quarta-feira, 26 de maio de 2010

São Paulo Apaga Seu Passado

Que Cidade é Esta?

São Paulo perdeu sua vocação de produção primária, por motivos inexplicáveis; o parque industrial foi desativado e a massa deslocada da lavoura para ser a mão-de-obra operacional das indústrias de produção permaneceu no perímetro urbano numa outra realidade sujeitando-se a outras atividades secundárias, não se deslocando na mesma proporção da desarticulação dessas indústrias, que mudaram para outras regiões buscando vantagens em tributos fiscais, ou simplesmente "faliram-se" deixando rombos e prejudicando uma massa operária que até hoje sente os reflexos dessa máquina de construir falências! Todo o grande complexo industrial foi desarticulado sem aviso prévio, e hoje a cidade se caracteriza por uma corrida imobiliária de destruição avassaladora enterrando várias São Paulo(s) sem comprometimento com preservação, em nome de um progresso sem planejamento, unicamente em nome dos interesses internacionais que fabricam varredura destrutiva do passado, que deve abrir espaço imobiliário, modernizando as capitais fomentadas pelo moderno ópio do povo, o futebol, que “apaga” outras crises!!! Todo este contexto aguarda análise acadêmica com profundidade merecida de entendimento sociológico.
Ao fundo Morumbi, SP
Praça América, Avenida Brasil, SP
Praça e Igreja Nossa Senhora do Brasil, SP
Avenida Brasil Esquina com Rua Colômbia, SP
Rua Colômbia, SP - LITERALMENTE "TOMBADO"
Avenda Rio Branco, SP
Avenida Rio Branco com Alameda Glete, SP
rua Helvétia com Alameda Barão de Piracicaba, SP
Teatro Municipal, SP: Quanto Custa a Reforma Social?
Igreja Nossa Senhora da Consolação, SP
Rua Caio Prado, SP
Colégio DES OISEAUX ou Sociedade Armando Conde Investimentos, quanto vale ou para que valem 24 mil m² em área de interesse imobiliário na Rua Caio Prado, SP
COLÉGIO DES OISEAUX Década 1920. Qual o sentido da demolição?
Rua Caio Prado, 255, SP
Augusta, Rua Augusta, onde está tua Augusta Juventude? Caída Pelo Descaso -SP
Rua Augusta, SP
1913, Glórias Esquecidas - Rua Augusta, SP
Desabas Como Descartas Cartas. Rua Augusta, SP
Antes horizontavas no horizonte e agora verticalizas.Viaduto Prof. Bernardino Tranchesi, SP
Hospital Matarazzo ou Humberto Primo, que importa O NOME se pouco importam por ti - SP
Rua Antonio Bandeira, Santo Amaro, SP - Hotel Vagas da Demolição Paulistana
Industrias PAulistanas, tua pujança são somente ruínas pichadas pelos muitos Josés.- Santo Amaro, SP

E agora José? Hípica de Santo Amaro, SP

A cidade de São Paulo ocupa a 117ª posição em um ranking de qualidade de vida divulgado pela consultoria internacional em Recursos Humanos Mercer. São Paulo aparece atrás das outras duas cidades brasileiras incluídas no ranking, Rio de Janeiro em 116º e Brasília 104º lugar.

Mercer divulga também uma segunda lista, das "ecocidades", e a performance de São Paulo neste ranking é o 148º lugar.

"Altos índices de criminalidade também continuam sendo um dos maiores problemas em muitas cidades da região".

Quando o valor imobiliário é maior do que o humano, beiramos o caos!
O local das Américas Central e do Sul com a melhor colocação no ranking de qualidade de vida é Pointe-à-Pitre, em Guadalupe, no 62º lugar, seguido de San Juan, em Porto Rico 72º, e a capital argentina, Buenos Aires em 78º lugar.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

CACICADO NACIONAL E O INTERESSE INTERNACIONAL

“Uma Mentira Bem Contada” ou “Autoritarismo Econômico Democrático”!!!...

Muito se contribuiu com o governo brasileiro na sua pseudo-modernização em sua industrialização tardia, embora tudo financiado com investimento estrangeiro, porque o Brasil não possuí reservas para impulsionar pesquisas de monta ao nosso imenso potencial, ou por incapacidade administrativa ou falta de planejamento. Empresas estrangeiras contratadas para ampliar o “parque industrial” brasileiro “tropicalizaram”[1] máquinas para siderurgia e mineração, com know-how vindo de países detentores do saber tecnológico, porque infelizmente há déficit de tecnologia de ponta no país. Somos o “maior” em alguns segmentos, que não faz parte ao interessa de grupos estrangeiros de alto desenvolvimento tecnológicos, a saber: quando se necessita construir qualquer equipamento gigantesco como carcaças das estruturas metálicas recorre-se a caldeirarias, fomentamos nossa mão de obra barata, desqualificada, formada em cursinhos técnicos de ocasião, para construir produtos com tecnologias estrangeiras, financiadas por capital estrangeiro que assumem o controle acionário, mas só construímos o invólucro do equipamento. Hoje vangloriam de construção de estaleiros gigantescos, mas havia anteriormente a FRONAPE, ou nosso campo siderúrgico controlado atualmente por grandes trustes internacionais, já houve, um dia, investimentos no setor pela SIDERBRÁS, enfim citemos apenas dois potenciais “assassinados” na raiz por influências externas.

O Brasil nunca proporcionou uma revolução industrial, sempre tornou-se subalterno e dependente, com um povo humilde que é controlado pelas oligarquias em todo território nacional. Estamos submissos aos interesses de poucos autocratas que governam pouco para o todo e muito para si. Não há nisso espanto, pois o continuísmo do "cacicado" vem de longa data e perdura, ora como golpe, ora como ditadura, ora como república sindicalista, mas nunca uma real revolução, no âmago do problema, pois a preocupação maior do Estado é criar subsídio aos interesses políticos e econômicos. Este casamento, política e economia, geraram uma estrutura social abandonada, com filho pobre sem estudo, sem condições básicas de moradia com déficit de 28 milhões de residências populares, onde no Fórum Social Mundial de 2009, o representante mor do país proclamava, para impressionar a mídia, a construção de um milhão de residências ao valor de R$ 34.000,00 a unidade. Pergunta-se onde estão as mesmas, e qual o valor de venda para a população? Vivem de demagogia, haja vista que em São Paulo com sua famigerada "gentrificação", enobrecimento do centro da capital as empreiteiras, construtora de prédios de luxo, enchem a “burra da algibeira” com valores exorbitantes com construções verticalizadas.

Porque não evoluímos na proporção direta da extração das matérias primas?

Sempre resta a indignação desta incapacidade de resolver os problemas do país, onde a democracia inexiste como direito de opinar nas grandes questões, questionando o que fazer para construir uma nação livre, pois tudo está atrelado ao poder que cria “soviets”, conselhos manipulados e controlados por mesa autoritária, onde a plenária nunca é absoluta, capitalizando os lucros para poucos e socializando as perdas para muitos, uma mistura que poderíamos batizar de “Autoritarismo Econômico Democrático”!!!...
Toda América Latina esta acorrentada pelos interesses capitalistas e a única virtude que possa existir no país, por mérito natural, é possuir reservas vitais suficientes para crescer ainda mais a economia dos países mais ricos do mundo, os maiores interessados nessas reservas, num nítido “segundo estágio de colonização” através do extrativismo de reservas esgotáveis, deixando para trás rastro de miséria e destruição, esgotando ao limite a capacidade local, além da destruição e prostituição humana.
O povo é adestrado para ser usado como “exército de reserva” de mão de obra descartável, que na sua simplicidade não observa a sutileza a sua volta, ainda não se apercebeu que o soldo recebido por determinada atividade esta sobre o controle do Estado mancomunado com os interesses de uma economia globalizada e controlada por um grupo que detém toda a riqueza produzida nas três "AS": América, África e Ásia, sempre abaixo da linha do Equador, campeia a miséria instituída.

Uma massa da população que tem direito ao sufrágio universal pela democracia é forçada ao ato obrigatório de dirigir-se às urnas, recebendo sanções pelo não cumprimento cívico, deslocam-se em osmose 127 milhões de eleitores, onde metade não concluiu o ensino que lhe forneça o fundamental, ou seja, menos de 8 anos de estudos, sem contar a informalidade que é produto de um progresso insustentável, as custas da miséria popular usada como massa de manobra,, promessas vãs de incautos homens públicos.
Países de grande investimento em pesquisa tecnológica estabeleceu-se um "destino manifesto" de formarem homens para controle das massas em países considerados subdesenvolvidos ou emergente, sem caracterizar esta qualidade, e que são executivos escolhidos em suas sedes de origem para manter sobre as rédeas desta massa proletariada disforme, nome depreciativo no seu contexto, remetendo àqueles que fazem prole e acasalam-se para produzir mais e mais mão de obra a custo baixo. Este indivíduo será mais um consumidor voraz das benesses oferecidas desde seu nascimento, recebido com alegria, pois será um potencial grande ou pequeno de consumo de bens, produtos industrializados que serão anunciados dia e noite em rede nacional, e que depois de sua vida ser consumida por cartões de crédito ou financiamentos bancários, agiotagem permissível, terá uma morte inevitável a todo ser vivo. Muitos irão chorar a perda, pois não consumirá mais, sendo a indústria funerária o último setor lucrativo, onde a Prefeitura paulistana não abre mão deste controle. Todos enfim lamentarão inclusive os credores, que assumiram alguma hipoteca de algum empréstimo financeiro para socorrer o imediatismo da vida moderna, que por falta de pagamento aos agiotas institucionalizados, terá os bens arrolados pelo sistema financeiro. Banco é uma praga a ser extirpada, não produz nada e controla o jogo de interesse capitalista.

Desta retórica emergem os poucos empregos formalizados existentes e vemos que as empresas hoje se dão ao luxo de analisar uma gama enorme de currículos para entre tantos determinar aquele que poderá ser o colaborador ideal nas suas pretensões desenvolvimentistas do Estado Forte apregoado. Depois de exaustivas provas de capacidade e entrevistas de especialistas em comportamento humano, eis que surgirá no universo deste exército industrial de reserva, um “soldado” capaz de exercer as funções que permeiam o setor produtivo de determinado segmento e estarão sujeitas as regras do jogo trabalhista.
Este "colaborador" receberá treinamento de destreza para operar tudo aquilo que se apresentar como lucro aos interesses dos detentores dos meios de produção. O colaborador-operador agora é o mais novo homem máquina desta legião silenciosa que marcha em direção a almejada vaga onde ele se saiu o grande vencedor. Haverá direitos adquiridos pela legislação vigente e também estará sujeito as obrigações inerentes ao cargo empossado. A regra número um é não chegar atrasado, e por isso a indústria fornece os vales transportes para que no tom paternalista, estará ajudando o funcionário, aquele que na fábrica irá exercer função determinada, a subsidiar e dele cobrar pontualidade.

Na cidade de São Paulo, o transporte coletivo esta sobre controle de poucos, na nova modalidade de lobby da parceria empresarial-político, legislando pela aprovação da concessão mais rendosa financeiramente. O transporte coletivo é feito por demanda de carga, e carga são todos que se servem deste meio de locomoção, pagos a vista na boca do caixa às roletas de controle coletivo pelo cartão magnético ou a circulante moeda corrente. Na hora de alta concentração humana, parte da manhã e no período noturno, os empresários de transporte enviam ônibus articulados que saem de suas respectivas garagens vazios, com o letreiro “recolhe”, percorrendo uma distância considerável para “recolher” essa massa disforme. Veículos articulados capazes de transportar 300 pessoas numa condição de "carregamento de gado", pelo déficit do transporte coletivo e alta demanda. As horas despendidas no transporte não são remuneradas pelo empregador, mas gasta energia de "produção de locomoção", uma nova modalidade do “progresso” industrial moderno.

Nas empresas que o novo colaborador atuará, cada funcionário terá seu guarda objetos, que compreenderá macacão de operador, farda de soldado industrial, fornecido com módico desconto em folha de pagamento no holerite. Junto vem uma gama de proteções, como óculos, capacete, botina, protetor auricular, máscara contra gases indesejáveis, como se fosse possível gás desejável. Enfim, aparelhados, estará dispostos para a jornada habitual de trabalho, para a grandeza da nação.
Desde o momento que o “indivíduo” adentrar no piso da fábrica, será denominado “operador”, devendo tomar precauções necessárias suficiente para preservar sua integridade física, para não ser mutilado por máquinas monstruosas irracionais, doravante controladoras do sujeito racional que fará parte da máquina, que irá ditar as regras de produção, com sua capacidade limite em número de peças por hora.
O proletário racional, com o mínimo de estudo fundamental irá depois do treinamento, apertar somente dois botões, um verde para iniciar a operação e outro vermelho para parar a operação e que somente será desligado por algum inconveniente de produção ou no término da jornada, incessante, estafante, sem analisar o mérito da condição insalubre. Se por ventura as condições fisiológicas do operador exigir deslocamento a privada pública, local de necessidades básicas, tem que ser comunicado ao encarregado do setor, o chefe de divisão para providenciar a sua substituição temporária. Assim a classe bastarda deslocar-se-á para necessidades fisiológicas e os detentores dos meios de produção, classe abastada, idealizaram em determinados setores máquinas de trabalho contínuo automático, através de “robô”, pois os mesmos não precisam ausentar-se para ir ao banheiro e nem se deslocar para fazer refeições, nítida substituição do homem.
A alimentação do operário, ou operária, é controlada por nutricionista, fazendo o balanço energético necessário de calorias para aquela atividade específica para manter tudo sobre controle. Atualmente as empresas trabalham com sistemas de operação de “operário controlando operário” onde uma tarefa esta atrelada a tarefa do outro operador, espécie de células de trabalho, tipo confinamento de alta produção industrial pelos sistemas "just-in-time"[2], "kanban"[3], incorporado a produção após a Segunda Guerra na Europa proveniente de conceito japonês, pelo pouco espaço territorial.

O Brasil não possuiu uma revolução em seu processo de produção industrial, aliás, toda a América Latina. As máquinas chegaram ao país para certo interesse de determinado finalidade, produto de interesse de consumo em grande escala, e foram montadas em galpões, estilo inglês, começando a produzir o que era necessário ao mercado externo.
Os ingleses iniciaram com maestria toda esta logística, para “logicamente” suprir demandas de seus próprios interesses, adaptando um testa de ferro local arregimentado na origem, comandando operações de transporte, para escoamento de produção, em locomotivas a vapor depois substituídas pelo diesel e tração por motores geradores de eletricidade e deste progresso mentiroso e subjetivamente inglês escoou-se por muito tempo a economia do Brasil por portos de estivas ou gruas elevatórias alimentando navios de transporte.
A América Latina não precisa necessariamente do modelo europeu de desenvolvimento, nem precisa estar atrelada ao modelo econômico de alienável propriedade privada. A terra sempre foi para os povos latinos americanos, terras comunitárias, tanto quanto a água, que querem privatizar. O Brasil, na atualidade, já comercializou uma carteira de intenções com grupo francês para monopólio de parte da água doce da Amazônia, sem contar que é um território cercado pelo arame farpado de terras improdutivas com meia dúzia de cabeça de ruminantes que possuem mais direito a propriedade, a saber: qual espaço necessário a cada animal, explicitando humano e ruminante?...

Políticas espúrias de governantes, sabendo serem efêmeros, querem a todo custo usufruir as benesses do poder ao máximo, demandando intenções arbitrárias em detrimento ao interesse geral, aprova o reprovável, submetendo as futuras gerações à submissão local, sem direitos básicos de usufruírem aquilo que lhe é natural. Poder-se-ia alargar-se no tema da miséria que estão criando na América Latina, fazendo uma latrina de sujeiras que deverá ser limpa desta contaminação do poder da compra, aquisição pelo prazer de possuir. As futuras gerações necessitará promover uma revolução nas mentalidades, para rever está miséria construída do poder, verdadeiros lesa pátria.

[1] Tropicalizar era termo corrente para um pacote de projeto, o dossiê, ser adaptado às condições do país aonde ir-se-ia montar determinado equipamento, com normas adaptáveis da Associação Brasileira de Normas Técnicas,(ABNT), que de miscelâneas de normas estrangeiras adaptou-se sistemas métricos e polegadas, usando ambos!

[2] Just in time é um sistema que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata. Pode ser aplicado em qualquer organização, para reduzir estoques e os custos decorrentes. O produto ou matéria prima chega ao local de utilização somente no momento exato em que for necessário. Os produtos somente são fabricados ou entregues a tempo de serem vendidos ou montados. Está relacionado a produção por demanda, onde primeiramente vende-se o produto para depois comprar a matéria prima e posteriormente fabricá-lo ou montá-lo.

[3] Kanban é uma ferramenta (cartões de controle) por meio da qual o sistema puxado de produção (que é o eixo da produção Just in Time) é gerenciado. Um sistema de controle de produção para controlar o movimento de materiais entre centros de trabalho, bem como a produção de novos materiais para recolocar aqueles mandados para o próximo centro de trabalho. São cartões kanban que coordenam o sistema de produção.