UMA LÍNGUA NOVA DIANTE DO
COLONIZADOR EUROPEU
Foi oficiosamente registrada como
"São Paulo dos Campos de Piratininga", local de "secar
peixes" e que se tornaria a maior cidade da América do Sul. Se já era
conhecida como Piratininga a aldeia de Tibiriçá, o "vigilante da
terra" o morubixaba. Este "cacique" faz parte da historiografia
com sua taba, a aldeia formada no local alto vendo-se todas as terras das águas
ao redor das ocas a denominação Piratininga prevalece sobre o registro europeu
que originou pelo Pátio do Colégio, mera tapera, casa de pau a pique, onde se
pretendia instituir uma escola catequética de interesses da dominação européia.
O Ibirapuera faz parte de outra localidade do irmão de Tibiriçá, Caiubi, de caá (mato) e obi, ou as "folhas azuis" chefe dos nativos guaianás, que na partilha da "reforma agrária indígena", Piratininga foi dividida pelo morro da atual Avenida Paulista descendo até Santo Amaro, migrando este cacique na procura de região nas proximidades de outras nascentes d'água.
O Ibirapuera faz parte de outra localidade do irmão de Tibiriçá, Caiubi, de caá (mato) e obi, ou as "folhas azuis" chefe dos nativos guaianás, que na partilha da "reforma agrária indígena", Piratininga foi dividida pelo morro da atual Avenida Paulista descendo até Santo Amaro, migrando este cacique na procura de região nas proximidades de outras nascentes d'água.
Diz-se que "El Rey",
querendo dominar e denominar seus redutos na confluência ao sul do Tratado
entre Portugal e Espanha, achou-se por bem encomendar um "agrimensor
territorial" que além de delimitar a posse pela ocupação faria a toponímia, a lista de nomes específicos de pontos geográficos e que
seriam determinados por vários relevos, como montanhas, rios.
Assim partiu a nau de Portugal
rumo as "Terras sem Mal" trazendo o referido agrimensor, para o local
mais próximo da divisa sul e apontou no litoral onde antes havia estado Martim
Afonso de Souza, com sua Expedição Exploradora, condição esta seguida por
muitos no mesmo feitio ao longo do tempo. Foi designado para o acompanhamento
de tão honrado demarcador territorial os mais proeminentes guias do grupo de
língua tupi, nativos denominados "negros da terra" pelos
exploradores, uma língua geral que mesclada originou o dialeto caipira dos
caboclos, "gente do mato", e o dialeto paulistano uma mistura de sotaques
característicos com o advento das imigrações.
A expedição penetrava nas terras e montava acampamento, subindo vagarosamente por Paranapiacaba, onde o "mar estava a vista" do lado de Cubatão, a "terra montanhosa", a Serra do Mar. Deste modo penetrava-se na "Boca do Sertão" por Embu Guaçu, local de "cobra grande" por um caminho que os nativos conheciam com Cupecê, o local da "fronte da borda da mata" onde o "honrado emissário" de Portugal, voltado a certo luxo e um pouco de preguiça, não negava o ócio.
A expedição penetrava nas terras e montava acampamento, subindo vagarosamente por Paranapiacaba, onde o "mar estava a vista" do lado de Cubatão, a "terra montanhosa", a Serra do Mar. Deste modo penetrava-se na "Boca do Sertão" por Embu Guaçu, local de "cobra grande" por um caminho que os nativos conheciam com Cupecê, o local da "fronte da borda da mata" onde o "honrado emissário" de Portugal, voltado a certo luxo e um pouco de preguiça, não negava o ócio.
Começou a nomear o local,
escrevendo conforme diziam os autóctones que conheciam cada espaço geográfico.
Assim seguiu a marcha, parando em Grajaú, local dos "macacos pretos",
foi mais adiante, parando no rio Guarapiranga, para matar a sede na "garça
vermelha" dando de frente com o rio Jeribatiba, "local de muitas
jerivás", palmeiras pendentes indo cortar caminho pelo M' Boi Mirim, local
infestado de "cobras pequenas". Seguia a comitiva na trilha que
levava a enxergar de longe o Morumbi, uma "colina com muito verde"
subindo em direção a um caminho de Moema, um local "doce", um
verdadeiro Oasis, seguindo depois em direção a Ibirapuera, ybyrá-pûer-a, tronco
seco, árvore morta, típica de charco, indo depois para Iguatemi o "rio
verde e escuro" até atingir o Itaim "a pedra pequena" para um
descanso merecido. Depois seguia por terra firme pelo Butantã, "lugar de
"terra dura" e firme em direção ao planalto cortado pelas águas onde
da aldeia via-se o vale do Anhangabaú, onde corria o "rio do mau espírito",
que os dogmáticos mudaram para "diabo".
Descendo um pouco mais,
atingia-se o Anhembi, local de "ervas de flores amarelas" seguindo o
curso para o Tamanduateí, de águas correntes fortes, por ser um "rio de
muitas voltas", referência as sete voltas na várzea até atingir o Porto
Geral, hoje "cruza-se a pé enxuto" a Rua 25 de Março. Talvez fosse
habitado por tamanduás, mas para isso seriam necessárias escavações
arqueológicas para confirmação contemporânea. Seguia um seu importante
afluente, o Ipiranga, o rio Vermelho, conhecido pela independência, porém nem
tanto independente assim. O Tamanduateí descia sinuosamente até encontrar com o
Tietê, "o rio verdadeiro", o da integração do território usado para
entradas ao interior. Passava-se pelo Carandiru, o "bosque dos carandás",
espécie de palmeira de tronco forte, que embelezava a região.
Dizem as más línguas e as boas
também, que o primeiro lugar do interior do Brasil em se encontrar o
"Eldorado" foi no Pico Jaraguá, o "senhor do Vale", local
onde luziu o primeiro veio de ouro, e quem possuía o nome de "senhor"
era a montanha e não seu "dono de posse", Afonso Sardinha. Isso tudo
se perdia ao longe noutra serra, a da Mantiqueira, "lugar onde chove
muito", mas isso debandava mais para a "Boca do Sertão".
Há muitos outros belos exemplares de nomes que pertencem a este universo linguístico das nações indígenas, que na atualidade dizem somar mais de 200 outras línguas que não o português, com território, costumes dos mais variados, com danças, comidas, rituais e, deste modo são realmente nações, mas o medo da balcanização em Pindorama, a "Terra das Palmeiras", não se admite outra nação que não seja o Brasil.
Há muitos outros belos exemplares de nomes que pertencem a este universo linguístico das nações indígenas, que na atualidade dizem somar mais de 200 outras línguas que não o português, com território, costumes dos mais variados, com danças, comidas, rituais e, deste modo são realmente nações, mas o medo da balcanização em Pindorama, a "Terra das Palmeiras", não se admite outra nação que não seja o Brasil.
O emissário do rei voltou, mais
tarde, para a Metrópole, com os méritos do reino, galgou talvez outros postos
pelos préstimos à Coroa e deve ter lotado a "burra" de maravedis, a
moeda e ouro da Península Ibérica, a riqueza que lhe deu vida de marajá em
algum outro reino das riquezas das Índias Orientais.
São Paulo de Piratininga, das
Índias Ocidentais, ganhou a riqueza dos nomes que já existiam, anteriores ao
"Achamento do Brasil" e ligava o Atlântico ao Pacifico pelo Peaberu
"caminho (inca) do gramado amassado" que unia o Império em Cuzco, no
Peru, a Capitania de São Vicente, ligação de um Mercosul antigo. Há muito “nhen-nhen-nhen”
constante para "ficar falando sem parar", sobre este imenso
vocabulário que ficou como legado indígena, um presente para São Paulo e que
falamos constantemente no dia a dia, sem pretensão de um glossário, pois há
tantas análises de especialistas competentes, sendo apenas uma maneira de
"enxergar" a cidade de São Paulo de tantos matizes.
Referência:
Navarro, Eduardo de Almeida.
Método Moderno de Tupi Antigo. Rio de Janeiro:
Editora Vozes, 1998
Editora Vozes, 1998
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