
A antiga Vila Congonhas foi  propriedade de Lucas Antônio Monteiro de Barros, visconde de Congonhas do Campo, presidente (governante) da província de São Paulo no periodo colonial.


Foi escolhido para idealizar o projeto o engenheiro britânico Luiz Romero Sanson, um dos proprietários da Auto-Estradas S/A. Renato Arens[3], filho do fundador do bairro de Indianópolis (Moema) e um dos primeiros pilotos da VASP[4], juntamente com seu instrutor o comandante Renato Pacheco Jordão, foram os primeiros a pousar no campo de aviação experimental de terra do "Campo da Auto-Estradas". A pista também seria usada para pouso e decolagem de monomotores CAP-4 Paulistinha, idealizado pela Empresa Aeronáutica Ypiranga, criada em 1931, e depois adquirida pela empresa Companhia Aeronáutica Paulista, fundada em 1942, de propriedade do playboy brasileiro Baby Pignatari, neto de Francisco Matarazzo[5].


Em conjunto com a implantação do Aeroporto estava o empreendimento de novo conceito urbanístico, idealizado através da autoestrada de rodagem entre São Paulo à Santo Amaro, sendo a primeira estrada de concreto denominada depois de Auto–Estrada Washington Luís e se tornando mais tarde a Avenida Washington Luis, partindo da região do lbirapuera, na Vila Mariana, para Santo Amaro passando pelo bairro de Indianópolis, chegando ao bairro de Interlagos, onde foi implantado o autódromo de São Paulo. Ambos, aeroporto e autódromo, foram empreendimentos projetados e executados pela empresa Auto-Estradas S/A.
Auto–Estrada Washington Luís- FOTO: agosto de 1936
DECRETO Nº 370 de 30 de novembro de 1942: Mantem a largura uniforme de 21 metros em toda a extensão da avenida a ser aberta ligando o Largo do Socorro à Estrada do Guarapiranga
Louis Romero Sanson prevendo a grande expansão urbana da capital adquiriu terras entre as represas Guarapiranga e Billings por volta de 1937 e contratou o urbanista francês Alfred Agache para elaborar o projeto urbanístico de um bairro, concebido como “cidade-jardim”, com áreas destinadas ao comércio, indústria, edifícios residências, áreas de lazer com bulevares, além de projeto para hotel e igreja[6]. Deste modo nasceria um novo bairro, o “Balneário Satélite da Capital”, iniciado pela empresa Auto-Estradas S/A, localizado em uma área entre dois lagos formados das represas da Represa Velha de Santo Amaro (que depois recebeu o nome do rio represado, Guarapiranga) e a Represa Nova (Billings).

O engenheiro inglês tinha como concepção de projeto construir um autódromo com planejamento para os lagos da região de Santo Amaro para a prática náutica e um estádio com pista de atletismo. A crise da economia mundial com a quebra da bolsa de valores de Nova York em 1929 e o advento da 2ª Guerra Mundial impediu novos projetos, mas o autódromo estava prestes a se concretizar, sendo que Sanson já havia optado por um terreno côncavo considerado um “enorme buraco” por aqueles que não acreditavam no projeto. O formato, por sua vez, ajudava o público visualizar quase toda a pista pela condição natural da geografia do terreno de altos e baixos que permitia idealizar um projeto com pista de subidas e descidas. Sanson era um estudioso e antes de planejar, observava e estudava projetos idealizados em outras partes do mundo. Utilizando sua experiência de engenheiro de estradas, aproveitava para idealizar o circuito de uma pista de qualidades invejáveis, sendo que o circuito depois de concluído teria a extensão de 7.823 metros, com curvas de alta e baixa velocidade completada por retas longas e traçado perfeito.

O arquiteto francês Alfred Agache contratado para desenvolver o loteamento do Balneário Satélite da Capital, sugeriu a mudança do nome do novo empreendimento aproveitando a localização entre os dois lagos artificiais propôs duas alternativas: Intralagos ou Interlagos. As represas lembravam para Agache a região Suíça de Interlaken, razão suficiente para Sanson batizar seu empreendimento com o novo nome por sugestão de sua filha, Jean Romero Sanson, escolheu-se o nome, INTERLAGOS.  

    

O engenheiro Sanson implantou o autódromo como chamariz para a venda dos lotes residenciais, querendo aproveitar o potencial turístico formado pela “praia do interior paulistano” no início dos anos 40, com areia vinda de Santos para ser colocada na orla da Represa de Guarapiranga.
FOLHA DA MANHÃ DE 15 DE ABRIL DE 1939
  Em abril de 1939, no autódromo em obras, um grupo de pilotos liderado por Manoel de Teffé, deram as primeiras voltas na pista. A inauguração oficial do autódromo de Interlagos, em São Paulo, deveria ocorrer em 26 de novembro de 1939, conforme citação jornalística publicada na Folha da Manhã, domingo, 26 de novembro de 1939:
“Conforme tem sido amplamente noticiado, serão disputadas hoje tres provas, uma destinada a carros de typo de turismo, denominada Prova de Turismo Interlagos e que será iniciada ás 13 horas. Outra para motocycletas, o 1º Grande Premio Motocyclistico "São Paulo", destinado á qualquer categoria de machinas e, finalmente, o Grande Premio Automobilistico "São Paulo", para carros de corrida e adaptados”. (ortografia da época)
Haveria um prêmio em disputa de 200 contos de réis com prova patrocinada pelo Automóvel Club de São Paulo e dirigida pelo Automóvel Club do Brasil. A falta de infraestrutura local e locomoção para ida e volta ao evento não existia, pois o único transporte coletivo eram os bondes que chegavam somente até a Capela do Socorro, e o local do Balneário nesta época era ermo, embora a idéia de Sanson era completar a autoestrada, para facilitar o acesso, ao menos, a quem possuísse  automóvel. Os jornais do dia 28 anunciaram: “não houve corrida e nem inauguração, por causa do mau tempo” [7].
"BALÃO DO BONDE": CAPELA DO SOCORRO
Para facilitar o acesso ao loteamento, à praia, ao autódromo e, ainda, estimular a ocupação da região, construiu-se também a Avenida Interlagos e a ponte sobre o rio Jurubatuba.
O Barão Wilson Fittipaldi, grande nome do automobilismo brasileiro, disse:  "naquele final dos anos trinta, ir a Interlagos era uma novela. Pagava-se pedágio de mil e poucos réis para passar sobre uma ponte limítrofe a pista, porque a estrada de acesso ao autódromo cortava um loteamento pertencente à companhia Auto-Estradas, construtora do circuito”.

Era anunciada a inauguração da avenida e da ponte de Interlagos em matéria jornalística de 06 de junho de 1945:
“Estiveram ontem no Palácio os srs. Abelardo Vergueiro César, L. R. Sanson e Isidoro A. Matos Ferreira, diretores da S. A. Auto-Estradas,  que convidaram o Sr. Interventor Federal para a inauguração da avenida, ponte e Hotel de Interlagos, a realizar-se amanhã às 13 h 30.”


O Autódromo de Interlagos finalmente abriu oficialmente seus “portões” no dia 12 de maio de 1940, com uma plateia encostada em alambrado de madeira, assistindo o evento que possuía como atrativo o custo baixo para ingresso de arquibancada. Aproximadamente 15 mil pessoas assistiram ao Grande Prêmio São Paulo, cujo vencedor foi o piloto Arthur Nascimento Júnior, percorrendo 25 voltas da prova em 1 hora, 46 minutos e 44 segundos. Ele pilotava uma Alfa Romeo 3.500 cc. O segundo colocado foi Francisco Landi (Chico Landi), com um Maserati 3.000 cc; Geraldo Avelar, com outra Alfa Romeo, chegou em terceiro.
A “Cidade Satélite de Interlagos”, contudo, não chegou a se concretizar como planejado por Sanson. O loteamento do bairro de Interlagos, com sua topografia privilegiada pela presença da Represa Guarapiranga de inestimável valor ambiental, paisagístico, histórico e turístico, tendo grande preservação e a manutenção física dos variados elementos componente do espaço urbano de fundamental importância ao bem estar e cidadania, só começou a ser efetivamente ocupado a partir dos anos 70, quando a área foi declarada Zona Estritamente Residencial.
O Conselho Coordenador das Sociedades Amigos de Bairros, Vilas e Cidades de São Paulo, que possuía sede à Rua Japurá, 190 e 192, tinha nos anais dos registros das Sociedades Amigos de Bairros o registro da “Sociedade Amigos de Interlagos” como sendo à Rua Mangaratiba, 316, Cidade Dutra. Esta atividade estritamente social teve sua plenária instituída em 16 de julho de 1959 e assumia as causas requeridas pelos moradores do novo bairro. O pedido de tombamento de Interlagos partiu dos próprios moradores. Houve levantamentos e estudos realizados pelo Departamento do Patrimônio Histórico que foram de suma importância para o tombamento pelo CONPRESP em 2004, protegendo, assim, o traçado urbano, as praças, as áreas verdes e a vegetação de porte arbóreo.
 

O CLUBE DE CAMPO DO CASTELO

Há um capitulo a parte entre as Cervejarias Antártica e Brahma às margens da represa Guarapiranga. De um lado da represa, na margem esquerda, estava à filha do fundador da cervejaria Antártica, Elsie Von Bullow, e do outro lado ficava o diretor da Brahma em São Paulo, Robert Kutschat, um imigrante alemão. 

Os primeiros construíram, na década de 20, uma casa sofisticada, de linhas clássicas, com varanda de colunas com bela vista para o lago recém-represado. Na margem oposta Robert construiu um “castelo” com direito a torre com vista panorâmica, brasão na fachada, e móveis criados a partir dos cenários de um filme que sua esposa Augusta fez questão que os marceneiros da Casa Alemã assistissem e reproduzissem fielmente. Nos anos 50, o castelo foi cenário de um filme de mistério da Companhia Vera Cruz, estrelado por Procópio Ferreira, Mario Sérgio e Elaine Lage. Robert e sua família moraram no “castelo” até sua morte em 1948, depois adquirida por Luis Romero Sanson. Ele alugou o castelo para uma missionária escocesa, que manteve ali uma escola interna para moças, a “Saint Georg School”. Em 1958, para amortizar dívidas, Luis Romero repassou a área ao Banco A. E. Carvalho, que fundou em 1959 o Clube de Campo do Castelo. A casa de Elsie tornou-se uma loja de artigos de windsurf, e a de Robert tornou-se a sede social do Clube de Campo do Castelo.


O Autódromo de Interlagos passou a ser denominado “Autódromo José Carlos Pace” em homenagem a um dos maiores pilotos brasileiro. Reconhecido mundialmente duplo com a presença da Fórmula 1, o Autódromo passou à administração municipal em 1954. A "Auto-Estradas Sociedade Anônima" e a “Interlagos Cidade Satélite da Capital” ou simplesmente “Interlagos”,tornou-se realidade desta bela região paulistana.




Bibliografia:

Guarapiranga – Recuperação Urbana e Ambiental no Município de São Paulo. Coordenação: Elisabete França. São Paulo: M. Carrilho Arquitetos, 2000. Páginas 48 a 50.

Administrando a Água como se Fosse Importante: Gestão Ambiental e Sustentabilidade. São Paulo: Organizadores: Ladislau Dowbor, Renato Arnaldo Tagnin. CIP- Câmara Brasileira do Livro, 2005

Historia do Automobilismo Brasileiro, Texto de Reginaldo Leme. Secretaria Municipal de Cultura do Município de São Paulo. GMT Editores Ltda., 1999

Macedo, Ana Macedo de...(et al.). Baby Pignatari: O Centauro de Bronze. Porto Alegre: Metrópole, 2006.

O Estado de São Paulo, de 29 de julho de 2009: Relato de Jean Sanson (crédito José Maria Mayrink)

Shopping Interlagos 10 anos/ Élida Gagete. São Paulo: ALSI- Associação dos Lojistas do Shopping Interlagos, 1998


FRANÇA, Elisabete (coord.). Guarapiranga: recuperação urbana e ambiental no município de São Paulo. São Paulo: M. Carrilho Arquitetos, 2000.





AS ESTRADAS DE SANTO AMARO PARA SOCORRO DA REPRESA!: http://www.saopaulominhacidade.com.br/list.asp?ID=4944



PIONEIROS DA AVIAÇÃO CIVIL NO CAMPO DE MARTE EM SÃO PAULO: http://carlosfatorelli27013.blogspot.com.br/2011/08/pioneiros-da-aviacao-civil-no-campo-de.html


SONHOS E REALIDADES DA AVIAÇÃO EM SÃO PAULO NO FINAL DE 1920:   http://carlosfatorelli27013.blogspot.com.br/2011/08/sonhos-e-realidades-da-aviacao-em-sao.html


































[1] DECRETO N. 4.614, DE 4 DE JULHO DE 1929 : O doutor Julio Prestes de Albuquerque, Presidente do Estado de São Paulo, usando da autorização constante da lei n. 2360, de 4 de Janeiro do 1929, Decreta: Artigo 1.º - Ficam aprovadas as clausulas que com este baixam assinadas pelo Secretário de Estado dos Negócios da Viação e Obras Publicas, para a construção, uso e gozo de uma estrada de rodagem, revestida de concreto, para veículos automóveis que, partindo do município da Capital, termine na cidade de Santos, concedida a D. L. Derrom e L. R. Sanson ou empresa que organizarem.
Artigo 2.º - Si dentro do prazo de três meses, a contar da presente data, não for assinado pelos concessionários, na Secretaria da Viação e Obras Publicas, deste Estado, o contrato do qual deverão fazer parte as clausulas mencionadas considerar-se-á caduca a concessão, com todos os seus favores, independentemente de aviso, interpelação ou ação judicial, ou mesmo extrajudicial e sem indenização alguma aos concessionários.
Palácio do Governo do Estado de São Paulo, aos 4 de Julho de 1929.  JULIO PRESTES DE ALBUQUERQUE
José Oliveira de Barros. Publicado na Secretaria de Estado dos Negócios da Viação e Obras Publicas, aos 4 de Julho de 1929 - Luiz Silveira, diretor geral.
[2] Formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, em 1933, tornou-se Engenheiro-assistente do Secretário de Obras da Municipalidade de São Paulo, engenheiro Dário de Castro Bueno, e fez parte da "Comissão de Urbanismo, Obras e Serviços Públicos", tendo sido diretor do Departamento de Obras Públicas da Prefeitura Municipal de São Paulo.
[3] O comandante Renato Arens foi responsável também pela vinda do primeiro helicóptero no Brasil, um modelo Bell 47-D, prefixo PP-H1, que aconteceu em 1948, sendo montado no Campo de Marte, em São Paulo. Arquivos da Associação de Pilotos de Helicóptero do Estado de São Paulo.
[4] A Viação Aérea São Paulo, VASP, foi idealizada em 4 de novembro de 1933 por um grupo de empresários e pilotos apresentando seus primeiros aviões, dois Monospar ST-4 ingleses, denominados Bartholomeu de Gusmão (PP-SPA) e Edu Chaves (PP-SPB), com capacidade para três passageiros. Em 12 de novembro de 1933 em uma cerimônia no Campo de Marte, foram inauguradas as duas primeiras linhas de voos comerciais, entre São Paulo a São José do Rio Preto com escala em São Carlos, e São Paulo a Uberaba com escala em Ribeirão Preto. A VASP, à época, teve suas operações suspensas devido a fortes chuvas que inundaram o Campo de Marte, sendo retomadas em 16 de abril de 1934. Esse fato foi decisivo para a VASP optar por aeroportos e campos de pouso no interior paulista. Em janeiro de 1935, a VASP passou ao controle do Governo do Estado e recebeu capital para a compra de dois Junkers Ju-52-3M. Tudo isso foi decisivo para a criação do Aeroporto de Congonhas, que ficou também conhecido como “Campo da VASP”.  A partir de 1936 a VASP estabeleceu a primeira linha comercial entre São Paulo e Rio de Janeiro, e em 1937 recebeu seu terceiro Junkers.

[5] O projeto inicial do famoso Paulistinha teve início com a fundação da Empresa Aeronáutica Ypiranga (EAY), criada em 1931 por Fritz Roesler, Orthon W. Hoover e Henrique Santos Dumont, sobrinho de Alberto Santos Dumont. Em 1942, a Ypiranga foi vendida para a Companhia Aeronáutica Paulista (CAP), fundada no mesmo ano em Santo André, adquirida pelo empresário Francisco “Baby” Pignatari, que se tornou proprietário do projeto e do protótipo, designando os engenheiros Romeu Corsini, Clay Presgrave e Adonis Maitino para modificarem o EAY-201 Ypiranga, e em 2 de abril de 1943, a aeronave voou pela primeira vez renomeado como CAP-4 Paulistinha.
[6] Paróquia de São Pancrácio doação de terreno pelo engenheiro Louis Romero Sanson: A história da Paróquia começa em 1949, quando a Diretoria da Companhia S/A Auto-Estradas , tendo como responsável o engenheiro britânico Louis Romero Sanson fez a doação de um terreno de 2.812m2 para a construção de uma Igreja. Criada canonicamente, por Decreto de 02 de abril de 1949, a Igreja Matriz de São Pancrácio, no bairro de Interlagos. Na época o Cardeal Arcebispo de São Paulo era o Eminentíssimo Dom Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta que entregou a Paróquia de São Pancrácio de Interlagos para os Missionários Oblatos de Maria Imaculada, Padres e Irmãos Norte Americanos. Em 30 de março de 1950, concretizou-se a doação do citado terreno à Mitra Arquidiocesana de São Paulo pela Companhia S/A Auto-Estradas, para a construção da Igreja Matriz de São Pancrácio. A pedra fundamental para consolidar a futura construção da Igreja foi lançada em 19 de abril de 1953 e construída uma Capelinha de Madeira. Sua referência atual de localização é a Praça Vincenzo Galilei, nº 5 - Interlagos.
[7] Todas as notícias e anúncios acima foram publicados no jornal Folha da Manhã, atual Folha de São Paulo.


1 comentário:

  1. Sei que é uma postagem antiga, mas não podia deixar de comentar.
    Há 30 anos moro em Interlagos, praticamente minha vida toda. É sensacional ler a história do bairro com detalhes.
    Obrigado pela postagem.

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