A Produção de Riqueza: Venda
da força de Trabalho
Toda riqueza está
agregada a um valor relevante daquilo que é produzido por alguma força de trabalho, agregando
um valor dado por um modelo controlado pela sociedade. O caso pode estar engendrado
na demanda de oferta ou procura que faz parte de um valor agregado que fornece
a quem tem a propriedade do bem ofertar, oferecendo em troca do “bem possuído” também
uma grandeza que pode ser compensadora e semelhante à riqueza ofertada. Mas
como essa riqueza adquiriu essa conotação de valor? Como, quando e por que,
alguma coisa, que comumente designamos por “um bem” conseguiu agregar um valor,
por vezes maior do que realmente valha, e deste modo produzir determinada
riqueza? Há um jogo de interesses daquele que acredita o bem ter riqueza embutida,
e por isso tem um valor que será ofertado de maneira a persuadir o que tem
interesse de adquiri-lo, confirmando que dentro desta riqueza ofertada existe
um valor agregado, somado na compra e venda desta riqueza. Torna-se um leilão,
um jogo, que quem adquire acredita que esta riqueza poderá ser repassada no
futuro, agregando mais valor ainda e assim por diante.
Como medir o sentido de
valor? Afinal o que dá a consistência de uma medida, que é o sentido da troca,
de sentido daquilo que me pertence e daquilo que pertence a outrem e ambos dão para
o seu “bem” uma medida avaliada em valor monetário, recurso que se altera ou
por necessidade do bem ou por ser este um bem, (nunca um mal!) medido por pouca
quantidade existente e assim agrega mais capital.
VALORIZAÇÃO E DESVALORIZAÇÃO DA MOEDA
A expressão etimológica
do termo “valor”, daquilo que expressa à relação de um produto e que pela posse
se torna um bem, uma propriedade foi repassado através da história humana.
O termo sânscrito
“wert” tem o significado de cobrir, honrar, respeitar, proteger, amar,estimar.
Resultou o termo wairts para o gótico; wert para o alemão antigo; weorth, wordh, wurth para o anglo-saxão, worth, worthy para
o inglês; waard, waarding para o holandês; werth, alemânico; werth para o
germânico; wertas para o lituano que tem o sentido de respeitável, precioso,
caro, estimado. Do latim “virtus”, representando como sentido de virtude.
“Assim das duas maneiras de adquirir e
enriquecer, uma pela economia e pelos trabalhos rústicos, outra pelo comércio,
a primeira é indispensável e merece elogios; a segunda, em contrapartida,
merece algumas censuras: nada recebe da natureza, mas tudo de convenção. O que
há de mais odioso, sobretudo, do que o tráfico de dinheiro, que desvia a moeda
de sua destinação primitiva? Ela foi inventada para facilitar as trocas; a
usura, pelo contrário, faz com que o dinheiro sirva para aumentar a si mesmo. Ora,
neste caso é a moeda que torna a trazer moeda, gênero de ganho totalmente contrário
a natureza” [1].
Deste modo na sociedade
apresenta-se o trabalhador que detém unicamente sua mercadoria, a força de seu
trabalho, que é vendida como substância e disto apresenta um valor agregado ao
produto que deve ser produzido, e que gera um valor relacionado ao tempo de produção
daquele operário que é a força de trabalho e que depois consumirá o mesmo
produto produzido por si, gerando a compensação almejada dos que detém o
mecanismo gerador da produção. (mais-valia). O trabalho em si não tem valor,
este está na relação social que representa a mercadoria produzida e tem a
relação oferta e procura da mercadoria produzida pelo proletariado que vende
por um valor a força produtiva de trabalho por um salário de subsistência.
Este trabalhador esta
na composição de uma cadeia que aporta às outras necessidades que ele não
consegue de imediato, que é o consumo. Na outra ponta da cadeia as corporações
financeiras oferecem empréstimos aos seus anseios de consumo. Aparece o sentido
de valor circulante da mercadoria, pois quanto mais mercadoria transitar, numa
circulação constante, mais agentes estarão agregados ao beneficio financeiro
desta mercadoria que fornece renda no sentido de lucro de participação.
"Todos amam o poder, mesmo que não saibam o que fazer com ele"-Benjamin Disraeli
Quem fornece todas
estas condições rentáveis fornece o dinheiro necessário para que as coisas
fluam como um mecanismo engrenado e engendrado pelo investidor. Este envia o
aporte rentável para os anseios internos ou externos, ao país que mais ofereça
alternativas benéficas de lucro imediato, através de bancos, o símbolo do
capitalismo que não é transformador de matéria prima, mas detém todos os
recursos financeiros, vivendo das necessidades inerentes locais. O empreendedor
busca mercados livres e vive de taxas de juros e um câmbio que lhe forneça
maior rentabilidade em menor espaço de tempo, num controle através das bolsas
de valores, modelo eficaz dos seus negócios, sabendo a necessidade de cada
setor globalizado.
Falências são comuns a
todo tipo de investimento que busca recursos maiores do que a capacidade que
possa gerar para produzir. Os bancos, por sua vez, tem nas hipotecas o seguro dos
seus empréstimos o bem ativo material destes meios de produção. Ao banco e
investidores outros, que não interessa produzir, mas repassar os bens da falência
à quem consiga recuperar os valores aplicados anteriormente e que seja compensatórios
ao banco, que assim vende aquilo que foi hipotecado anteriormente. O banco “banca”
todo e qualquer jogo financeiro, usura da agiotagem consentida.
Os governos frágeis com
endividamentos públicos e privados incontroláveis, que não conseguem produzir
suas próprias demandas de consumo onde o superávit comercial depende
exclusivamente de produção do extrativismo ("Colônias não deixam de ser colônias só porque ficaram independentes" - Benjamin Disraeli - o hemisfério sul tem estrutura colonialista
e o norte as rédeas financeiras) sem agregar valores esta fadado em sucumbir
aos interesses destes agiotas de mercado, os bancos e investidores de
companhias internacionais. Sem produção, sem educação, não há nação
desenvolvida e sempre será satélite das demais!
Atrás
de uma grande riqueza existe um grande ladrão!
Bibliografia:
Marx, Karl. Trad. Reginaldo Sant’ Anna. Teorias da
mais-valia: História crítica do pensamento econômico: Livro 4 de O Capital, São
Paulo: DIFEL Difusão Editorial S.A., 1985
Aristóteles. A Política, Livro I. São
Paulo: Ed. Martins Fontes, 2002.
Marx, Karl. Trad. Ronaldo Alves Schmidt. O Capital-Edição
Resumida. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978
Poursin J.M.; Dupuy G.; Tradução Frederico Pessoa de
Barros. Malthus.São Paulo: Editora Cultirx, USP, 1975
Santos, Theobaldo Miranda. Manual de Sociologia. São
Paulo: Companhia Editora Nacional, 1968
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