sexta-feira, 29 de agosto de 2025

O SANTUÁRIO DE PIRAPORA TROCOU EM 2025 SEU "ALTAR COM DEDICAÇÃO" POR OUTRO NOVO NAS FESTIVIDADES DOS 300 ANOS DE BOM JESUS POR QUÊ?

FESTIVIDADES DOS 300 ANOS DE BOM JESUS E O RITO DE DEDICAÇÃO DE ALTAR

Fomos aos festejos dos 300 anos do aparecimento da imagem de Bom Jesus de Pirapora. Houve várias celebrações como representantes da mais alta honraria pública e eclesiástica, que estiveram presentes para marcar o grande momento religioso, com celebração de Dom Arnaldo Carvalheiro, bispo Diocesano de Jundiaí.


Uma coisa quase que despercebida, mas de cunho importante foi a troca de altar antigo por outro, pois em 05 de agosto de 2025, havia no Santuário o altar antigo que por muito tempo serviu para todas as celebrações, e evidentemente tinha sido consagrado para servir como o altar de muitas celebrações religiosas!

Em todo esses momentos das festividades, estivemos presentes, pois ficamos na cidade do dia 04 ao dia 07 de agosto de 2025. Tínhamos um trabalho a realizar e reparamos que no dia 06 de agosto de 2025, dia maior das festividades o altar do Santuário havia sido trocado o antigo altar de granito preto por outro altar novo de mármore branco!
Ficou a indagação:
Por que houve a troca de um altar consagrado por outro, pois não soubemos de ter havido o rito de “dedicação” do novo altar?
(Reg. MTb 42767/SP)

COMO REALIZA-SE A DEDICAÇÃO DE ALTAR RELIGIOSO CRISTÃO
A Santa Missa Pontifical, com os ritos de dedicação de um altar religioso católico é presidida por um bispo. Esse rito é reservado unicamente ao bispo ou a quem ele delegar essa celebração.
Terminada a homilia, dá-se início ao rito de dedicação do altar.
O rito de dedicação do altar inicia-se com a invocação dos Santos, que após o cântico, é colocado no altar a relíquia de um santo da Igreja.
Um altar católico deve conter em seu centro a “pedra d’ara”, consagrada pelo Bispo e incrustada com relíquias de santos mártires, e ainda lembrar a pessoa de Cristo e do seu sacrifício, o altar deve conter cinco cruzes que representam as Cinco Chagas de Jesus.
Na última ceia Jesus pôs-se à mesa com os Apóstolos. “Tomou o pão e, dando graças, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: ‘Tomai, todos e bebei: este é o cálice do meu sangue. Fazei isto em memória de mim’” (Lc 22:14).
Quando a construção de uma igreja termina, a celebração que marca sua vida tem o nome de “dedicação”, que pode ser traduzida como consagração, sagração ou inauguração.
O rito realizado pelo bispo acontece com a aspersão da água benta, as unções do altar e das paredes no edifício, a incensação, a deposição das relíquias no altar, a iluminação e, é claro, o rito da Palavra e da Eucaristia.
A água aspergida é um clamor para que todo local seja purificado, lavado por Deus tanto as paredes quanto cada fiel que participar. As unções do altar e das paredes ungem aquela mesa que será usada para o sacrifício eucarístico, a unção ainda exala aquele belo e agradável odor do qual todos somos chamados a exalar, o odor de Cristo (2Cor 2:15). O incenso, a fumaça que sobe aos céus são as nossas orações, nossos pedidos elevados ao Pai.
Ao mesmo tempo, o rito da dedicação tem um significado eclesial muito eloquente, lembrando que somos nós mesmos os templos vivos de Deus e que cada pessoa batizada é como se fosse uma pedra viva na edificação do templo espiritual do Deus vivo (1 Pd 2:5).
Após a oração de dedicação e consagração, o bispo ungi o altar com o Santo Óleo do Crisma, e ainda, o incenso, e terminando o rito, há o revestimento e iluminação, mostrando a Luz do Mundo, Cristo. O altar é revestido com três toalhas de linho, para recordar o corpo de Cristo sepultado. Assim, o altar da Missa é identificado com o Cristo imolado, sepultado e glorificado.
A dedicação de altar e igreja, normalmente, é inseparável, sendo que a do altar tem precedência, e devem ocorrer apenas uma vez, exceto se houver uma reestruturação ou reforma profunda na igreja ou no altar: “Neste caso, pode se proceder a um novo rito de dedicação, a critério do bispo”.

(Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, que celebrou missa em Pirapora em 28-07-2025, no altar preto antigo de granito)
O Arcebispo lembra, ainda, que o altar a ser dedicado “deve ser novo, ou profundamente reformado, ainda não usado para a celebração. Não se faz a dedicação de um altar já em uso”.
O Tempo Comum é o período mais indicado para realizar-se uma dedicação, a fim de também permitir que se celebre, consequentemente, os aniversários de outras festividades religiosas.
“Ite, missa est”!

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