*Euterpa: Musa da
Música, filha de Mnemósine e Zeus
A "Corporação Musical Santamarense" foi fundada em 3 de junho de 1916 e sempre esteve presente nos
Campeonatos Paulista de Música que eram promovidos pela Federação Paulista de
Bandas que constantemente apresentavam eventos em muitas cidades do interior.
Era um regozijo enorme estar presente em todas essas apresentações, onde a
delegação sempre ensaiava “acordes” em sua sede, situada a Rua Isabel Schmidt,
número 221, (consta ainda uma sede na mesma rua e no numero 11) tendo a frente
da regência de Amaro Alves Alvim, que além da função tão honrosa em dirigir tão
conceituada corporação era funcionário dos Correios paulista.
As tradições musicais
de Santo Amaro aconteciam na Praça Floriano Peixoto, palco de gala das grandes
apresentações ao povo santamarense que se deleitava apreciando a boa música da Banda
de Norvalino de Araújo, e que mais tarde passaria a ter o privilegio da
organização o seu filho Noel Araújo.
HOJE: AONDE ESTÁ A LIRA?
O Coreto nasceu
posteriormente À Corporação Musical de Santo Amaro, sendo o mesmo datado de
1928, por obra do prefeito municipal à época o então Isaías Branco de Araújo. Antes
de serem instituídas as denominações das praças em São Paulo, era costume
intitular os jardins públicos de parque ou largo, no sentido dimensional de
espaço com grande largura, termo este passado assim ao Coreto do “Largo
Municipal de Santo Amaro” localizado nas cercanias do Paço Municipal que
abrigava a administração pública e a cadeia, comum a todas as cidades (vilas) no
conceito da época, ser construído no mesmo espaço físico a prefeitura e a cadeia.
HOJE: AONDE ESTÁ A BANDA DO CORETO?
Após a Proclamação da Republica
muitos logradouros de Brasil receberam o nome em homenagem ao “Marechal de Ferro”,
Floriano Peixoto, segundo presidente
republicano do Brasil, entre os anos de 1891 a 1894. O Largo Municipal de Santo
Amaro tornou-se a Praça Floriano Peixoto em sessão pública ordinária da Câmara
Municipal presidida pelo Tte. Cel. Carlos da Silva Araújo, no seguinte teor:
“Indico
que a Câmara Municipal rendendo preito e homenagem ao ínclito Marechal Floriano
Peixoto, salvador da República Brasileira mude para Praça Floriano Peixoto o
nome de Largo Municipal”. Largo Municipal, 7 de maio de 1894- Carlos Araújo-
Posto em discussão foi aprovado.
No século 19 a “Banda 16
de Julho” se apresentava com um número significativo de elementos, da foto
acima de 1895, no Largo Treze de Maio, na primeira linha da
direita para a esquerda:
Antonio Augusto Borba (Antonio
Rato) Rufeiro.
Adolpho José Forster, primeiro
Trombone
José Rodrigues, Flautim.
Pedro Pinheiro Guarany,
Bombardino.
João Cancio de Borba, primeiro
Pistão.
Paulo Silva (Romeu),
segundo Pistão.
Antenor Rodrigues,
segundo Sax.
José Fraga Forster,
primeiro Sax.
João Paulo Souza Forster,
primeiro Trombone Harmonia.
Desconhecido, segundo Trombone
Harmonia.
Pedro Guilger Filho, segundo
Trombone Harmonia.
Samuel Rodrigues
Machado, primeiro Trombone Canto.
Armando Pinheiro
Forster, segundo Baixo.
Na
segunda linha da direita para a esquerda se apresentam:
Desconhecido, segundo Rufeiro.
João Izidoro de Souza
(João Adique), segundo Sax.
Mario Guerra Rodrigues,
primeiro Clarinete.
Joaquim Adolpho Araújo
(Simpático) segundo Clarinete.
Carlos Gaspar, primeiro
Clarinete.
Estevam Machado de
Borba, Prateleiro
Antonio Forster,
Bumbeiro.
Lucio da Silva, segundo
Clarinete.
Jordão Bernardino de
Senne, Maestro.
Antonio Soares de Souza
Forster, Porta Estandarte.
Na
terceira linha da direita para a esquerda se apresentam (ao fundo):
Eugênio Montanaro, Assistente.
Antonio Teixeira, Chefe
de Estação
Arthur Franco Martins,
Diretor Social.
Valentim Censon,
Piepiro
Há outras pessoas sem
identificação a frente da composição do máquina a vapor Krauss, composição ferroviária
que ligava Santo Amaro à Liberdade, próximo as ruas Pedroso e São Joaquim na atualidade.
CORPORAÇÃO MUSICAL APRESENTANDO-SE EM PIRAPORA DO BOM JESUS/SP
A esses valorosos músicos
que elevaram o nome de Santo Amaro aonde se apresentavam, denotamos a mais
sincera reverência!
*A "Lira Euterpa" foi a primeira Corporação Musical de Santo Amaro, São Paulo, fundada em 1865 por abnegados apreciadores de música que tinham à frente incentivadores como José Tomás da Silva, Antônio Forster, Pedro da Glória, embasada pelo maestro Miguel Arcanjo.
Aceita-se crítica da crônica e complementos em nome da historiografia santamarense!
Aceita-se crítica da crônica e complementos em nome da historiografia santamarense!
Referências:
“Almanack Commemorativo”
do 1º Centenário do Município de Santo Amaro. Organizado e publicado por Juvêncio
Guerra e Jurandyr Guerra. São Paulo: Estab. Graphico Rossolillo,10-7-1932 (Escorço
histórico p.152)
Ata da Câmara de Santo Amaro de 7 de maio de 1894
Depoimento de Lourenço Miranda Borba
Revista Interlagos, Março de 1951
2 comentários:
Carlos, mais um artigo histórico que voce trás à tona para a comunidade santamarense, agora de uma banda musical que fez história nessa região e que se encontra esquecida e que merecia um apoio da prefeitura para apresentações mensais na praça do coreto, pois queira ou não Santo Amaro ainda tem seu jeito caipira de município,há necessidade de trazer de volta o velho santamarense para as praças, reviver um passado não tão distante e que precisamos reviver, assim como temos as romarias, esse apoio as bandas voltaria a ocupar o seu espaço em Santo Amaro.
Me encantei com a crônica.Endosso as palavras de nosso amigo Estanislau.No que puder contribui para isso, o farei com prazer. Parabéns pelo seu empenho, trato e delicadeza conferida na crônica.
Enviar um comentário