segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

“Tudo como dantes no quartel de Abrantes”: Santo Amaro e sua data de fundação duvidosa

Entre o Oficioso e o Oficial Há um Grande Hiato Histórico!

Santo Amaro “vive” o dilema de datas de sua fundação: 1552 e 1560.

Quanto à primeira data não há vestígios documentais e quanto a segunda, a data faz parte várias vilas fundadas ao longo do caminho até São Paulo de Piratininga e de doação de terras:

O primeiro registro de terras na região data de 12 de agosto de 1560: duas léguas de terras na margem esquerda do rio (atual Rio Pinheiros) então chamado de Jeribatiba, doadas aos padres jesuítas. Data-se desta época a denominação Santo Amaro, homenagem dos jesuítas que trouxeram de Portugal uma imagem do Santo, embora se confira segunda hipótese da doação da imagem por parte do casal João Paes e Suzana Rodrigues para a Capela Nossa Senhora da Assunção de Ibirapuera, ambos vindos com o capitão maior da esquadra de exploração, que se dirigiu em direção ao Rio da Prata, de onde a embocadura escoava riquezas da América espanhola, Martim Afonso de Souza, capitão mor da Primeira Expedição Exploradora.
Quanto à missa “feita por Anchieta” seria improvável em 1552, pois nem no Brasil estava e em 1560 não poderia fazer a consagração do pão e do vinho porque o “noviço” somente foi ordenado sacerdote em 1566!!!

José de Anchieta chegou ao Brasil em 8 de maio de 1553, com 19 anos, na supervisão do antigo reitor de Coimbra, Padre Luis Da Grã, que no Brasil responderia como segundo provincial. Chegaram a Casa da Bahia e logo depois foi transferido para a Capitania de São Vicente. Após sua ordenação ocorrida em junho de 1566, foi nomeado superior em 1567, cargo que manteve até 1577. Estavam juntamente com o segundo governador nomeado Dom Duarte da Costa, dois padres, Brás Lourenço e Ambrósio Pires e quatro irmãos: Gregório Serrão, João Gonçalves, Antonio Bláques e José de Anchieta. 
O que pode ser fixado é a doação de partes de terras de sesmaria em 1560 e que pertenciam a Martim Afonso de Souza. As terras foram doadas aos jesuítas pelo Capitão Francisco de Morais, ao padre provincial à época, Luís da Grã, da Companhia de Jesus.

O padre José de Anchieta pode até ter estado na missa "oficial" na aldeia que ficou conhecida como Santo Amaro (santo cristão, do século 6º, também denominado Mauro, é considerado protetor dos agricultores, carroceiros e carregadores) em 15 de janeiro de 1560, dia e mês em que se faz comemoração deste abade beneditino.


...e o desleixo à antiga Villa de Santo Amaro permanece como dantes, assim como a exploração!!!






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