Como se constituíram as relações por um período longo de expansão territorial do Brasil Colônia administrada por Ordenações Filipinas e Concílio de Trento que predominaram a influência dominadora de homens avessos aos bons costumes de integração e que foram ao seu modo, iletrados e grotescos, responsáveis pelo vasto território que se tornou a maior Colônia do império português.
Muito já se questionou sobre esta expansão, mas houve algum suporte econômico por parte da Coroa Portuguesa ou foi simplesmente oferta de terras que a cobiça de então prevaleceu para que houvesse o triunfo do aço que os nativos não conheciam e os tiros dos bacamartes que exterminavam a distância. Como foi esta penetração pelo território antes por direito ofertado na partilha pelo Tratado de Tordesilhas**** aos espanhóis?
Podemos criar estas e tantas outras conjecturas de formação de uma estrutura de posse através da força das armas e do medo do poder opressor. Por que os naturais, muito mais numerosos se deixaram dominar? Estavam dispersos em um enorme território e não tinham a homogeneidade suficiente para evitar seu aprisionamento e não eram homogêneos?
Os ritmos dos dominados e dominantes possuíam diferentes necessidades, onde a concentração de uma massa era bem maior na Eurásia do que no continente do Novo Mundo. Havia a “inferioridade de raça” do eurocentrismo, que foi posta como base de domínio centralizador. Esse ponto não condiz com os fatos e determinante foi o avanço das tecnologias que foi alcançada por um e por outro em revoluções no continente europeu em ebulição de guerras constantes que os obrigaram a se defenderem entre si, que os adestrou para o bélico e resultando na expansão marítima que resultou a expedição do “Achamento da América”?
Além disso, havia a formação política e administrativa que fortalecia as instituições de poder e foi determinante para submeter os americanos aos seus interesses, que prevaleceu como abastecimento dos interesses obrigando a idealizarem “guerras justas”, como se existisse alguma nestas condições, para escravizar os nativos, para uma submissão constante dos povos destas áreas submetidas aos encargos de necessidades dos invasores.
Vejamos uma situação aplicada em um instante determinado e sua influência nas estruturas da constituição das necessidades básicas de habilidades e necessidades dos que constituíram a formação da população que se denominou por raça e etnia e que se confundindo ambas.
A ESTRUTURA DE SUBSISTÊNCIA
Antes de vir para a Colônia o gado de formação da pecuária os que penetravam nos territórios não eram homens sobrenaturais que construíram como mito e começou pelo sul pela influência das necessidades de observar depois de mais de 30 anos através da expedição exploradora de reconhecimento comandada por Martim Afonso de Souza que invadiu áreas de influência de Espanha para buscar informações de onde saia prata pelo estuário em larga escala. Através deste caminho do “argentum” do Cerro de Patosi fez com que os espanhóis esquecessem das terras a leste de seus domínios demarcadas até próximas a linha do Tratado como também ibéricos portugueses, terras estas onde “nada” de prata existia e ainda pouco se extraia.
A primeira exploração na nova colônia portuguesa de interesse comercial foi o pau-brasil, cientificamente aesalpinia achinata, que servia para tingimento, um símbolo de nobreza apreciado desde os tempos do império romanos e Holanda tornou-se o maior centro de distribuição através do porto de Amsterdã, que despertou o interesse de “bucaneiros” de outras nações, financiados por outros reinóis.
Depois de 30 anos de abandono administrativo, pois Portugal tinha o maior interesse voltado para a região das Índias, houve por bem formar a expedição exploradora par reconhecimento do sul do Brasil, pois o maior interesse era voltado para a região da Prata, de onde saiam as riquezas de Espanha, a expedição antes de tudo vinha espionar e a primeira cidade fundada de São Vicente, foi antes de tudo, base militar, como o foi também Cananéia, que recebeu em 1502 a expedição de Gaspar de Lemos e Américo Vespúcio, terra de tupiniquins, o litoral de São Paulo, província ainda não existente à época.
Constituição dos primeiros brasileiros
O termo “eiro” denota algo depreciativo, e foi deste jeito que enxergavam a nobreza da Coroa, uma população heterogênea que era formada em um cadinho de escoria de restos. Os custos de povoar um território longínquo sem “nada” que precisava ser povoada era necessário sujeitar homens degredados e aventureiros. Evidente que seria também necessário fazer-se presente, pois isto era determinante como posse.
Foi deste jeito que se começou a penetrar nas terras de Leão e Castela. Para isto o governo português foi formando núcleos de homens dispersos que se estabeleciam em capoeiras abertas nas matas e aprisionando mulheres nativas e com elas criando uma nova estrutura, o matuto do mato, um caboclo acobreado, que prepara as coivaras, para preparo do plantio e pastos esgotando a terra ao extremo pelas queimadas, em processo rápido de se apossar do latifúndio. Estes rebentos fruto dos “negros da terra”**, os autóctones que juntamente com os exploradores formaram as primeiras “crias” miscigenadas, termo ainda usado em muitos lugares do Brasil, filhos de duas etnias diferentes e que influenciaram na raça em formação da Nova Roma, dito por Darcy Ribeiro em relação ao Brasil. Estes mamelucos começaram a ser olhados às margens de ambas as estruturas, pois nem eram índios, pois não pertenciam ao grupo de nativos, nem eram portugueses, ou outros europeus fora da Península Ibérica, eram uma nova formação, na nova Índia dos sonhos de Colombo, um caboclo desconfiado e abandonado a própria sorte no mato. Desta amálgama das duas estruturas resultante do cadinho incandescente nascia um novo homem que faz a implantação das roças de subsistência vivendo à margem e que também terá um valor de expansão pela posse de território por parte da Metrópole.
A caça e a coleta, aprendida com os nativos, desenvolveram um modo de alimentação que foi sendo incorporada ao modelo novo também, que tinham na sua base alimentar o milho que originou a canjica e supria ausência de arroz e a farinha de mandioca. Isso tudo era feito numa condição próxima a aldeia e foi preservado como modelo protetor dando origem às pequenas vilas de proteção e estabelecendo as bases do corpo de abastecimento das Entradas pelas terras do alheio (Espanha), anteriormente campos pertencentes aos autóctones.
Mais tarde foi expandindo as primeiras manadas de gado, que resultou os animais ditos pés-duros, que vieram de Cabo Verde estabelecendo-se no vale do rio São Francisco, chamado de rio dos Currais, em alusão a pecuária na região onde predominava currais.
As aves, fizeram parte da empreitada do “Achamento do Brasil”, que consta como referência na Carta de Caminha e do espanto dos nativos com a galinha.
Os primeiros suínos vieram nos primórdios da América e introduzido por Colombo em 1494 em sua segunda vinda. Era espécie parecida com o javali, domesticado desta espécie selvagem que no Brasil foi introduzido pela expedição exploradora de Martim Afonso de Souza em 1532, bovino rústico e resistente, adaptado ao clima tropical, ao calor, à seca, em especial, ao semi-árido com sua vegetação de caatinga de fácil adaptação.
O porco que determinou muitos pratos nacionais como torresmos, pernil, e a gordura retirada do toucinho e conservada em salmoura, ficando em varal pingando o sal derretido pela gordura, para preservação em um longo período, e ingerido por vezes em nacos cortados a cutelo sem cozimento, pois era de fácil criação e condimentada com ervas e temperos da terra sem os requintes das especiarias das Índias de Ásia.
Completado todo o ciclo de sustentação de campanhas de penetração dos avanços de territórios houve por bem o uso dos rios para navegação. Na região o rio Tietê serviu muito bem para essas expedições onde se atingia a Boca do Sertão entrando neste afluente atingia-se o rio Paraná um alimentador das águas da Bacia da Prata de grande interesse aos invasores.
Estes homens agora possuem a base alimentar para o avanço para o interior, tomam o rumo da região do atual Mato Grosso e Minas Gerais de onde baseia as primeiras minas de riquezas minerais, não de prata como as minas dos espanhóis, mas ouro de aluvião e de escavação como as de Sabará terras de Manoel de Borba Gato, onde as bateias e o repique das picaretas ainda se ouvem e um dia se escoou o contrabando pelo “porto” de Parati, para evitar o tributo real, e eram terras paulistas, que se proibia vendas e tabernas junto das lavras, pois favorecia a venda do ouro aos negociantes. O ouro circulava em pó, denominado de “folhetes” embora houvesse a proibição que havia até 1736 mas que eram transportados em capangas carregada a tiracolo.
Essa tropa que iam à caça da mão de obra barata dos índios, mesmo proibidos pela coroa eram preados aos montes e usados como mão de obra em São Paulo das Missões dos índios catequizados por jesuítas, grandes produtores de muares que sustentavam todo o transporte da minerarão da região da Prata além de todas as tralhas eram transportadas por estes indígenas cativos, depois substituída pela dos escravos de África, e ajudada pelo lombo de muares, animais que transportavam todo o farnel.
TROPEIROS POBRES DE SÃO PAULO-Debret
Quando se aprisionava o líder autóctone todos os demais o acompanhavam para a empreitada seguida por toda aldeia que formava a tribo. Os catequizados, por não oferecerem resistência eram considerados índios bons pelos invasores que dariam mais tarde os núcleos miscigenados dos caboclos que se mantiveram com o mínimo de estrutura de subsistência e abandonados a sua própria capacidade resultando um modelo de indivíduo desconfiado e adaptado ao campo e ao terreiro aberto em taperas de claros no que era considerada Boca do Sertão, modelo aprendido pela mistura destes com os indígenas em semelhança com as aldeias incrustadas nas matas.
Estes bandeirantes por vezes foram chamados por uma conformação de proprietários honoríficos das Capitanias das regiões do nordeste para combater os “índios” que “roubavam” o gado. Era os tapuias* da região nordeste do país que ao perder autonomia de caça em terras que um dia era parte de seu deslocamento de caça atacaram o gado, que representavam para eles animais passíveis de alimento e substituto de sua caça anterior para sua sustentação. Assim foram contratados os “paulistas”, que usavam a arma branca comum para abertura de picadas e também para homicídios através de cortes de cabeças, modelo de receber pelo número delas, parte da paga que poderia ser feito com parte das terras das sesmarias e ofertadas como finança pelos “curraleiros” das fazendas criadoras. A cactinga era local de vegetação não muito alta, mas que oferecia campo de fuga dos nativos que conheciam a região obrigando o uso de gibão e botas de cano alto para evitar a penetração dos espinhos de cactos e outros obstáculos. Os nativos que não combatiam eram aprisionados e vendidos como escravos***, a um preço baixo e rapidamente, pois não podiam dar-se ao luxo de mantê-los esperando melhores preços, pois os bandeirantes eram homens de deslocamento sem estabelecimento. Os escravos vindos de África eram adquiridos para abastecer os ricos mercados de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro e não resistiam com os “negros da terra” que combatiam e resistiam à captura.
São Paulo tornou-se base militar destes bandeirantes, terra de tropeirismo, caminho de passagem trajeto de Peabiru, direção dos Andes do Eldorado Inca. São Paulo não possuía importância econômica como Pernambuco, com a cana de açúcar ou as Minas Gerais do ouro, não havia o que poderia estabilizar para formar uma vila de desenvolvimento, era lugar paupérrimo, não possuía recursos de suporte da coroa portuguesa. São Paulo nunca possuiu condições de compra direta de escravos e somente com o declínio da cultura da cana de açúcar pela expansão dela nas Antilhas e dominada por holandeses e que São Paulo promoveu a expansão deste tipo de mão de obra adquirida dos antigos coronéis dos locais de origem primária e que foi usado no Vale do Paraíba quando assumiu a condição de grande produtora de café.
Acampamento nas Planícies de Guarabi,1841-Noel Aimée PissisEstes bandeirantes por vezes foram chamados por uma conformação de proprietários honoríficos das Capitanias das regiões do nordeste para combater os “índios” que “roubavam” o gado. Era os tapuias* da região nordeste do país que ao perder autonomia de caça em terras que um dia era parte de seu deslocamento de caça atacaram o gado, que representavam para eles animais passíveis de alimento e substituto de sua caça anterior para sua sustentação. Assim foram contratados os “paulistas”, que usavam a arma branca comum para abertura de picadas e também para homicídios através de cortes de cabeças, modelo de receber pelo número delas, parte da paga que poderia ser feito com parte das terras das sesmarias e ofertadas como finança pelos “curraleiros” das fazendas criadoras. A cactinga era local de vegetação não muito alta, mas que oferecia campo de fuga dos nativos que conheciam a região obrigando o uso de gibão e botas de cano alto para evitar a penetração dos espinhos de cactos e outros obstáculos. Os nativos que não combatiam eram aprisionados e vendidos como escravos***, a um preço baixo e rapidamente, pois não podiam dar-se ao luxo de mantê-los esperando melhores preços, pois os bandeirantes eram homens de deslocamento sem estabelecimento. Os escravos vindos de África eram adquiridos para abastecer os ricos mercados de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro e não resistiam com os “negros da terra” que combatiam e resistiam à captura.
São Paulo tornou-se base militar destes bandeirantes, terra de tropeirismo, caminho de passagem trajeto de Peabiru, direção dos Andes do Eldorado Inca. São Paulo não possuía importância econômica como Pernambuco, com a cana de açúcar ou as Minas Gerais do ouro, não havia o que poderia estabilizar para formar uma vila de desenvolvimento, era lugar paupérrimo, não possuía recursos de suporte da coroa portuguesa. São Paulo nunca possuiu condições de compra direta de escravos e somente com o declínio da cultura da cana de açúcar pela expansão dela nas Antilhas e dominada por holandeses e que São Paulo promoveu a expansão deste tipo de mão de obra adquirida dos antigos coronéis dos locais de origem primária e que foi usado no Vale do Paraíba quando assumiu a condição de grande produtora de café.
Toda essa experiência de deslocamento foi adaptada pela formação de núcleos de suporte alimentar que já possuía a experiência desenvolvida com mandioca, milho, carne de porco, feijão que formava uma mistura de alimentos que pelo deslocamento informatizado, sem documentação oficial desta constituição que originou o “virado paulista” que por sua vez adaptou mais a frente como o “tutu de feijão” que chegou ao norte adaptado a sua localidade com o “baião de dois” com o acréscimo mais tarde do arroz, um luxo de então. Um charque das carnes eram salgadas e estendidas em varas a secar ao sol, que depois era cozida e misturada com a farinha de milho, vindo da maçaroca, a espiga, ou de mandioca, pilados num vaso escavado com enchó. Esta alimentação incluía O ovo virado ou mexido que era misturado no todo, que originou o beiju, um bolo da fécula da mandioca, que serviu de trigo para formar o pão de roça, verdadeiro pitéu saboroso. A base alimentar da Colônia era daquilo que era ofertado pelo lugar, dos rios se tirava o peixe que era reforçado por outros alimentos como o cará, inhame, taioba, batata doce. Além de uma série de frutos tropicais como mamão, laranjas, abacaxi, bananas.
FRUTAS DO BRASIL - DEBRETEnfim um mameluco de origem ao caipira paulista, do caboclo que viveu com bem pouco na sua condição formada de uma edificação meio indígena meio europeu, construiu sua casa com aquilo que estava à mão, e das varas das matas abundantes, eram estruturadas uma oca de maneira a receber um barro batido que ia manualmente preenchendo os espaços entre as varas com “sopapos”. Esta casa frágil era que os protegiam das feras e intempéries e onde as refeições eram feitas em condições mais naturais possíveis, ficando em cocorocas dobrando os joelhos, em engonços, no chão com o “prato” de barro, sem condições de louça fina, se alimentava encostado a parede o alimento mexido com as mãos iluminado por candeeiro enfumaçando o recinto. e depois um pito amassado fumo de corda enrolado na palha de milho molhado pela saliva uma goma que segurava as bordas depois de enrolado.
São Paulo foi capitania instituída em 5 de setembro de 1721 e seu primeiro governo foi administrado pelo capitão geral Rodrigo Cesar de Meneses.Tornou província de fato em 23 de junho de 1821 e de direito pela constituição de 25 de março de 1824. Há ainda a especulação sobre a referencia de província ocorreu quando da Carta Régia de 15 de dezembro de 1815 que elevou o Brasil a Reino Unido e assim instituindo as províncias em substituição as capitanias.
Fomos soltos a própria sorte, sem apoio de formação adaptados ao meio e conseguimos sobreviver apesar do desamparo do poder. Temos os reflexos dessa estrutura nos dias atuais?
A IGNORANCIA É O ATRASO DAS MASSAS!
VIDE MAIS: http://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2009/08/o-nome-brasil-6-duas-culturas-iberica-e.html
Bibliografia:
DIAMOND, J. Armas, Germes e Aço: Os destinos das sociedades humanas, Editora Record, Rio de Janeiro, 8a edição, 2006.
HOLLANDA, Sergio Buarque de. Raízes do Brasil. 26ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala. Editora Record, Rio de Janeiro,1998, 34ª edição.
PRADO Jr., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo, Editora Brasiliense, 23ª edição, 1994.
CASCUDO, Luís da Câmara - História da Alimentação no Brasil - 2 vols. 2ª ed. Itatitaia, Rio de Janeiro, 1983.
RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro, A Formação e o Sentido do Brasil Editora: Companhia das Letras , 1995.
FURTADO, Milton Braga, Síntese da Economia Brasileira, 7ª edição, Ed. LTC, São Paulo, 1999.
MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de(org). Vida Cotidiana Em São Paulo No Século XIX: memórias, depoimentos evocações. São Paulo, Editora: UNESP, 1998
PUNTONI, Pedro. A Guerra dos Bárbaros, Povos Indígenas e a Colonização do Sertão Nordeste do Brasil, 1650-1720. São Paulo, Editora:HUCITEC,1998
*Há diversos entendimentos das origens do termo, mas em geral observa-se que seria de procedência tupi e teria significado semelhantea"forasteiro","bárbaro","aquele que não fala nossa língua", "inimigo".
O termo Tapuio não é expressão designativa de uma etnia. É tão somente “Um vocábulo de origem tupi, corruptela de tapuy-ú – o gênio bárbaro come, onde vive o gentio. [...] É um dos termos de significação mais vária [diversificada] no Brasil. No Brasil pré-cabraliano assim chamavam os tupis aos gentios inimigos, que, em geral, viviam no interior, na Tapuirama ou Tapuiretama – a região dos bárbaros ou dos tapuias”. Tomislav R. Femenick
**No Brasil adota-se auto-classificação para sua população: branco, preto, pardo, amarelo e indígena(antes chamados "negros da terra"), além de outras de censo do IBGE. O termo pardo é citado na carta de Pero Vaz de Caminha, durante a descoberta do Brasil, ele relatou ao rei de Portugal que os indígenas brasileiros “eram pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos”.Caboclo é o mestiço de branco com índio; caboclo, mameluco, cariboca, curiboca, estas referindo-se a antiga terminação do autóctone brasileiro.
***Em 1568, sobe ao Trono de Portugal El-Rei D. Sebastião I, criando a Lei de 20-03-1570, com a influência da Bula Papal de 1537, proíbe a escravidão indígena, exceto em caso de "guerra justa" e no caso dos irredutíveis Aimorés ao Nordeste do Brasil, mas a força dos capitães obriga o Rei a fazer concessões. E elas foram de tal ordem que piorou a sorte do indígena.
****A Espanha em 4 de maio de 1493, pelo calendário juliano, junto ao papa Alexandre VI, o espanhol Rodrigo de Bórgia, promulga a Bula Intercoetera, reconhecendo as pretensões da Espanha , pelas terras além mar. Dividia deste modo o mundo por um meridiano fixado 100 léguas a oeste dos Açores e do arquipélago de Cabo Verde (a mais ou menos 47 graus de longitude oeste, Portugal protesta e ameaça entrar em guerra. Em 1494, o mesmo papa arbitrou um acordo entre Portugal e Espanha, que ficou conhecido como o Tratado de Tordesilhas, alterando de 100 para 370 léguas a oeste de Cabo Verde o limite foi determinado pela Bulas Intercoetera. O tratado de Tordesilhas vigorou por mais de dois séculos, somente modificado em 1750 pelo Tratado de Madrid definindo as fronteiras e obrigava Portugal a se retira do Estuário do Rio da Prata. Logicamente que os jesuítas possuíam as Missões na região e controlava o fluxo de muares, os quais eram os grandes produtores, preparavam o confronto. Em 1759 o Marquês de Pombal arrumou pretesto para em ações de Estado confiscar os bens da Companhia, que não aceitava se retirar das Missões, muitos são detidos e o governo português arma campanha de desmoralização popular contra os jesuítas, chamados de "ímpios e sediciosos". Foram 256 anos de conflitos e debates, Portugal se retirava Rio da Prata, a região denominada de Sacramento, no sul e por sua vez seria compensado com as terras do Brasil, por direito, pois de fato os bandeirantes já haviam dela se apossado.
São Paulo foi capitania instituída em 5 de setembro de 1721 e seu primeiro governo foi administrado pelo capitão geral Rodrigo Cesar de Meneses.Tornou província de fato em 23 de junho de 1821 e de direito pela constituição de 25 de março de 1824. Há ainda a especulação sobre a referencia de província ocorreu quando da Carta Régia de 15 de dezembro de 1815 que elevou o Brasil a Reino Unido e assim instituindo as províncias em substituição as capitanias.
Fomos soltos a própria sorte, sem apoio de formação adaptados ao meio e conseguimos sobreviver apesar do desamparo do poder. Temos os reflexos dessa estrutura nos dias atuais?
A IGNORANCIA É O ATRASO DAS MASSAS!
VIDE MAIS: http://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2009/08/o-nome-brasil-6-duas-culturas-iberica-e.html
Bibliografia:
DIAMOND, J. Armas, Germes e Aço: Os destinos das sociedades humanas, Editora Record, Rio de Janeiro, 8a edição, 2006.
HOLLANDA, Sergio Buarque de. Raízes do Brasil. 26ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala. Editora Record, Rio de Janeiro,1998, 34ª edição.
PRADO Jr., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo, Editora Brasiliense, 23ª edição, 1994.
CASCUDO, Luís da Câmara - História da Alimentação no Brasil - 2 vols. 2ª ed. Itatitaia, Rio de Janeiro, 1983.
RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro, A Formação e o Sentido do Brasil Editora: Companhia das Letras , 1995.
FURTADO, Milton Braga, Síntese da Economia Brasileira, 7ª edição, Ed. LTC, São Paulo, 1999.
MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de(org). Vida Cotidiana Em São Paulo No Século XIX: memórias, depoimentos evocações. São Paulo, Editora: UNESP, 1998
PUNTONI, Pedro. A Guerra dos Bárbaros, Povos Indígenas e a Colonização do Sertão Nordeste do Brasil, 1650-1720. São Paulo, Editora:HUCITEC,1998
*Há diversos entendimentos das origens do termo, mas em geral observa-se que seria de procedência tupi e teria significado semelhantea"forasteiro","bárbaro","aquele que não fala nossa língua", "inimigo".
O termo Tapuio não é expressão designativa de uma etnia. É tão somente “Um vocábulo de origem tupi, corruptela de tapuy-ú – o gênio bárbaro come, onde vive o gentio. [...] É um dos termos de significação mais vária [diversificada] no Brasil. No Brasil pré-cabraliano assim chamavam os tupis aos gentios inimigos, que, em geral, viviam no interior, na Tapuirama ou Tapuiretama – a região dos bárbaros ou dos tapuias”. Tomislav R. Femenick
**No Brasil adota-se auto-classificação para sua população: branco, preto, pardo, amarelo e indígena(antes chamados "negros da terra"), além de outras de censo do IBGE. O termo pardo é citado na carta de Pero Vaz de Caminha, durante a descoberta do Brasil, ele relatou ao rei de Portugal que os indígenas brasileiros “eram pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos”.Caboclo é o mestiço de branco com índio; caboclo, mameluco, cariboca, curiboca, estas referindo-se a antiga terminação do autóctone brasileiro.
***Em 1568, sobe ao Trono de Portugal El-Rei D. Sebastião I, criando a Lei de 20-03-1570, com a influência da Bula Papal de 1537, proíbe a escravidão indígena, exceto em caso de "guerra justa" e no caso dos irredutíveis Aimorés ao Nordeste do Brasil, mas a força dos capitães obriga o Rei a fazer concessões. E elas foram de tal ordem que piorou a sorte do indígena.
****A Espanha em 4 de maio de 1493, pelo calendário juliano, junto ao papa Alexandre VI, o espanhol Rodrigo de Bórgia, promulga a Bula Intercoetera, reconhecendo as pretensões da Espanha , pelas terras além mar. Dividia deste modo o mundo por um meridiano fixado 100 léguas a oeste dos Açores e do arquipélago de Cabo Verde (a mais ou menos 47 graus de longitude oeste, Portugal protesta e ameaça entrar em guerra. Em 1494, o mesmo papa arbitrou um acordo entre Portugal e Espanha, que ficou conhecido como o Tratado de Tordesilhas, alterando de 100 para 370 léguas a oeste de Cabo Verde o limite foi determinado pela Bulas Intercoetera. O tratado de Tordesilhas vigorou por mais de dois séculos, somente modificado em 1750 pelo Tratado de Madrid definindo as fronteiras e obrigava Portugal a se retira do Estuário do Rio da Prata. Logicamente que os jesuítas possuíam as Missões na região e controlava o fluxo de muares, os quais eram os grandes produtores, preparavam o confronto. Em 1759 o Marquês de Pombal arrumou pretesto para em ações de Estado confiscar os bens da Companhia, que não aceitava se retirar das Missões, muitos são detidos e o governo português arma campanha de desmoralização popular contra os jesuítas, chamados de "ímpios e sediciosos". Foram 256 anos de conflitos e debates, Portugal se retirava Rio da Prata, a região denominada de Sacramento, no sul e por sua vez seria compensado com as terras do Brasil, por direito, pois de fato os bandeirantes já haviam dela se apossado.
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