A liberdade de expressão e informação
O que é a história senão os
feitos que foram produzidos pelo homem que é aquele que relata o que ocorreu no
seu cotidiano. Cada vez mais se torna mais dificultoso acompanhar o desenrolar
da história, pois ela é, na atualidade, instantânea e produzir documentos requer
paciência e trabalho árduo no mundo cada vez mais veloz.
Queriam neutralizar a pesquisa através
da ingerência sobre as biografias, impedindo que fosse feito a história com o valor
de sua realidade, considerando o concreto daquilo que foram fatos e que não podem
ser escondidos.
Queriam controlar a história e
somente autorizar aquilo que fosse de interessa subjetivo e fomentasse algum
prestígio, mantendo-se no silêncio o que era desagradável, mesmo que isso
completasse um capítulo do fato ocorrido é que seccionando daria interpretação
distorcida.
A fragilidade do homem está em
seus atos, nem todos sempre magnânimos, muitas vezes opostos a outros que compõe
o momento na macro história, que está relacionada a micro história daqueles homens
do séquito que dão sustentação para que apareçam
mitos.
Uma afirmação histórica requer
muito esforço de pesquisa para não comprometer o fato real, é um policiamento
constante em busca do ocorrido e transformá-lo, não como notícia passageira,
mas como algo duradouro que complemente um momento contemporâneo. Há uma
metodologia a ser aplicada e que deve ser respeitada para que não ocorram
abusos.
Vemos nos noticiários do Brasil
as atuais disputas entre biografados e seus autores que relatam fatos que
ocorrem e ocorreram em suas vidas públicas. Os biografados não queriam de
maneira alguma que algum fato fosse exposto à opinião pública e tentaram barrar
a todo custo que as referidas biografias fossem editadas.
O biografado ditaria as regras através
de autorização prévia para que uma pesquisa árdua, que por vezes levaram anos
para ser concretizada, abalizada ainda por relatos de conviventes do biografado,
somado a material publicado na mídia anteriormente fosse dada “autorização” de
publicação às editoras.
Tudo isto foi encaminhado aos
tribunais e advogados contratados prepararam as defesas de seus clientes para
impedir o rumo desta parte da história, ainda que não seja ela um fator
relevante que transforme um todo como revolução histórica. Evidente que o inverídico
possa ser questionado e até que receba sanções de julgamento e que há uma
Constituição que deve ser respeitada, pois serve a todos os implicados sem
distinção.
A garantia de liberdade está diretamente
ligada a responsabilidade do autor em relatar os fatos como se apresentaram e
não fantasiar o ocorrido com opiniões subjetivas. A censura exigida não dava
direito a liberdade de expressão e conseqüentemente um passado ficaria a mercê de
autorizações pessoais, com nítida interferência do censor sobre o momento
ocorrido.
A história é dinâmica, embora nem
tudo transforme realmente como fato histórico, sendo uma parcela apenas de um
personagem que ditou por um determinado tempo um estilo que alguma geração
seguiu como modelo em um instante qualquer. Biografias sempre existiram para
complemento e entendimento das ações individuais que comprometeram um tempo histórico
num espaço determinado.
A liberdade de expressão foi
garantida perante a Constituição e em respeito à lei pelo Supremo Tribunal
Federal, salvando parte da história do Brasil que não se pode calar por mordaça
ou escondê-la das gerações futuras. Salvou-se parte da História do Brasil com a
responsabilidade da pesquisa e a liberdade de expressão com o direito da
informação.
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