Entre o Oficioso e o Oficial Há um
Grande Hiato Histórico!
Santo Amaro “vive” o dilema de
datas de sua fundação: 1552 e 1560.
Quanto à primeira data não há
vestígios documentais e quanto a segunda, a data faz parte várias vilas fundadas ao longo do caminho
até São Paulo de Piratininga e de doação de terras:
O primeiro registro de terras
na região data de 12 de agosto de 1560: duas léguas de terras na margem
esquerda do rio (atual Rio Pinheiros) então chamado de Jeribatiba, doadas aos
padres jesuítas. Data-se desta época a denominação Santo Amaro, homenagem dos
jesuítas que trouxeram de Portugal uma imagem do Santo, embora se confira
segunda hipótese da doação da imagem por parte do casal João Paes e Suzana
Rodrigues para a Capela Nossa Senhora da Assunção de Ibirapuera, ambos vindos
com o capitão maior da esquadra de exploração, que se dirigiu em direção ao Rio
da Prata, de onde a embocadura escoava riquezas da América espanhola, Martim
Afonso de Souza, capitão mor da Primeira Expedição Exploradora.
Quanto à missa “feita por Anchieta”
seria improvável em 1552, pois nem no Brasil estava e em 1560 não poderia fazer
a consagração do pão e do vinho porque o “noviço” somente foi ordenado
sacerdote em 1566!!!
José de
Anchieta chegou ao Brasil em 8 de
maio de 1553, com 19 anos, na supervisão do antigo reitor de Coimbra, Padre Luis Da
Grã, que no Brasil responderia como segundo provincial. Chegaram a Casa da Bahia e logo depois foi transferido para a Capitania
de São Vicente. Após sua ordenação ocorrida em junho de 1566, foi nomeado
superior em 1567, cargo que manteve até 1577. Estavam juntamente com o segundo governador nomeado Dom
Duarte da Costa, dois padres, Brás Lourenço e Ambrósio Pires e quatro irmãos:
Gregório Serrão, João Gonçalves, Antonio Bláques e José de Anchieta.
O que pode ser fixado é a doação
de partes de terras de sesmaria em 1560 e que pertenciam a Martim Afonso de
Souza. As terras foram doadas aos jesuítas pelo Capitão Francisco de Morais, ao
padre provincial à época, Luís da Grã, da Companhia de Jesus.
O padre José de Anchieta pode
até ter estado na missa "oficial" na aldeia que ficou conhecida como
Santo Amaro (santo cristão, do século 6º, também denominado Mauro, é
considerado protetor dos agricultores, carroceiros e carregadores) em 15 de
janeiro de 1560, dia e mês em que se faz comemoração deste abade beneditino.
...e o desleixo à antiga Villa
de Santo Amaro permanece como dantes, assim como a exploração!!!
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