Festa dos Tabernáculos, a das Cabanas das Palmeiras, foi a última que Jesus participou!
Conheci o Frei Saturnino Arto Sardina, da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, do Capão Redondo, São Paulo, e certa feita, quando ainda estavam construindo a Catedral de Campo Limpo, perguntei-lhe quem havia preparado o povo para dar toda a ênfase na entrada de Jesus em Jerusalém. Por um instante ele parou e disse:
Era época da Festa dos Tabernáculos, festa das Cabanas, frágeis que foram construídas no deserto, quando peregrinava o povo judeu por 40 anos no deserto a caminho à Terra Prometida, e que eram feitas com ramos de tamareiras, palmeiras, salgueiros e tudo que lhes apareciam na natureza nessa marcha cansativa, sem casas fixas.
Fui ver se isso tinha essa conotação é eis que encontrei:
A palavra “tabernáculo” origina-se da
palavra latina “tabernaculum” que significa “uma cabana, um abrigo temporário”.
No original hebraico a palavra equivalente é Sucá, cujo plural é Sucot. A Festa
dos Tabernáculos durava uma semana e durante este período habitavam em tendas
construídas com ramos, antecedendo a celebração do grande momento da Pascoa.
Pessach significa "passagem", porém a passagem do anjo de morte, que
passou pelo Egito, tirando-lhes o primogênito antes da saída do povo hebreu e
não a passagem dos hebreus pelo Mar Vermelho ou outra passagem qualquer, apesar
do nome evocar vários simbolismos.
Portanto, Sucot diz respeito à peregrinação de 40 anos dos israelitas no deserto, período em que o povo habitou em tendas. Isso antes de conquistarem a Terra Prometida, quando passaram a habitar em casas e cidades.
Na Festa dos Tabernáculos uma parte da festa era consagrada ao louvor e ações de graça. O toque das trombetas convocava o povo, que se postava nas ruas para assistir à marcha dos sacerdotes que iam ao tanque de Siloé, enchiam uma vasilha de prata de água e depois rumavam para o templo e a derramavam no altar. Era um cortejo glorioso de sacerdotes vestidos de branco, instrumentos musicais, corais.
De acordo com os evangelhos, Jesus viajou à Jerusalém para celebrar a “Pessach“, a Páscoa judaica e a festa dos Tabernáculos, foi a última que Jesus participou e em sua entrada em cortejo foi recebido com ovação[1].
Pintura da entrada de Jesus em Jerusalém, de 1320. Crédito Pietro Lorenzetti.
Ele se tornou a oferenda de Pessach,
o cordeiro imolado, abatido, o que estava dentro dos festejos da festa de
Pessach constituía-se de cordeiros ou cabritos, imolados da celebração da
Páscoa. Ele é a água viva, não a do tanque de Siloé.
“E o Verbo se fez carne, e habitou [tabernaculou-se] entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo.1:14).
[1] Ovação: Na Roma antiga, triunfo menos
solene por alguma vantagem alcançada sobre o inimigo ou por alguma vitória
sobre escravos, piratas ou rebeldes, e no qual o triunfador entrava na cidade,
a princípio a pé e depois a cavalo, e era conduzido ao capitólio.
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