quinta-feira, 21 de julho de 2011

OBLITERAÇÃO, GENTRIFICAÇÃO e CONURBAÇÃO

CIDADE e ARRABALDES e a CONSTANTE RECONSTRUÇÃO

“OBLITERAÇÃO” é destruir por completo um modelo anterior, para reedificar constantemente as transformações que ocorrem no meio. Esta diluição não tem uma estabilização deste processo, conseqüência de uma reinvenção do espaço por interesses humanos. Há transformações ocorridas por fatos naturais por interferência no planeta, fazendo desaparecer situações anteriores, embora permaneçam vestígios soterrados por processo de mudanças. Quando isso ocorre através desses fatores diz-se ser uma “evolução natural” e que o homem transcreve como catástrofe, pois altera o seu modelo de existência.
Quando as transformações ocorrem no espaço histórico, prevalecem os interesses humanos, alterando-se os registros materiais anteriores em uma “transformação” que apaga parte da história de gerações anteriores de outro “tempo contemporâneo”, pois não se agrega o valor anterior deste momento, apaga-se toda referência até que dele não fique nenhum vestígio, ou seja apenas lembrança da “memória” (o sexto sentido!). Deste estudo do “fazer esquecer” se encarrega determinados campos de pesquisa da história humana, do passado de taipa para a alvenaria ao concreto, existem vidas interligadas em movimento e que “fizeram esta construção” de crescimento expansionista do “espaço vital” e que o modelo de “progresso” proclama guerra ao meio por novas condições de uso do espaço geográfico em detrimento ao antigo e evitando também acesso a documentos oficializados em nome de uma segurança nacional, um patriotismo de retórica chauvinista.
Porque as cidades são sempre espaços constantes de reconstrução?
Há outra estrutura em movimento dos interesses humanos, em sempre buscar o modelo ideal para fixação associado ao melhor local para se viver, com as condições naturais de sustentação.

As antigas localidades que eram os subúrbios de sustentação deste núcleo urbano constituíam-se de sítios, fazendas, chácaras produtoras de gêneros alimentícios, pelo crescimento da cidade se tornam empecilho às transformações pretendidas pelas estruturas de poder, que para apoderar-se dos interesses territoriais criam dificuldades de permanência do antigo sistema, obrigando o deslocamento para outras áreas distantes da cidade, deixando livre o espaço do antigo modelo rural para outro modelo urbano que “apaga” as condições anteriores proclamando como área nobre de expansão urbana, chamado "GENTRIFICAÇÃO", uma nova fronteira de espaço urbano com mudanças que são implantadas por interesses econômicos que se deslocam em direção ao novo espaço de “crescimento” das cidades diretamente ligadas por fatores de interesses econômicos que atuam neste processo.
Há neste modelo “selvagem” uma “barbárie” através da varredura de habitações anteriores expulsando seus antigos proprietários que originaram as vilas, bairros, de pequena estrutura familiar, fimbria da sustentação do circulo e do “núcleo”(a cidade), que em movimento constante, anteriormente cercada pelo subúrbio de sustentação alimentar é seguida de outra periferia, satélite de mão de obra, o exército de reserva que se mantém a margem deste crescimento, onde não há, por parte do Estado, interesse em fomentar infra-estrutura de desenvolvimento por condições mínimas de saneamento onde o poder “fabrica” a degradação para assumir no futuro, o controle do modelo pretendido pela expansão de crescimento da cidade, expulsando o “modelo anterior” por força da valorização imobiliária que reedifica o “novo modelo” pretendido nestes espaços com uma intervenção de força de controle do Estado embasado pelo poder econômico, vivendo em colóquio de interesses.
Por vezes esse deslocamento é tão ampliado em seus interesses que abarcam outras cidades menores com autonomia própria, mas que crescem lentamente e não tão rápido como as grandes metrópoles. Estes tentáculos de movimento “abraçam” estas outras cidades formando o que os burocratas denominam de “CONURBAÇÃO”, onde duas, ou mais, cidades deslocam-se e encontram-se nesta expansão de crescimento geográfico em busca de novos espaços na expansão das cidades que incorporam arrabaldes ocupados, ampliando areas horizontais sendo que o novo modelo amplia uma demografia maior nas áreas centrais com a verticalização da construção civil.
O capitalismo subsiste destas inconstâncias de construir, destruir e reconstruir seu símbolo máximo, as cidades, enfim, “a história repete-se, primeiro como tragédia, depois como farsa”!( “18 de Brumário de Luís Bonaparte”, de Karl Marx)

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