OS
PREMONSTRATENSES[2]
DA BELGICA PARA PIRAPORA
Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti[3], conhecido posteriormente como Cardeal
Arcoverde, foi empossado em 26 de agosto de 1892, como bispo auxiliar de Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, arcebispo de São Paulo e da transição do Império para a República. Enviou em 1894 para a
Europa para entrar em contato com congregações
para virem ao Brasil e promoverem ações
missionárias e
educacionais estando relacionados os redentoristas, lazaristas e premonstratenses.
Dirigiu-se
ao prelado da Abadia de Averbode, Bélgica, da ordem premonstratenses, solicitando sacerdotes para sua diocese. Após
aceitar o convite, Dom Gumaro Crets, nomeou os primeiros cônegos destinados à
nova fundação.
Assim, no ano de 1896, Vicente Van Togel e Rafael
Goris dois religiosos premonstratenses, chegaram ao Brasil, e em 26 de dezembro
de 1896 iniciaram seu apostolado na Vila de Pirapora, lugarejo localizado
às margens do rio Tietê. Havia no local o Santuário do Bom Jesus, que
atraía romeiros de outras cidades de São Paulo e outros estados do Brasil.
Em 1897 lançaram a pedra fundamental do Seminário Premonstratense que se tornou o Seminário Menor Metropolitano de São Paulo, de 1905 a 1949.
Em 1897 lançaram a pedra fundamental do Seminário Premonstratense que se tornou o Seminário Menor Metropolitano de São Paulo, de 1905 a 1949.
A capela do seminário foi construída
entre 1926 e 1928, e foi inaugurada na mesma época, por Dom
Duarte Leopoldo e Silva, então Arcebispo de São Paulo.
Depois no local funcionou o Seminário Premonstratense[4] de 1949 a 1973. Até 1973, o convento de Pirapora foi a casa central da canonia(estrutura da ordem religiosa). Em dezembro de 1973 foram encerradas as funções da formação religiosa do Seminário tornando-se então residência dos cônegos.
O ANTES E O DEPOIS:CAPELA
Depois no local funcionou o Seminário Premonstratense[4] de 1949 a 1973. Até 1973, o convento de Pirapora foi a casa central da canonia(estrutura da ordem religiosa). Em dezembro de 1973 foram encerradas as funções da formação religiosa do Seminário tornando-se então residência dos cônegos.
Todas as obras entalhadas em estilo gótico foram feitas
pelo irmão premonstratense José Withofs, belga, que viveu no Brasil de 1905 até
1959, quando faleceu.
Os vitrais foram feitos pela Casa Conrado Sorgenicht, com vidros importados da Bélgica e Alemanha.
Os vitrais foram feitos pela Casa Conrado Sorgenicht, com vidros importados da Bélgica e Alemanha.
JOSÉ
WASTH RODRIGUES NO SEMINÁRIO DE PIRAPORA
José Wasth Rodrigues
nasceu em São Paulo em 19 de março de 1891 e quando jovem frequentou o Seminário
de Pirapora do Bom Jesus até 1907, da Ordem Premonstratense[5],
também denominada Ordem de São Norberto e seus membros conhecidos com Padres
Brancos, pela vestimenta corriqueira.
Idealizou os azulejos do Brasão de Dom
Alderico Lambrechts, Abade Titular da Abadia de São Miguel em Antuérpia e reitor
do Seminário de Pirapora de 1920 a 1936 e que podem ser vista ainda hoje nas dependência
do antigo seminário.
Há
no Museu do antigo Seminário da cidade de Pirapora do Bom Jesus há alguns trabalhos
do artista que estão expostos daquele que foi um dos grandes ilustradores da
história do Brasil.
Não se confirma se são desenhos originais, mas repara-se que em
alguns trabalhos expostos há destruição por cupins e outros insetos nefastos
que já causaram estragos irreparáveis em certas obras expostas.
OBRA MOSTRA O SEMINÁRIO: TELA TOTALMENTE DESTRUÍDA
JOSÉ
WASTH RODRIGUES: PINTOR, DESENHISTA, ILUSTRADOR, CERAMISTA, PROFESSOR E
HISTORIADOR
Depois de se afastar do
seminário estudou pintura com Oscar Pereira da Silva. Foi agraciado em 1910 com
uma bolsa do Pensionato Artístico do Estado de São Paulo de 5 anos para se
aperfeiçoar na Escola de Artes de Paris e a Academia Julien. Em 1914, três de seus
quadros são expostos no Salão da Sociedade dos Artistas Franceses e vende seu
primeiro quadro no exterior por 400 francos! Eclodindo a Primeira Guerra,
voltou para São Paulo onde se casou com Argentina Guimarães tendo os filhos
Roberto e Raquel.
Em 1916 fez paisagens
do interior de Pirapora, Viturina e Tietê.
Foi "descoberto" por Monteiro Lobato que o publica na Revista do Brasil. O jovem completava sua renda dando aulas de pintura e retratava por encomenda. Viaja para o interior e as aquarelas e o bico de pena retrata a arquitetura colonial de Minas Gerais para onde se desloca. Vai depois para Bahia, Pernambuco e Maranhão, no ano de 1921. Trabalhou para a Ilustração Brasileira em 1927 onde fez desenhos a bico de pena cujo tema era o beneficiamento do café, com o pilão, a roda d’ água e o carretão. Depois fez desenhos de mobiliários para a Associação Comercial de São Paulo.
Foi "descoberto" por Monteiro Lobato que o publica na Revista do Brasil. O jovem completava sua renda dando aulas de pintura e retratava por encomenda. Viaja para o interior e as aquarelas e o bico de pena retrata a arquitetura colonial de Minas Gerais para onde se desloca. Vai depois para Bahia, Pernambuco e Maranhão, no ano de 1921. Trabalhou para a Ilustração Brasileira em 1927 onde fez desenhos a bico de pena cujo tema era o beneficiamento do café, com o pilão, a roda d’ água e o carretão. Depois fez desenhos de mobiliários para a Associação Comercial de São Paulo.
Monteiro Lobato, contratou
José Wasth Rodrigues para ser ilustrador da Editora Companhia Nacional e em
1918 ilustra a obra Urupês. Monteiro Lobato tinha-o como representante das
coisas genuínas promovendo esse interesse pelo campo aconselhava o artista a
pintar o Brasil o que “está no interior, nas serras, nos sertões, nas cochilas
onde bate o monjolo, onde floresce os cafeeiros, nos garimpos, nas catingas
estorricadas, na palhoça de sapé e barro”.
Escreveu para a Revista
do Departamento
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - DPHAN sobre “Móveis Antigos de
Minas Gerais e “A Casa de Moradia no Brasil Antigo”. Fez Desenhos e aquarelas dos
Uniformes do Exercito Brasileiro 1730-1922 organizado por Gustavo Barroso e
publicado em Paris, além de ilustrar o livro “Brasões das Bandeiras do Brasil”
de Clóvis Ribeiro publicado em 1933. Com sua vasta experiência fez muitos
brasões e junto com Guilherme de Almeida, produziu o Brasão da Cidade de São
Paulo oficializado em 8 de março de 1917 pelo prefeito Washington Luís e retratou
parte da mesma cidade com as suas várzeas e igrejas. Em 1928 viajou para
Alemanha, Áustria, França e Portugal.
Na década de 1930 o artista José Wasth Rodrigues confeccionaria para o
jornal O Estado de São Paulo seu ex-libris, perpetuado por anos.
Em 29 de agosto de 1932,
São Paulo passa a ostentar o Brasão D’Armas aprovado pelo governador do Estado, Pedro de Toledo, obra
de Wasth Rodrigues completada com o Mapa da Revolução Constitucionalista. Uma das mais difíceis obras por Washt Rodrigues
foi o “Dicionário Histórico Militar” com 1660 páginas e 400 ilustrações que foi
doado ao Centro de Documentação do Exército que o editou.
Seus trabalhos são em
técnicas a lápis, bico de pena, guache, óleo que reproduziram velhos casarões e
costumes cotidianos. São seus guardiões a Pinacoteca de São Paulo e o Museu
Paulista. Seu passamento ocorreu em 21 de abril de 1957, no Rio de Janeiro.
Carlos
Drumond de Andrade o define em poucas palavras:
“Wasth
não ostentava ciência, possuía-a simplesmente. Ninguém o via deitando doutrina
em rodas de artistas, críticos ou pesquisadores; consultado, informava e calava-se,
com um silêncio astuto de caipira, esse caipira civilizado, que perdurava ainda
na sua voz. Diante de falastrões, olhava, no máximo sorria de leve, não
contraditava”
Vide:
Algacyr da Rocha Ferreira: Santo Amaro, Sua Arte
Viva e os Vitrais Conrado Sorgenicht
Referências:
TRASANTCHI, Ruth
Sprung. Pintores Paisagistas: São Paulo 1890 a 1920. São Paulo: Editora USP,
2002
Andrade, Oswaldo. “José Wasth”, Correio Paulistano, 12-01-1916
Rodrigues, Wasth. Tropas Paulistas de Outrora.
https://patrimonioespiritual.org/2015/04/14/capela-do-seminario-premonstratense-pirapora-do-bom-jesus-sp/
[1] A capela de Pirapora foi fundada
em 31 de Maio de 1730, por José de Almeida Neves, doando 200 braças de terra
com registro em Cartório do Tabelião de Parnaíba.
[2] Prémontré,
comuna francesa, fundada por Norberto de Gennep, filho do conde de Gennep
Veja mais em: http://www.saosebastiaojau.com.br/abadia.php
Veja mais em: http://www.saosebastiaojau.com.br/abadia.php
[3] Tornou-se o primeiro Cardeal na
América Latina, em 1905
[5] Premonstratenses, são Cônegos Regulares, ou seja, religiosos que formam uma igreja local em torno do Abade e em comunhão com a Igreja de Roma. A Abadia São Norberto está
localizada na cidade de Jahu, São Paulo,
à Rua Tenente Navarro, 446
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