quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Kibon S/A Indústrias Alimentícias

“Que Bom”...23 de setembro, comemora-se o dia do sorvete no Brasil. A data faz referência ao fim do inverno, com a chegada da primavera !!!

Esta crônica limita-se a mostrar como a empresa americana que produzia o sorvete “Good Humor Ice- Cream” fixou-se no Brasil, vindo da China e não se fixar nos produtos da empresa Kibon!!!

Quando o gerente da multinacional americana U.S Harskon, John Kent Lutey[1], desembarcou no Rio de Janeiro em 1941, ele trazia a missão de transferir a fábrica de sorvetes Hazelwood Ice Cream Company em  Xangai, na China, onde havia iniciado na década de 1930 pelo empreendedor Ulysses Harkson, devido as tensões bélicas entre Japão e China.

O destino inicial de uma fábrica de sorvetes era a Argentina, mas a indústria seria transferida da China para o Brasil, fundada em 24 de julho de 1941 como U.S Harkson do Brasil. O grande desafio de então é que havia no Brasil total ausência de uma tecnologia de frio, tendo que ser importados geladeiras e máquinas apropriadas além de especialização de pessoal no setor. Na matéria prima apenas ovo em pó era processado, o mesmo não ocorrendo com o restante dos ingredientes, como leite, manteiga e frutas, sendo que estas últimas se limitavam as safras de época, pois não havia tecnologia de conservação e a manteiga precisava ser importada da Argentina.

Superada essas dificuldades produtos de qualidade poderiam ser produzidos, assim nasciam os nomes de sorvetes Eskibon e Chicabon, produtos que se tornaram carros chefes da empresa.

Em 1959 a empresa inaugurou uma filial no bairro da Mooca, diversificando sua linha de produtos, passou a produzir tabletes de chocolate, bombons, confeitos e pirulitos, numa sistemática de controle de matérias primas e produtos acabados.

A razão social da empresa passava a denominar-se Companhia Harkson de Indústria e Comércio Kibon. Em 1960, a empresa passou a chamar Kibon S/A Indústrias Alimentícias. A partir de 1982, a Kibon direcionava a produção exclusivamente de sorvetes, passando para a Q-Refres-Ko Indústria e Comércio, que estava estabelecida no bairro da Capela do Socorro, na Rua Vicentina Gomes, em Santo Amaro, São Paulo, desde 1969, cabendo a ela a produção de chocolate, bebidas em pó, confeitos e gomas de mascar. A Kibon detinha 50% do capital dessa sociedade, adquirida por completo em 1993.

Até os anos de 1970 a Kibon era a única indústria de sorvetes do mercado brasileiro (embora houve produção artesanal, mas sem muita expressão) e toda produção estava concentrada no Brooklin, havendo duas filiais, uma em Jaboatão, Pernambuco, e outra na cidade paulista de Bauru, conforme informado à época através do relações Publicas da empresa, Reinaldo José Malagoni.

Em 1957 a empresa foi adquirida pela General Foods, que a repassou à Philip Morris em 1985 por US$ 6 bilhões por todas as operações da General Foods no mundo.

Num negócio de cerca de US$ 900 milhões, o Grupo Unilever adquiriu parte da Kibon em
20 de outubro de 1997  e em outubro de 2000, a Unilever adquiriu os 50% restantes da Kibon.

Antes de se chamar Kibon, a conhecida marca de sorvetes era a Sorvex-Kibon. Lá, a empresa fabricava um sorvete de leite, açúcar, chocolate e malte, uma fórmula exclusiva, que faria muito sucesso em nossas terras a partir de 1942, ano em que foi lançado. Era o Chicabon. A propaganda era feita pela modelo Eleonora Mia Adela Fuchs.

O primeiro lançamento foi o Eskibon seguido do Chicabon, depois Sorvex Kibon, assim que se estabeleceu no Rio de Janeiro, em plena entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial.

A origem do nome Chica-bon seria uma homenagem a todas as mulheres do Rio de Janeiro chamadas Francisca, nome usual, abreviado para Chica.

Em 1957, foi vendida para a General Foods[2], que a repassou a Philip Morris, em 1985. Num negócio de cerca de US$ 930 milhões, a Unilever (anteriormente Gessy Lever) adquiriu a Kibon que faria parte da Heartbrands  criada em 1998 para unir e internacionalizar todas as marcas de gelados da Unilever presente em mais de 40 países.

Desde 2002, o Chicabon é fabricado exclusivamente na unidade da Kibon de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, e segue em carretas refrigeradas a -25 graus centígrados, onde há uma fábrica em Valinhos, interior de São Paulo.

Em 1999, a Unilever, por meio de estratégica de marketing, adota o coração como logotipo e a letra K em todas as embalagens de seus produtos.


A sede da fábrica de sorvetes Kibon, estava instalada na região de Santo Amaro, no quarteirão da Avenida Roque Petroni Jr. e Rua Santo Arcádio, no Brooklin em  terreno, de 42,9 mil metros quadrados, inaugurada em 1958.


Foi desativada em 2005 sendo atualmente área de grande interesse para torres de condomínios residenciais de médio e alto padrões.

 

 

Crônica sujeita a revisão sem prévio aviso no aguardo de futuras informações deste segmento!

Ref.

https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/320659/complemento_1.htm?sequence=2

https://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2005/topofmind/fj1810200504.shtml

https://vejasp.abril.com.br/blog/memoria/dez-curiosidades-sobre-o-sorvete-chicabon/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Unilever

O Estado de São Paulo, 03 JAN 1996 p. 72;  

O Estado de São Paulo, 21 out 1997 p. 50 (aquisição da Kibon pela Unilever)

Gazeta de Santo Amaro, 10 de mar de 1972

Folha de São Paulo, 25 de julho de 1994 (Q-Refres-Ko muda o controle acionário)

 

 

 

Para saber a história de vários produtos da Kibon acesse:

https://mundodasmarcas.blogspot.com/2006/05/kibon-uma-das-boas-coisas-da-vida.html

 

Veja link:

Indústria de Chocolates Lacta S.A.

http://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2020/07/industria-de-chocolates-lacta-sa.html


[1] John Kent Lutey, nasceu em 19 de setembro de 1902, em Butte, Montana, Estados Unidos. Filho de William John e Martha Louise (Williams) Lutey.

John Kent Lutey, foi um empresário Membro do Conselho Civil da Embaixada dos Estados Unidos, Rio de Janeiro, desde 1946. Membro do Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos, Sociedade Americana do Rio de Janeiro, American University Club (Xangai), Shanghai Polo Club, Shanghai Race Clube, Clube de Golfe Itanhangá.

Era representante da empresa Henningsen Produce Company, dos Estados Unidos da América, em Xangai, China, de 1925 a 1940. A Henningsen Produce Company foi fundada em 1889 por Fred Henningsen. Os negócios consistiam em um grande armazenamento público de frio, laticínio, fabricação de gelo, fabricação de sorvete, alimentação e tempero de aves, fabricação de queijo e condensação de leite. Em 1920, a Henningsen Company possuía e operava fábricas em Tacoma, Washington; Butte, Montana; Scio e Newburg, Oregon; e Xangai, China.

Fundador, presidente, diretor Kibon S.A., São Paulo e Rio de Janeiro, Brasil, de 1940 a 1962. Diretor da divisão setorial da Agência para o Desenvolvimento Internacional, Brasil, de 1964 a 1966.

Embaixador especial da Islândia na posse do presidente Kubitschek do Brasil, 1956. Diretoria do Instituto Brasil-Estados Unidos, de 1956 a 1958.

[2] Kraft Foods Inc. é a maior empresa de alimentos dos Estados Unidos, e a segunda maior do mundo. Pertenceu a Philip Morris (renomeada para Altria em 2003), à qual foi vendida em 1988 pelo valor de $ 12,9 bilhões de dólares, que posteriormente fez uma fusão com outra subsidiária chamada General Foods.

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

O Brasil salvou a economia dos derrotados europeus da Segunda Guerra Mundial?

 Nossa "revolução industrial tardia"!!!

 Essa história começa com a quebra da Bolsa de Nova York em 1929 e dizia-se que o Brasil não tinha sentido o impacto deste momento porque era um país exclusivamente agrícola e se mantinha através de pequenos produtores na alimentação da população e o grande escoamento era feito por carroças e depois por ferrovias até o porto de Santos e abastecia países estrangeiros com café que tinha como seu maior “atravessador” os britânicos que controlava a bolsa de café em toda a Europa.

 Nossos avós, pais, tios, enfim toda a família vivia do "cabo da enxada" e comiam daquilo que plantavam e colhiam. Proteína animal eram as galinhas que tinham parado de botar e carne de porco. E assim corria a vida sem gasolina ou óleo diesel e tudo era transportado no lombo dos burros e carroças.

 De repente estourou a 2ª guerra e então o presidente do Brasil Getúlio Vargas queria ter uma siderurgia para fazer aço e quase “bandeia” pro lado dos alemães. Os americanos então fizeram a Companhia Siderúrgica Nacional e o Brasil aliou-se em 1942, mandando soldados para guerrear na Itália.

 Os americanos juntaram-se aos ingleses, franceses e russos e derrotaram a Alemanha, Japão e Itália, justamente locais de onde tinham vindo o maior número de imigrantes para o Brasil.

 A Europa precisava ser recuperada dos estragos da guerra e o governo americano inventou o Plano Marshall de recuperação da economia europeia.

Quem precisava da tecnologia que existia então? A América Latina e um país que tinha se colocado ao lado dos aliados, o Brasil que foi escolhido para recuperar os estragos ocorridos na Europa arrasada.

Com a derrubada do governo brasileiro em 1954, entrou a era de Juscelino Kubitschek

 que queria a construção de uma nova capital, Brasília, e pretendia fazer o Brasil ser construído em 5 anos o que levaria 50 para ser feito.

Os alemães ofereceram ajuda e construíram a Mercedes Benz e a Volkswagen no Brasil. Em 1956 foi fabricado o primeiro veículo genuinamente com peças fabricadas no Brasil, não foi um automóvel, foi um caminhão Mercedes Benz, registrado como L-312-Torpedo.

Precisava as estradas para caminhões andarem e para construir Brasília. Então aos poucos destruíram as ferrovias e hoje somos ligados por estradas asfaltadas e veículos automotores e neles estão os caminhões que transportam todas as cargas do Brasil.

 

A Alemanha, o Japão e a Itália se recuperaram tornando-se países ricos e o Brasil...ora o Brasil, celeiro do mundo...juntamente com outros países, são fornecedores de matérias primas aos países detentores de tecnologia de ponta, ávidos por riquezas de suas "colônias" fornecedoras atuais...

O primeiro bloco do motor do caminhão L-312, Torpedo, foi fundido e 1955 na Sociedade Técnica de Fundições Gerais S/A, na Vila Anastácio, Lapa.

 

Veja parte dessa história em:

 

SOFUNGE - Sociedade Técnica de Fundições Gerais S/A: Uma indústria pioneira na Vila Anastácio, Lapa

http://carlosfatorelli27013.blogspot.com/2015/05/sofunge-sociedade-tecnica-de-fundicoes.html

sábado, 4 de setembro de 2021

A Fundição Electroalloy Indústria e Comércio de Aço Ltda, no bairro Jardim São Luiz/SP

Implantação de base, Electroalloy Indústria e Comércio de Aço Ltda

Uma empresa se destacava a partir de 1965, na antiga Avenida São Luiz, no Bairro Jardim São Luiz, hoje a atual Avenida Maria Coelho Aguiar, número 298, proveniente do bairro da Moóca. Com a expansão e a implantação dos primeiros veículos dentro do Plano de Metas do Governo Juscelino Kubitschek na segunda metade da década de 1950 as empresas do ramo de fundidos tiveram primordial participação neste setor para abastecer as indústrias automobilísticas que se implantaram no país, com ênfase a alemã Mercedes Benz e a americana Ford.

A área de abrangência da Empresa Electroalloy era de aproximadamente de 3 mil metros quadrados, que era provido no seu quadro de funcionários operários especializados em peças fundidas , um setor de usinagem com máquinas operatrizes do maior grau de eficiência no setor de usinagem e um quadro administrativo de boa experiência perfazendo quase 400 pessoas deste importante segmento da indústria.

À época estava à frente da gerência administrativa da empresa Isaqueo Fernandes quando também a empresa patrocinava o piloto Keniti Yoshimoto em competições de Autódromo de Interlagos. A empresa  detinha a produção da liga inoxidável Nitronic 50 com direitos adquiridos da marca da Armco Co. dos EUA, produto empregado na produção industrial, em   extração   e processamento  de  óleo  e  gás,  papel  e  celulose,  têxtil,  química  e  naval.    .

A empresa Electroalloy, permaneceu no bairro Jardim São Luiz até a década de 1980, devido estar próxima ao Centro Empresarial de São Paulo que foi edificado na segunda metade da década de 1970, e sendo considerada como atividade insalubre foi autuada pela Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo, CETESP, a empresa mudou-se para a cidade de Nova Odessa, alterando sua razão social. Em seu lugar  surgiu o Hiper Sacolão São Luís que comercializava, verduras, frutas, legumes, carnes, peixes, enfim uma gama enorme de produtos a população do bairro e adjacências. Hoje, nesse mesmo local está instalada a empresa de material reciclável, Los Alamos Comercial – Eireli.

LOCAL DOS ESCRITÓRIOS DA EMPRESA

ANTES
DEPOIS (FOTO DE 04-09-2021-ÚLTIMO RESQUÍCIO DA EMPRESA)



quinta-feira, 2 de setembro de 2021

A Fábrica de Bicicletas Monark S. A. em Chácara Santo Antônio, região de Santo Amaro.

MONARK, DA SUÉCIA PARA O BRASIL

Esta crônica constituí os tramites de como foi construída a planta de produção da empresa Bicicletas Monark e seus primeiros colaboradores da implantação da empresa em São Paulo. Não nos atemos nos modelos dos produtos produzidos, pois para isso há excelentes matérias sobre esse assunto.

A origem da Monark vem da pequena Aldeia de Hunnestad, perto de Varberg, no sul do Condado de Halland, na Suécia. Lá, um jovem de 25 anos, Birger Svensson, em 1908, começou através de uma pequena loja, onde a Monark originou-se, montando e vendendo bicicletas. Conforme o tempo foi passando a demanda foi crescendo e evoluiu para uma empresa de fabricação de peças para fabricação de bicicletas. 

Matriz da Monark. Crédito: ref. na imagem

Antes da Segunda Guerra Mundial, havia planos para a exportação para a Noruega, Finlândia e os países bálticos. Muitos destes planos foram alterados com a destruição de cidades inteiras e a dificuldade de reconstrução da Europa devido ao conflito bélico ocorrido pela Segunda Guerra Mundial.

Deste modo a matriz sueca da Monark optou por implantar  uma fábrica no Brasil em 1948 e outra planta na Colômbia em 1951.


PRESIDENTE DA MONARK STIG ANRING: JORNAL DO BROOKLIN 27 OUT A 02 NOV 1973

Assim nasceram a Fábrica de Bicicletas Monark S. A.[1] em São Paulo, no Brasil com gerência do sueco Stig Einar Anring e a Monark Columbia S. A., sendo o gerente de operações o engenheiro Ake Holmberg.

O Grupo Monark foi um dos primeiros participantes europeus no desenvolvimento industrial do Brasil com uma fábrica de montagem em instalações fabris alugadas no bairro Bela Vista, de peças de bicicletas importadas da Suécia, modelo conhecido como CKDCompletely Knock-Down ou Complete Knock-Down[2], conjuntos de partes criadas geralmente pela fábrica matriz ou pelo seu centro de produção para exportação e posterior montagem nos países receptores destes kits, geralmente fábricas menores ou com produção reduzida.


ANÚNCIO MONARK NO LARGO 13 DE MAIO, EM SANTO AMARO, SÃO PAULO

 Em 1952 foi construída sua própria fábrica também em São Paulo, à Rua Engenheiro Mesquita Sampaio, 782 e Rua Antônio de Oliveira no bairro da Chácara Santo Antônio, região de Santo Amaro. 


PLANTA INDUSTRIAL EM SÃO PAULO


MONARK: ANTES E HOJE!!!

O início da produção na América do Sul também afetou as operações em Varberg, na Suécia, pois aumentou a produção para abastecer as novas fábricas com equipamentos e peças inteiras ou semifabricadas. A compra de tubos era feita pelo departamento da Suécia. As primeiras peças foram fabricadas já acabadas e embaladas para não sofrer danos durante o longo transporte marítimo. Algumas máquinas, equipamentos e produtos semiacabados passaram a ser exportados para o Brasil, desembarcados no porto de Santos e transportadas por rodovia para iniciar a montagem na fábrica de São Paulo.

 IMPLANTAÇÃO DAS ATIVIDADES FABRIS

O “staff”[3] da empresa era todo sueco para implantar o projeto inicial, com nomes que fizeram parte dessa história como Erik Gustafsson, Folke Carlsson, Jonh Erik “Jonne” Andersson transferidos para o departamento de exportação.

O investimento inicial para construção da fábrica foi financiado principalmente com empréstimos suecos. A produção anual em 1952 era de 35.000 bicicletas, aumentando para 60.000 no ano seguinte.

Nas instalações da fábrica em São Paulo, havia treze grandes galpões de produção conectados, adaptados para todos os conjuntos de montagem, organizados de forma que a produção fosse desenvolvida com planejamento eficiente. A soldagem do quadro era feita em correias transportadoras, sendo os quadros lixados e preparados para pintura pelo processo  eletrostático, sendo as peças pintadas por spray.  

 DIVERSIFICAÇÃO DE PRODUTOS: MOTOCICLETAS

A Monark sueca desde 1927 possuía uma linha de motocicletas de 250 a ou 600 cilindradas, inclusive durante a Segunda Guerra, na década de 1940 e depois optou para produzir motos, com motores de próximo de 100 cilindradas. No Brasil optou por um modelo prático e de custo acessível, pois as motocicletas eram importadas e evidentemente caras.  A primeira motocicleta fabricada no Brasil foi montada em 1951, pela Monark, com motor inglês BSA de 125 cilindradas. Depois a fábrica lançou modelos maiores e um ciclomotor, nomeada por Monareta, equipado com motor NSU alemão. A Monark depois firmou compromisso com a empresa fabricante das motocicletas JAWA[4] ganhando os direitos de distribuição, com modelo comercializado na década de 1950, com baixa cilindrada foram produzidas no Brasil, mercado à época ainda incipiente nesse ramo.

GRANDE PRODUÇÃO INTERNA

Deste modo a cidade de São Paulo na década de 1950 assumia para si a condição de industrial, e a Monark absorvia uma diversificada mão de obra que se deslocava do interior com trabalhadores imigrantes vindos de toda parte do mundo, como  japoneses, alemães, romenos, poloneses e italianos e brasileiros  que assumiram a responsabilidade de cooperação para a produção de bicicletas no Brasil. A força de trabalho em 1953 era de cerca de 600 funcionários.

Em 1958 a empresa já empregava 1450 funcionários em uma área efetiva de 26.000 metros quadrados. Com capacidade para produzir 14.000 bicicletas, 400 motocicletas e 500 ciclomotores por mês, gerenciada em  São Paulo pelo administrador sueco Stig Einar Anring. Assim como na manufatura sueca, a maioria dos componentes das bicicletas à época já eram produzidas na fábrica de São Paulo.

A fábrica no Brasil funcionou até 1979, quando foi repassada para consolidar as operações na Suécia através de ações entre a Monark AB (sueca)[5] e a Dyon BV (holandesa), com representação no Brasil pelas Bicicletas Monark S.A. e Monark Comércio de Máquinas e Administração Ltda, sendo seus gerentes à época Stig Einar Anring e Inge Ljunggrenn.

Em 2008 a sede da empresa transferiu sua sede para a cidade de Indaiatuba, São Paulo, à rua Francisco Lanzi Tancler, 130 - Distrito Industrial Domingos Giomi, SP, para onde foram destinadas suas atividades industriais.

RESQUÍCIOS DE UM PASSADO: MONARK/SÃO PAULO











 

Referência:

Material disponibilizado por Angel Maria Beñarán Ariztela, espanhol, técnico de projetos à época da implantação da Monark, que nos disponibilizou preciosas informações, além de contato por e-mail para que pudéssemos desenvolver esta crônica.

 

Links disponibilizados para ampliar o leque de informações a respeito da empresa Monark:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Monark

https://www.facebook.com/pg/MuseudaBicicletaCP/photos/

https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/46368/CHARLY%20CALDEIRA.pdf?sequence=1&isAllowed=y

https://monaretas.wordpress.com/2017/05/06/monark-crescent-mixte/

https://sites.google.com/site/tudodeumpoucomotos/a-historia-da-motos/historia-das-motocicletas-no-bra

https://engrenarjr.com.br/blog/historia-da-motocicleta

https://www.facebook.com/307265619672340/posts/a-monark-produziu-no-brasil-a-motocicleta-chamada-centrum-que-tinha-um-motor-bsa/1156350164763877/

https://monaretas.wordpress.com/2017/05/09/a-monark-das-motos/

https://monaretas.wordpress.com/2017/05/20/ciclomotores-monark-crescent-suecos/

https://autoesporte.globo.com/motos/noticia/2017/08/mahindra-compra-fabricantes-de-motocicletas-jawa-e-bsa.ghtml

http://www.escoladebicicleta.com.br/historiabicicletaBrasilA.html

História do Monark (original sueco) https://www.cykelaffaren.se/page/monark



[1] Em documento pesquisado (fonte de artigo sueco) não consta que a empresa iniciou suas atividades com a referência Monark Indústria e Comércio Ltda, nem como Monark Comércio de Máquinas e Administração Ltda, detentora da Monark Sul exportadora Ltda, como às vezes mencionadas em artigos de terceiros, referências posteriores ao fato histórico, esta última como parte da Dyon Veículos Ltda.

[3] Staff é um termo inglês que significa "pessoal", no sentido de equipe ou funcionários. O termo é utilizado para designar as pessoas que pertencem ao grupo de trabalho de uma organização particular.

[4] Jawa, empresa fundada em 1929 em Praga, antiga Tchecoslováquia.

[5] Sede: 13 Hallands län S-432 82 Varberg, TARIC: nº 8963(Pauta Integrada das Comunidades Europeias) - Referência anterior: Monark Crescent / Nova referência: Cycleurope Sverige AB

 (https://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:C:2003:092:0005:0005:PT:PDF )