Um Faz de Conta: HISTÓRIA DA
CAROCHINHA
"Dia
Mundial do Meio Ambiente": 5 de Junho, o que temos para comemorar?
Não vamos ater-nos sobre
processos técnicos, nem pretendemos estar sendo pretensiosos em entendimentos
que cabem as várias áreas de engenharia especializada, de onde devem sair sugestões
e soluções para este grande imbróglio que deve ser resolvido sem paliativos ou
engavetar por anos a fio para que as demandas sejam empurradas por governos infindáveis
no tempo.
Estamos diante de uma situação de
crime ambiental, e todo crime pressupõe-se haver uma intenção em receber o
benefício do mal que se pratica por parte do infrator que dele se beneficia.
O que acontece ao redor da Represa
de Guarapiranga não é de conhecimento da maioria da população paulistana que usufrui
da água no abastecimento da cidade, que sustenta 1/3 de toda água “potável” consumida.
Os responsáveis desta estrutura implantada
ao redor da represa mantêm nesta orla tubulação de “captação de esgoto” que deveria ser bombeada por determinada potência(força
de deslocamento) suficiente para levar o esgoto total empurrando (recalque)
essa “massa” por encanamentos através da geografia da cidade de São Paulo até
uma “estação de tratamento” (Barueri).
Parece tudo perfeito dentro dos
prognósticos, onde tudo funciona normalmente no projeto idealizado, ou seja,
todos que habitam no entorno da Represa de Guarapiranga coletam seus esgotos numa
rede e pagam o mesmo valor pelo consumo de água potável.
A orla local foi sendo habitada
por pessoas em busca de alternativas habitacionais, idealizada sem um controle
planejado, criaram bairros que incharam ao redor da Represa de Guarapiranga e
deste modo foram sendo feitas as pressas às condições básicas para
abastecimento água, energia elétrica, transporte, enfim o mínimo necessário. O “inchaço
habitacional” foi inevitável e todos de certa maneira pela falta de esgoto, no
início do loteamento, resolveram o problema fazendo "fossas sépticas", onde se
recolhia toda a “sujeira” produzida.
A empresa de saneamento básico há
algum tempo ofereceu um “novo modelo” para a população crescente fazendo a
coleta em captação de esgoto na Estrada da Baronesa e M’Boi Mirim, onde uma
tubulação deveria possuir bombas de recalque que estariam em produção plena das
necessidades locais e que deveria manter a Represa de Guarapiranga livre do
esgoto doméstico, comércio ou pequenas fábricas, produzido no dia a dia.
Tudo parecia perfeito: o esgoto viria
das residências e cairia por gravidade, sendo coletadas nestes ramais numa
grande tubulação primária, onde bombas potentes enviariam toda captação para um
grande reservatório onde deveria ter o tratamento adequado. Isto tudo
demandaria equipe treinada para manutenções preventivas, (prevenir antes de
quebrar ou parar para limpeza) e às vezes por algum acidente de desgaste de máquinas,
seria feita manutenção corretiva, para sanar danos de mecanismo, e, neste caso,
fechar-se-ia o registro da passagem da bomba danificada, desviando por algum
tempo o esgoto por outra passagem (by-pass) esporadicamente até o completo
ajuste das condições normais da linha primária, onde “corre” todo o esgoto
produzido pela população.
Isto seria a normalidade que
deveria acontecer num procedimento com serenidade e seriedade. Não deveria
haver “ladrão” de descarga (tubulação de esgoto que sai do ramal principal
direto para a represa) voltando às bocas de descarga de esgoto diretamente voltada
para as águas límpidas da Represa de Guarapiranga! Como as vantagens são muitas
para a empresa detentora deste monopólio, aliviando rapidamente o esgoto para
as margens da represa, optou pela prática comum e assim se “esgota” o “esgoto” rapidamente
pela Represa de Guarapiranga todo o fedor em volta da própria captação de
sujeira.
As águas, na atualidade, possuem
odor desagradável, além de ter uma cobertura de algas com a nítida condição de
pouco ou nenhum oxigênio e turvas de cor acinzentada, que, de tão poluídas, perderam
seu movimento natural.
Por que isso?
Não há manutenção preventiva e
nem corretiva ao longo da linha de captação implantada e para resolver o
problema os “técnicos” da concessionária usam as saídas de emergência do esgoto
(ladrões) e lançam toda porcaria inimaginável no reservatório de “água potável”
da Represa de Guarapiranga que abastece São Paulo, ou seja, a mesma água que
capta o esgoto tem como segunda função abastecer com água “potável” a cidade!
Percorrendo uma fração da linha, notou-se
que onde deveria haver bombeamentos normais, não há nenhum bombeamento, tudo
parado, nada de manutenção, nada de trabalho em benefício ao meio ambiente e ao
cidadão que usa a demanda de água.
O que fazer?
Talvez faltem investimentos externos, mas com dinheiro alheio, fazemos pirâmides
no deserto! Produzamos as soluções para as nossas próprias necessidades e
problemas criados por nós mesmos. Deve-se separar as águas pluviais e de
esgoto, além de suprimir o descarte do esgoto nas águas da Represa de
Guarapiranga!
As soluções são imediatas sem
muita lenga-lenga “parlativa”.
Com a palavra as autoridades
competentes!
Vide:
4 comentários:
Carlos, retratou bem e com desenho o que vem acontecendo na represa de Guarapiranga, mais precisamente na Região de M'Boi Mirim bairro Parque do Lago, onde se comprovado o dreno "ladrão", direcionado para a represa ou algum rio próximo e que parece real pois a represa está toda poluída, isso se configura um crime contra o ambiente, dando a entender que o governo diz, faça o que eu mando e não o que faço.
Ficam as perguntas:
O sistema te bombas tem by pass para manutenção?
O povo poderia ver o projeto desse sistema?
Porque continua as algas na represa?
Porque o sistema de bombeamento continua desligado.
O revoltante é que esta situação é antiga. Somos testemunhas destes desmandos técnicos prejucial a saude do consumidor e moradores ribeirinhos.Tambem lesivo aos que pagam o serviço de esgoto e não o recebe, caracterizando crime ambiental. Cansados de alertar a SABESP não restou alternativa senão procurar a via judicial. Foi a única forma de fazer a parte técnica sair do ar condicionado e ver o que realmente ocorre no campo. Estamos aguardando solução e o devido ressarcimento pela má gestão e absurdos técnicos ocorridos.
Há a necessidade de ser fazer um grande trabalho de preservação dos rios Embu Mirim (m'boi Mirim), e Embu Gauçu, pois são os principais afluentes,abastecedores da represa. Se limpos abastecem a represa com água, caso contrário só abastecem com esgotos. É necessário urgente se fazer um trabalho de preservação do rio Embru Mirim nos municípios de Embu das Artes e Itapeciraca da Serra.
Excelente matéria, que mostra a todos o que se interessem por sua saúde, a gravidade de um problema onde ainda há solução.
Oxalá não chegue ao ponto da represa Billings.
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