Documento de Identidade: Do Império a República a Falta de Identificação
Temos esse mesmo problema, com os Fatorellis, simplesmente esse documento "passaporte" sumiu.
Entramos
em contato com governo e comunas italianas e procuramos junto as autoridades
brasileiras de buscas e nada existe.
Uma vez em uma festa havia um senhor quase centenário,
muito lúcido que nos deu uma informação que jamais havia pensado no fato:
Ele nos disse que os fazendeiros prendiam os passaportes
por dívida de consumo nas fazendas! Fiquei pensando nisso e não há nada de
historiadores que entram nesse tema, mas tinha sentido o que esse senhor tinha
dito!
Meu bisavô chegou em 1891, sendo transportado com a
família toda, pois o “maquinário eram os braços segurando o cabo da enxada”,
para as fazendas de São Carlos, que na época estava como uma região da Comarca
de Campinas.
Eles vieram da região de Vêneto e eram pobres, e a sobrevivência
vinha das terras arrendadas de pessoas abastadas na Itália. Quando vieram para o
Brasil “com a roupa do corpo” o Brasil estava nas mãos dos coronéis do poder, e
nessa data era recente a liberdade de africanos e esses controladores da
produção do café tinham medo de os imigrantes abandonarem as terras. Como os
imigrantes precisavam alimentarem-se havia uma “caderneta de consumo” que registrava as
despesas de cada família e os deixavam
presos aos fazendeiros como garantia para que sua mão de obra (que era
considerada posse) não fosse embora “retinham os passaportes” dos imigrantes.
Quando os imigrantes se viram “escravizados” se revoltaram e muitos saíram das
fazendas a pé mesmo e rumaram para a cidade de São Paulo a procura de outras
fontes de sobrevivência e abandonaram os passaportes nas mãos dos fazendeiros,
que por certo destruíram esses documentos.
Isso é um fato que parece estranho, mas o Brasil teve seu primeiro censo em 1872
e quase ninguém tinha um documento oficial e isso demorou muito para resolverem
as identificações tendo apenas registros de nome e local de moradia! Com o
tempo o imigrante de tempos em tempos tinha que se apresentar em uma junta
policial que os registravam seu endereço, que geralmente mudava com frequência.
Em 1º de agosto de 1872, as paróquias do
Império mandaram aos “fogos” (casas) formulários de papel que deveriam ser
preenchidos pelos chefes de família, de maioria analfabeta que eram
alfabetizados funcionais com somente “desenhos do nome”, e depois devolvidos às
repartições. O Censo de 1872 acusou precisamente, 9.930.478 “almas”.
Somente em 1938, do governo de Getúlio
Vargas instituiu o Registro Nacional de Estrangeiros (RNE) mediante o Decreto Nº 3.010, de 20 de
agosto de 1938 obrigava todos que não
tivessem nacionalidade brasileiro a se registrarem nos órgãos federais. Quem
tinha mais de 60 anos estava isento dessa obrigatoriedade.
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