Raridades da aviação fizeram-me deslocar por 350 quilômetros, acrescidos pela ida a cidade de Jau, do comandante João Ribeiro de Barros, para vê-las neste maravilhoso acervo no “Museu Asas de Um Sonho”, da TAM, em São Carlos, além de certa relação com a cidade, pois meu bisavô casou-se na cidade em 1904. Saímos de São Paulo com a convicção de ir ao encontro da história, memória da audácia de homens desbravadores, e que minha formação acadêmica sempre perseguiu.
Quando jovem estudava na Avenida De Pinedo confluência com Avenida João de Barros, (outro erro crasso, pois falta o Ribeiro) onde neste local situava-se o Monumento pela amerissagem da primeira travessia Atlântica, entre continentes, nome antigo da avenida que circunda a Represa de Guarapiranga, depois mudada para Avenida Robert Kennedy, nome este sem relação alguma com o feito histórico.
Após formado em mecânica industrial tornei-me projetista de ferramentas de fundição de motores Mecedes-Benz, na extinta SOFUNGE, na Vila Anastácio, Lapa, e lá passei a admirar ainda mais o pioneirismo da industrialização paulista, embora tardia, dava todo o suporte as necessidades “destes homens malucos e suas máquinas voadoras”. Fui estudar história, pois estava no sangue como autodidata; alcancei o bacharelado e licenciatura e assim comecei a perseguir um sonho: reabilitar a volta do monumento seqüestrado de Santo Amaro, na Capela do Socorro. Textualizei em 2008 “A Represa do Guarapiranga e a Primeira Travessia do Atlântico” dando referência ao "Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico", de Ottone Zorlini com escultura de bronze, denominada “Vitória Alada”, lembrança do sonho de Ícaro.
O descrédito por parte dos detentores de recursos do Estado fazia-nos perseverar e acreditar mais em poder reaver para o local citado o Monumento, e não estátua, em homenagem aos intrépidos aviadores, e que fora “seqüestrado” ao tempo do governo municipal, do então prefeito Jânio da Silva Quadros e levado em 1987 para a Praça Nossa Senhora do Brasil, na região do Jardim Europa, local sem vínculo nenhum com a travessia.
Pavilhão de Exposições: OCA, local do Museu de Aeronáutica criado em 1959 pela Fundação Santos Dumont, onde anteriormente estava o hidroavião Jahú.
Após formado em mecânica industrial tornei-me projetista de ferramentas de fundição de motores Mecedes-Benz, na extinta SOFUNGE, na Vila Anastácio, Lapa, e lá passei a admirar ainda mais o pioneirismo da industrialização paulista, embora tardia, dava todo o suporte as necessidades “destes homens malucos e suas máquinas voadoras”. Fui estudar história, pois estava no sangue como autodidata; alcancei o bacharelado e licenciatura e assim comecei a perseguir um sonho: reabilitar a volta do monumento seqüestrado de Santo Amaro, na Capela do Socorro. Textualizei em 2008 “A Represa do Guarapiranga e a Primeira Travessia do Atlântico” dando referência ao "Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico", de Ottone Zorlini com escultura de bronze, denominada “Vitória Alada”, lembrança do sonho de Ícaro.
O descrédito por parte dos detentores de recursos do Estado fazia-nos perseverar e acreditar mais em poder reaver para o local citado o Monumento, e não estátua, em homenagem aos intrépidos aviadores, e que fora “seqüestrado” ao tempo do governo municipal, do então prefeito Jânio da Silva Quadros e levado em 1987 para a Praça Nossa Senhora do Brasil, na região do Jardim Europa, local sem vínculo nenhum com a travessia.
Pavilhão de Exposições: OCA, local do Museu de Aeronáutica criado em 1959 pela Fundação Santos Dumont, onde anteriormente estava o hidroavião Jahú.
A saga do hidroavião JAHÚ e a volta do "Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico" tornaram-se obsessão. Em 2008 tentei rever o avião, que anteriormente estava na OCA, no Ibirapuera, Museu da Aeronáutica, mas o museu da TAM à época havia fechado para reforma, fiquei um pouco apreensivo por não saber quando poderia rever o JAHÚ, pois o mesmo havia sido abandonado anteriormente e estava em disputa judicial, havia o desrespeito com a “obra prima”, caso corriqueiramente comum com a história do país.
Neste ínterim o foco era lutar em prol da história pelo retorno do Monumento ao seu local de origem. Fiquei contente quando meia dúzia de abnegados estava sonhando o que eu também sonhava, integramo-nos para ir às autoridades locais buscar respaldo e adesão. No primeiro instante as autoridades mostraram-se céticos, sem saberem a importância do que nós achávamos importante, que era o Monumento no seu local de origem, na Represa de Guarapiranga.
Fomos expondo a idéia como formiguinhas repassando nossa intenção ao rol de nossas relações. Os políticos não pareciam interessados, mas historiador “é um teimoso até a idéia se concretizar”; vendo uma oportunidade de efeito político os mesmos que se recusaram no passado abraçaram a causa e assim o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico, CONDEPHAAT, dava o aval para a volta do Monumento que tanto buscávamos reaver. Repentinamente foram disponibilizados para operação de desmonte e montagem em seqüência criteriosa com recursos de emenda parlamentar, R$ 394.992,77 com centavos e tudo, para transportar o Monumento, marco da aviação. A batalha chegava ao fim, e o poder assumiu assim o retorno, com documentos oficiais. Esperamos que o translade seja feito com festividade à altura do feito, pela aviação brasileira sobrevoando o local com o merecimento que se faça jus.
Coincidentemente a TAM reabriu seu magnífico acervo para visitação, fato esperado por mim com certa ansiedade.
Programamo-nos em ir atrás de rever nas “Asas de Um Sonho”, um sonho solitário que se tornou solidário, do Savóia Marchetti S-55 que foi parte integrante desta história, com os motores em V perfeitamente conservados, e aqui enaltecemos a perseverança da família Amaro e seu inesquecível comandante Rolim, pois como único exemplar no mundo, depois do que passou o hidroavião, podemo-nos orgulhar como brasileiro de possuir a única peça existente no mundo e com os dois motores Isotta Fraschini ASSO 500 HP. Fomos expondo a idéia como formiguinhas repassando nossa intenção ao rol de nossas relações. Os políticos não pareciam interessados, mas historiador “é um teimoso até a idéia se concretizar”; vendo uma oportunidade de efeito político os mesmos que se recusaram no passado abraçaram a causa e assim o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico, CONDEPHAAT, dava o aval para a volta do Monumento que tanto buscávamos reaver. Repentinamente foram disponibilizados para operação de desmonte e montagem em seqüência criteriosa com recursos de emenda parlamentar, R$ 394.992,77 com centavos e tudo, para transportar o Monumento, marco da aviação. A batalha chegava ao fim, e o poder assumiu assim o retorno, com documentos oficiais. Esperamos que o translade seja feito com festividade à altura do feito, pela aviação brasileira sobrevoando o local com o merecimento que se faça jus.
Coincidentemente a TAM reabriu seu magnífico acervo para visitação, fato esperado por mim com certa ansiedade.
Do museu ainda deixo outra ressalva que era estar em frente com o Paulistinha, da Companhia Aeronáutica Paulista, de Baby Pignatari, da família Matarazzo, empresário da Caraíba Metais, que apaixonado por aviação e por uma atriz, nascida na Itália, à princesa Ira de Furstemberg brilhou nas telas do cinema, construiu nas matas afastadas da cidade um local aprazível para recebê-la convidando seus amigos, o arquiteto Oscar Niemeyer e o paisagista Burle Marx, (no hodierno nome perpetuado como parque) a dar o requinte ao local virginal de Mata Atlântica, no costado da Chácara Tangará, hoje condomínios entre Vila Andrade e Morumbi, em São Paulo, uma divisão de águas entre o urbano e o subúrbio.
O Thundebolt P-47 foi outro avião marcante, uma pelos feitos heróicos do “SENTA A PÚA!”, na campanha da segunda guerra mundial que a audácia do grupo de aviação de caça da FAB transformou ases da mais alta estirpe, muitas vezes sem o reconhecimento merecido por parte do Estado, mas foi também um “Monumento” que marcou meus olhos infantis quando meu pai levava-me a visitar os “oriundi” no “Bairro do Bixiga”. Estava lá um P-47 imponente na Praça 14 Bis, a praça esta lá sufocada pelos prédios e o Thundebolt “sumiu”. Uns falam que lá nunca houve um avião, outros que era a réplica do 14 BIS, mas minha mente gravou um instante óptico e ela não mente para mim!
Depois seguimos para a cidade de Jau, paramos na “Praça Siqueira Campos” onde há um Monumento erigido em 1953, no centenário da cidade do comandante João Ribeiro de Barros e logo abaixo, na “Praça da República”, há talvez o mais antigo monumento relacionado ao feito,
homenagem esta feita em 1927 pela comunidade sírio-libanesa, um pouco escondido atrás de uma fonte, entre folhagens. Seguimos ao “Cemitério Municipal Ana Rosa de Paula” e deparamos com o Mausoléu do Aviador, iluminado pelos raios de sol refletidos na morada de quem lutou muito e partiu cedo, mas deixando o legado de um sonho perseguido com todas as diversidades encontradas.
Tivemos a feliz aproximação no Museu, com o presidente João Francisco Amaro, clássico anfitrião, requisitado pelos visitantes inclusive este missivista, falei de “nosso” sonho, ele ficou admirado, citei o valor do “resgate” do Monumento, ele ficou impressionado, disse-lhe que seria remoção e recuperação das peças, inclusive o “Capitel Compósito Romano” e limpeza do Ícaro Alado, não saberia dizer se o custo estava dentro dos parâmetros, mas havia na apresentação dos responsáveis um amadurecimento profissional.
Isto foi parte do que vimos indescritível, mas um pouco da historia da aviação nacional.
“Quem dormiu e não sonhou perdeu o sonho por não sonhar”!
Tivemos a feliz aproximação no Museu, com o presidente João Francisco Amaro, clássico anfitrião, requisitado pelos visitantes inclusive este missivista, falei de “nosso” sonho, ele ficou admirado, citei o valor do “resgate” do Monumento, ele ficou impressionado, disse-lhe que seria remoção e recuperação das peças, inclusive o “Capitel Compósito Romano” e limpeza do Ícaro Alado, não saberia dizer se o custo estava dentro dos parâmetros, mas havia na apresentação dos responsáveis um amadurecimento profissional.
Isto foi parte do que vimos indescritível, mas um pouco da historia da aviação nacional.
“Quem dormiu e não sonhou perdeu o sonho por não sonhar”!
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