sexta-feira, 15 de junho de 2018

A "cidade" de Santo Amaro e as bitolas dos "trilhos ferroviários"

História publicada em 29/05/2012 link:


Por contingências inerentes à vida precisei deslocar-me à "cidade" de Santo Amaro, deparando-me com sua transformação, mais uma vez, praxe de seu pioneirismo sobre trilhos, desde sua locomotiva a vapor alemã Krauss, de “bitola estreita”, que percorria quase vinte quilômetros entre Santo Amaro e o Bairro da Liberdade. Depois vieram os bondes 101, Santo Amaro, de “bitola larga”, num itinerário de pouco mais de 30 quilômetros ao Centro da capital do estado. Com os tempos "modernos" aflorou novas estruturas imobiliárias, que exigiram transportes coletivos mais rápidos, trens "bala", para ligar nossa única identidade nacional, a "bola" do futebol.

As novas condições "ferroviárias" em nome do "progresso" demonstram-nos que o tratamento de "evolução" reflete a "involução", pois alguma dúvida paira como condicionamento do pensamento humano, se há realmente uma "mudança para melhor", esquecendo-se de momentos progressivos anteriores!

Hoje, novamente o Brasil quer "alavancar-se" sobre trilhos, adquirir máquinas modernas "importadas", expandir portos para "exportar" seu desenvolvimento "in natura", próprio de seu eterno imediatismo. Deixando as indagações sempre latentes, repentinamente Santo Amaro, "que morreu solteiro e não teve filhos", como diz nosso grande amigo, Geraldo Diniz, conhecido como Pracinha, lavratura de legítimo santamarense digno desta estirpe, e um de seus grandes proclamadores, vê transformada em "outro" novo modelo urbano, através do metrô, da linha cinco, colorida de lilás, de “bitola internacional”, que já possui pequeno trajeto do bairro Capão Redondo ao Largo Treze de Maio.

Esta linha atual implanta-se sobre os antigos trajetos, ou se não, próximo de suas estruturas, e sendo assim a concessionária "tropicou" nos trilhos antigos dos bondes que circularam pela última vez em São Paulo, com direito a carreata e comício em 27 de março de 1968, saindo do Biológico, Vila Mariana, para o Largo Treze, em Santo Amaro.

Quem porventura quiser deparar-se com a placa comemorativa do referido feito, há de vê-la na parede lateral da Catedral, esta também, infelizmente desativada para "reforma" do local, por riscos de "tombar" literalmente, embora seja referido como patrimônio tombado.

Esta "nova" estrutura sobre trilhos, não é novidade nenhuma para Santo Amaro, e outras tantas pioneiras da cidade de São Paulo, sendo que o estado havia se desenvolvido por mais de dez mil quilômetros de trilhos ligando cidades, e agora "a cidade de Santo Amaro" será integrada novamente entre trilhos até a Chácara Klabin, num trajeto via Vila Mariana, como sempre fora feito no "progresso" trilhado, somente mudando o “bitolado”!

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