quarta-feira, 24 de novembro de 2010

AS INDÚSTRIAS E A DESINDUSTRIALIZAÇÃO EM SANTO AMARO

Brasil:Estado Forte de Povo Fraco-Tecnicismo Forçado

Temos sempre satisfação em ver que aqueles que estimamos, mesmo não os conhecendo, foram os baluartes do desenvolvimento industrial de Santo Amaro e fizeram com que pesquisássemos este vasto território para descobrir mais sobre a industrialização em São Paulo em demonstração de admiração por muito que representou uma época de grandes realizações. Assim é muito importante recordar o bibliográfico e empresário José Mindlin.
A lembrança deste ilustre homem acadêmico, esta ligada a empresa METAL LEVE, sendo ele um de seus fundadores juntamente com as famílias Gleich, Lafer e Klabin, e que responde na atualidade pela razão social MAHLE Metal Leve S.A. de mudança definitiva para Itajubá, Minas Gerais. A empresa estava localizada à Rua Basílio Luz, nº 535, sempre repleta de operários que buscavam colocação nesta conceituada indústria.

Trabalhei em empresas do ramo automotivo, que desenvolviam pistões, blocos e cabeçotes de motores. Quando jovem recém saído das fileiras de formandos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, SENAI, uma das empresas que mais atraia os interesses dos jovens recém formados era a METAL LEVE. Fui um dos que pleitearam estar entre as fileiras do quadro de colaboradores, pois possuía um campo vasto de aprendizagem apoiado por um afamado departamento técnico de desenvolvimento.
Havia iniciado minha carreira profissional na ELETROMAR, uma empresa de material elétrico, que fabricaram as primeiras luminárias denominadas “pétalas” desenvolvidas para iluminar as Avenidas Marginais, que ainda hoje são vistas em sua extensão. Esta empresa estava situada no final da Rua Amador Bueno, em Santo Amaro, depois adquirida pela
WESTINGHOUSE. Vizinha a esta estava a INBEL S.A., que tinha como referência a fabricação de eletrônicos para armamento bélico, que abastecia os equipamentos da ENGESA, fabricante de tanques e lançadores de mísseis e a visita das altas patentes do exército estavam presentes, pelo ritmo frenético de produção de crescer a todo custo, mesmo sendo alto o preço a pagar.
Na Rua Engenheiro Francisco Pitta Brito, nº 138, estava localizada a COMPANHIA METALÚRGICA PRADA que fabricava latas para embalagem de comestíveis, era concorrente da CANCO que mais tarde se tornaria RHEEM, situada na Chácara Santo Antonio.
Neste mesmo circuito estava a HARTMANN-BRAUN, no final da Rua Campos Salles, nome este alterado mais tarde para Rua Mário Lopes Leão, que produzia equipamentos para controle eletrônico, e na outra esquina estava a empresa LABORATÓRIOS LEPETIT, do Grupo Dow Chemical, que após a desocupação foi usado ainda pela Casa Cor Paulista, e na atualidade todo este complexo industrial foi completamente demolido para dar espaço a prédios imobiliários.
Na Rua Amador Bueno situava-se a BURROUGHS ELETRÔNICA LTDA, fabricante de máquinas de escritório, tornando-se depois depósito de ponta de estoque da loja de departamentos Mappin, área ocupada mais tarde pela NATURA, empresa do ramo de cosméticos.

Nós, recém formados nas fileiras das escolas técnicas, queríamos ser integrados nas melhores empresas em Santo Amaro, onde se incluía a METAL LEVE, mas as contingências da vida fizeram-me enveredar para o campo metalúrgico, siderúrgico e mais tarde o de mineração no desenvolvimento de prospecção da VALE, hoje uma potencia que vale mais de US$ 150 bilhões e foi entregue por menos de 5% desse valor. Um detalhe: as grandes empresas do setor siderúrgico também nunca deram lucro ao país, e depois de adquiridas por grandes conglomerados internacionais, além de valiosíssimas rendem na atualidade grandes dividendos[1]. ENTRADA ANTIGA
ENTRADA ATUAL

Havia feito testes na METAL LEVE e também na FORNOS INDUSTRIAIS PYRO LTDA, na Rua Amador Bueno, nº 219, no local que anteriormente havia sido o galpão da ERWAL, válvulas industriais, onde se construiu o Shopping Largo 13, em frente a AMORTEX, de peças automotivas, e que hoje está instalado o Poupa Tempo de Santo Amaro. Optei pela segunda empresa que havia oferecido alguns benefícios que facilitavam minha vida estudantil.

Havia um contingente enorme de jovens saídos das fileiras de formação profissional do SENAI, onde fomos “treinados para produzir”, e na mesma época havia sido instituído o regime de exceção, com “pressa” de desenvolvimento a qualquer custo, com a implementação do PNDE, Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico.
Havia uma exigência de capacitação pela falta de mão de obra e deste modo formavam-se homens de grande competência técnica e pouca formação intelectual, não era uma determinante pensar, como ainda não o é, para controle das massas é melhor mantê-la na ignorância e deste modo não participar efetivamente nos destinos dos interesses populares e do país. Assim fomos “adestrados” para responder em prol do Estado forte e um povo fraco. Nos murais estudantis os jovens eram procurados para completar o quadro de mão-de-obra especializada, sendo o nosso entusiasmo juvenil o único poder que possuíamos.

Como precisava dar complemento à minha vida estudantil e trabalhista a empresa a qual optei, estava nas proximidades do Largo Treze de Maio, onde fervilhava toda informação necessária aos jovens, onde a formação estava restrita ao campo tecnológico. Para entrar numa escola pública tínhamos que prestar um exame denominado de “vestibulinho” para complementação dos estudos, eram poucos que se prestavam a ter as duas formações, técnica e de conhecimento geral. A Secretaria da Educação, à época representada pela digníssima professora Esther de Figueiredo Ferraz, irmã do prefeito de São Paulo, dificultou a entrada nestes cursos, decretando que jovens acima dos dezoito anos não poderiam cursar o ensino gratuito do Estado. Mesmo assim insisti e fiz os exames seletivos, sendo obrigado a entrar com “mandato de segurança” para exercer o direito em concluir o ensino médio no Colégio Melvin Jones, na Avenida de Pinedo, na Capela do Socorro, onde estudei no período noturno.
Santo Amaro estava dentro do perímetro desenvolvimentista, sendo um dos maiores centros industriais existentes, como outros tantos bairros tiveram este mesmo privilégio, citando o Brás, Mooca, Lapa, que também possuíam um pólo industrial fortíssimo, sendo o reflexo da industrialização de São Paulo, uma gama de empresas que fariam inveja a qualquer pólo industrial de vários países, e que muito depois se deslocou para a região do ABC com o forte de sua capacidade industrial voltada para o setor automotivo. Santo Amaro possuía um vasto campo indústrial em todos os setores imagináveis, desde AVON COSMÉTICA, que foi instalada primeiramente na Avenida João Dias, onde depois se tornou cursinho estudantil do Anglo, mudando-se posteriormente para Avenida Interlagos, nº 4300. Outras, também na mesma avenida, foram pioneiras, e, um destes marcos, sem dúvida, foi representado pela SEMP, pioneira em rádio difusão fixada na região desde 1942, tornando-se satélite da multinacional Toshiba, e prestes a sair de Santo Amaro, em direção ao interior paulista. A SEMP rivalizou por muito tempo com empresas multinacionais ávidas em abarcar o mercado de televisores, citando também neste mesmo seguimento a SHARP, localizada na Estrada do Campo Limpo, também na região de Santo Amaro. Tanto insistiram em adquirir as ações e o controle acionário que hoje se intitula como rótulo de mercado com a denominação Semp-Toshiba, mas nem remedo dos anos de pujança do contingente de operários que se dirigiam no auge da produção industrial em Santo Amaro.
Do lado oposto da Avenida João Dias, havia também a antiga HOOVER, empresa do ramo domestico, mais precisamente maquinas de lavar, onde o galpão alojou mais tarde a PIAL LEGRAND, do ramo elétrico, e onde muitos técnicos do setor recebiam certificação para utilização de seus produtos.
Depois se instalou na mesma avenida a empresa FILTRONA,mudando depois para a Avenida Guarapiranga e mais adiante o LABORATÓRIO SQUIBB, pioneirismo americano do setor de laboratórios para fazer frente a competitividade da Bayer alemã, situada às margens do Rio Pinheiros. Havia também na Avenida João Dias, a REQUIPE, guinchos em geral para transporte de grandes equipamentos, da família Grassmann, hoje estacionamento de veículos da faculdade Ítalo, que anteriormente serviu para implantação da empresa de móveis pré fabricados INDÚSTRIAS PAULUS LTDAda empresaria Irmgard e filhos Klaus e Gotz Paulus.
A KODAK adquiriu na Avenida João Dias, na Praça Adão Helfenstein, a empresa fabricante de material fotográfico, a única na América Latina a fabricar papel especial para o ramo de fotografia no período da segunda guerra, com conhecimentos de um descendente de alemães, onde a família vinda da Argentina erradicou-se na região de Santo Amaro e que se tornou mais tarde Fundação Conrado Wessel, depois mudando-se para São José dos Campos e por um bom tempo se tornou a FACULDADE RADIAL.

Na Avenida Nações Unidas concentravam-se um número considerável de empresas multinacionais e algumas “teimosas” empresas nacionais, para facilitar as saídas rodoviárias pelo fluxo das Marginais dos Rios Pinheiros e Tietê, acesso às Vias Dutra, Castelo Branco, Fernão Dias, e mais tarde pela Airton Senna, rodovia mais recente e que serão vias de contorno para instalação de linhas férreas dos trens bala, ou tecnicamente denominado Trem de Alta Velocidade (TAV) para deslocamento rápido do Rio de Janeiro até Campinas, passando pela capital paulista, para fomentar interesses para a copa do mundo de 2014, um investimento de mais de US$ 20 bilhões.

Indo para a região de Interlagos, tínhamos uma gama de grandes indústrias como a BRASIMET, de tratamento térmico, e a BRASINTER de buchas industriais “sinterizadas”, pó prensado em alta temperatura de alta resistência mecânica. Mais a frente encontrávamos com a potência daCATERPILLAR americana, do ramo de escavadeiras, terraplenagem, ladeada pela MWM MOTORES DIESEL, que abastecia o mercado interno com motores de caminhões e ônibus da MERCEDES BENZ DO BRASIL, onde a empresa SOFUNGE, onde trabalhei na Vila Anastácio, que enviava, por exemplo, o bloco e cabeçote do caminhão MB 608, e o mesmo era todo montado em menos de sete minutos, pronto para montar no chassi, e usar no mercado interno ou exportá-lo, situada nas proximidades da multinacional SANDVIK DO BRASIL de produção de ferramentas de corte standard de aços nobres, e ainda mais a frente estava a empresa alemã de rolamentos FAG tendo como concorrente a INA-SCHAEFFLER, nas proximidades do SENAI Ari Torres. Do lado oposto estava a HISTER EMPILHADEIRAS e a empresa francesa TELEMECANIQUE e próximo a
transversal da Avenida Interlagos estavam grandes empresas como a VILLARES, que abastecia o mercado com equipamento siderúrgico e a ATLAS ELEVADORES, e do lado oposto situava-se também uma área física onde havia deposito de material radioativo e que falavam pertencer a NUCLEBRAS.

O nome Brasil aparecia no nome estampado no logotipo, praxe de muitas indústrias multinacionais. Muitas outras empresas sustentavam a produção das maiores, que por sua vez eram suportes das pequenas indústrias locais, que muitas eram intituladas de “bocas de porco”, o que hoje seriam as micro-empresas para suporte de produção de demanda baixa.
Muitas se seguiram a estas citadas e foram o sustentáculo do Parque Industrial de Santo Amaro: a ATLAS COPCO, nas proximidades da Ponte do Socorro, fabricante de compressores para ar
comprimido, além da ALBARUS SISTEMAS HIDRÁULICO E TRANSMISSÕES INDUSTRIAIS, e se localizava na Avenida De Pinedo, Nº 414, em frente a antiga Rua dos Italianos, depois alterada para Rua Amaro Luz, onde se situava a POSITRON EATON, incorporada mais tarde pela BROWN-BOVERI, hoje o galpão está ocupado pela UNILEVER. Mais à frente, na Rua dos Inocentes, havia uma pequena empresa de linha de fusão de zamak para peças de fogão, e das primeiras fichas telefônicas, de nome FONTAMAC que concorria, com as devidas proporções, com a MAGAL, a poderosa do ramo de carburadores automotivos, na Chácara Santo Antônio, na Rua Américo Brasiliense, próximo a SEECIL RINGSDORFF, fabricantes de escovas de carvão para motores.
No sentido oposto da Avenida Guarapiranga estava à empresa de alimentação KELLOGG´S, que fabricava salgadinhos, uma “novidade” para muitos, pois o país vendia quase tudo a granel. Não havia distância de um quilometro que não houvesse uma indústria na região, SINTARYC, de cerâmicas.
Pelo caminho deparávamos com a BERA do ramo de fundidos de ligas de baixa densidade, depois mais adiante a MONARK, outra empresa que absorvia boa
parte do contingente de trabalhadores, no ramo de bicicletas concorrente da não menos famosa CALOI, na Avenida Guido Caloi, nº1331.
Faz-se uma ressalva: pena que a ciclovia na Margem do Rio Pinheiros, chegou ao final da primeira década do século 21, quando as empresas foram embora de Santo Amaro, mas o que hoje parece ser um grande atrativo aos ciclistas, foi por muito tempo a “primeira estrada ciclísticas de trabalhadores” que alimentavam a mão de obra de muitas empresas que margeavam o Rio Pinheiros, a “novidade atual” não é tanto como foi alardeada na mídia, pois foi a ciclovia dos trabalhadores locais, onde a bicicleta foi o meio de transporte mais utilizado, logicamente não com a estrutura da atualidade. Lembro que meu pai trabalhava nas imediações da Avenida Paulista e pedalava todos os dias pela “Margem do Rio Pinheiros”, anteriormente às Marginais, inexistentes à época, e nos seus apetrechos havia o “Michelin”, para remendo das câmeras de ar dos pneus, chaves de todos os tipos, e uma capa de plástico para
ARBAME-Rua São Sebastião
chuva, e umas presilhas colocadas nas pernas para evitar que as calças “lambuzassem” de graxa ou que as calças prendessem na corrente. Ao seu lado, até certa distância era acompanhado pelo seu amigo Abel Costa que trabalhava na Chácara Santo Antonio na CANCO fabricante, como a citada PRADA, de latas de óleo em chapas de folha-de-flandres, que depois foi incorporada pela RHEEM METALURGICA S.A., que fez parte das “grandes fabricantes de latas de aço do País”, juntamente com a Metalúrgica Matarazzo.
Muitas indústrias estavam nesse pólo industrial e que fazia parte deste universo fabril, como a ALFA LAVAL, fabricante de equipamentos alimentícios, como centrifugas de sucos e equipamentos para empresas de laticínios. A BAYER, outra força do setor farmacêutico alemão dos mais poderosos do mundo e que por muito tempo rivalizou com a SQUIBB BRASIL que ultimamente passou ao controle do LABORATORIO PRODOTTI e boa parte de sua estrutura já
foi demolida. No ápice da produção farmacêutica houve a implantação da CIBA que muito tempo depois, com associação empresarial, tornou-se CIBA-GEIGY QUÍMICA, ainda um marco na Avenida Santo Amaro, onde minha tia Odete trabalhava no controle de medicamentos, e onde em frente havia o “Juizado de Menores”, hoje área a ser demolida para dar passagem a linha 5 do metrô, que ligará a Chácara Klabin ao Largo Treze, em Santo Amaro, onde haverá um pátio das composições.
A fábrica de BATERIAS DUREX era vizinha da KIBON, liderança em picolés que fizeram a alegria de muitos, e da palha de aço BOM BRIL, ocupava um “bom lugar” de indústrias na região do Brooklin, e uma das mais afamadas no ramo alimentício, a LACTA, da família de Ademar de Barros, interventor e governador do Estado de São Paulo, além da MICRONAL aparelhos especiais e LIER do ramo de instrumentação na Rua São Sebastião, local da ARBAME representava a indústria de materiais elétricos que depois ganhou um sobrenome Mallory. A mais emblemática de todas na região do Brooklin, foi a empresa ORQUIMA, em plena Avenida Santo Amaro, tentava-se desenvolver uma indústria na fabricação de compostos e produtos utilizados em indústrias de alta-tecnologia das indústrias nucleares, que hoje possui lixo radioativo na confluência da Avenida Interlagos com Avenida Nações Unidas, sem solução para os resíduos.
Muitas se mudaram para o interior bem antes da crise dos anos 80, como as de FUNDIÇÃO ELETRO ALLOY, que devido à implantação do Centro Empresarial de São Paulo ser implantado na região tiveram as instalações desativadas, restando ainda na Avenida Maria Coelho Aguiar o que foi um dia o setor de recursos humanos.
As pioneiras do setor plástico pertenciam aos santamarenses de costado da família Dias, com o nome de PLÁSTICOS YORK, que ainda possui a área física como antes entre as Avenida Rio Branco e Tenente Cel. Carlos Silva Araujo. Sem contar a falência de uma das empresas deslocadas após o Rio Pinheiros que foi a PIRÂMIDES BRASÍLIA S/A, ou simplesmente
PIRASPUMA, que por muito tempo teve seu clube nas imediações da Avenida João Dias, produzia matéria prima para colchões e plástico, época do auge dos produtos plásticos, e que hoje é representada pela LALEKLA DIXIE, na Avenida Guido Caloi.

Sem contar a que fabricava lâminas plásticas como a PLAVINIL, hoje escombros amontoados de concreto que meu pai ajudou a levantar localizada próximo a Metal Leve
e a FIELTEX tecelagem com fibras sintéticas, que se localizava na Avenida das Nações Unidas, 20177, e que serão incorporadas pelo setor imobiliário que amplia seus interesses nos terrenos valiosos destes antigos galpões que foram a fonte produtiva de Santo Amaro.
A WALITA teve papel de desenvolvimento na região, e estava localizada na Rua Professor Campos de Oliveira, nº 605, em Santo Amaro. A Q'REFRESCO, na Ponte do Socorro foi demolida atualmente para dar espaço ao setor imobiliário, ficava na saída da ponte para a Marginal do Rio Pinheiros.
A primeira indústrias de frios de São Paulo foi fundada em 1º de junho de 1923 em Santo Amaro e foi o simbolo da eficiência através da competência dos sócios Alexandre Eder e Max Satzke que formaram a Alexandre Eder e Cia, localizada na Rua Isabel Schmidt. Além disto, mantiveram a Fazenda Santa Gertrudes, de onde saiam manadas para o abate no matadouro e respectivo tendal, repousa um monumento “teimoso”, não se sabe até quando, na Estrada de Itapecerica da Serra e que no hodierno a fachada resiste localizada nas proximidades do Rodoanel de São Paulo. Hoje a empresa faz parte do grupo FIAMO que administra as marcas Eder Santo Amaro e Pesarese.
A HORASA estava situada na Rua Isabel Schmidt, onde se fabricava os cucos em madeira maciça, e mais tarde com o advento tardio da produção automobilística, começou abastecer as indústrias montadoras de automóveis com componentes dos painéis, hoje acolhe as instalações da FACULDADE UNISA, assim como os tacógrafos VDO, controladores de velocidade usados em muitos ônibus e caminhões próximo a Embalagens Rubi, indústria de papel e papelão,  atualmente sede de subprefeitura de M' Boi Mirim na Avenida Guarapiranga, 1265, Parque Alves de Lima.
BERA DO BRASIL
Outra empresa que aos poucos foi sendo incorporada pelas multinacionais do setor automotivo em motores de arranque e alternadores, foi a empresa WAPSA, completou os interesses deste setor pela empresa alemã BOSCH, e atualmente é um galpão que podemos denominar de “elefante branco”, alguma coisa gigante mas de lentidão de uso para função de utilidade, que irá futuramente ser demolido como tantos inclusive seu vizinho fabricante de móveis de escritório a GIROFLEX, que mudou-se para o Taboão da Serra, incentivada pelos subsídios fiscais da localidade e que estava avizinhada da BERA DO BRASIL. Próximo destas estava à empresa FORIN Comercial que fornecia para equipamentos para uso industrial, peças e acessórios, localizada na Rua Bragança Paulista, próximo ao Tom Brasil, hoje casa de eventos HSBC.
A PHILLIPS na década de 70 construiu seu centro de controle, no meio do mato, após o Rio Pinheiros, que custou muito a ousadia sendo demitida a gerência pela multinacional holandesa, hoje o local, está entre os prédios dos empreendimentos do PANAMBY, área considerada nobre para o setor imobiliário. Seu “escritório base” era dirigido pela instituição na Alexandre Dumas, nº 2100, próximo ao primeiro Carrefour fundado no Brasil, na Chácara Santo Antonio, que forneceu a estrutura financeira para os demais.
Não se pode esquecer-se de citar que havia na Avenida Sabará a empresa SILVANYA BRASIL ILUMINAÇÃO, e também a Empresa MELLO MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS, na Avenida Nossa Senhora do Sabará, 1822, fabricante de máquinas afiadoras e retificadoras de ferramentas.
Hoje se discute nas câmaras representativas do governo a possibilidade de passar para 40 horas trabalhadas, coisa impensável quando da industrialização tardia iniciado na década de 30, explodindo sua expansão na década de 50 e culminando com pólos de indústrias de base da década de 70. Era um burburinho de pessoas com grande circulação para cima e para baixo, e o ápice da produção elevava e salários ofertados para a classe operária melhoravam a condição de aquisição de bens, estes mesmos bens que se produziam nas fábricas. Vieram às crises mundiais, e de repente as grandes empresas se tornaram automatizadas, sem necessitar de uma quantidade elevada de operários. Deste modo, muitos que nos tempos áureos, deveriam ter se especializado em outros campos, aprimorando seu nível de conhecimento, não o fizeram. Pela pressa em adaptar o homem a máquina, fazendo o trabalhador mero apertador de botões verde e vermelho, do homem “faber” do liga-desliga, já não era mais necessário este tipo de operador, pois as máquinas estavam produzindo sozinhas com seus robôs automatizados. Outra agravante eram as constantes paralisações incentivadas por controladores de massa, onde se obrigou uma descentralização de empresas para outras praças do interior paulista e até em outros estados ou até oiptando em saírem do país.
C&D PRESTOLITE 1978
Os dejetos daquela industrialização a todo custo foram lançados in natura na fossa que se tornou os Rios Tietê e Pinheiros, e a massa proletária não acompanhou o desenvolvimento, ou melhor, os governantes que decantavam um crescimento imaginário, mas enriqueceram em nome deste engodo, não quiseram dividir o crescimento do bolo e o Brasil sucumbiu na recessão e décadas perdidas.
RUBBERART
As indústrias foram embora e deixaram um contingente de mão de obra obsoleta para o modelo atual, não reciclaram a capacidade produtora humana, onde o proletário continuou com o mesmo modelo reprodutor. As estruturas hoje são outras, a disputa acirrada pelo mercado de trabalho, exige além de qualificação poder de conhecimento, através dos livros, que José Mindlin, da Metal Leve tanto amou e ofertou a USP e ao deleite de quem os, por ventura, quiserem usufruir de bons livros.

Pode haver outras tantas indústrias, que foram omitidas, não por serem menos importantes, mas por estarem em outro núcleo, em outro espaço industrial, foram também tão ou mais importantes na vida de cada operário, que se entregou de corpo e alma acreditando poder melhorar cada dia mais, no incentivo as demais gerações, proles destes incansáveis trabalhadores, que contribuíram para um estágio maior de fartura para o desenvolvimento do Brasil em busca de sua liberdade social!
Depois de muito tempo fazendo parte dessa industrialização, Santo Amaro possui hoje uma nova fase, novo ciclo, e se não está completamente desindustrializada, não há retorno no movimento histórico, mas uma transformação de interesses no crescimento e expansão da Cidade de São Paulo. Muitas outras participaram deste processo e sucumbiu a nova ordem econômica da globalização, mas fizeram seu papel da expansão das indústrias em São Paulo e que infelizmente são hoje fornecedoras dos holdings de grandes empresas multinacionais muito mais poderosas que muitos países, inclusive o Brasil, que ditam as regras do mercado produtivo industrializado. Só resta o Brasil perder o campo da produção agrícola, aguardemos o desfecho de história que um dia será contada em complemento a esta!

[1] Há de se pesquisar o que foi a SIDERBRÁS que fazia o controle das siderurgias implantadas com COSIPA, USIMINAS e que surrupiaram investimentos absurdos e que mais tarde foram dadas como parte de pagamento destes próprios investimentos para países europeus e o Japão, grande produtor de aço de alta qualidade sem possuir grandes jazidas minerarias. O risco de investimento foi nulo: se o Brasil não pagasse no prazo as empresas seriam usadas como hipotecas.
Vide matérias complementares em:
Sofunge, uma indústria pioneira - Vila Anastácio, Lapa
A fábrica de ferro - Santo Amaro, Jardim São Luiz
A várzea, o futebol e a indústria paulista
Ferrovia e futebol em São Paulo
Proletariado paulista e os pelegos
Novos Trilhos nas Velhas Trilhas: Santo Amaro e Jardim São Luiz
Datas comemorativas e intervenções em Santo Amaro
180 anos de Imigração Alemã em Santo Amaro, São Paulo
A saga japonesa e o laboratório em Santo Amaro
Forjas Grassman: pioneirismo em Santo Amaro
*Disponibilizamos esta crônica das indústrias em Santo Amaro, que poderá ser ampliada com outras experiências adquiridas pela vivência individual dos que participaram deste momento histórico. Aguardamos a crítica salutar pela ampliação do conhecimento, pois há muito a ser acrescido aguardando o que houver de matérias e imagens fotográficas para ampliação dos dados aqui referidos!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

DESENVOLVIMENTO EM SÃO PAULO: FORÇA MOTRIZ DA CIDADE

DA LENHA DE SANTO AMARO AO GÁS E A ELETRICIDADE DOS FINANCIAMENTOS INGLESES NA CIDADE DE SÃO PAULO

A Rua do Gasômetro, na cidade de São Paulo, foi aberta por volta de 1870, ligando a Rua Tabatinguera ao Brás, porque a engenharia da usina de gás THE SAN PAULO GAZ COMPANY, escolheu o local como sendo o ideal para a construção de uma fábrica de produção de gás, que iria fornecer para a cidade de São Paulo, e iria substituir a iluminação antiga, estando próximo do Rio Tamanduateí.
“O primeiro ensaio de iluminação em São Paulo (...) era deficientíssimo. Uma enorme geringonça de ferro, pregada na parede de uma esquina, estendia por cima da rua um longo braço, em cuja extremidade estava dependurado um lampião. Colocados de longe nas rua principais, a luz desses lampiões, alimentada com azeite de peixe, difundia uma claridade mortiça(...)projetando longas sombras movediças quando o vento balançava os lampiões.” (in CAMPOS, p.36 – citação VIEIRA BRUNO-1830/40)

THE SAN PAULO GAZ COMPANY

Devido à insuficiência da iluminação na cidade, em 1863 foram contratados os empresários Jose Dutton e Francisco Taques Alvim, que se propuseram ao fornecimento de iluminação de hidrogênio carburado. Repassará, mais tarde, esses direito para a THE SAN PAULO GAZ COMPANY, empresa de capital inglês constituída em Londres em 1869, sendo que a concessão foi feita para manufatura e distribuição de gás obtido por quaisquer meios para iluminação pública e particular por 25 anos. Foi escolhido o carvão para a exploração do gás que teve início em 1870, como experiência e “a iluminação a gás foi inaugurada em São Paulo na noite de 31 de março de 1872”. (in,MOURA,p.250)
Com o sucesso do empreendimento foi concedida autorização para funcionamento assinada entre as partes em 28 de agosto de 1872, época em que a cidade possuía 30 000 habitantes. Era estimulado, desta maneira, outro modelo de iluminação que a partir de 1840 fora instalado na parte central da cidade de São Paulo, 101 lampiões abastecidos com azeite de peixe, que anteriormente também se usava como carburante o óleo de mamona e o óleo de baleia. Em 1873, já havia 700 lampiões a gás na cidade, que se multiplicaram e caracterizaram a iluminação pública. Até 1899 perdurou esse sistema, quando foi criada a THE SÃO PAULO RAILWAY, LIGHT AND POWER COMPANY LIMITED, com sede em Toronto e capital inglês. Já à época São Paulo, em 20 anos (1893) possuía um pouco mais de 120 000 habitantes.

Um momento único: O elo das transformações
A partir de 1880 a THE SAN PAULO GAZ COMPANY expandia seus negócios com o desenvolvimento dos fogões e o uso do gás de cozinha. Assim o contrato para fornecimento de gás assinado em 1863 por 25 anos, prorrogou-se até 1897, pois o governo paulista promulgou a lei numero 440, de 1896, que dispunha sobre a fabricação de gás para o uso doméstico e industrial, incentivando a partir de bônus de 20% a menos para o consumo do gás doméstico em relação ao de iluminação pública, incentivando a população no uso de fogões a gás em substituição dos fogões a lenha e carvão de hulha. Havia também a prática de uso do querosene:
“O querosene (desenvolvido a partir de 1853) era um combustível difundido nas residências paulistas. Alem dos fogareiros e latas improvisadas, eram comercializados também fogões de ferro movidos a querosene” (in, SILVA, p.51)
À época de 1908 a 1912 era presidente de São Paulo, Manuel Joaquim de Albuquerque Lins que conseguiu despontar como um dos maiores presidentes paulistas no auge do crescimento do Estado, construindo edifícios e expandindo o sistema de armazenamento da rede escolar, criando o ensino técnico agrícola, que era a necessidade daquele momento, justamente quando houve grande expansão na cafeicultura paulista e com a chegada de grandes contingentes de imigrantes, que graças aos preços elevados do café no mercado internacional, permitiu grande expansão agrícula completada com a expansão de redes ferroviárias.

A capital paulista também se expandia com a chegada dos imigrantes vindos de todos os cantos da Europa e precisava ser organizada para receber todo esse contingente. Antonio Prado foi quem deu estrutura para a cidade. Tinha sido Ministro da Agricultura do Império, foi conselheiro e por quarto legislatura foi eleito prefeito de São Paulo, quando aconteceu a primeira eleição municipal, empossado em 21 de novembro de 1898 permanecendo no cargo até 1911.
“Autorizou loteamentos que deu origem a novos bairros e substituiu o gás de carvão que iluminava logradouros pela energia elétrica” (in PONCIANO, p.54)
Pátio da Companhia Carris de Ferro de São Paulo a Santo Amaro, em 1903 na Villa Mariana, depósito da carga: LENHA

O produto farto e barato era a lenha. Henrique Raffard(vide na bibliografia nº 5) observava na São Paulo do século 19:

“Cabe aqui dizer que a lenha, que outrora vinha de Santo Amaro e outros lugares circunvizinhos da Paulicéia, onde se vendia a preço de 4$ cada carrada, hoje é trazida em grande parte pelas vias férreas, regulando o seu preço 2$500 ou 5$ quando rachada e cortada em pequenos pedaços uniformes, existindo empresas montadas para esse fim, as quais trabalham com serras movidas a vapor”. (in SILVA, p.49)
Locomotiva: Tramlokomotive a Vapor Krauss (Alemanha) Tipo BN2 da Krauss Maffei JA & Company, carregada de lenha proveniente da Cidade de Santo Amaro na Estação do Encontro, atual cruzamento das Avenidas Bandeirantes e Jabaquara

A THE SAN PAULO GAZ COMPANY em relatório datado de 1911, quando a cidade em censo de 1910 já comportava 375 439 habitantes, senda a metade de imigrantes, observava os limites do uso da lenha com combustível:
“Acredito que temos aqui um vasto campo para operações (...). Para isto, basta conhecermos as condições de vida em São Paulo, onde se cozinha com lenha, que está se tornando escassa devido ao desmatamento nos arredores da cidade, para preservarmos o inevitável e constante crescimento na substituição da lenha pelo gás nas cozinhas da cidade de São Paulo”. (in SILVA, p.49)

A Casa das Retortas, inaugurada em 1872, próxima às margens do rio Tamanduateí abrigaria o Gasômetro, da companhia inglesa "The San Paulo Gaz Company", para introdução da iluminação pública da cidade.

A emenda prorrogou-se até 1911, quando o gás de cozinha tinha uma diferença de 33% em relação ao fornecimento do mesmo gás para iluminação. No mesmo ano o Governo do Estado assinava o primeiro contrato com Light para Iluminação. Até o ano de 1916 ainda havia 8.605 lampiões a gás e 864 lâmpadas elétricas, na cidade de São Paulo.

Nesta época uma nova tecnologia avançava para competir com o gás, era a eletricidade produzida por usinas de quedas d’água. O grupo, que mais tarde era reconhecido popularmente como LIGHT, adquiria em 1920, o controle acionário da THE SAN PAULO GAZ COMPANY para controlar o sistema de iluminação pública da cidade, além de se prestar a assumir várias empresas do serviço urbano. A construção da Usina da Parnaíba em 1901 viabilizou o fornecimento em uma escala maior de energia elétrica, aproveitando a abundante força hidráulica existente no Brasil, tanto para o uso domestico, quanto para iluminação pública e industrial, onde as poucas máquinas de produção motriz eram a vapor. Em uma explanação há de se colocar que a THE SAN PAULO GAZ COMPANY ficou com a responsabilidade para o fornecimento de gás domestico e permanecia com a iluminação publica de algumas áreas prestas em contrato e a THE SÃO PAULO RAILWAY, LIGHT AND POWER COMPANY LIMITED
Inauguração da linha de bondes Bom Retiro, em 12 de maio de 1900

exploraria a iluminação pública e doméstica alem do transporte público, pois a empresa havia adquirido em 1901, em batalha judicial, o controle da empresa Companhia Viação Paulista, que utilizava bondes de tração animal, além de haver logrado a aquisição de água e luz do Estado de São Paulo.

Bibliografia:
1) SILVA, João Luiz Máximo da. Cozinha Modelo: O Impacto do Gás e da Eletricidade na Casa Paulistana(1870-1930)São Paulo: EDUSP,2008
2) CAMPOS, Candido Malta; GAMA, Lúcia Helena; SACCHETTA, Vladimir (Organizadores). São Paulo, metrópole em trânsito: Percursos Urbanos e Culturais. São Paulo: Editora SENAC, 2004.
3) MOURA, Carlos Eugenio Marcondes de (Org). Vida Cotidiana Em São Paulo No Século XIX – São Paulo: Editora UNESP, 1999
4) PONCIANO, Levino. Todos os Centros da Paulicéia. São Paulo: Editora SENAC Sõ Paulo, 2007
5) *RAFFARD, Henrique. Alguns Dias na Paulicéia, in Revista do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, tomo LV, parte II( 3º e 4º trimestre), Companhia Typoghraphica do Brasil, RJ, 1892

*Júlio Henrique Raffard nasceu aos 26 de dezembro de 1851, no Rio de Janeiro, onde seu pai, Eugênio Raffard, era cônsul suíço. Sua descendência era de emigrados franceses, sendo dos Raffard, por parte de pai e dos Lafonte de Montelimart, por parte de mãe. Raffard foi um notável empreendedor. Homem de grande iniciativa fundou o Engenho Central de São João de Capivari, em 1883, implantando a primeira usina açucareira em São Paulo.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

MAPAS DAS LOCALIZAÇÕES DO MONUMENTO AOS HERÓIS DA TRAVESSIA DO ATLÂNTICO: FIM DE UMA JORNADA

Aos amigos agentes da História: SUJEITO E OBJETO

O início de uma grande marcha começou com o 1º passo para superar a longa jornada na esperança de transformações ao longo do caminho. Nunca se desistiu do intento e jamais se acreditou nas intervenções das oligarquias, que não são donos do pertencimento do povo em valores de troca de conhecimento.

Não se necessita da intervenção paternalista do Estado que não julga pela isonomia dos direitos, mas medem com sua medida somente os valores econômicos. Projetos efêmeros de todos os reinos imperativos e dos vulgarmente denominados democráticos, embora restrinjam as liberdades do direito universal, não devem ser aceitos com migalhas caídas das mesas do poder.
Somos os agentes de nossa História, o saber das comunidades resultam de suas experiências, que o Estado sonha em apoderar-se em políticas contrárias as vontades populares agindo em detrimento do bem estar social, exigindo a negação da alteridade comunitária.

O Retorno do “MONUMENTO AOS HERÓIS DA TRAVESSIA DO ATLÂNTICO” foi um símbolo do que uma resultante de valores, por vezes dissonantes nas causas e efeitos, mas determinadas nos objetivos, são capazes de proporcionar como meta.

NO MAPA O PONTO 1 INDICA O LOCAL PARA ONDE, EM1987, FOI REMANEJADO O
“MONUMENTO AOS HERÓIS DA TRAVESSIA DO ATLÂNTICO”: PRAÇA NOSSA SRA. DO BRASIL E O PONTO "B" REPRESENTA O LOCA ATUAL NO PARQUE DA BARRAGEM, NA CAPELA DO SOCORRO.

Embora o local onde o poder municipal resolveu estabelecer o Monumento em 1987, entre os cruzamentos da Avenida Brasil com Rua Colômbia, tivesse referências com o Jardim América e Jardim Europa, ligações Atlânticas, não superaria o local do grande feito, a Represa de Guarapiranga, local original do pouso acontecido em 1927, realizado por Francesco De Pinedo e João Ribeiro De Barros, com os respectivos hidroaviões Santa Maria e Jahú.


30 de setembro de 2010 obra finalizada no seu contexto de memória:O MONUMENTO ESTÁ CONCRETIZADO COMO REFERÊNCIA PARA A HISTORIOGRAFIA
NOS MAPAS OS PONTOS "A" E "B" REPRESENTAM OS LOCAIS DE FIXAÇÃO DO MONUMENTO AOS HERÓIS DA TRAVESSIA DO ATLÂNTICO EM SUA PEREGRINAÇÃO DE 1987 A 2010, RESPECTIVAMENTE PRAÇA NOSSA SENHORA DO BRASIL, NOS JARDINS, EM SÃO PAULO E PARQUE DA BARRAGEM, NO BAIRRO PAULISTANO DA CAPELA DO SOCORRO, DISTANTES APROXIMADAMENTE 17 QUILOMETROS.

LÂPIDE TESTAMENTÁRIA DO LOCAL ORIGINAL DE FIXAÇÃO DO MONUMENTO ELABORADO PELO ARTISTA ITALIANO OTTONE ZORLINI EM 1929: ESQUINA DAS AVENIDAS DE PINEDO E JOÃO DE BARROS.

MAPA MOSTRA O PONTO "A" ONDE SE FIXOU ORIGINALMENTE O MONUMENTO, E, O PONTO "B" ONDE SE CONSTRUIU O PARQUE DA BARRAGEM, ÀS MARGENS DA REPRESA DE GUARAPIRANGA.

MONUMENTO AOS HÉRÓIS DA TRAVESSIA DO ATLÂNTICO QUE DO PONTO "A" (ANTIGO) PARA O PONTO "B" (ATUAL) DISTA DE 500 METROS, NAS ESQUINAS DA AVENIDAS JOÃO (RIBEIRO) DE BARROS COM ROBERT KENNEDY, QUE POSSUIA O NOME ORIGINAL DE AVENIDA ATLÂNTICA.


*Todos os mapas são de crédito do GOOGLE