quarta-feira, 30 de maio de 2012

Conexão de São Paulo a Salvador: Antes da Copa do Mundo

Como resolver a ineficiência administrativa do Brasil
  
O 3º Encontro Nacional de Bloqueir@s aconteceu em Salvador, Bahia, de 25 a 27 de maio de 2012, para integrar e interagir a comunicação em rede e o interesse em dialogar sobre a constituição do “novo marco regulatório”!
Havia necessidade de uma logística pessoal para que chegássemos a Salvador. Primeiro a aquisição da passagem aérea antecipada promocional “ida-e-volta” com custo de R$ 400,00. Um detalhe tem que se deixar evidente: não perca o embarque de uma cidade a outra adquirindo estas passagens “econômicas”  porque se você perder o primeiro embarque perde  o direito de voltar com o “pacote de ida e vinda” tendo o dissabor de ter que votar com um vôo com o dobro do valor do pacote adquirido anteriormente! É ilegal, mas se porventura ocorrer, precisará apelar na justiça!

A conexão entre as duas cidades, em São Paulo é feito pelo “Aeroporto Internacional de Guarulhos - Governador André Franco Montoro” começa com o deslocamento de um bairro da periferia até Congonhas onde pode ser adquirida a passagem em ônibus executivo no valor de R$ 35,00. O tempo da chegada com escoamento livre de trânsito é de aproximadamente  45 minutos, mas com o congestionamento “normal” da cidade de São Paulo pode ser considerado até o dobro de tempo. O melhor horário deste deslocamento é no período noturno. Se a opção for em taxi a distância percorrida de 37 quilômetros, com bandeira 1, pode-se gastar R$100,00.
ÔNIBUS EXECUTIVO DO AEROPORTO EM SÃO PAULO
O percurso aéreo de 1450 quilômetros será feito em 2:30 horas, entre embarque de desembarque e a aterrissagem  acontecerá no “Aeroporto Internacional de Salvador Deputado Luís Eduardo Magalhães” que dista 32 quilômetros da Praça da Sé, centro da cidade.

Para o deslocamento do aeroporto para a Sé, no local de desembarque há três opções distintas de transporte: a primeira opção é aquela anunciada logo na saída de desembarque pelos taxistas regulares com a “corrida” fechada por R$ 80,00, sendo que se houver outro passageiro contatado anteriormente e que tenha o mesmo destino pode-se dividir a despesa. Fiz isso com um casal de sul-americanos. Há o anúncio interno do aeroporto em não aceitar os transportes clandestinos que também fazem ponto próximo a garagem e anuncia a mesma viagem pela metade do preço do anterior. Há o ônibus circular Praça da Sé-aeroporto, que percorre o trajeto em aproximadamente 1:15 horas tem o valor da passagem de R$ 3,00 , mas devido a greve local não estava circulando em  25 de maio de 2012.
ÔNIBUS URBANO NO AEROPORTO DE SALVADOR

O deslocamento em taxi foi pela Avenida Paralela, passando pelo Centro Administrativo da Bahia, mas devido à greve referida, havia um engarrafamento muito grande, pois os veículos particulares tomaram as ruas para se deslocarem ao seu trabalho, o que normalmente fazem de ônibus, neste congestionamento onde a velocidade não excedia a 20 Km/h quando não parada totalmente, gastou-se 2 horas para chegar a Praça da Sé.

A primeira referência do ponto de ônibus é o Elevador Lacerda, próximo a Casa do Governador, que não abriu no sábado e domingo alegando ser por causa da greve, mas a mesma terminou no sábado havendo circulação dos coletivos.  
CASA DO GOVERNADOR -MEIO ABERTA SEM DIREITO A VISITA
Seguindo mais a frente vamos a Praça Terreiro de Jesus, onde é rodeada de uma bela arquitetura barroca das igrejas sendo a mais visitada a de  Igreja e Convento São Francisco com sua azulejaria “hidráulica” importada e consta através dos guias algo em torno de 800 quilogramas de finíssimas laminas ouro, metal extremamente dúctil , que reveste todos os entalhes, sendo a maior do gênero no Brasil.
IGREJA E CONVENTO SÃO FRANCISCO: EXTERNO E INTERNO
Hotéis fora de temporadas podem ter preços variados entre $ 150,00 a $200,00, evidentemente que se a solução é pernoitar sem muita pompa de recepção pode-se optar pelos serviços de um “hostel”, onde a economia é considerável, próximos dos R$ 30,00 a diária e com café da manhã.

Nas cantinas pode-se alimentar com preços em torno de R$25,00 sendo que em restaurantes próximos ao Farol da Barra há preços em torno de R$ 50,00, de boa comida típica.
PELOURINHO: "O CORAÇÃO DA BAHIA"
O Pelourinho que liga a cidade alta com a cidade baixa, nível da Baía de Todos o Santos, possui aproximadamente a diferença de 75 metros de nível, onde há a tarifa de $0,15 para uso do elevador.   
ELEVADOR LACERDA: ACESSO DAS DUAS CIDADES
Detalhe: quando requerer um guia que oferece seus préstimos pela cidade e ficam próximos aos pontos mais visitados de Salvador, tem que se acertar o preço de R$ 50,00 antes, e pode ser diluído entre vários que queiram fazer a visita com guia histórico.
Os ambulantes possuem um cadastro para exercer suas atividades, com um jaleco amarelo, ofertam-se fitas que representam a felicidade, a sorte, o amor, enfim todo o tipo de virtude que pode advir de bons fluidos do sincretismo religioso baiano nas praças, nos largos onde estão presentes toda religiosidade de nomes sugestivos como a  Praça Terreiro de Jesus. Os colares médios com um pouco de barganha pode sair por R$ 15,00.
A maioria destes ambulantes está sendo cadastrada para formação “rápida” em língua estrangeira, onde as mais usuais serão o inglês e o espanhol, conhecimento que deveria vir do sistema educacional regular brasileiro, mas até isso é precário no país, e Salvador tem seus professores em greve por salários dignos. Neste atropelo os jovens receberão uniformização modelo FIFA, e, uma alimentação básica num período de 4 meses  e uma “ajuda de custo” de R$ 10,00 por dia! Os mais céticos dizem que até a abertura da copa haverá esse contingente em disponibilidade, mas que depois irá haver um debandada, pois terão maiores lucros nas suas atividades antigas!

O ônibus da rota Salvador Bus, não se encontra em fins de semana, então se programe para encontrá-lo somente durante os dias úteis, com programação de turista.

Em Salvador quando chove é de grande intensidade, talvez competindo com a mesma força dos dias bonitos ensolarados, onde o sol convida a circular pela orla de belas praias.
FAROL DA BARRA AO ENTARDECER

O retorno de Salvador para São Paulo pode ser feito com o ônibus que faz o itinerário Praça da Sé ao Aeroporto. Chegue com um tempo maior do que aquele requerido pelas companhias aéreas em vôos domésticos que é de 60 minutos antes da partida para o check-in, pois o ônibus, demora no mínimo 40 minutos entre um e outro e mais 1:15 horas para chegar ao Aeroporto de Salvador.
AEROPORTO DE SALVADOR

As companhias aéreas possuem um “ritmo doméstico” e tem algum tempo de atraso que às vezes excede a normalidade quando não suspendem o vôo como foi o caso deste missivista. Houve uma tensão inicial todos os passageiros tiveram que voltar a esteira para recuperar suas bagagens, onde remanejaram todos para um canto do aeroporto próximo as escadas rolantes. Anunciaram que dariam prioridade para pessoas idosas, gestantes e portadores de deficiência, mas este critério foi quebrado e quem ousou “gritar mais alto” foi locado como prioridade.

Providenciaram a “alimentação”, lanches de uma franquia de enlatados americanos, tipo alta caloria e baixa proteína e nenhuma vitamina. Outros exigiam acomodação, mas evidente que isso parece à última opção das companhias, logo descartada, a prioridade é alojar todos nos vôos das outras companhias e solucionar o problema. As informações são precárias e escassas, enfim após 4 horas de espera estava dentro de uma das aeronaves, que tinha seu vôo já atrasado esperando embarque destes passageiros remanejados.
METRÔ EM SALVADOR - OBRAS

Enfim parabéns ao Ministério de Infra Estrutura, Transporte, que pela “competência” não cobra definição do metrô de Salvador uma linha curta, com uma dezena de anos parado, que pela voz baiana “leva nada a lugar nenhum” e ao Ministério dos Esportes que esta a “todo vapor” em bilhões de dólares banqueiros internacionais  construindo Fontes Novas e Itaqueirões pelo Brasil afora “num só ritmo”: o da incompetência!
NOVA FONTE NOVA EM SALVADOR /BAHIA - OBRAS
ITAQUERA EM SÃO PAULO/SP - OBRAS

Necessário seria um “MARCO REGULATÓRIO PARA A COPA DO MUNDO DE 2014 NO BRASIL”. As faturas cairão depois das festas!!!


domingo, 20 de maio de 2012

O PODER NA TEORIA E NA PRÁTICA

A REFORMA DO CORETO, DA HERMA E DA BIBLIOTECA DE SANTO AMARO/SP

Há uma distância enorme entre o discurso político, onde se pode expor sem considerar aquilo que se verbaliza, sem comprometimento oficial, daquilo que realmente será feito!
Santo Amaro está em obras, uma transformação jamais ocorrida, uma expansão  muito grande de edifícios de alto nível de engenharia civil. Onde antes estava o maior campo industrial de São Paulo, rivalizando com outros de importância fabril pela cidade, no hodierno tudo foi “tombado” virando entulho, para dar espaço para uma gama de prédios, onde irá residir um contingente humano jamais imaginável na parte central de Santo Amaro, e que se definiu como Largo 13 de Maio, mas que abrange todo o contorno deste mesmo largo.
Fora isso também há manobras ilegais fechando vias públicas para ampliação de projetos megalômano, fecham vias de acesso, ruas oficiais, em detrimento do interesse comum da sociedade.
Onde antes passavam carroças, agora se adensa uma frota imensa congestionando este localidade. A malha viária do passado continua a mesma para toda esta transformação, onde circulam automóveis, ônibus, caminhões.
Sem um planejamento e falta de um plano diretor eficiente por aquilo que estava por vir, ou seja, a expansão desenfreada de interesses econômicos. O metrô entre o Largo 13 de Maio à Chácara Klabin compensará (um pouco) este caos anunciado desafogando este centro medieval, de vias estreitas, uma estrutura de cidadela feudal onde se perde no labirinto do que outrora foi a cidade pacata de Santo Amaro.
Evidentemente que o poder agora corre atrás do prejuízo e busca rever todos seus equipamentos como praças, bibliotecas, escolas, enfim tudo aquilo que retém e estimula a sociedade a interagir no meio.

BIBLIOTECA PRESTES MAIA

BIBLIOTECA EM FASE DE CONCLUSÃO...

Santo Amaro possui a Biblioteca Prestes Maia, anteriormente denominada Presidente Kennedy, que detém bom acervo para pesquisa, além de fomentar o complemento do acervo historiográfico sobre a antiga cidade de Santo Amaro e hoje bairro de São Paulo. Em 02 de dezembro de 2010, nas dependências da referida biblioteca,  as esferas municipais anunciaram que a mesma seria beneficiada com uma ampla reforma orçada em R$ 6.208.467,80, uma invejável soma financeira para todo o complexo.
APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE REFORMA DA BIBLIOTECA
Os representantes municipais e escritórios de arquitetura apresentaram, em tarde festiva, o que seria idealizado, desde uma nova estrutura do hall de entrada, flaps quebra sol nas janelas do prédio, uma reforma em todas as dependências externas além de uma arborização (mantendo o que fosse possível) e jardinagem em seu entorno. Além disso, seria contemplado com iluminação todo o contorno da Praça Marcos Manzini, e, até cogitaram cercá-la, mas isso é algo que mereceria uma análise mais detalhada, pois a cerca tira a função da “ágora”, local de expressão do povo!
Em 17 de maio de 2012, no SESC Santo Amaro, em outro encontro junto à “sociedade organizada” (como se houvesse um desorganização social) anunciaram que a biblioteca fará parte de um eixo histórico e que a praça no futuro seria reformada!
EIXO HISTÓRICO E O CUMPRIMENTO DAS POSIÇÕES ASSUMIDAS 
Isto não foi o que anunciaram em 2010, tudo iria ser reformado, (biblioteca, praça, iluminação) agora se muda o discurso, não existem meias reformas e sim aquilo que se anunciou em assembléia no saguão da biblioteca para os presentes! A expectativa por esta infra-estrutura que o discurso verbalizou, foi exposto em slides para acompanhamento do anteprojeto da obra dos órgãos municipais.
CORETO DA PRAÇA FLORIANO PEIXOTO

Em outra localidade em Santo Amaro onde o poder público resolveu contornar a praça de grades, há equipamentos que parecem ter sido direcionados verba municipal para reforma, no caso do coreto da Praça Floriano Peixoto. Este “equipamento” foi idealizado para ali se apresentar toda sorte de cultura musical, onde anteriormente se apresentavam bandas musicais e violeiros sertanejos santamarenses.
Hoje é apenas um resquício mudo deste passado, por décadas nada se apresenta com galhardia neste local. Mas está lá, cercado de tapumes sem nada de concreto iniciado, aguardam-se resultados, não apenas uma opaca pintura caiada como feito hoje na Praça da Biblioteca Prestes Maia.
A OBRA AO POETA PAULO EIRÓ (apenas lembrança: não há disposição de verba)

DESCARACTERIZAÇÃO DE OBRA
Na mesma praça há outra obra abandonada a própria sorte, onde da “estela” metaforicamente o poeta Paulo Eiró “observa” desiludido com o descaso, como a procurar a musa Iguatinga, a pentear suas mechas no “espelho d’água seco”, uma caricatura de obra do artista Júlio Guerra. Falta-lhe o conjunto contemplativo do poeta e sua musa refletindo sua beleza no espelho d’água.
HERMA DO TEN. CEL. CARLOS DA SILVA ARAÚJO
ONDE ESTAIS?
Tudo isto o poder público omite, pois há de se perguntar e reforçar o ultimato: onde está a herma de Carlos Silva Araújo? Quando das festividades de aniversário de Santo Amaro a assessoria disse a todos os santamarenses presentes na Biblioteca Belmonte em 18 de janeiro de 2012, que o busto estava sendo recuperado e que voltaria “breve” para dentro da Praça Floriano Peixoto, mas não há nada no antigo local, na Rua Mario Lopes Leão, que explique para o cidadão deste translado e recuperação da obra, caso de improbidade administrativa. Roga-se, desde já, a Lei do Acesso a Informação em vigor: quais os custos da reforma do coreto e da herma?
Assim toda a comunidade santamarense espera um posicionamento aos egrégios representantes municipais que informem aquilo que fazem com o erário público e que realmente cumpram suas promessas das luzes da ribalta onde a mídia presente faz o registro, cabendo cobrança constante do cidadão para não cair no esquecimento a importância histórica de Santo Amaro.

As adulações fazem parte de um sistema, o elogio deve ser guardado para após a concretização das obras a serem finalizadas no todo e que contemple as necessidades locais. Sabemos que existem outras prioridades, mas estes elencados, foram orçados e dispensados recursos!
Os partidários de legendas partidárias rasgam seda “inter pares” parabenizando o outro em voz alta em assembléia, dizendo ser aquele administrador da mais alta competência, articulações sutis do jogo do poder. Cabe ao administrador fazer sua função a contento e se não possuir autonomia administrativa, cesse a função, e que o poder central busque alternativa eficiente. É de bom alvitre ter o melhor funcionário no posto administrativo, o administrador tem que ter competência na função, não apenas fazer uso da cátedra por fazer parte desta ou daquela ideologia política partidária.
O que é mais importante no âmbito de reforma: a biblioteca, a herma, ou o coreto de Santo Amaro?

Se todos, cumpram-se o que foi prometido e comprometido!

Assumam seus compromissos, egrégios representantes municipais!

Com a palavra o poder!

sexta-feira, 11 de maio de 2012

O Controle da Mídia e o “Apoderamento” do Estado

Brasil, gigante adormecido!

Para que serve todo tipo de controle, do tipo vigiar e punir pelos instrumentos do Estado da massa disforme?

Quando se fala de “controle social da mídia” é que esta mantém a informação da sociedade!

Manter privilégios alcançados aos adeptos de quaisquer correntes é a meta a ser alcançada pela cúpula governante que na atualidade pretendem subordinar a mídia a regras, estabelecendo limites de publicação e assim calar opiniões contrárias a determinada corrente política e de preferência que eles mantenham o controle das condições alcançadas ao atingir o comando do Estado por suas estruturas ideológicas embasadas em regimentos internos partidários.

O controle dos meios de informação das redes é para “peneirar” o que deve ser publicado, e no caso os militantes adeptos desta corrente de pensamento gastam esforços extremos para conseguir o intento.
Não importa quanto tempo vão demorar, mas não desistirão!  Atacam constantemente e quando rechaçados, recuam e buscam novos argumentos entre a situação de apoio e se dizem perseguidos pela oposição.

Se a sociedade oprimida não reagir aos desmandos do Estado contra o cabresto que querem colocar em nossos pescoços, para um dia colocá-los na guilhotina, estaremos todos condenados as arbitrariedades do Estado. O Estado brasileiro é um ninho de cobras venenosas antigas que nasceram das muitas ditaduras ao longo do tempo que querem assim manter os privilégios de seus antepassados, inclusive aberrantes subsídios passados as gerações.
ESTADO DEVORADOR (Saturno devorando seu filho-Francisco de Goya)
Fazem congressos entre seus pares aprovam entre si emendas através de documentos internos e dizem que “o povo quem assim decidiu” através de conselhos populares articulados e controlados onde as decisões já estão decididas pela mesa diretora. Mantêm-se as condições de seus interesses onde a assembléia nunca é absoluta, pouco possui de interferência. Há infiltração de adeptos que apóiam a pauta “discutida” e decidem em um sínodo político fechado a “causa” de poucos, aprovando por “unanimidade” o que deve ser feito para que as coisas mantenham suas regalias de “direito adquirido”.

São “nacionalistas patriotas” e cantam o Hino Nacional a plenos pulmões, importando-se com os “modos operantes” dos esquadrões de frente. Há vários escalões, que se sujeitam as condições religiosamente. Seu deus supremo é o poder e o dinheiro que possa advir dele, nada de causas sociais, interesses de melhorias gerais. As demandas vêm de uma pirâmide de base enorme das camadas subalternas e controladas que sustentam toda estrutura governamental. Vendem os bens extrativistas, a bons cifrões, sem agregar valores ao que a natureza produziu! 

Há escalações inferiores infiltrados no meio da massa e que manobram toda e qualquer expressão advinda da vontade popular, e deste modo apoderam-se de campos de futebol de várzea, festas populares, folclore em geral, festas religiosas, enfim, montam suas barracas instituindo suas bandeiras de poder, pagam pelo evento, mas mantêm o controle deste, até expulsando antigos elementos contrários a esta intervenção política, pois todo esforço inicial de manter a festa nasceu do esforço da população, jamais da política; esta não produz folclore, que é expressão de um povo. Depois que “adquirem a festa”, publicam matérias pagas para dizerem serem queridos pela população e que por esta fsão ovacionados em determinado evento, e a festa se altera nos valores, ganhando conotação do nome daquele que produz esta politicagem de “apoderamento”!

Balelas de interesses para atingir objetivos maiores, e que depois iram abandonar estas festividades para galgarem altos postos e dizerem que não podem mais se exporem em praça pública, e se o fizerem estarão cercados de seguranças para manter sua integridade.

Vivem do embuste a enganar constantemente a confiança de quem porventura ainda acredita em mentiras, aliás, fazem delas suas verdades!

Acenam de seus palanques, sempre altivos a abanar as mãos no espaço infinito a sorrir não se sabe a quem, demonstram conhecer todos que porventura estejam em algum evento social, e gostam que seus nomes sejam anunciados em alta voz pelos microfones.

“Louvar-se a si próprio é deplorável”, esta máxima de Dante serve para ilustrar esta condição de homens públicos, verdadeiros prostitutos que fariam inveja até a Maquiavel, que, no hodierno, seria mero aprendiz na arte de enganar!

As únicas reformas que interessam aos adeptos partidários são aquelas que aumentam privilégios enquanto a população fica a mercê das migalhas caídas das mesas. Inventam nomes populistas para serem vangloriados de seus feitos mesquinhos, controlam todo o sistema de seus castelos fortificados e guarnecidos por milícias, enquanto os casebres proliferam pelo país afora e mantêm-se deste modo a ignorância, mais fácil de ser manipulada.

Se por ventura “vaza informações de privilégios” e pela mídia é anunciada, montam entre si uma blindagem para guarnecer o chefe da matilha, e protelam ao máximos as decisões buscando as instâncias que forem possíveis para exigirem seus direitos como cidadão.

São constantemente cercados de aduladores que ovacionam seus nomes em palmas calorosas, uma força de reserva que exigem o quinhão que possa advir destas velhas estruturas viciadas de gabinetes. Não pretendem rescindir jamais com essas mazelas viciantes, pelo contrário pretendem viver delas! Não admitem a crítica, são soberbos e buscam elogios e disto vivem, reverenciando a cúpula para dela fazerem parte e serem agraciados por algum cargo público superior!

Afinal o que é um cidadão?
É somente aquele que paga impostos para o Estado, dono incondicional das propriedades, somos enfiteutas, regidos pela Carta de Foral da cidade!  
Ninguém consegue em pouco tempo, sem recursos provindos de situações de esforço próprio angariar muitos recursos. Somente por meios ilícitos com as falcatruas provindas de um jogo de interesses humanos, que o cidadão comum nem imagina existir, possa dar a estes que vivem de banda, criar uma rede perniciosa e desastrosa a qualquer estrutura da sociedade.

Dizem ser isto uma revolução de aprimoramentos sociais; ora senhores revolução denota movimento que cria nova ordem de evolução! Se as leis que regem o direito são retrógradas e permanecem no hodierno e não mais satisfazem o momento contemporâneo, devem ser refeitas para o bem comum de toda a sociedade constituída.
Manter a situação é o que mais consome tempo nas câmaras de todas as instâncias. Dizem não as reformas judicial, tributárias, financeiras e afins, não aos direitos humanos aos humanos direitos, onde o Estado milita em aprisionar, julgar e condenar os “sem nada” dando status e fórum privilegiado aos que mantêm o joguete político e financeiro.
O que querem a todo custo é censurar a imprensa séria, não aquela medrosa que vive de também de privilégios expondo feitos “não feitos” de politiqueiros que usam verbas públicas em beneficio próprio. Há de se mostrar os podres destes pseudo-democratas, onde para eles compete não o termo de governo para o povo, mas todas as ditaduras possíveis de controle, para manter o modelo atual do corrupto e do corruptível do Estado e suas arbitrariedades!

“Atrás de uma grande riqueza existe um grande ladrão” e atrás do controle do vigiar e punir de Foucault, estão às intenções de controle dos meios de informação e assim se apoderar dos meios para obter os fins!

Verdadeiros escroques, que desconhecem a ética, que para tais é palavra morta, sua meta é o poder!  

Não Passarão!

Acorda povo do Brasil, gigante adormecido!


quinta-feira, 10 de maio de 2012

O Poeta Paulo Eiró e a cidade de Tatuí, São Paulo.

Santo Amaro e Seu Poeta

À história compete “escarafunchar” todos os recônditos lugares em busca de seu constante movimento, isto vale todos os esforços possíveis atrás das provas dos movimentos constantes do homem em busca de conhecimento, disto resulta teses infindáveis seguida de dialética, por vezes combativa, de negação, levando a um êxtase constante pela investigação, negando às vezes, afirmando em outras, enfim, uma depuração dos equívocos de nossa contemporaneidade.

Desta feita, novamente somos surpreendidos pelas “viagens” do poeta Paulo Eiró, nascido no interior de São Paulo, na cidade de Santo Amaro, em 15 de abril de 1836 com o nome de batismo Paulo Francisco Emílio de Salles,(ou Sales) filho de Francisco Antonio das Chagas e de dona Maria Angélica de Morais, carinhosamente chamada de Nhá Gequinha. (Schmidt, p.12) Participou intensamente das Arcadas em compridas conversas, além de estar envolvido com a campanha abolicionista, sendo o primeiro intelectual a se ocupar seriamente com a causa, e participar da Convenção de Itu.
Viagem para Tatuí
O capitão Ezequiel Leme da Guerra, fazendeiro do município de Tatuí, após ficar alguns meses em Santo Amaro foi se despedir da parentela e passou na chácara de Santo Amaro, onde estava presente o padre Casemiro, e que contou ao fazendeiro a paixão de Paulo Eiró por viagens, assim “tio” Ezequiel resolveu levá-lo, com aceitação entusiástica do poeta, onde alguns cavaleiros partiram do Largo da Matriz[1]. Nesta comitiva o padre Casemiro, que iria acompanhar um bom pedaço do caminho, o camarista capitão Inácio Antonio de Borba, chamado pelos mais íntimos de Inácio Jacú, e sua esposa, que iriam permanecer em São Roque, seguindo para Tatuí o capitão Ezequiel Leme da Guerra com alguma tropa de mulas seguindo-lhe Paulo Eiró.
Em carta datada de 22 de abril de 1860, Paulo Eiró conta para sua mãe como decorreu a viagem:

“Foi no dia 19 que chegamos a esta Vila com seis dias, ou antes, sete, de jornada, pelo fato de estarem os animais cansados (os do Sr. Inácio) e a bagagem ser grande. O padre acompanhou-nos até Mboi[2] e deve ter-lhe contado o que foi o primeiro dia de viagem. No segundo dia, saímos de Mboi e fomos passar na Várzea Grande, légua e meia adiante de Cotia.
Do terceiro dia em diante, a viagem foi mais alegre ainda, por causa do João do Beco, que ia conosco vender um escravo. Paramos nos Marmeleiros, adiante de São Roque, vila bonita porém em má posição. No quarto dia, atravessamos o campo elevado de Pantojo, de um aspecto singular, o Piragibu, o Nhoahiva, onde há hoje poucos papudos[3], e chegamos a um pouso junto à fazenda à fazenda Passatrês. A poeira avermelhada incomodou-me bastante. No quinto dia, chegamos a Sorocaba, que é uma linda cidade, paramos junto à ponte que também é muito boa e onde se juntam os feirantes, que este ano tem sido em pequeno número, bem que a feira se tenha aberto preços elevados.
Fomos depois à Terra Vermelha, meia légua adiante, onde mora o Sr. Guilherme Hannickel, que me tratou muito bem. Aí foi o nosso pouso. No sexto dia, como no precedente, caminhamos, todo em município de Sorocaba; encontramos algumas tropas de venda e paramos um pouco na Fábrica de Ferro do Ipanema, que está hoje acabada.
Fábrica de Ferro do Ipanema-IPERÓ/SOROCABA
Nosso pouso foi na Venda Nova. No sétimo dia, pusemo-nos a caminho e atravessando o Sarapuí, nos encontramos neste município. O sol esteve ardentíssimo e achei a jornada comprida.
MUSEU PAULO SETUBAL - TATUÍ/SP

Tatuí é uma povoação grande, mas as casas estão muito espalhadas: a posição é bonita e os campos fizeram-me lembrar os de Santo Amaro; as ruas são todas muito direitas e se cortam em ângulos retos. A terra é sossegada e comerciante; não há divertimentos, à exceção de alguma companhia ambulante que por aqui aparece.
O dr. Pinto aqui tem estado.

Nós aqui demoramos até hoje, domingo, por causa do negócio do João do Beco e pretendemos ir logo para a fazenda, daqui a quatro léguas.
Esquecia-me de contar-lhe que festejei o dia de meus anos perto de São Roque, bebendo com o Capitão e o João do Beco duas garrafas de vinho. É escusado dizer-lhe que o Sr. Inácio e sua senhora têm-me tratado nas palmas das mãos, e com todos os cômodos possíveis. Assim faz gosto viajar. Eu me conservo satisfeito e com saúde e não tenho sentido a menor canseira. Os cavalos estão frescos e têm de comer muito milho, que aqui se dá de graça. Lembranças a Mano Guerrinha, minha mana (referia-se a Emigdia) e ao Chico, que estimarei vá a melhor, ao Lucas, a Mariazinha, ao Padre, a meu pai, que tomará esta como sua, e a quem juntamente com Vmcê. Pede a benção este seu filho, etc.- Paulo Eiró”

A carta foi confiada a João do Beco que acabara fazendo um negócio e vendendo o escravo e, sem nenhum prazer por excursões daquela marca, despedira-se dos amigos na porta da hospedaria e regressara a Santo Amaro, levando o dinheiro por dentro da carneira do chapéu, a fim de precaver-se contra as surpresa do caminho.
O capitão Ezequiel Leme da Guerra tomou novo rumo a tratar de negócios. No dia seguinte, o poeta, o capitão Ezequiel e os escravos que tratavam dos animais, fizeram uma madrugada e partiram para a fazenda, onde um deveria permanecer e outro passar o tempo que quisesse.
TATUÍ NA ATUALIDADE
Foi uma viagem deliciosa, pois a temperatura já havia abrandado, a poeira vermelha tinha desaparecido e a paisagem de momento se fazia mais linda. A meio dia do trajeto, junto de um riacho, os escravos estenderam a toalha debaixo de uma árvore e serviram o virado de feijão com torresmos.
Só a cair da tarde, chegaram a fazenda. Era uma daquelas velhas propriedades, com extensos muros de pedra seca, mangueiras de tábuas mal juntas, zumbido intenso de moscas no esterco verde da cocheira e anuns equilibrando-se dificilmente nos mourões das cercas. Um cheiro de capim socado ia e vinha nas aragens. Os escravos cantavam coisas tristes nas senzalas e, noite alta, ouvia-se o bate-pé nos terreiros distantes...
No primeiro dia, Paulo Eiró mostrou-se ébrio de contentamento. No segundo, leu a Bíblia com as respectivas anotações. No terceiro, fez umas ligeiras despedidas, desatendeu a todas as instancias para que ficasse e perdeu-se na estrada de Tatuí... (Schmidt, 119 a 122)

Paulo Eiró manteve-se professor da escola primária, da Rua Direita[4], em Santo Amaro, implantada em “data”[5] cedida ao seu pai, até 1863, data em que foi substituído na cadeira.
Este ano marca a publicação do drama “Sangue Limpo”, que já havia sido encenado antes, no dia 2 de dezembro de 1861, no Teatro da Rua da Fundição[6], localizado na face leste do Pátio do Colégio. (Schmidt, 130)
Rua Floriano Peixoto, ex Fundição. À direita, parte igreja São Pedro, demolida em 1910. Ao fundo, o Solar da Marquesa de Santos, antiga Rua do Carmo, hoje Roberto Simonsen.
Rua Floriano Peixoto em 2012
Na véspera do espetáculo, um domingo, o “Correio Paulistano” publicou um anúncio de meia página, sobre as festas em homenagem ao 36º aniversário de S. M. Imperial, o Sr. D. Pedro II.

No Pátio do Colégio, o teatro estava iluminado “a giorno” com riscos de tigelinhas na frontaria...
E dos carros que estacionavam diante do teatro desciam as famílias mais conhecidas, as autoridades civis e militares enfim, toda a brilhante sociedade da capital da Província. (Schmidt, p. 132;3).
ANTIGA PREFEITURA DE SANTO AMARO/SP-ATUAL ESPAÇO JÚLIO GUERRA

A crítica paulistana não gostou, mas já era a confirmação do poeta e dramaturgo paulista, enaltecida e talvez visualizada no interior de Santo Amaro e completada na cidade  de Tatuí!

Adozinda Kuhlmann com Henrique Novak: Encontro Social em recital no dia de Paulo Eiró -  Santo Amaro-São Paulo

OBS:
Muita coisa escrita por Paulo Eiró perdeu-se no tempo, mas ficou como registro a peça, em quatro atos, “Sangue Limpo” e três livros de poesia: “Primícias Poéticas”, “Tetéias”  e “Lira da Mocidade”.

Bibliografia:
Schmidt, Afonso. O Romance de Paulo Eiró. São Paulo: Editora Clube do Livro, 1959.



[1] Atualmente, Largo 13 de Maio, em Santo Amaro, São Paulo
[2] Hoje é o município paulista de Embu das Artes
[3] Espécie de capim
[4] Atualmente Capitão Tiago Luz, Santo Amaro, São Paulo
[5] Vide: Cartas de Datas (terrenos) em Santo Amaro e outras providências:
[6] Pátio da Sé delimitava-se o Pátio da Sé, de um lado pela atual Rua Floriano Peixoto, de outro, pela rua Venceslau Brás. A Rua Floriano Peixoto teve o nome primitivo de Rua da Fundição, pois abrigava os fundos da Casa da Fundição dos Reais Quintos de São Paulo, que tinha entrada pelo Pátio do Colégio. A instituição começou a funcionar no local em 1730. Fechada e reerguida em 1751, manteve-se em atividade até 1762, foi abolida e, depois reaberta, para ser desativada definitivamente em 1818. A troca de nome da rua, homenagem ao presidente da República Floriano Peixoto, deu-se a 1º de agosto de 1907.
No século XVIII, quando dom Luís Antonio de Sousa Botelho e Mourão, o Morgado de Mateus, era governador general da capitania de São Paulo (1765 a 1775), famoso por conceder em 1767, o título de coronel a Santo Antonio, surgiria aquele que é considerado o primeiro teatro oficial de São Paulo. Seria instalada na Casa da Fundição, nos baixos do Palácio do Governo, no Pátio do Colégio, uma sala de espetáculos para 350 pessoas, chamada de Casa da Ópera. A Casa da Ópera do Pátio do colégio (local aproximado de onde estava instalada a Caixa Econômica Estadual), tinha uma construção rudimentar para uma casa de espetáculos, com três portas no rés do chão e três janelas no primeiro andar. Trazia no interior, à altura do saguão, duas escadas, que davam, uma para o camarim governamental e outra aos 28 camarotes, divididos em três ordens. Na platéia havia bancos simples. A iluminação era feita por velas de cera e candeeiros de azeite doce.Foi na Casa da Ópera, do Largo do Colégio,que dom Pedro I, ao proclamar a independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, foi aclamado pelo povo, rei do Brasil. Com a inauguração do Teatro São José, em 1864, e outras casas de diversão em São Paulo, a Casa da Ópera entrou em decadência, sendo decretado por volta de 1870, que seria demolido o seu prédio. No seu lugar, em 1881, foi lançada a pedra fundamental do prédio da Tesouraria da Fazenda.