O engenheiro Luís Romero Sanson implantou o autódromo como chamariz para a venda dos lotes residenciais, querendo aproveitar o potencial turístico formado pela “praia do interior paulistano” no início dos anos 40, com areia vinda de Santos para ser colocada na orla da Represa de Guarapiranga.
“Conforme tem sido amplamente noticiado, serão disputadas hoje tres provas, uma destinada a carros de typo de turismo, denominada Prova de Turismo Interlagos e que será iniciada às 13 horas. Outra para motocycletas, o 1º Grande Prêmio Motocyclistico "São Paulo", destinado à qualquer categoria de machinas e, finalmente, o Grande Prêmio Automobilistico "São Paulo", para carros de corrida e adaptados”. (ortografia da época)
Haveria um prêmio em disputa de 200 contos de réis com prova patrocinada pelo Automóvel Club de São Paulo e dirigida pelo Automóvel Club do Brasil. A falta de infraestrutura local e locomoção para ida e volta ao evento não existia, pois o único transporte coletivo eram os bondes que chegavam somente até a Capela do Socorro, e o local do Balneário nesta época era ermo, embora a ideia de Sanson era completar a autoestrada, para facilitar o acesso, ao menos, a quem possuísse automóvel. Os jornais do dia 28 anunciaram: “não houve corrida e nem inauguração, por causa do mau tempo”.
Para facilitar o acesso ao loteamento, à praia, ao autódromo e, ainda, estimular a ocupação da região, construiu-se também a Avenida Interlagos e a ponte sobre o rio Jurubatuba.
O Barão Wilson Fittipaldi, grande nome do automobilismo brasileiro, disse:
"Naquele final dos anos trinta, ir a Interlagos era uma novela. Pagava-se pedágio de mil e poucos réis para passar sobre uma ponte limítrofe a pista, porque a estrada de acesso ao autódromo cortava um loteamento pertencente à companhia Auto-Estradas, construtora do circuito”.
O Autódromo de Interlagos finalmente abriu oficialmente seus “portões” no dia 12 de maio de 1940, com uma plateia encostada em alambrado de madeira, assistindo o evento que possuía como atrativo o custo baixo para ingresso de arquibancada.
Aproximadamente 15 mil pessoas assistiram ao Grande Prêmio São Paulo, cujo vencedor foi o piloto Arthur Nascimento Júnior, percorrendo 25 voltas da prova em 1 hora, 46 minutos e 44 segundos. Ele pilotava uma Alfa Romeo 3.500 cc. O segundo colocado foi Francisco Landi (Chico Landi), com um Maserati 3.000 cc; Geraldo Avelar, com outra Alfa Romeo, chegou em terceiro.
Crônica e imagens pessoais e/ou de terceiros em pesquisa de créditos, parte do projeto “A FOTOGRAFIA COMO CONCEPÇÃO HISTÓRICA”
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