sábado, 25 de abril de 2009

PACTO E EXPANSÃO DO PODER EM SANTO AMARO, SÃO PAULO/SP

PACTO E EXPANSÃO DO PODER EM SANTO AMARO, SÃO PAULO/SP

Destruíram uma economia emergente do Estado de São Paulo de aproximadamente 8000 quilômetros de ferrovias, desarticulando contatos de escoamento de produção de agricultores pequenos, que não tendo como escoar sua produção por conta própria, venderam suas terras a esses agiotas abalizados pelo maior símbolo capitalista, os bancos, que nunca produziram nada de utilidade, mas são detentores de toda estrutura financeira do mundo, com banqueiros que ditam as regras que lhes apraz em determinada época ou determinado setor regional.

São Paulo produziu por décadas algodão, café, e manteve uma agricultura de subsistência interna. Atualmente produz milho para combustível e soja transgênica, ou seja, uma semente que não se reproduz obrigando o agricultor às regras dos laboratórios de controle genético. Não há mais plantadores, não há quem faça colheita em São Paulo, evidentemente em todo país, pois a tecnologia tomou conta do campo. As máquinas plantam e colhem com único operador de máquinas agrícolas, e simples manuseio de botões.

Para onde caminhou esse contingente de agricultores do campo?
Para o maior campo de concentração produzido até então pelo poder: Às cidades. Estando esse contingente confinado em guetos é muito mais fácil abocanhar onde há as riquezas naturais, na atualidade em regiões do Norte do Brasil. Há de se contestar que ninguém em momento algum passou o direito de posse, e posse, também e fruto de roubo.

São Paulo e Rio de Janeiro serão ligados por um trem de alta velocidade, num valor de 11 bilhões de dólares, que obrigatoriamente precisa estar pronto até 2014 para serem usados entre estas cidades por turistas estrangeiros verem a Copa do Mundo. O fluxo deste investimento virá dos países mais ricos do planeta e não são mais que meia dúzia deles. Outro fato e que essa tecnologia esta mais restrita ainda, pois esses equipamentos virão sem sombra de dúvidas da Alemanha, Japão e/ou França.

O trajeto também esta claro ao poder internacional, porque o nacional, se manda, manda pouco: Partirá do Aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro com trilhos cortando o Vale do Paraíba, entrada no passado do café em São Paulo, em direção a São Jose dos Campos, passando pelo centro de São Paulo, que sem dúvida terá uma moderna estação ferroviária que fará da principal Estação da Luz, um remedo de estação, podendo ser até atropelada e tombada, pois história deve ser apagada, o que interessa ao poder é o progresso, e parte desta história já esta no chão, se dividam visitem o arredores da rua Mauá em São Paulo. O “trem bala” será atirado em direção ao Aeroporto Internacional de Cumbica e depois a cidade do interior paulista em Campinas.

São Paulo não pode parar, é adágio popular, mas um slogan mentiroso, decantado há décadas. Como se entrava em São Paulo quando não havia o Aeroporto de Cumbica em Guarulhos? Pelo Aeroporto de Congonhas, idealizado na década de trinta e único capaz de receber grandes aeronaves. Estas por sua vez cresceram, a tecnologia criou aviões maiores, logo necessariamente, pistas maiores. O projeto de ampliação do Aeroporto já existe embora os mentirosos falem que não. Ele foi requerido pelo poder após o fatídico dia do acidente do avião que vindo de Porto Alegre ultrapassou a pista, embora a dita aeronave tivesse problemas técnicos de funcionamento, e, quem trabalha com mecânica denomina “gambiarra”. Este missivista estava em Porto Alegre, na Universidade UNISINOS, num encontro de história, em São Leopoldo, a comoção foi geral.
São Paulo ampliará sim o aeroporto de sua cidade, com todas as chiadeiras que possam existir. Os técnicos não cogitam novo aeroporto em outro local, como por exemplo, em áreas de expansão do Rodoanel, onde o trajeto desrespeita áreas ambientais, mesmo com leis, não há limites aos interesses capitalistas, e para que manipulasse o poder não se aplica sanções, e a lei e mera letra estampada no papel, na pratica “a lei, ora a lei” não tem força de ação, em proteções ambientais. Não aprofundemos na Amazônia legal, pois acredito que haja uma ilegal, pelo termo aplicado. Ser neoliberal, “um da liberdade nova”, não é abrir mão de riquezas naturais em prol de agiotas mundiais!
Sigamos com a carruagem. De repente vemos que o governo paulista propõe navegar o Rio Tietê, e que será concluído até 2020. Pode-se ter certeza que este rio já recebeu mais investimento que muitos recursos expatriados por ilhas fiscais do planeta, que não pedem recibo de procedência, e dinheiro é um objeto que não tem nome estampado, é um produto cheio de bactérias, algo realmente imundo, que passa de mão em mão até o destino conclusivo de financiar crimes lesa pátria, ou melhor, lesivo aos cidadãos.

Para que o Rio Tietê e seu afluente Pinheiros, que chega à represa Guarapiranga e na Billings haverá investimento de mais 2 bilhões de reais, fora o que foi para o ralo, ou para cofres alheios. Só para se ter idéia, já edificaram e nunca concluíram, 67 projetos para revitalizar o Rio Morto, somos invejosos para até isto copiar pois já há o Mar Morto. Sim, Rio Morto, pois em São Paulo ele é um arremedo de rio, parado, de uma graxa preta estagnada na superfície, de longa data, desde quando as usinas invertiam o curso do Rio Pinheiros e lançavam nas águas o óleo negro das máquinas. Matou-se toda a vegetação da margem do Rio Pinheiros, a da mata ciliar de manutenção da vida do rio. Além disto, em suas margens fizeram uma barragem de concreto, que impressionou um técnico europeu, conhecedor da recuperação do Rio Tâmisa, em Londres e o Sena em Paris, quando ele pensava ser um canal de obra de engenharia, descobriu ser um canal natural, e isto é o que é hoje, pois o Rio Pinheiros já possuiu anteriormente 45 quilômetros não passando de mais de 27 quilômetros atualmente, construído entre a Represa Guarapiranga e o Tietê, e descobrindo que era um rio de existência natural, abaixou a cabeça tristemente, em conclusivo dizer solitário: CRIMINOSOS!

As empreiteiras expandem-se às margens do Rio Pinheiros e seguem em direção a Santo Amaro. Temos como cartão postal ainda inacabado o empreendimento Cidade Jardim, com shopping, edificações imobiliárias, que mostram toda pompa e magnificência, próximo ao lado oposto lojas de grandes grifes internacionais, e um conjunto de edificações que surpreende quem chega à primeira vez na cidade.
O ponto de referência é o antigo brejo da várzea do Rio Pinheiros, um lugar que há menos de meio século ninguém queria morar. Neste local temos hoje um dos lugares mais valorizados de São Paulo, e resistem teimosamente famílias que moram no local de longa data, e hoje precisam, apesar de que “precisar” é o termo usado pelas poderosas organizações, ofertando R$ 8000,00 de indenização por família pobre que resida nas imediações. Evidente que há um parque midiático que transmite em rede nacional em reportagens uma das pontes somente de interesse turístico, com 144 cabos de aço pré-estirados de sustentação, que consumiu 240 milhões de reais, que é atualmente o cartão de visita da rede televisiva, nunca as câmeras mostram o outro lado da realidade das expulsões, vivem de fantasia, pois esta ponte não tem fluxo que justificam sua construção.
Do outro lado, na margem oposta paralela ao Rio Pinheiros,há o parque Burle Marx, administrado pela economia privada, que pertenceu ao industrial Baby Pignatari, com o nome Chácara Tangará, do clã dos industriais Matarazzo, estando atualmente cercado pelo conjunto imobiliário Panambi, na antiga estrada do Morumbi.

As indústrias saíram todas de Santo Amaro, e pode-se dizer, sem dúvida em errar, que era um dos maiores parques industriais da capital paulista, e aquelas que não saíram ainda, estão arrumando as malas, sendo a maior debandada silenciosa do que foi um dia um pólo industrial respeitável. Os operários destas empresas que vieram dos mais longínquos locais, de vários estados, de vários países, fixados na região, também irá se mudar com as fábricas? Evidentemente que não, já se tornaram mão de obra obsoleta.
De outra feita, as indústrias se remanejam com certa destreza, pois galpões na atualidade são pré-mondados, construções leves e rápidas. O maquinário, poucos serão aproveitados, pois há uma tecnologia de produção muito mais eficiente e produtiva, não não necessitando de grande contingente de mão de obra operante, as máquinas são programadas, por vezes por quem nem conhece o ferramental, basta acionar botões, liga desliga, e a produção é mais eficiente.

Atualmente os limites periféricos transbordam pela desigualdade e afluem por esferas elevadas. Para sentir este momento, basta enveredar-se pela Marginal, ou melhor, Nações Unidas, que circunda a cidade. Depara-se com galpões que no apogeu da industrialização foram sinônimos de pujança de referência santamarense, e agora apodrecem sem cuidados, deteriorados pelo tempo. Empresas como Squibb, Caloi, Monark, Fieltex, Plavinil, Bera, e muitas outras, agora são um amontoado de entulhos, verdadeiros cemitérios abandonado que serão demolidos para pólo imobiliário de alto padrão.
Por alguma teimosia ainda subsiste a imponente torre da antiga empresa Metal Leve que foi orgulho na produção de pistões automotivos e “Área de Segurança Nacional”, mantendo ainda suas dependências o nome de MAHLE, de controle americano do norte. A tradicional empresa de rádio e televisão SEMP, subsidiária TOSHIBA já acena seu adeus a Santo Amaro, pois seus atuais “donos” estão de malas prontas para outra região.

Este proletariado e sua prole, que já não possui os mesmos sonhos de seus pais, irão permanecer em bairros populosos com poucas alternativas de emprego, de uma atividade gerada de um trabalho regular e, por conseguinte pouca renda de sustentação.
Hoje na região do extremo sul, esta havendo debates quase que semanalmente para definir políticas públicas sustentáveis, num quadro conflitante entre habitação e meio ambiente. São Paulo necessita de água, e capta a mesma da região por bombas de recalque vindo da Billings/Guarapiranga ou da Cantareira ou da cidade mineira de Extrema. São Paulo já está no limite de abastecimento, importando água de outros estados.
A região possui, além disto, belezas naturais em áreas cobiçadas pelas maiores empreiteiras do país, para implantar um milhão de casas populares, como prometido pelo representante Máximo da nação quando do Fórum Social Mundial de 2009, em Belém do Pará, que este missivista foi testemunha do fato, mostrando para outros representantes de outros países que o Brasil pretende ser a força da América Latina, mas com discurso pobre, sem repercussão impactante nos presentes, pois estava mais voltado ao discurso do neoliberalismo e interesses de multinacionais. Exponho não como observador existencialista deste único instante, mas com antigo proletário que fez sua parte pelo Brasil, traído em palanques de farsa e mentiras, como tantos outros, não posso, ou melhor, não devo acreditar em palavras e “PACto”.
As empreiteiras estão querendo usufruir dos 34 bilhões de reais para implantação do programa, esperemos que não seja desviado para empreendimentos de luxo, ou estádios para receberem a Copa do Mundo de 2014, neste país rico em recursos com um povo tristemente pobre.

Não devemos esquecer que o estado de São Paulo já se locomoveu sobre trilhos com quase 8000 quilômetros de extensão, e hoje possui míseros 70 quilômetros de metrô. A linha da CPTM que liga Santo Amaro a Osasco não contempla toda a demando do local, pois andam com o mínimo de composição, não tratam a causa para solucionar o precário sistema e os efeitos recaem sobre uma massa espremida em toda esta periferia. O sistema de locomoção de massa não contempla as necessidades, com seu péssimo transporte urbano.

Santo Amaro está aos poucos se transformando para receber a expansão da capital paulista. O lugar interiorano, que foi readequado como limítrofes da cidade em 1935, e que tinha sua área compreendida desde o parque do Ibirapuera, terras antigas dos índios Guaianazes, do cacique Caiubi, que preferiu ali se refugiar, não aceitando o adestramento do europeu, que havia tomado a aldeia de seu irmão Tibiriçá, para ali implantar uma vila em nome do poder, está novamente sendo usurpada pelo poder.

O século 21 ampliará os domínios sobre o extremo sul, haverá ampliação do sistema metroviário, que ligara Santo Amaro a Chácara Klabin seguindo o trajeto do antigo trem a vapor idealizado por Albert Kuhlmann, que por sua vez repetiu-se com as antigas linhas dos bondes e que seguirá agora com o metrô. Diz-se que a história não se repete, mas pode-se dizer que se assemelham. Alem disto a Capela do Socorro, na sua Riviera Paulista, terá em toda orla cinco parques para embelezar e proteger os mananciais. Esperamos que tudo isto que está sendo proposto para o extremo sul, não seja para acobertar uma famigerada expansão imobiliária predadora, do tipo: “Prédio de Frente Para a Represa”, e que todo este remanejamento não seja uma nova gentrificação, higienização e expurgo local, onde as “elites bárbaras” assumirão toda infra-estrutura que será implantada expulsando quem realmente tem pertencimento local e matando a história em nome do expansionismo econômico.

O poder político sempre toma a dianteira no assunto em prol das regalias das elites, pois elas financiam seus próprios projetos para deles tomarem posse, e usufruírem dos benefícios, enquanto o social contenta-se em assumir papel secundário nas ações.

A história sempre esta relacionada ao tempo e ao espaço determinado, e por isto que devemos perpetuá-la às novas gerações para que os “seqüestradores da história” não mintam e nem triunfem com suas mentiras, e mesmo que a ortodoxia acadêmica bata no peito a dizer não haver resgate da história, há o seqüestro!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

DESCENDÊNCIA E FORMAÇÃO DE NOVO ELEMENTO


Descendência e Formação de Novo Elemento

Atualmente o grande debate acadêmico é o tema “afro-descendência”. Vamos de certa maneira incendiando um debate, ainda embrionário, e que interessa ao Estado esta política de segregação, e não sua incompetência de administrar as diferenças.
O Estado as criou e tornou-se campo fértil da separação, pousando de mediador, demonstrando não interferir nestas relações.O Estado foi o primeiro a interferir na cultura deste povo regulamentando suas práticas em círculos fechados.
Outros grupos que constituíram a população brasileira também foram controlados pelo Estado, com proibições sujeitas de punição se fossem representadas como cultura daquele povo imigratório. Estes foram locados em fazendas para exercer o trabalho braçal a custo baixo, apoiado pelo Estado, pois os fazendeiros eram os oligarcas assentados nas cadeiras parlamentares.Esses grupos disseminados tinham suas representações, as quais eram controladas pelo Estado brasileiro, (dúvidas quanto ao nacional referente à nação, pois as 220 nações indígenas restantes, pois as demais foram exterminados ao longo da história, não são reconhecidas como tal, medo de separações como dos Bálcãs) e representam outras etnias e podem denominar descendentes: ítalo-descendente, espano-descendente, germânico-descendentes, luso-descendente, eslavo-descendente, árabe-descendente, enfim toda uma gama de descendentes que por sua vez constituem um silogismo desse encontro abrupto resultando uma mistura de duas matérias diferentes (amalgamadas) resultando uma terceira totalmente diferente das outras duas.
Separando as relações humanas para termos nitidez deste argumento vamos imaginar duas estruturas com suas características próprias em sua constituição e que no campo das técnicas industriais denominamos “ligas”. Estas ligas são resultantes de dois, ou mais, materiais presentes na natureza, e representados nas tabelas periódicas idealizadas por propriedades distintas que unidas entre si formam novo elemento.Exemplificando, a indústria toma o cromo e o níquel em porcentagens determinadas para constituir o aço inoxidável, presente no cotidiano da vida humana em aparelhos cirúrgicos, em corrimões de metrô, em utensílios domésticos, enfim em tudo quanto à oxidação (ferrugem) é indesejável, e proveniente do aço carbono (comumente erroneamente denominado ferro). O aço inoxidável é um elemento novo, que “misturado” (minérios de ferro com níquel e cromo) constituirá nova estrutura.

Pode-se questionar que fazemos comparações de matérias com seres humanos, mas o que somos nesta constituição biológica? Novo elemento, nova estrutura, que possui características próprias na sua formação, e que mantém elementos de sua formação, mas com outras propriedades. O africano que representa a capoeira de Angola trouxe traços dessa expressão formando a capoeira nacional da Bahia. O italiano por sua vez apresentava a tarantela peninsular, onde os “oriundis” não preservaram seus movimentos, mudando determinada configuração. Os de Espanha, das coloridas vestimentas a rodopiar ao som das castanholas, tiveram transformações locais onde o toque do instrumento somente é ouvido em festas localizadas. O fado chorado dos acordes lamuriantes, ou típicas danças rurais, estão confinados nas casas portuguesas, e não expressa o sentimento que acompanha aquela apresentação.
Quando nos definimos como descendentes de algum grupo de população (Sergio D.J. Pena, professor da UFMG, em matéria assinada pelo professor Marcelo Leite, na Folha de São Paulo, de 26 de outubro de 2008, cita o livro “Humanidade sem Raças?”, cita que: “Mesmo a substituição de “raça” por “população”, na segunda metade do século passado, foi incapaz de desconstruir o suposto apoio científico para a contínua discriminação entre seres humanos”) com características próprias estaremos enquadrados em algum grupo, e no caso não temos esta determinante no quadro exposto, nem todos possuem este pertencimento, somos outro modelo.Os laboratórios mundiais não desistiram de compor o idealismo da Eugênia, absurda realidade do homem a busca da pedra filosofal e sua eternidade terrena. Enganam-se aqueles que acreditam que não tentarão está aberração de controle supremo, onde os grandes centros científicos estão no desempenho contumaz da idealização do individuo único, isto faz parte desta adaptação que começou natural com “habilis”, indo para “erectus”, “sapiens” e sendo antecipada para o “sui generis”.

A mulher gestante, na atualidade, passa por uma bateria interminável de exames médicos controláveis por equipamentos de alta tecnologia para detectar anomalias genéticas, procurando evitar doenças em futuras gerações, que deverão ter sistemas imunológicos antes do nascimento, colocados em vítreo, gerador da perfeição requerida, em criogenia (congelamento) controlada. Esta linha de produção, não é ficção, é materialmente comprovada em qualquer laboratório abalizado para experiências de concepção. Neste processo temos também os três momentos de concepção de mundo: teológico, metafísico e positivo (fundado pelo conhecimento cientifico) que não se pretende entrar no mérito neste momento.Uma evolução tecnológica onde se passou pela “idade da pedra”, “idade do bronze”, “idade do ferro”, passa agora por um processo unindo vários conhecimentos para idealizar a “idade das ligas”, misturas de vários elementos onde dois, ou mais, unidos constituirão um terceiro com outras características formando a homogeneidade de controle da população, e que se pretende formatar para uso do Estado autoritário.

Não queremos a uniformidade, mas a liberdade destas diferenças.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Formação do Povo do Estado Brasileiro

Formação do Povo do Estado Brasileiro

Na introdução do livro “O Povo Brasileiro”, do professor Darcy Ribeiro, tem-se uma singularidade que torna clara idéia do contexto, determinante de cada raça torna-se possível compreender este novo elemento que já não é nem uma raça européia nem outra raça qualquer, mas uma nova estrutura amalgamada com anomalias próprias de toda deformação bárbara, uma Nova Roma.
Deu-se choque de latinização somada a um barbarismo pré-existente na formação da raça na Península Ibérica, formada por visigodos (godos nobres!), alanos e suevos misturados com autóctones da península, todos agentes transformadores.
A gênese fora, deste modo, interrompida por um hibridismo transformador, um novo elemento de uma complexa rede de intercâmbios, culminantes num novo modelo mestiço.

Mais tarde essa estrutura será novamente transformada com a penetração de nômades vindos em direção a península cruzando pelo continente d’África através do estreito de Gibraltar, porta de entrada do Atlântico para o Mediterrâneo,ou saída, e não somente constituídos de árabes numa expansão da doutrina do Islã, mas um grupo coeso de certa hegemonia econômica-político-militar, com unificação de idéias, num sincretismo, fundindo elementos culturais diferentes, com domínios bem definidos que se deslocavam do oriente médio pelo litoral africano.
Estes ismaelitas (Descendentes de Abraão, “Pai das Gentes”,com sua escrava Agar,egípcia, e que foi despedida por sua ama Sara, que mais tarde legitimou a descendência de Israel dando a luz a Isaac.GENESIS,capítulo 16), com preceitos definidos pela formação de descendência semita, antigo historicamente, expandia-se entrando em contato com povo berbere da África e nestes deslocamentos forjaram um novo modelo sócio cultural.

Estruturou-se deste modo nova linhagem, nesta complexa rede formadora, que destoa o modelo eugenista (Os progressistas perseguem o modelo da perfeição, adeptos incontestáveis da eugenia que teve seu apogeu de pesquisa na 2ª Guerra, que não se sabe por que segunda e não milésima, financiada pela organização FUNDAÇÃO ROCKEFELLER e controlados por sistemas de processamento de dados da IBM.) de pureza das raças depurante, fundidos num cadinho efervescente borbulhante de raças diversas com trocas, sujeições e acertos.

Darcy Ribeiro debruça neste imaginário, emaranhado de situações que já é um processo na Europa e as circunstâncias forneceram subsídios suficientes de continuísmo, redefinindo elementos novos, que misturados darão nova substância, diferente de suas matrizes originárias, nova estrutura, o americano amalgamado, detentor de nomes diversificados e pejorativos, referências da articulação de domínio.

“O tema que me propunha agora era reconstruir o processo de formação dos povos americanos, num esforço para explicar as causas de seu desenvolvimento desigual”.
(Darcy Ribeiro)

Deste resultado miscigenado do povo ibérico, fruto de uma amalgama preliminar, proveniente da relação em um determinado espaço geográfico, e um tempo definido, dará um grande passo para a expansão de domínios, jamais tentado por grandes povos navegantes da antiguidade: Atravessar mar aberto, navegar sem ilhas como era o costume do Mediterrâneo, para se aventurar num novo modelo de navegação, uma grande cabotagem continental pelos novos romanos, deslocando-se rumo ao desconhecido.
Deste continuísmo expansionista fizeram-se senhores dos mares, não mais o “Mare Nostrum” fechado do Mediterrâneo, mas um mar de possibilidades, aberto.

NATURAIS
Um novo elemento entrará nesta teia, e que tem na terra, seu sentido de vida, ele é auto- suficiente no processo no manejo de técnicas construtivas, resplandece de uma sabedoria que supera pela arquitetura geométrica a dos agressores europeus. Este encontro trágico para os autóctones criou novos matizes com este novo elemento desconhecido e que por um erro histórico do Ocidente convencionou-se denominá-los como habitantes das Índias.
Como fatores desta nova condição transformadora criam-se novas possibilidades que altera e deforma a gênese da Pindorama.

O negro da África nortista, já esta presente na cultura Ibérica, na transposição mourisca, de cor acobreada, proveniente da mestiçagem entre árabes e africanos, o mouro da Mauritânia com sarracenos dos desertos, vindos através de um nomadismo da Síria e Arábia.
Mouriscos eram todos aqueles que deslocavam em caravanas provenientes da Arábia, África e Península Ibérica. Uma nova caravana foi iniciada em direção ao “deserto do mar” e será responsável pelo “ACHAMENTO” de uma nova e surpreendente civilização, algo que não tinha nada haver com etnocêntrico, nem eurocêntrico de superioridade determinada.
Os primeiros europeus eram de castas que estavam nas fimbrias do poder dominante da Europa e eram uma mistura somada de recessivos genéticos e valores, não predominava a origem do sangue azul das imperiais dinastias continuístas. Disto resultou a imposição de uma latinidade mestiça, sem a pureza romana latina, impregnada em cada elemento rude que já havia sido deformado em variantes vernáculas, e de costumes (Videiras e oliveiras, únicas alternativas de intercâmbios de rotas comerciais forjaram costumes macerados nos lagares dos vinhos e azeites europeus, considerados primordiais na alimentação européia.) existentes ao longo deste domínio romanos e visíveis no hodierno. Estas etapas determinadas como evolução, estavam, além disso, impregnada de adaptações e ajustamentos às novas condições apresentadas, numa negação do vencido. Este é um campo fértil de análise e de possibilidades investigativas na busca da identidade formadora da América, como modelo distinto entre Castela e o reino de Portugal, mas ambos dominantes, prestadores de serviço ao exclusivo metropolitano europeu.

"Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e índios supliciados. Como descendentes de escravos e de senhores de escravos seremos sempre marcados pelo exercício da brutalidade sobre aqueles homens, mulheres e crianças. Esta é a mais terrível de nossas heranças. Mas nossa crescente indignação contra esta herança maldita nos dará forças para, amanhã, conter os possessos e criar aqui, neste país, uma sociedade solidária." Darcy Ribeiro

PLUTOCRACIA E DEVASSOS DO ACHAMENTO

PLUTOCRACIA E DEVASSOS DO ACHAMENTO

História atual

Esses devassos governantes da atualidade, com raras exceções, querem que os quartéis tomem o poder novamente, deste modo eles pegam um avião como fizeram no passado, pois são os mesmos daquela época, e vão curtir Londres, Paris e falando depois que são perseguidos, nas “Sorbonnes”, deliciando-se de safras das vindimas européias e belos manjares, declamando e cantando, em algum show, como representantes brasilianistas, estrangeiros em outra terra.

O povo como não tem dinheiro disponível para adquirir passagem de avião para fugir, fica aquentando o sistema repressivo que esses idealizadores da plutocracia criaram, pousando como patriotas salvadores da nação. São bandidos piores que aqueles que fizeram do bandidismo uma opção, sem defender nenhuma das duas facções, pois ambas são imperdoáveis.

Nada no Brasil pertence ao povo, está tudo servindo ao neoliberalismo, um nome para dizer que somos democráticos. Quem não abre o mercado para a especulação é comunista. Lutar por uma condição onde todos vivam bem é não gostar da pátria, uma canalhice rotulada pelas oligarquias coronelistas, que resolvem litígios a bala, ainda existentes em todo país e, da expressão corriqueira: “Você sabe com quem está falando?”

O Estado usa o que possui de maior condição para controle: a força militar. O seu inimigo não está mais nas linhas de fronteira, em outro país, causadora de pânico com uma possível invasão, mas, o maior inimigo do Estado, no hodierno, está no próprio território, a população interna, que sempre foi extorquida. Nunca lhe deram nada, ou no máximo, migalhas caídas da mesa oligarca, que precisa ter no bojo da história o mesmo pão e circo de sempre, que na atualidade está condicionada a bolsa família e futebol, o atual ópio do povo. O povo alijado das decisões não se sente parte da Terra Brasil, lugar maravilhoso de governantes medíocres.

Um pouquinho de História inicial do ACHAMENTO: 22 DE ABRIL

Hoje faz 509 anos que "acharam" esta terra, que nunca foi a melhor opção da Metrópole, pois somente em 1530 enviou-se uma "expedição exploradora", pelo nome, adivinhem para quê?
Mais tarde se interessaram pela prata que a Espanha explorava em Patosi, na falida Bolívia e que a bandidagem tentou assumir o controle de acesso da Bacia do Prata, formada pelos Rios Paraná, Paraguai, Uruguai e da Prata, nos territórios da Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai. Resultou desta forma, do lado lusitano apoiados pela armada britânica interesseira, homens armados em constante vigilância, invasores, que recebiam por degolas de cabeças cortadas dos nativos, homens livres, autóctones, verdadeiros donos disto tudo, e aprisionavam os que não resistiam, tornando-os escravos.
Precisando de mais braços aprisionaram outro povo, os negros da África. Com estes dois povos escravizados, constituíram uma população inicial, após a invasão de território, já iniciada anteriormente pelo Império de Além Mar, que enviou para cá condenados de seus presídios, degredados que nunca mais poderiam voltar à terra de origem, porque seriam condenados à morte. As praças da Metrópole, zonas do meretrício, foram “limpas” e enviadas em cargueiros, mulheres desprovidas de direitos, povoaram o Brasil nos primórdios.
Quem sabe, fazem parte da estrutura da heráldica de quatrocentões, constituída de brasão destes “desbravadores”, com bandeira da invasão de território com consentimento do poder e de onde a “mãe da pátria” tenha saído de prostíbulos e presídios, formando-se todo ladrão, filho desta devassidão, governante da atualidade!

Se houver alguma semelhança da história com alguém na atualidade, é mera coincidência, pois na realidade somos todos santos, até prova contrária, refutada em plenária!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

LÍNGUA, UM MÚSCULO PERIGOSO.

LÍNGUA, UM MÚSCULO PERIGOSO.

Uma preciosa jóia, tem tamanho compatível com sua grandeza, e geralmente não se reveste de tamanho, mas de beleza insuperável. Os grandes discursos geralmente são breves e revestidos de conteúdo, como jóia sutil. Discursos longos além de cansativos não transmitem a essência do que há de ficar para sempre como recordação de seu precioso conteúdo; além disto, usar o dom da palavra para criar sempre afeto e aproximação.

Um fragmento da Carta de Tiago, Capítulo 3, uma das menores do Novo Testamento, demonstra o exemplo de controle da palavra, dirigindo-se as comunidades de então:

“Todos nós sempre cometemos erros. Quem não comete nenhum erro no que diz é perfeito e é capaz de controlar todo o seu corpo. Nós pomos um freio na boca dos cavalos para que nos obedeçam e assim os fazemos ir onde queremos.

Pensem no navio: grande como é, empurrado por ventos fortes, ele pode ser guiado por um pequeno leme e vai onde o piloto quer. É isto o que acontece com a língua: mesmo pequena, ela se gaba de grandes coisas.

Vejam como uma grande floresta pode ser incendiada por uma pequena chama! A língua é um fogo. Ela é um mundo de maldade, ocupa lugar nos nossos corpos e espalha o mal em todo o nosso ser. Como o fogo que vem do próprio inferno, ela põe toda nossa vida em chamas. O ser humano é capaz de dominar todas as criaturas, e tem dominado os animais selvagens, os pássaros, os animais que se arrastam pelo chão e os peixes. Mas ninguém ainda foi capaz de dominar a língua. Ela é má, cheia de veneno mortal, e ninguém a pode controlar.

Usamos a língua tanto para agradecer ao Deus Criador como para amaldiçoar as pessoas, que foram criadas parecidas com Deus. Da mesma boca saem palavras tanto de agradecimento como de maldição. Meus irmãos, isso não deve ser assim. Por acaso pode a mesma fonte jorrar água doce e água amarga? Meus irmãos, por acaso pode uma figueira dar azeitonas ou um pé de uva dar figos? Assim, também, uma fonte de água salgada não pode dar água doce. Há entre vocês que é sábio e inteligente? Pois então, prove isso, pelo seu bom comportamento e pela sua maneira de agir, com humildade e sabedoria.”