NEM TUDO É PROGRESSO!
Á época era o subprefeito em exercício, em Santo Amaro, o engenheiro Silvio Cariani que era assessorado por Joviano Dias Pinto, que fiscalizou o empreendimento projetado e idealizado pelo engenheiro José Victor Oliva. (há homônimo de empresário do ramo da comunicação e haras)
Em matéria do jornal Gazeta de Santo Amaro, de 05 de janeiro de 1961, no seu número 37, era estampada o titulo: “OBRA ARROJADA NO LARGO 13 DE MAIO”, onde no subtítulo “ABRIGO DE BONDES” descrevia:
“A localização do abrigo de bondes foi determinada para o centro do Largo 13 de Maio, por ser este seu ponto, e, ao mesmo tempo, para deixar livres duas vias de trânsito. O projeto deste abrigo é dos mais arrojados e não tem notícia de que, ao menos no Brasil, tenha sido construído outro nos mesmos moldes. As colunas centrais, em forma de Y, servirão de sustentação às duas lajes que abrigarão os passageiros e, ao mesmo tempo, tornarão desnecessárias colunas laterais. Os bondes passarão ao lado das colunas centrais. Como se vê, a fisionomia de nossa praça principal será radicalmente modificada.”
“O abrigo de ônibus, que esta quase concluído, foi localizado junto À Igreja Matriz, por ser este o outro ponto morto do largo. O estacionamento de veículos para o recebimento de passageiros, não prejudicará o livre tráfego naquele local. As obras do Largo 13 de Maio estarão prontas até março. Assim a Sub-Prefeitura oferece uma útil contribuição às comemorações do IV Centenário de Santo Amaro”.
Em 24 de maio de 1961, foi
inaugurado no canteiro central do Largo 13 de Maio, em Santo Amaro, um abrigo
para paradas de transporte coletivo. A cidade como um todo estava se
transformando, afinal estávamos em uma época expansionista do mercado
automobilístico, havia interesse de modernidade dos grandes centros urbanos,
abolindo os bondes pelos ônibus automotores movidos a combustível líquido. Vínhamos
de um governo com ideais de modernidade idealizando o slogan “50 anos em 5”, de
JK, misturado à turbulência dos quartéis
atentos as atitudes governistas, preparando o modelo que ainda se reflete com
atitudes repressivas do Estado atual. O momento parecia delicado, mas Santo
Amaro estava também remodelando sua mais importante referência: O Largo 13 de Maio.
Á época era o subprefeito em exercício, em Santo Amaro, o engenheiro Silvio Cariani que era assessorado por Joviano Dias Pinto, que fiscalizou o empreendimento projetado e idealizado pelo engenheiro José Victor Oliva. (há homônimo de empresário do ramo da comunicação e haras)
Em matéria do jornal Gazeta de Santo Amaro, de 05 de janeiro de 1961, no seu número 37, era estampada o titulo: “OBRA ARROJADA NO LARGO 13 DE MAIO”, onde no subtítulo “ABRIGO DE BONDES” descrevia:
“A localização do abrigo de bondes foi determinada para o centro do Largo 13 de Maio, por ser este seu ponto, e, ao mesmo tempo, para deixar livres duas vias de trânsito. O projeto deste abrigo é dos mais arrojados e não tem notícia de que, ao menos no Brasil, tenha sido construído outro nos mesmos moldes. As colunas centrais, em forma de Y, servirão de sustentação às duas lajes que abrigarão os passageiros e, ao mesmo tempo, tornarão desnecessárias colunas laterais. Os bondes passarão ao lado das colunas centrais. Como se vê, a fisionomia de nossa praça principal será radicalmente modificada.”
Na mesma matéria
dava-se ênfase também na implantação dos coletivos urbanos com o subtítulo:
“ABRIGO DE ÔNIBUS”, descrevia:
“O abrigo de ônibus, que esta quase concluído, foi localizado junto À Igreja Matriz, por ser este o outro ponto morto do largo. O estacionamento de veículos para o recebimento de passageiros, não prejudicará o livre tráfego naquele local. As obras do Largo 13 de Maio estarão prontas até março. Assim a Sub-Prefeitura oferece uma útil contribuição às comemorações do IV Centenário de Santo Amaro”.
Todo este arrojo
parecia que não resolvia a locomoção, havia um obstáculo no centro de Santo
Amaro, que obstruía o livre trânsito, congestionava o local mais ainda. Remanejaram
os taxis, os trilhos das linhas dos bondes permaneciam as mesmas, onde saindo
do Largo São Sebastião (atualmente Bonneville) tinha seu maior fluxo de
passageiros na parada oposta ao novo empreendimento “arrojado em forma de Y” e
todos começaram a desviar do local exceto os coletivos obrigados a confluírem
para a parte central do Largo 13 de Maio.
Nesta
época foi lançado o filme “O Belo Antonio” [1]
com o artista italiano Marcelo Mastroianni que interpretava um homem esbelto
chamado Antonio. Mesmo amado por todas as mulheres, casado com Bárbara, (Claudia
Cardinale) jovem rica, seduzida pelos seus dotes fisionômicos, mas que “não
funcionava” nas suas funções orgânicas. Na década de 1960, virou moda
chamarem o que era grande, imponente, bonito, de Belo Antonio, porque apesar de
todos os adjetivos positivos, não funcionava para a finalidade a que foi
determinado. O
Simca Chambord, carro lançado em 1958, no Brasil, recebeu a alcunha de Belo
Antônio, por ser bonito, mas que não funcionava a contento. Não demorou muito
para um novo batismo acontecer, fazendo parte do folclore santamarense, pela
sapiência do povo; incluiu-se na lista das coisas sem função mais um Belo
Antonio: a parada central de coletivos do Largo 13 de Maio, em Santo Amaro.
Durou pouco, demoliram sem muita pompa política e sem dizer adeus. Agora embargaram a obra do metrô linha cinco Lilás, de Santo Amaro à Chácara Klabin. Aguardemos os fatos, cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém e gato escaldado tem medo d’água fria, por causa de um superfaturamento, esperamos não receber um “novo” Belo Antonio.
Durou pouco, demoliram sem muita pompa política e sem dizer adeus. Agora embargaram a obra do metrô linha cinco Lilás, de Santo Amaro à Chácara Klabin. Aguardemos os fatos, cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém e gato escaldado tem medo d’água fria, por causa de um superfaturamento, esperamos não receber um “novo” Belo Antonio.
[1]
O Belo Antônio (Il
Bell'Antonio). Produção italo-francesa de 1960. Direção de Mauro Bolognini,
adaptado ao cinema do romance de mesmo nome de Vitaliano Brancati.
1 comentário:
Muito legal, Carlos, você ter um Blog para contar sobre Santo Amaro.
Dei aulas, por vários anos, no Alberto Conte e transitei um pouco por vários lugares do bairro.
Abração, Ivette
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