Pedro de Alcântara João
Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel
Gabriel Rafael Gonzaga, nasceu no Rio de Janeiro, em 2 de dezembro de 1825 e faleceu em Paris, a 5 de
dezembro de 1891.
D. Pedro de Alcântara
João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel
Gabriel Rafael Gonzaga nasceu no Paço de São Cristóvão, na capital brasileira,
Rio de Janeiro, em 2 de dezembro de 1825.
D. Pedro II foi o sétimo
filho de Dom Pedro I e da arquiduquesa Dona Leopoldina de Áustria. Sucedeu ao
seu pai, que abdicara em seu favor para retomar a coroa de Portugal, à qual
renunciara em nome da filha mais velha, D. Maria da Glória.
Dom Pedro, Dona Francisca e Dona Januária, de Félix Émilie Taunay (1795-1881)
Seus avós paternos eram Dom João VI, rei de Portugal, Brasil e Algarve, e Dona Carlota Joaquina, infanta da Espanha, enquanto seus avós maternos eram Francisco I da Áustria, último sacro imperador romano-germânico, e Maria Teresa, princesa das Duas Sicílias.Era sobrinho de Miguel I
de Portugal, enquanto, pelo lado materno, sobrinho de Napoleão Bonaparte e
primo dos imperadores Napoleão II da França, Francisco José I da Áustria e
Maximiliano I do México. Sendo o irmão mais novo de D. Maria da Glória, também
fora tio de D. Pedro V e D. Luís I, reis de Portugal.
O menino Pedro de Alcântara, por Armand Julien Pallière, 1830
Foi o único filho homem do Imperador dom Pedro I a sobreviver à infância, tornou-se o herdeiro da coroa imperial do Brasil, com o título de Príncipe Imperial. Ficou órfão em 1826, com 1 ano de idade, quando perde sua mãe, a Imperatriz Dona Leopoldina. Do pai, recebeu carinho e afeto, revelando uma grande ternura pelo filho e dizia com orgulho:"Meu filho tem sobre
mim a vantagem de ser brasileiro".
D. Pedro II foi coroado dez anos depois da
abdicação de seu pai, o imperador D. Pedro I, em 7 de abril de 1831.
A aclamação oficial de
Pedro II como novo Imperador brasileiro ocorreu em 9 de abril. Um assustado
Pedro II foi exibido ao lado das irmãs numa das janelas do paço sobre uma
cadeira para que pudesse observar a sua aclamação pela multidão.
Quando criança, dom Pedro
recebeu uma grande influência por parte do pai e também de seus mestres quanto
a sua visão em relação as demais etnias e culturas existentes no mundo.
Até que atingisse a
maioridade, foi criada uma regência formada por um triunvirato, para
administrar o Império, apressada com a morte de seu pai, Pedro I em 24 de
setembro de 1834.
A decretação oficial da
maioridade foi recebida com enorme alegria e foi aclamado por cerca de 8 mil
pessoas que se reuniram no paço da cidade para saudá-lo. No dia de seu
aniversário, em 2 de dezembro de 1840, alguns meses após ser declarado maior de
idade, o evento ocorre sob grande manifestação popular.
Não acreditavam que um
rapaz de apenas catorze anos de idade pudesse obter sucesso onde os mais
experientes governantes fracassaram, apesar de toda a educação que recebeu e
sua maioridade foi pronunciada, antes dos 18 anos.
Imperador do Brasil
Contrastando com o
período conturbado da Regência, seu reinado foi de paz interna, uma vez
encerrada a Guerra dos Farrapos, que se iniciara em 1835, e vencidas as
Revoluções Liberal de 1842 em São Paulo e Minas Gerais e Praiana em
1848 de Pernambuco. Introduziram-se novas invenções e apoiou-se a cultura.
Durante seu reinado, foi aberta a primeira estrada de rodagem, a União e
Indústria; correu a implantação da primeira locomotiva a vapor em 1858; foi
instalado o cabo submarino; inaugurado o telefone e instituído o selo postal,
Coração de Boi, hoje muito valioso na numismática.
A sagração e coroação de
D. Pedro II foi marcada para 18 de julho de 1841. Na cidade do Rio de
Janeiro foi preparada para a cerimônia com festa encerradas no dia 24 de julho.
Foi colocado no trono aos
15 anos, com os políticos disputando o poder, achando que seria fácil
dominá-lo.
D. Pedro II casou-se por
procuração em Nápoles a 30 de maio de 1843 e em pessoa no Rio de Janeiro a 4 de
setembro de 1843 com Teresa Cristina Maria de Bourbon-Duas Sicílias, nascida em
Nápoles em 14 de março de 1822 e morta em 28 de dezembro de 1889 no Porto,
estando sepultada em Petrópolis, no Brasil, desde 1925. Tiveram quatro filhos.
O bisavô de Pedro II,
Carlos IV da Espanha, era irmão de Fernando I das Duas Sicílias, avô da
princesa que se dispôs a se tornar imperatriz.
D. Pedro II não era mais
um mero observador dos acontecimentos: começara um amplo trabalho de
conciliação política apartidária, nas nomeações dos integrantes do Conselho de
Estado e dos presidentes (governadores) de província.
Dom Pedro II sentia o grave erro que seria manter o regime escravocrata no Brasil. Entretanto, sabia perfeitamente que seria impossível abolir a escravidão de uma forma simples e direta, pois acreditava que tal ato viria a causar uma guerra civil semelhante a que ocorreu nos EUA em 1860. Dessa forma, dom Pedro realizou um projeto de extinguir a escravidão por etapas, com iniciativa pessoal ao ser declarado maior de idade recebeu como parte de sua herança pouco mais de quarenta escravos e mandou libertar todos.
Aproveitando a crise com
a Grã-Bretanha durante a década de 1840 e pressionar os políticos a extinguirem
de fato o tráfico de escravos, chegando a ponto de ameaçar abdicar a ter que
manter o comércio. Seu esforço revelou-se frutífero e em 4 de setembro de 1850
foi promulgada uma lei que tornou o tráfico ilegal.
Uma nova lei foi
promulgada em 18 de setembro de 1871, concedendo liberdade a todos os filhos
nascidos de escravas a partir daquela data, querendo concluir um trabalho longo
que iniciara com a extinção do tráfico.
Dom Pedro II não teve
participação na promulgação da Lei Áurea ocorrida três anos depois por sua
filha e herdeira, Dona Isabel, por estar em viagem a Europa, mas ele sabia de
antemão que isso lhe custaria o trono.
A tolerância do Imperador
não se restringia somente aos negros, mas também aos muçulmanos, pois
acreditava que a paz mundial seria sempre uma utopia, enquanto não se
estabelecesse uma sincera conciliação entre o Ocidente e o Oriente.
Criou, em 21 de outubro
de 1838, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - IHGB,
inspirado no Institut Historique de Paris e incentivou a educação pública até na
última Fala do Trono, de 3 de maio de 1889, propondo a criação do Ministério da
Instrução e da criação do Sistema Nacional de Instrução.
O monarca em seu diário
escreveria D. Pedro II:
"Se não fosse
imperador do Brasil quisera ser mestre-escola", uma opção que condizia ao
menos com a representação que mais se divulgava."
E
ainda mais:
“Não conheço missão maior
e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do
futuro.”
O republicanismo aparecia
como movimento constante surgiu no Brasil em dezembro de 1870 no Rio de Janeiro
com o lançamento de um manifesto assinado por 57 pessoas e a criação do Clube
Republicano.
Os republicanos tinham
por objetivo esperar a morte de Pedro II e por meios pacíficos (como um
plebiscito, por exemplo), impedir o reinado da Princesa Isabel. Na década de
1880 aumentou o número de adeptos pela república, mas os próprios republicanos
reconheciam, o partido não tinha tamanho, organização e apoio popular
suficientes para derrubar o regime monárquico.
Em 1889, no segundo
império, o partido republicano tinha um papel secundário que não havia forças
para derrubar o regime, mas uma crise entre os militares e o Governo, acendeu oi
interesse pelo republicanismo, tornando-se o principal fator para a queda do
trono. O Imperador sempre se recusou a proibir que republicanos tivessem cargos
públicos e um dos articuladores do movimento republicano, Benjamin Constant era
professor de matemática dos netos de Dom Pedro II.
Permitia a liberdade de
expressão das manifestações de republicanos, fossem em jornais, comícios,
reuniões ou partidos, permitindo as críticas mais ferozes, as caricaturas mais desprezíveis
contra o regime.
Mesmo com todas as
manifestações de bastidores nenhuma instituição política parecia tão forte
quanto a Monarquia no Brasil.
Pedro II havia atingido o
ponto de sua maior popularidade entre os brasileiros.
Os ricos fazendeiros do
café que detinham o poder político, econômico e social no país, articulavam para
instituir novo modelo de regime, o republicano, passando a pressionar o
Exército na figura do Marechal Deodoro da Fonseca.
Em 9 de novembro de 1889,
a oficialidade do Rio de Janeiro, se reunia no Clube Militar, e Benjamin
Constant, chefiava o movimento destinado a combater as medidas
governamentais do Visconde de Ouro Preto chefe do gabinete de ministros do
Império, considerados ofensivas ao exército.
Teria estado presente
nesta reunião, o Alferes Cardoso que ao aventarem a possibilidade
do imperador se recusar a ir para o exílio ele teria dado a sugestão de fuzilar
Dom Pedro II. (O Alferes Cardoso era o avô do ex-presidente da república Fernando
Henrique Cardoso)
Uma semana depois do baile o Marechal Deodoro proclamava dava o golpe no Império e proclamava a República, depondo o Imperador Dom Pedro II, que resignado e com muita dignidade e nobreza, sem queixa, partiria para o exilio, depois de quase 50 anos servindo o Brasil, com um grande visionário e mestre, deixando no seu legado o exemplo, ao dizer em sua simplicidade:
"Ora, se os
brasileiros não me quiserem para seu Imperador, irei ser professor!".

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