quinta-feira, 27 de agosto de 2015

BAIRRO JARDIM SÃO LUIZ, São Paulo/SP

Extremo Sul da Capital Paulista-SANTO AMARO/SP
1) O Bairro Jardim São Luiz, com Z: Decreto nº 3079 de 15 de setembro de 1938.
2) O Santo São Luís Gonzaga, é padroeiro do bairro e comemora-se em 21 de junho.
O bairro Jardim São Luiz, situa-se no município de São Paulo e foi criado de acordo pela lei nº 58 de 10 de dezembro de 1937, decreto nº 3079 de 15 de setembro de 1938. Loteamento inscrito sob nº 36, 11ª Circunscrição de Registro de Imóveis, localizado atualmente na Rua Nelson Gama de Oliveira, 235/365, na Vila Andrade, Região do Morumbi, São Paulo. 

Tornou-se assim o 30º subdistrito de Santo Amaro, subprefeitura de mesmo nome. Iniciava-se deste modo o loteamento pela “Sociedade Paulistana de Terrenos S/A” compreendendo uma área física relativamente pequena de 840.000 metros quadrados situada além da margem do Rio Pinheiros. Desta área total 590.000 metros quadrados foram implantados lotes de 250 a 300 metros quadrados e o restante distribuídos em arruamentos e áreas verdes reservadas para praças.


A autorização da venda de terrenos do bairro Jardim São Luiz coube a Sociedade Paulistana de Terrenos[1], estabelecida à Rua Brigadeiro Tobias, número 190, qualificação dada para o ato aos seus diretores Joaquim Fulgêncio do Amaral, o comprador da gleba e Antonio Pinto, empreiteiro, feito contrato, ajustaram por si, seus herdeiros e sucessores a compra e venda do lote de terra pertencente à vendedora, livre e desembaraçada de quaisquer ônus. O loteamento foi comercializado em Santo Amaro onde parava o bonde no “abrigo” da Avenida Adolfo Pinheiro, número 61, vindo da Praça da Sé e muitos que chegavam de São Paulo eram levados para conhecer o empreendimento que a “Sociedade Paulistana de Terrenos S/A” a vendedora, era então representada por seus diretores Luiz Lawrie Reid e K. D. Boyadjieff, este instituiu seu procurador o advogado Walter Nério Moreira Costa. Deste modo surge o bairro insipiente do Jardim São Luiz, no subdistrito de Santo Amaro, registrado no 11º Cartório de Registro de Imóveis.
A antiga Vila de Santo Amaro, que em 1935 tornou-se um bairro de São Paulo, abrangia vasto território com de mais de 640 quilômetros quadrados e era núcleo responsável pelo avanço do litoral para o interior, sendo após São Bernardo da Borda do Campo, considerada uma das mais antigas fundações não litorâneas do governo colonial português, embora não há registro documental nos anais históricos, carecendo de informação oficial desta sua referida fundação pela ordem jesuítica que avançou interior adentro na considerada “boca de sertão”.
As matas que estavam nas cercanias, somados aos rios, lagos e lagoas mostravam a pujança do local, mas que não eram demarcadas como um local especificamente de núcleo populacional sendo o lado oposto do Rio Pinheiros denominado em alguns mapas de época, com o nome de “Choruroca”. (talvez em referência as grandes várzeas, local da “morada” de sapos cururu)

O bairro Jardim São Luiz pertencia ao subdistrito de Santo Amaro, e era marcado pela fé, pois em sua entrada situava-se a capela Nossa Senhora da Penha, no Bairro da Penhinha, festejada em 8 de setembro como padroeira do Município de São Paulo, e festejada por tropeiros que vinham com gado das regiões rurais das cercanias para o Matadouro Municipal de Santo Amaro. 

Era a última etapa antes de atravessarem o Rio Pinheiros, de águas cristalinas, com uma vista panorâmica privilegiada da cidade de São Paulo, em franca expansão industrial. Depois pelo fervor a Bom Jesus de Pirapora, era o local era parada obrigatória nas romarias por ocasião dos festejos de 6 de agosto, onde faziam uma oblação a Nossa Senhora da Penha para agradecimentos de ida e volta da jornada.
Predominava no Bairro as chácaras que plantavam hortaliças, legumes, frutas que abasteciam um comércio local nas feiras livres espalhadas pela região. 

Com usava-se as ruas nas adjacências o prefeito Faria Lima instituiu as feiras cobertas, e, o Jardim São Luiz foi agraciado com uma dessas obras tendo início a construção em 1968 e já no ano seguinte a “Construtora Sergus Engenharia” entregava a obra finalizada. 

Na década de 1990 necessitava de manutenção, como todo equipamento que está exposto as intempéries. O governo municipal ao invés de conservar o que era útil a toda a população, com interferências políticas derrubou o Feirão, como era conhecido e barganhou este espaço para se implantar o batalhão da polícia militar de São Paulo e uma praça!Neste local anteriormente corria a mina d’água que abastecia uma pequena lagoa na Rua 21, atual Rua Arlindo Fraga de Oliveira onde se lavavam roupas e deixavam quaradas para secar em um grande gramado.

Os primeiros ônibus foram da Viação Columbia, depois na década de 1960 foram substituídos pela Viação São Luiz, com garagem na Avenida João Dias, dando origem a atual empresa Campo Belo com garagem na Estrada de Itapecerica, 1290. 

O bairro carecia de infra-estrutura como iluminação elétrica, escola de nível médio (antes denominado de colegial), pois o único que existia era o Grupo Escolar Jardim São Luiz, de construção de madeira, hoje é a Escola Estadual Marechal Eurico Gaspar Dutra, voltada para o ensino fundamental, localizada à Rua Hipólito Cordeiro. 



Em 1962 foi implantado o “novo colégio que ganhou o nome de Escola Estadual Professor Luiz Gonzaga Pinto e Silva, situado à Rua Geraldo Fraga de Oliveira, 324.
O marco principal e portão de entrada do bairro Jardim São Luiz era a capela de Nossa Senhora da Penha, situada no “Bairro Penhinha”, mas que depois de demolida em maio de 1973, deu origem a Empresa de Pavimentação, denominada como “ENPAVI”, sucedida depois pelo clube aquático The Waves, e por último implantado o supermercado Extra, que era do Grupo Pão de Açúcar e na atualidade pertence ao grupo Frances Casino.

Onde era o “Morro do Eliseu”, foi implantado na década de 1970 o Centro Empresarial de São Paulo, com a frente voltada para a Avenida Maria Coelho de Aguiar, número 215, que no inicio do loteamento era denominada de Rua “A”, depois recebeu o nome de Avenida São Luiz, continuada pelo nome indígena de Tuparoquera, onde um pedaço detém esta referência ainda.
A primeira “indústria” dentro do Bairro Jardim São Luiz, sem contar a olaria existente onde se situa no hodierno o Bairro Jardim Celeste, foi feita por iniciativa de senhor Geraldo Mayer, que fabricava tubos para poços de água, que antes da Sabesp monopolizar o fornecimento eram comuns em toda a região, de solo rochoso, onde as profundidades podiam chegar próximo dos 40 metros, muitas vezes “dinamitados” para encontrar o “veio d’água”.

Depois foram implantados indústrias de transformação de matéria prima onde a Plásticos Dias era anterior a qualquer empresa e na Penhinha foi a pioneira. Na Avenida Maria Coelho de Aguiar construíram-se a Fundição Eletro-Alloy, que na década de 1980 mudou-se e no local foi feito o galpão que deu início aos grandes sacolões locais e hoje é uma empresa de material reciclável. Uma indústria que absorveu grande parte da mão de obra local foi a PIRAESPUMA, de colchões e embalagens plásticas. Depois de algum tempo nestes mesmos galpões foram implantadas a indústria de brinquedos Balila.
Esta capela em homenagem a Nossa Senhora da Penha que foi demolida em maio de 1973 possuía a imagem referida santa que é a Padroeira da Cidade de São Paulo e o sino do campanário fabricado pela Fundição Estrella em 1904, peça fabricada há 111 anos e que tem se encontra na Paróquia São Luís Gonzaga, fiel depositária deste passado, situando-se à Rua Antonio da Mata Junior, 80, no Bairro do Jardim São Luiz, distante quase 20 quilômetros da Praça da Sé, “marco zero” de São Paulo. Não confundir o pequeno bairro do Jardim São Luiz com o atual distrito que possui 24,7 quilômetros quadrados. O Cartório do distrito está localizado na Estrada de Itapecerica, nº. 305, São Paulo.
A Paróquia São Luís Gonzaga foi iniciada através de uma comissão em 27 de abril de 1957, quando foi lavrada ata para a construção da mesma. Como na época não havia sacerdote local os mesmos vinham da Rua Verbo Divino, na Chácara Santo Antonio. 

A construção da “nova” paróquia foi feita a partir de 1961 quando se elevou a mesma a essa categoria. Em outubro de 1964 o Bairro do Jardim São Luiz recebeu o novo vigário, Padre Edmundo da Mata, que permanece á frente da paróquia até na atualidade, que recebeu nova estrutura arquitetônica.
O atrativo para o lúdico dos fins de semana estava voltado para o futebol onde confrontos internos eram confrontos locais com os times de então: Esporte São Luiz, Vila das Belezas, Portuguesinha, Vasquinho, Grêmio, Vermelhinhos do Ritmo, Brasília e tantos outros que deram origem a muitos da atualidade.
Atas documentadas de 1957 a 1961 contêm a iniciativa da construção da Igreja do patrono da juventude, São Luiz Gonzaga, cujo dia das festividades comemora-se em 21 de junho e ficou oficialmente instituído com aprovação da Câmara Municipal de São Paulo em 10 de junho de 1997, por iniciativa do então vereador Dr. Mário Dias, que foi diretor e médico da Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro.
As decisões administrativas dos bairros emergentes partiam da subprefeitura de Santo Amaro, na Praça Floriano Peixoto, São Paulo.
Existiam bairros já instituídos, como o Capão Redondo, em 1912, fundado por iniciativa de John Like e John Boehm, que também haviam fixado lá as bases do Instituto Adventista de Ensino em 1915. A denominação “Capão” provém de um local com mata natural onde se dirigiam caçadores que usavam o alto de colinas um descampado para a prática da caça, farta na região.
Participação popular na Sociedade Amigos do Bairro(1959)

Em 1956, no bairro Jardim São Luiz implantou-se a “Sociedade Amigos do Jardim São Luiz ”, situada na atual Rua Caetano Dias Pereira, 28, que recebeu políticos e até presidenciáveis, tendo papel importante na época, pelas benfeitorias requeridas para o desenvolvimento deste bairro da periferia de São Paulo.
Antiga Rua "A" e depois Av. São Luiz: Atual Avenida Maria Coelho Aguiar
 Canalização do Córrego do Cortume
 Córrego do Cortume na Antiga Rua 7 (Sete): atual Adauto Batista Lima
 Antiga Rua 4(Quatro): atual Antonio da Mata Junior
                                             Antiga Rua 2(Dois): atual Satulnino de Oliveira
Antiga Rua 1(Um): atual Geraldo Fraga de Oliveira

Ainda hoje há ainda um árduo trabalho a ser realizado no “Jardim”, trabalho este que depende da sensibilidade de cada um para com o espaço social e o bem estar da população que “fez” o Bairro.


[1] Um dos funcionários da Sociedade Paulistana de Terrenos S/A. foi o senhor Jose Carlos Baptistão, que trabalhou na sociedade responsável pelo loteamento no período de 1958 a 1972, no setor de cobranças onde atendia junto com a colega Lucy, na Rua Brigadeiro Tobias, número 190, todos os compromissários que mensalmente pagavam as prestações dos terrenos comprados no bairro do Jardim São Luiz. A empresa possuía corretores assíduos aos finais de semana, como os senhores Victor Silvério e Walter encarregados da equipe de vendas que atendiam no local do loteamento. A liquidante da Sociedade Paulistana de Terrenos foi a senhora Arluzia Helena Reid Junqueira casada com o rotariano Mário dos Reis Junqueira.
FAZER A CRÍTICA DA CRÔNICA PARA ESTABELECER A HISTORIOGRAFIA COM OUTRAS CONSIDERAÇÕES!

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Memes e a História do passado “passada” a limpo

Como rever e reaver as tradições locais?

Interagir com o espaço ocupado, não pertencendo ao mesmo e não vivendo ali, quem chega de outro lugar sente o "cheiro" do pertencimento de outros que possuem identidade com o local. A resposta a isso, de estar, permanecer no “lugar” deve ser entendido como aceitação. Esse “estrangeiro” tem que ter receptividade dos habituados com a dinâmica e deste modo começa a interessar-se em agir pelo bem comum e até comprometer-se com uma cultura desconhecida, mas que aos poucos vai assimilando e se integrando ao meio.
 
Esta “aceitação” nunca é imediata, leva tempo para amadurecer, as pessoas estudam o comportamento nos primeiros contatos. Não pertencemos somente porque nascemos em determinado espaço, mas porque participamos deste espaço. Evidente que laços iniciais da terra natal, nosso primeiro habitat, deixam marcas, mas não determinam que se faça parte do “lado de cá do rio”, nem do “lado de lá do rio”, estamos “dentro do rio” e somos complemento uns dos outros. 

Na história precisa-se desarmar de tudo e a observação deve ser desprendida, sem prévios conceitos de nossas convicções e penetrar no universo dos outros, a alteridade, aceitação das diferenças, mesmo que ela pareça estranha a nossa ótica.

Quando resolvemos catalogar a história do pertencimento, orientação de uma identidade reconhecida pelo movimento social depara-se com modos de observação para registro como a iconografia captada em um momento histórico qualquer em determinado espaço registrado por um observador existencialista, o “andarilho” em busca das reminiscências sem o interesse de reconhecimento financeiro, mas um registro por um ideal de preservação histórica onde cada momento tem o seu cuidado.

Unindo os elementos, iconografia, historiografia e depoimentos, cria-se a dimensão que completa os “autos de um processo” que resulta no objetivo de formar a identidade procurada por cada geração que se liga a toda construção histórica de cada indivíduo, refletindo em cada momento contemporâneo, fazendo a evolução de valores do pertencimento que une um grupo em determinado espaço e tempo, almejando formar um elo de igualdade, respeitando e aceitando a alteridade. 

A história tem que ser imparcial, não tem amigo nem inimigo, não pactua jamais com interesses de políticas escusas, e por isso fascina sempre.

As informações de cultura são transmitidas entre as pessoas envolvidas em determinada atividade, que vai sendo transformada no tempo, pode ser na própria linguagem, nas representações artísticas de toda ordem.
Há sempre transformações atingindo outros patamares com outras gerações que preservam ou não determinados estrutura de compreensão de certa atividade cultural. Nada é estático, há transformações ao longo do tempo, e por vezes altera-se até o local de origem da atividade específica.

Há coisas que desaparecem e outras que surgem com novas roupagens, estes são os “memes”, as informações transmitidas de gerações a gerações que conservam ou extinguem por vários motivos.

O que permanece como tradições em Santo Amaro desde tempos de nossos antepassados e o que desapareceu por completo, sendo apenas lembranças de uma história passada? 

Como reativar as festas religiosas ou seculares nos momentos atuais? 

Eis o grande desafio de tudo que representou uma identidade local.



4ª Caminhada Cultural pela Revitalização do Centro Histórico de Santo Amaro: Evento realizado em 16 de agosto de 2015

O SEXTO SENTIDO: MEMÓRIA
O PODER "PODE" DOCUMENTAR E AGIR!
Nova significação: UM MERCADO (não matadouro!) ANTES E CASA CULTURAL DEPOIS
DIREITA VOLVER: A EMPRESA YORK E SUAS REMINISCÊNCIAS EM SANTO AMARO: EM QUE SE TRANSFORMARÁ?
CONSCIÊNCIA COLETIVA: MITO; TRADIÇÃO; FICÇÃO; HÁBITOS...

CONSTRUIR; RECONSTRUIR; DESCONSTRUIR..........
O ESPAÇO E SUA SIGNIFICAÇÃO SOCIAL E HISTÓRICA: Local da Escola Paulo Eiró; o que fostes e o que és?
O CASO DE UMA CASA: EX-PAÇO NO MESMO ESPAÇO PRESERVADO
CONGELAMENTO DA IMAGEM: O PRESENTE É O PASSADO MAIS RECENTE!
A importância religiosa e seu maior simbolo determinante do eixo histórico de Santo Amaro: CATEDRAL DE SANTO AMARO

UMA OBRA, UM SENTIDO, UM AUTOR (JÚLIO GUERRA): CONHECIMENTO TÁCITO
 TRANSFORMAÇÕES DAS INTERFERÊNCIAS HUMANAS
OBSERVAÇÃO EXISTENCIALISTA: O QUE PODE SER MUDADO?
Quando e como acontece as mutações que se funde a outros elementos recriando outra imagem diferente de duas (ou mais) culturas? 

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

CATEDRAL DE SANTO AMARO/SP E A RESTAURADORA ANA LÚCIA DA SILVA SANTOS

Primeiras Intervenções na Catedral

A Catedral de Santo Amaro oficializada como tal desde 1989 por decreto do Vaticano que a desmembrou da Arquidiocese de São Paulo, está em fase de detalhes de acabamento que demandam prévios estudos que devem ser respeitados em todo o contexto da arte de restauro.

O edifício em conjunto com o denominado Eixo Histórico de Santo Amaro foi tombado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo-CONPRESP, no ano de 2002. Numa primeira etapa logicamente houve estudo do estado detalhado da construção que teve uma grande intervenção de construção em 1924, quando uma comissão foi constituída para dar a forma do atual frontispício, nave e presbitério da atual Catedral.

Jornal “Polyanthéa”, em 01 de novembro de 1924, as obras da Matriz de Santo Amaro: Número Consagrado as Festas da Inauguração da Nova Matriz, dando por completado os esforços de uma comissão que “representa o maior monumento de nossa terra, estão concentrados os sentimentos mais íntimos e puros da população”. 

Uma análise detalhada das condições do prédio, no primeiro decênio do século 21,  dava o diagnóstico de uma estrutura frágil e deteriorada por infestação de insetos nocivos em todo o madeiramento comprometendo o telhado que poderia inclusive desabar. 

As primeiras prospecções na Catedral feitas por engenharia civil, diagnosticavam a urgência da troca do telhado e todo o seu vigamento comprometido. Isso foi providenciado com as técnicas da atualidade sendo as antigas estruturas trocadas por vigas de aço carbono e nova cobertura.


A reforma coube a participação efetiva da Associação dos Amigos da Catedral, presidida pelo bispo Dom Fernando Antonio Figueiredo, arrecadando verba necessária para esta etapa de restauração, doada por empresários da região, fato concretizado a partir de 2009.
Deste modo, depois de árduo trabalho, chegou ao atual estágio que é o restauro da arte pictórica da Catedral de Santo Amaro. O recurso maior que promoveu todo incentivo da restauração da Catedral de Santo Amaro é proveniente da Lei 8.313/91 conhecida por Lei Rouanet[1].
Logo foi providenciada a restauração do forro da nave e molduras da Matriz que antes teve o processo de “escaneamento”, além de ser fotografado, tudo em alta resolução, para copiar as obras pintadas no forro antigo.

Novo estágio em 2015: Restauro Artístico e Decorativo

Houve uma primeira etapa de decapagem (escarificação) para remover antigas camadas existentes em toda a superfície. Houve fissuras em certos pontos que necessitaram de uma intervenção mais delicada e até penetração em camadas pictóricas na arte mural para extrair uma salinidade proveniente da estrutura da camada do reboco.


O desafio maior em uma obra de restauro, preservando as características mais fiéis possíveis do original, sem modificação do objeto estudado, conservando-o o mais próximo possível da arte mural elaborada pelo autor com os recursos do momento atual com a mínima intervenção possível.

Por vezes antes de quaisquer início de trabalho requer-se uma preparação de superfície  que se inicia com um pincel seco e macio extraindo toda as impurezas fixadas na obra resultado de seu tempo de exposição, sendo, às vezes necessárias intervenções por meio de solventes para extrair resíduos incrustados(sujidade) na obra e isto demanda tempo de preparação antes do intervenção no painel mural.

As técnicas de pintura foram sendo elaboradas e reveladas à população de Santo Amaro pelo esforço paciente e continuo de grandes profissionais, tendo participação efetiva da restauradora, a artista plástica Ana Lúcia da Silva Santos, que com destreza dos grandes mestres do restauro deixa a obra “aparecer” para ser contemplado pelo público, além de outras interferências de outros profissionais exímios mestres da arquitetura.


A artista plástica Ana Lúcia da Silva Santos que é a responsável pelas obras da Catedral é uma paulistana genuína que ousou enfrentar o desafio de revelar o que antes se manteve escondido por longos anos. Estas obras pictóricas internas da Catedral estavam, há muito, encobertas por um manto de uma pintura opaca em todo o interior das naves laterais e central e do presbitério que hoje podem ser observadas para deleite e orgulho santamarense.

Tendo cursado a Fundação Armando Alvares Penteado,FAAP, trabalha com arte por mais de uma década, ministrando essa experiência e seus conhecimentos acadêmicos em escolas de São Paulo tanto na obra artística quanto a decorativa.

A textura tem todo um preparo inicial de conservação para bens culturais usando verniz de proteção para o esmalte com a textura necessária usada na têmpera da obra definindo a exatidão das cores que mostra os traços do artista e ainda reflete todo o contexto histórico temporal.

Anteriormente trabalhou em vários projetos da empresa “Croma, Arquitetura e Restauro Ltda”, e dentre tantos projetos há de destacarem-se os serviços de conservação e restauro de pinturas murais, artísticas e/ou decorativas em:

Mosteiro da Luz, sito à Avenida Tiradentes, 678,SP

Teatro Paulo Eiró, sito à Avenida Adolfo Pinheiro, 765, Bairro de Santo Amaro, SP

Capela do Colégio São José, sito à Rua Dom Bosco, 466, Cidade de Batatais, SP

Faculdade de Medicina da Univ. São Paulo, Museu. Av. Dr. Arnaldo, 455,SP

Edifício Martinelli, Sindicato dos Bancários, 1º, 2º subsolo. R.São Bento, 405, SP

Catedral do Carmo, Cidade de Santo André, SP

Palacete Conde de Sarzedas, sito à Rua Conde de Sarzedas, 325, Bairro Liberdade, SP-MUSEU DA JUSTIÇA, São Paulo.

Paróquia Imaculado Coração de Maria, sito à Rua Jaquaribe, 735, Santa Cecília, SP

Em cada uma destas obras há uma especificidade que se devem levar em consideração as técnicas empregadas por cada artista em determinado tempo e espaço, sendo estudada cada intervenção que requer do restaurador conhecimentos diversificados no momento contemporâneo e ser medido com precisão “pari-passu” em cada intervenção que se propõe realizar.

Este é o grande desafio do restauro da Catedral de Santo Amaro, sobre os auspícios de árduo trabalho que está sendo elaborado pela artista plástica Ana Lúcia da Silva Santos para que se recupere este marco mais importante da região com orientação do pároco Rogério Cataldo Bhering que muito tem contribuído para reavivar a Matriz do Largo 13 de Maio.


Espera-se a crítica da crônica para construir o histórico mais próximo da fidelidade deste marco histórico de Santo Amaro/SP.




[1] Lei Rouanet: Autoriza que seja abatido do Imposto de Renda devido por Pessoas Jurídicas e Físicas 100% dos valores investidos no patrocínio à produção de obras limitado a 4% do Imposto de Renda devido por Pessoa Jurídica e a 6% do Imposto de Renda devido por Pessoa Física.