As comunidades e a missão pastoral: A messe é grande...
A história da imigração húngara[1] no
Brasil está vinculada a expedição de Fernando de Magalhães onde um jovem
húngaro de nome Erdody Miksa e o armador de Sevilha, o português Haro,
propuseram o custeio abalizado pelo Rei Carlos V da Espanha, amigo de Erdody.
No navio Concepcion o comandante da artilharia era o húngaro János Varga. Por
gratidão um dos canais da Lagoa dos Patos foi batizado com o nome “Canal da
Hungria”. Pelo Tratado de Permuto de 13 de janeiro de 1750, entre Portugal e
Espanha, do território jesuíta do Rio Grande do Sul que passou à Portugal, foi
formada por uma Junta Governante do território onde estava presente o jesuíta
húngaro Lásló Orosz autor da obra “Guerra Guaranítica”, sendo outro húngaro,
Ferenc Limp o chefe das Sete Missões que travava lutas constantes com espanhóis
e portugueses.
Em 5 de agosto de 1763 desembarcava em
Pernambuco o capitão húngaro János Monár seguido do sargento Kornel Pally com o
navio holandês “Nijenborg”.
Na batalha de Ituzaingo, conduzida pelo Marques
de Barbacena em 20 de fevereiro de 1827, travada contra os argentinos pereceram
aproximadamente 200 húngaros com seu Capitão de nome Tóth.
Em 8 de outubro de 1828 desembarcaram no
Rio de Janeiro os irmão Daniel e Józsej Vamosy, antepassados do uruguaio Alceu Vamosy poeta dos pampas.
Tratado
de Trianon
Muitos imigrantes húngaros chegaram ao
Brasil após a primeira Grande Guerra com o desmembramento do Império Austro
Húngaro onde vasto território foi dividido em sua unidade física de longa data,
pelo Tratado de Trianon de 04 de julho de 1920. A Hungria pelo tratado de Trianon
passou de seus 325 mil km² para apenas 93 mil km² sendo que quase dois terços
de sua população perdia a identidade “magiar” (húngara) passando de 19 milhões para 7 milhões de habitantes.
Segunda
Grande Guerra
O cardeal József Mindszenty, que fora contra a intervenção
nazista e fascista durante a Segunda Guerra
foi preso acusado de traição e condenado à prisão perpétua em dezembro de 1948,
havendo uma perseguição sistemática aos dirigentes das igrejas assim como
líderes húngaros. Após
a Segunda Grande Guerra afluíram muitos húngaros ao Brasil, completada com nova
migração com a Revolução popular de 1956, contra o domínio russo que implantar
um governo comunista. Esses imigrantes eram registrados pelas autoridades
portuárias do Brasil de acordo com seus passaportes, ou seja, como romenos ou
iugoslavos.
Na
edição de 15 de junho de 1933 do periódico húngaro da América do Sul,
intitulado Délamerikai Magyar Hírlap, estimava-se 150 mil húngaros radicados
no Brasil, sendo que 30 mil no Estado de São Paulo.
Imigrantes
húngaros no Brasil, com passaporte de outras nacionalidades
Húngaros
Hungarian
|
Romenos
Romanian
|
Iugoslavos
Yugoslavs
|
Austríacos
Austrian
|
Tcheco-eslovacos
Czech-Slovak
|
6.501
|
30.437
|
16.518
|
2.742
|
518
|
Fonte: BOGLÁR, Lajos. Mundo Húngaro no
Brasil: do século passado até 1942. São Paulo: Humanitas, 2000, p. 41-42.
Os beneditinos húngaros no Brasil
O primeiro beneditino, Dom Arnaldo
Szelecz[2],
chegou ao Brasil em 21 de março de 1931, na comemoração do dia de São Bento,
enviado pelo então coadjutor e mais tarde abade do Mosteiro de Pannonhalma[3],
fundado por Santo Estevão Rei[4].
Dom Crisóstomo Kelemen, atendendo ao pedido do primaz da Hungria Dom Justiniano
Serédi, Cardeal Arcebispo de Esztergom, estava preocupado com os imigrantes europeus
na América.
O
“Mosteiro de São Geraldo Conventual da Congregação Húngara da Ordem de São
Bento”, foi criado pelo decreto da Santa Sé em 8 de dezembro de 1953 elevando a
comunidade monástica a Priorado Conventual.
O Arquiabade Paulo Sárkozi requisitou novos
membros para exercer a missão implantada, sendo que chegam em 1951 Dom
Veremundo Tóth e Dom Valentim Simon; em 1952 Dom Gabriel Zsolt Iróffy e em
1955, Dom Francisco Endrédy.
Colégio
Santo Américo, Rua Imaculada Conceição, Santa Cecília.
Década de 1950. Crédito: Dom Valentim Simon
Década de 1950. Crédito: Dom Valentim Simon
Em 27 de fevereiro 1951 foi fundado o Colégio Santo Américo, no Bairro de Santa Cecília, localizado à Rua da Imaculada Conceição, 71, permanecendo no local até 1963.
Deste modo nasceria o Priorado
Conventual, com a Regra de São Bento e pelos estatutos da Congregação Húngara, sendo fundadores seu primeiro Prior, Dom Emílio Jordán[5] com Dom Aureliano,
Dom Arnaldo, Dom Olavo Kerényi[6],
Dom Severino Kogl[7], Dom Engelberto Sarlós[8],
Dom Veremundo Toth, Dom Valentim Simon[9] e
Dom Gabriel Zsolt Iróffy. Tudo isso recebeu frutos de escolas fundadas pela
comunidade húngara nos bairros paulistanos e em muitas cidades do interior
paulista e logo depois da Segunda Guerra Mundial houve florescimento maior em
outras colônias no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Vila Anastácio e Santo Estevão Rei da Hungria
O bairro de Vila Anastácio, Lapa, São Paulo, deste
modo vinculou grande relação com a
comunidade húngara, onde afluíram muitos imigrantes nas primeiras décadas do
século 20 e que receberam os recém-chegados da Europa Central.
DÉCADA DE 1940:
DÉCADA DE 1940:
Com a expansão do campo social, de
grande atuação dos beneditinos húngaros, na Vila Anastácio, Lapa, em 1939
criou-se a Paróquia de Vila Anastácio em homenagem Santo Estevão Rei da
Hungria, sendo seu primeiro vigário, Dom Arnaldo Szelecz tendo como coadjutor[10]
Dom Aureliano Hets[11]. Dom
Arnaldo, em 8 de dezembro de 1939, foi nomeado
vigário pelo Arcebispo Dom José Gaspar d’Afonseca e Silva. Esta igreja,
anteriormente uma capela teve início de construção em 1933.
Final da década de 50 - Rua Martinho de Campos, Vila Anastácio. Crédito: em pesquisa
Em 1945 houve uma ampliação da mesma e de 1952 a 1955 foi ornamentada com decoração artística sobre a orientação do Engenheiro Lászlo Marek, onde estão representações artísticas dos Santos da Sacra Hungria. Em 1956, a seu chamado, vieram as “Irmãs Anunciatas” de Belém do Pará, que intensificaram a vida paroquial nas pastorais e promoções humanas com suas obras assistenciais.
Dom Arnaldo Szelecz, pelos valorosos préstimos
na Igreja do Santo Estevão Rei recebeu homenagem na região com seu nome na Praça
Padre Arnaldo[12]. Dom Aureliano o sucedeu
como Vigário em 1972, onde permaneceu por três anos, pois necessitava sua
presença no Mosteiro do Morumbi. Dom Pedro Paulo Ther[13]
que havia servido no Paraná, na Paróquia Nova Santa Rosa, assumiu em seu lugar
na Vila Anastácio, Lapa.
Final da década de 50 - Rua Martinho de Campos, Vila Anastácio. Crédito: em pesquisa
Em 1945 houve uma ampliação da mesma e de 1952 a 1955 foi ornamentada com decoração artística sobre a orientação do Engenheiro Lászlo Marek, onde estão representações artísticas dos Santos da Sacra Hungria. Em 1956, a seu chamado, vieram as “Irmãs Anunciatas” de Belém do Pará, que intensificaram a vida paroquial nas pastorais e promoções humanas com suas obras assistenciais.
Colégio
Santo Américo
Como missão tradicional dos beneditinos
húngaros está a educação voltada para a juventude, e deste modo foi iniciado
uma nova etapa no Colégio Santo Américo fundado em 1951, considerado Santo Padroeiro
da Juventude, filho do Rei Santo Estevão.
As instalações iniciais eram bem
modestas, contando com 11 salas de aula e uma quadra de esportes, além da parte
administrativa divididas em 9 salas do antigo primário, hoje ensino fundamental
1; ginásio, o atual fundamental 2 e o colegial, o que corresponde ao atual
ensino médio. Seu diretor e fundador foi Dom Emílio Jordán, que permaneceu na função até 1958, sendo a administração
feita por Dom Severino Kogl, tendo como coordenador pedagógico Dom Engelberto
que assumiu o encargo de direção após Dom Emílio Jordán, até o ano de 1974.
Em 1951, a comunidade
se transferiu para o prédio de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica, sendo
mantenedora a Fundação São Paulo, no bairro de Santa Cecília, quando foi
instalado o Mosteiro São Geraldo e fundado o Colégio
Santo Américo
que se
tornaria importante referência do ensino na cidade de São Paulo e ao qual deram
o nome do príncipe húngaro Santo Américo.
Em 1958,
o Mosteiro São Geraldo de São Paulo, mantenedor do Colégio, adquiriu um terreno
da antiga fazenda do Morumbi com área de 45.000 m² que foi aumentado pela doação
de Oscar Americano feita em 1968 e nos anos seguintes por compra de
particulares atingindo uma área física de um pouco mais de 60 mil m².
Em 7 de março de 1963 foi o marco do início das novas instalações do novo Colégio Santo Américo, na antiga rua 17, hoje Rua Santo Américo, no Morumbi, nº 357, São Paulo. O prédio recebeu instalações modernas com 22 salas de aula, refeitórios, laboratórios e outras repartições para funcionamento do equipamento estudantil. Os desafios eram grandes e precisava incentivar uma nova estrutura pedagógica e orientação religiosa.
COLÉGIO SANTO AMÉRICO: Um dia qualquer de 1968
Para esta nova expectativa foi convocado a experiência educacional de Dom Veremundo Tóth que teve como auxiliar Dom Edmundo. A ampliação foi inevitável e necessitava contratar professores que não pertenciam à ordem beneditina, pelo volume de procura, mas que conseguiram manter as diretrizes educacionais do colégio.
Esta nova experiência fez com que se
expandisse a causa comunitária em bairros operários em torno do colégio que se
formavam, como os adjacentes bairros de Monte Kemel, Jardim Colombo, Vila
Morse, Parasópolis, sendo para isso construído o Parque infantil Dom José
Gaspar para ali fomentar o serviço social do Mosteiro São Geraldo fundado em
1965 em terreno de quase 3 mil metros, cedido pelo Banco F. Munhoz S.A. tornando-se
um canal de comunicação com a população local na comunhão pregada pela Ordem
beneditina sendo, mais tarde, declarada pelo governo, obra de utilidade pública.
Hoje há no bairro de o Núcleo 1, na Vila Morse o Serviço Social do Mosteiro São
Geraldo; Núcleo 2, na comunidade de Paraisópolis, denominado Centro Comunitário
de Trabalho; Núcleo 3, no Monte Kemel; Núcleo 4,Santo Estevão Rei; Núcleo 5,
Casa Azul Panônia; Núcleo Casa Azul Sede.
Há ainda o Instituto Social Morumbi
criado em 1966 para a formação social cristã com estudos no campo pesquisa e
documentação proveniente de vasta biblioteca junto ao Colégio Santo Américo.
Dom Veremundo Tóth
Dom Veremundo Tóth, monge beneditino e sacerdote, nasceu em Szakony, na Hungria, em 3 de julho de 1922, no mesmo ano em que a Fazenda Morumbi, hoje Paraisópolis, foi loteada e foi parte integrante de sua missão de evangelização. Fez sua profissão de fé em 1944, e foi ordenado em 1948.
Dom Veremundo Tóth, monge beneditino e sacerdote, nasceu em Szakony, na Hungria, em 3 de julho de 1922, no mesmo ano em que a Fazenda Morumbi, hoje Paraisópolis, foi loteada e foi parte integrante de sua missão de evangelização. Fez sua profissão de fé em 1944, e foi ordenado em 1948.
Dom Veremundo chegou ao Brasil em 1951
para trabalhar em São Paulo, primeiramente junto a colônia húngara, ao mesmo
tempo em que exercia as funções de professor de latim e francês, além de
orientador vocacional no recém-fundado Colégio Santo Américo, ainda nas
instalações da Rua Imaculada Conceição, no bairro de Santa Cecília.
Em 1952, Dom Veremundo
Tóth e Dom Valentim Simon em conjunto à comunidade de imigrantes húngaros fortaleceram
o “Grupo dos Escoteiros Szondi György”.
No final da década de 1960, o escotismo foi incorporado às atividades do
Colégio Santo Américo, onde se desenvolveu com o incentivo e entusiasmo de Dom
Aniano Úrdombi[14].
Dom Veremundo Tóth foi escolhido para ser Prior
Conventual do Mosteiro do Morumbi de 1968 a 1981. Um ato de Dom Agnelo Rossi
criou a paróquia São Bento do Morumbi em 1969. Dom Veremundo assumiu a
Capelania[15] do
Mosteiro e em 1970 foi inaugurada a Paróquia São Bento do Morumbi. Seu patrono
foi São Bento e seu primeiro vigário foi Dom Veremundo Tóth. Sua construção
teve início em 1971 e sua consagração deu-se em 1978.
Dom Veremundo Tóth celebrando missa em Paraisópolis. Década de 1960. Crédito:Em Pesquisa
Sua atuação foi marcante em Paraisópolis, São Paulo, onde teve seus primeiros contatos com a realidade da comunidade que estava se iniciando, consequência da intensa migração vinda principalmente do nordeste do Brasil e onde fundou, em 1965, as Obras Sociais do Mosteiro São Geraldo.
Dom Veremundo Tóth celebrando missa em Paraisópolis. Década de 1960. Crédito:Em Pesquisa
Sua atuação foi marcante em Paraisópolis, São Paulo, onde teve seus primeiros contatos com a realidade da comunidade que estava se iniciando, consequência da intensa migração vinda principalmente do nordeste do Brasil e onde fundou, em 1965, as Obras Sociais do Mosteiro São Geraldo.
Abadia de São Geraldo, da Congregação
Húngara da Ordem de São Bento
Em 8 de junho de 1989, o Priorado recebeu o título Abacial[16], tendo como seu primeiro abade, D. Ernesto Linka, eleito em 09 de agosto, tendo recebido a Bênção Abacial em 11 de setembro. Criou-se Cela de São José, Itapecerica da Serra, em 6 de agosto de 1992, na Festa da Transfiguração do Senhor.
Em 8 de junho de 1989, o Priorado recebeu o título Abacial[16], tendo como seu primeiro abade, D. Ernesto Linka, eleito em 09 de agosto, tendo recebido a Bênção Abacial em 11 de setembro. Criou-se Cela de São José, Itapecerica da Serra, em 6 de agosto de 1992, na Festa da Transfiguração do Senhor.
Dom
Veremundo Tóth fundou ainda em 1990 o “Movimento Pax”. Necessitando dedicar-se
com maior afinco como pároco da a Igreja de Nossa Senhora do Paraíso, em Paraisópolis,
passou o encargo do movimento a Dom Geraldo González y Lima que assumiu os
trabalhos no ano de 2005.
Dedicou-se também intensamente
em deixar um legado através de seus livros, fontes de estudo da virtude cristã,
e foram impressos pelas Edições Loyola, Editora Ave Maria,
e outras, sempre preocupado com os ensinamentos a juventude,
como os livros:
A Igreja nos Santifica Em Cristo - 7ª Série do 1° Grau; Enviados para o Mundo - 3ª Série do 2º Grau; Cristo Caminha Conosco na Igreja - 1ª Série do 2º Grau; Cristo Caminha Comigo na Igreja- 1ª série do 2º Grau; O Cristão no Mundo de Hoje; A Igreja nos Santifica em Cristo 7ª. Série do 1o. Grau; Seguir o Cristo; A Igreja nos Santifica Em Cristo; Enviado para o Mundo; A Boa Nova de
Jesus Cristo; A Comunhão dos Santos a Tarefa do Leigo na Igreja; Louvores à Virgem Maria; Viver Com a
Igreja; Jovens Fortes na Fé; Curso para Formação de Catequistas; Deus Prepara a Vinda de Seu Filho;A Boa Nova de Jesus Cristo;Um Grande Sinal dos Tempos.
Instituto de Teologia Veremundo Tóth-CAMPO LIMPO,SP
Dom Veremundo Tóth foi coordenador e reitor do
curso de teologia da Diocese de Campo Limpo, São Paulo, formada a partir de
1989, desmembrada da Arquidiocese de São Paulo, tendo como bispo Dom Emílio
Pignoli. Deste embrionário curso criado em 1994 surgiram grandes colaboradores
que exerceram atividades junto à igreja católica, seja na Diocese ou em suas
paróquias de origem.
Seu passamento ocorreu em 6 de junho de 2005.
1ª turma do “Instituto de Teologia Veremundo Tóth”:1994/97
O curso teológico diocesano de Campo Limpo, São Paulo, SP, em justa homenagem foi denominado de “Instituto de Teologia Veremundo Tóth”.
Quaisquer considerações devem ser feitas para melhoria da
crônica, inclusive introdução de algum fato relevante do histórico em questão.
Referências:
Informativo
“Mini HIRADÓ”: Ano 15 - nº 42. São Paulo, abril de 2015 http://www.ahungara.org.br/hirado/hirado_70/minihirado42.pdf
Dom Veremundo: Exemplo de solidariedade
BOGLÁR,
Lajos. Mundo Húngaro no Brasil: do século passado até 1942. São Paulo:
Humanitas, 2000.
Santo Estevão da Hungria: https://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%AAv%C3%A3o_I_da_Hungria
Construção do Colégio Santo
Américo
[1] A “fundação” da Hungria (em húngaro, Magyarország) está vinculada a chegada das
tribos magiares que migraram da Euroásia para a Bacia dos Cárpatos fixando-se em
896 d.C. no comando do príncipe Árpád,
na Europa Central, na planície da Panônia. O reino consolidou-se pelo casamento com a Beata Gisela da Baviera, filha do duque
Henrique da Baviera e a aproximação com o cristianismo com o envio da
coroa real pelo Papa Sivestre II (monge beneditino da Abadia de Cluny, França) a
Wajk que recebeu depois disso o nome
de Estevão I (Istvám I, filho de Géza,
bisneto de Árpád), coroado no Natal do ano 1000 d.C. Mais
tarde, foi canonizado e se tornou o santo padroeiro da Hungria. Estevão I governou a Hungria de 997 a 1038. Por mais de 900 anos, a Coroa de Santo Estevão
foi a coroa dos reis da Hungria.
O Rei Estevão I organizou o reino em dez Dioceses e trinta e nove Diaconias, correspondentes aos trinta e nove Condados que existiram na Hungria. Santo Estevão Rei faleceu em 1038.
Logo passou a ser venerado pelo povo húngaro, que fez do seu
túmulo local de intensa peregrinação de fiéis a procura de graças. A fama de
sua santidade ganhou força no mundo cristão.
A festa de santo Estevão da Hungria, após a reforma do calendário da Igreja de Roma, passou as ser celebrada no dia 16 de agosto.
Foi pai de Santo Américo (1007-1031), príncipe representado com um lírio na mão. Os dois santos ‒ pai e filho ‒ foram canonizados pelo Papa São Gregório VII em 1083.
O Rei Estevão I organizou o reino em dez Dioceses e trinta e nove Diaconias, correspondentes aos trinta e nove Condados que existiram na Hungria. Santo Estevão Rei faleceu em 1038.
A festa de santo Estevão da Hungria, após a reforma do calendário da Igreja de Roma, passou as ser celebrada no dia 16 de agosto.
Foi pai de Santo Américo (1007-1031), príncipe representado com um lírio na mão. Os dois santos ‒ pai e filho ‒ foram canonizados pelo Papa São Gregório VII em 1083.
[2] Dom Arnaldo Szelecz, 1900 – 1972. Nasceu na cidade de Pér, na Hungria, em 1900. Depois de participar como soldado na Primeira Guerra Mundial, entrou para Arquiabadia de Pannonhalma em 1920, foi ordenado sacerdote em 1928. Nessa casa foi professor da Escola Superior de Magistério de Pannonhalma e no Ginásio dos Oblatos, além de pastor de almas, confessor, pregador e catequista na Hungria. Foi o primeiro beneditino húngaro a chegar ao Brasil como missionário dos imigrantes húngaros, em 23 de março de 1931. Viveu no Mosteiro de São Bento de São Paulo durante 7 anos. Além de percorrer todos os bairros da cidade de São Paulo, fez muitas viagens ao interior para realizar serviços pastorais nas colônias húngaras. Auxiliava na adaptação dos imigrantes e preocupava-se com a vida religiosa e cultural da colônia. Foi editor da Revista de Pannonhalma ( Pannonhalmi Szemle).Em 1939 foi nomeado Vigário-fundador da Paróquia de Santo Estevão Rei, na Vila Anastásio, Lapa, onde permaneceu por 33 anos. Participou da Fundação do Colégio Santo Américo e do Priorado de São Geraldo. No Colégio, lecionou Geografia e História entre 1951 e 1966. Faleceu em São Paulo em 20 de setembro de 1972.
[3] O mosteiro da Ordem Beneditina de Pannonhalma, na Hungria, começou a ser construída em 996 depois da conversão do povo húngaro ao cristianismo. Fica situado na província de Gyor-Moson-Sopron, onde também se encontra o Parque Nacional Ferto-Hanság, com área de 235,88 km² na fronteira da Hungria e Áustria, conectadas pelo 3º maior lago da Europa Central, o Lago de Neusiedl, área de preservação de aves em risco de extinção.
Província de Gyor-Moson-Sopron: VERDE ESCURO - localização do monastério
É a casa-mãe dos monges fundadores do Colégio Santo Américo e Abadia São Geraldo. Martinho de Tours provavelmente nasceu na Szombathely,Panonia, Hungria, em 316, falecendo em Candes-Saint-Martin, na Gália, (França), em 8 de novembro de 397 d.C. Monge e depois bispo de Turonum (Tours) , sendo considerado santo pela Igreja Católica. O Complexo monástico da Pannonhalma recebe seu nome.
[4] Os santos padroeiros da Hungria: Santo Estevão Rei, São Gerardo Sagredo, mártir e tutor do seu filho Santo Américo e São Ástrico, bispo que coroou Estevão.
[5] D. Dom
Emílio Jordán, 1912 – 1999. Nasceu em Budapeste, Hungria, em 12 de novembro de
1912; fez sua profissão solene em Pannonhalma em 1932, tendo se ordenado
sacerdote em 1937. Chegou a São Paulo em 1939, às vésperas da Segunda Guerra
Mundial; dedicou os primeiros anos no Brasil ao trabalho pastoral com a colônia
húngara no interior. Foi superior da comunidade monástica de São Geraldo de
1949 a 1953 e prior conventual de 1953 a 1968. Presidiu o Comitê Húngaro da
Cruz Vermelha Brasileira de 1947 a 1965.Dom Emílio foi visionário e exerceu
papel fundamental na fundação do Colégio Santo Américo em 1951 e do Priorado Conventual
em 1953. Articulou a mudança do Colégio para o Morumbi e fundou o Instituto
Social Morumbi, que atuou na difusão da doutrina social da Igreja, na década de
1970. Publicou livretos e realizou palestras sobre drogas para jovens em um
período que este ainda era um assunto velado. Foi professor de inglês e de
religião no Colégio Santo Américo e seu diretor de 1951 a 1958. Faleceu em 31
de julho de 1999.
[6] D. Olavo Kerényi, 1912 – 1977. Nasceu em Kapuvár, Hungria. Em 1931 entrou para a ordem de São Bento na Arquiabadia de Pannonhalma. Foi ordenado sacerdote em 1937. Lecionou latim e húngaro em ginásios da Ordem de São Bento na Hungria. Durante a guerra serviu o exército como capelão militar. Emigrou para o Brasil em 1947. Trabalhou como redator do Jornal Gazeta Húngara e foi locutor do programa de rádio semanal mantido pelo jornal. Editou o boletim trimestral Pax durante o período em que a Gazeta Húngara não foi publicada. Foi professor de Latim no Colégio Santo Américo. Em seu trabalho de fé, foi mestre de noviços no Mosteiro São Geraldo e capelão da comunidade Católica de Santo Estevão da colônia húngara de 1963 até 1977, ano em que faleceu.
[7] D.
Severino Kögl, 1914 – 1994. Nasceu
em Mosonszentpéter, Hungria, em 1914. Entrou para Arquiabadia de Pannonhalma,
fez seus votos em 1936 e foi ordenado sacerdote em 1940. Na Hungria trabalhou
como professor no Ginásio de Sopron e como cooperador e vigário de Zalaapáti.
Chegou ao Brasil em 1949 onde, inicialmente, participou do serviço pastoral.
Entre 1951 a 1968 foi diretor ecônomo do Mosteiro São Geraldo e do Colégio
Santo Américo. Foi fundador e reitor da Universidade Livre “Colomão o Douto”. Em 1970 foi transferido para Nova
Santa Rosa, Paraná, como superior do recém-fundado Seminário Santo Américo e
primeiro vigário da paróquia. Em Nova Santa Rosa foi professor e diretor do
ginásio local e do Colégio Técnico Comercial, além de membro do Conselho dos
Presbíteros da Diocese de Toledo. Coletou, para que constituíssem um museu,
muitos objetos e documentos representativos da história da colônia húngara no
Brasil e da Abadia São Geraldo. Faleceu em São Paulo em 13 de fevereiro de
1994.
[8] D.
Engelberto Sarlós, 1916 – 1986. Nasceu em Budapeste, Hungria, em 1916. Entrou
para Arquiabadia de Pannonhalma, fez seus votos em 1936 e foi ordenado
sacerdote em 1940. Na Hungria, foi professor de Matemática nos colégios de
Pannonhalma e Sopron; participou como capelão-militar na Segunda Guerra
Mundial, foi prisioneiro de guerra na Rússia entre 1945 e 1947. Em 1949 chegou
ao Brasil e aqui contribuiu nos trabal333hos pastorais junto à colônia húngara.
Foi professor de Matemática no Colégio Santo Américo, vice-reitor entre 1951 e
1958, e reitor entre 1958 e 1974. Também foi professor no curso de Matemática
na Pontifícia Universidade Católica. Faleceu em São Paulo, aos 3 de setembro de
1986.
[9] Dom
Valentim Simon, 1924 – 1958. Nasceu em Köszeg, Hungria, em 1924. Ingressou na
Arquiabadia de Pannonhalma em 1942; fez seus votos em 1944 e foi ordenado
sacerdote em 1948. Chegou ao Brasil em 1951 para auxiliar no trabalho pastoral
da colônia húngara e no recém-criado Colégio Santo Américo, onde lecionou Matemática
e Física. Dom Valentim dedicou-se aos grupos de escotismo do Colégio e dos
imigrantes húngaros; foi chefe dos escoteiros e responsável pelas temporadas de
férias dos alunos do Colégio em Campos do Jordão. Faleceu precocemente, aos 34
anos de idade, despertando na comunidade monástica o desejo por novas vocações.
[11] Dom
Aureliano Hets, OSB 1913 – 1985. Nasceu
em Doer, Hungria; fez sua vestição em 1932, a profissão monástica em 1934 e a
ordenação em 1938. Emigrou para o Brasil em 1939 para auxiliar o trabalho de
Dom Arnaldo com os imigrantes húngaros. Dedicou-se à comunidade húngara no
Brasil, sendo seu capelão; foi coadjutor na Paróquia de Vila Anastácio, na
capital. Realizou muitas visitas aos bairros e povoados de imigrantes no
interior do Estado de São Paulo. Escrevia para o Jornal Gazeta Húngara,
tornando-se editor entre 1948 e 1960. Como professor lecionou História,
Religião e Latim no Colégio Santo Américo e Religião no Grupo Escolar e Ginásio
Estadual de Vila Anastásio. No Mosteiro São Geraldo foi Ecônomo, Subprior,
Professor do Seminário e Mestre de Noviços. Faleceu em São Paulo, em 12 de agosto
de 1985.
[12]
A Câmara Municipal de São
Paulo, pela indicação nº 739/74 requeria nominar de Praça Padre Arnaldo a confluência
das Ruas Bernardo Guimarães, Conselheiro Ribas e Bartolomeu Bueno, localizadas
na Vila Anastácio.
[13] Dom Pedro Paulo Ther, 1931 – 1994. Nasceu em Oervényes, Hungria, aos 29 de junho de 1931. Foi ordenado em 1958 e trabalhou na vida pastoral como cooperador e vigário. Chegou ao Brasil em agosto de 1967; poucos dias depois fez sua profissão simples; a profissão solene deu-se após um ano, em agosto de 1968. Foi professor de Religião do Colégio Santo Américo e cooperador da paróquia de Nova Santa Rosa, no Paraná. A partir de 1975 foi vigário da Paróquia de Vila Anastácio. Faleceu em São Paulo em julho de 1994.
[14] Dom
Aniano Úrdombi, 1927 – 2004. Nasceu
em 12 de março de 1927, em Gyor, Hungria, fez sua profissão monástica em
Pannonhalma no ano de 1948 e a ordenação sacerdotal em 1952. Até 1956 trabalhou
na Hungria como cooperador e depois como operário de uma fábrica. Em 1957 vem
para o Brasil, tendo sido capelão dos húngaros, professor de história e de
religião no Colégio Santo Américo e ativo chefe dos escoteiros. Em 1975 foi
transferido para o Seminário Santo Américo de Nova Santa Rosa, no Paraná, onde
foi professor e prefeito do Seminário. Dedicou-se ao hobby da fotografia, tendo
registrado inúmeros acontecimentos da vida do CSA e Abadia São Geraldo. Faleceu
em 25 de abril de 2004.
[15]
Capelão: Religioso autorizado a prestar assistência e a
realizar cultos em comunidades religiosas, conventos, colégios, universidades,
hospitais, presídios, corporações militares e outras organizações ou
corporações.
[16]
Priorado: O termo deriva do latim prìor,
óris "primeiro de dois" ou "aquele que está
na frente”. O priorado apenas
difere de uma abadia pelo fato de o seu superior se intitular prior, em vez de abade. Os priorados são casas subsidiárias
de uma abadia principal, a cujo abade estavam subordinados. O abade governa um mosteiro. Abade era também o
prelado de uma abadia regular que, sendo elevado à dignidade episcopal,
transformava a sua igreja e mosteiro em catedral e sede do bispado. Abades
territoriais administram uma circunscrição territorial. Em muitas Ordens
existia uma relação piramidal entre uma ABADIA MAIOR, a matriz, palco de uma reforma
monástica ou mesmo origem de uma nova Ordem, e outras a ela submetidas como
priorados, algumas com abades próprios. Como uma abadia secundária podia
tornar-se matriz, reconhece-se o papel fundador da primeira abadia, que passa a
ser reconhecida como a abadia superior. Os monges mais famosos da época eram os
Beneditinos que é uma ordem monástica
religiosa criada por São Bento, que alia trabalho à oração. Foram os grandes guardiões do conhecimento
clássico, fomentando bibliotecas através do
trabalho de copistas na antiguidade.
4 comentários:
Uma história real religiosa, mas principalmente social, onde a maioria não conhece pois não se ensina nas escolas, creio que nem na igreja, quase ninguém sabe, ninguém viu, mas a bondade a dedicação do homem santo ao homem pecador que nesse texto homenageia e revela o que temos de bom na humanidade cristã.
Faltou mencionar que o primeiro chefe do Grupo Escoteiro Santo Américo foi Dom Valentim Simon, falecido muito jovem.
Ernesto Harsi
Este comentário visa corrigir e complementar informações sobre os grupos escoteiros do Colégio.
O nome Szondy György, do grupo escoteiro húngaro que usa as instalações do Colégio, embora tenha como patrono atual a Associação Húngara, é um nome recente, de alguns anos atrás, que resultou da fusão de 4 grupos húngaros que funcionavam em São Paulo de várias comunidades. Dois desses grupos, fundados em 1952 e 1953, ainda no Colégio da Santa Cecília, respectivamente por D. Valentim Simon e D. Veremundo Tóth, eram o grupo masculino Szent Imre (Santo Américo em húngaro) e Dobó Katica, feminino. O nome atual Szondy György era do primeiro grupo escoteiro húngaro de imigrantes pós II guerra, em terras brasileiras, que funcionou por muitos anos no Rio de Janeiro. Quando da fusão desses grupos em S. Paulo, esse grupo já não funcionava e decidiu-se recuperar seu nome pela antiguidade como uma homenagem.
Os chefes desses grupos foram além dos fundadores e alguns leigos, também D. Aniano Urdombi e D. Américo Gácsér. O grupo escoteiro brasileiro integrado ao Colégio, criado por D. Aniano Úrdombi, chamava-se Xavantes.
Observação: A pesquisa desta crônica está pautada na estrutura de São Paulo como o titulo pressupõe “Beneditinos da Hungria, a Vila Anastácio (Lapa) e o Morumbi, em São Paulo”. Aqueles que porventura quiserem enriquecer esta historiografia, foco principal desta publicação, no diálogo entre o passado e presente no tempo e espaço dentro do contexto estejam livres para fazê-lo e ainda acrescentar dados feitos em publicações ou por depoimentos comprovados. Dentro deste conceito há ainda o projeto “A Fotografia Como Concepção Histórica” para proporcionar a crítica da crônica em uma dialética variada.
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