“Não tenho medo de errar... Erro a gente pode corrigir.
Tenho medo é da fórmula! (Burle Marx)
Dia 22 de setembro, o Dia Oficial do Rio Tietê, tornada data oficial através da Lei Municipal de 2001.
O rio Tietê é um rio do Estado de São Paulo. O nome Tietê foi registrado pela primeira vez em um mapa no ano de 1748 no Mapa D'Anvile e, em tupi, significa "rio verdadeiro", ou "águas verdadeiras". O Rio Tietê foi importantíssimo para os colonizadores entrarem na boca do sertão do Brasil. Foi o Rio Tietê que propiciou algumas Bandeiras e Descimentos pelos rios (Monções, favoráveis as navegações) na interiorização do Brasil, depois completado com o ciclo dos muares, que adivinham dos pampas, num entroncamento em Sorocaba.
Ao longo do Tietê, nascido a 25 quilômetros de Salesópolis, a 780 metros de altitude, na parte ocidental da Serra do Mar, percorre mais 1.100 quilômetros e desaguando no Rio Paraná, na divisa com o Estado do Mato Grosso.
PROLIFERAÇÃO DAS ALGAS NA REPRESA DE GUARAPIRANGA
Um afluente do Tietê é o Rio Pinheiros, que nasce do encontro do Rio Guarapiranga e o Rio Grande, e deságua noRio Tietê. O Rio Grande nasce a partir da Represa Billings e tem sua foz, no encontro com o Rio Guarapiranga, dando origem ao Rio Pinheiros, um rio retificado da cidade de São Paulo, que de seus antigos 45 quilometros restaram 27, e de suas águas com movimento lótico em voltas tortuosas, restou-lhe a lentidão de um rio morto. É o canal de ligação entre a Represa de Guarapiranga e o Rio Tietê.
MATA CILIAR DO RIO TIETÊ=CONCRETO
O rio Tietê e seus afluentes recebem, na região metropolitana de São Paulo, aproximadamente 35 mil litros de esgoto a cada segundo, de acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo-SABESP, ou seja, três bilhões de litros por dia; sem contar os dejetos e o lixo diretamente atirado em suas águas, como pneus, móveis, etc.
Na primeira etapa, retiram-se as partes sólidas que vêm com o esgoto, de sofás e pneus a grãos de terra e excremento.
Numa segunda etapa, a água suja recebe micro bolhas de oxigênio, que abrem o apetite de bactérias e outros bichinhos da água que devoram os dejetos lançados no rio.
Uma terceira etapa, a água deverá ser tratada recebendo produtos químicos para retirar o excesso de minerais e outros nutrientes indesejáveis que os microorganismos comedores de excremento produzem. Está etapa tem custo elevado e parece descartada dos planos do projeto de despoluição.
No passado, provocava inundações, além de facilitar a disseminação de moléstias, o equilíbrio existia, pois tais situações eram esporádicas e localizadas. Foi com a atuação do homem que alterou-se as condições do primitivo ecossistema e, de modo gradativo, levou a um acomodamento da sociedade e o progresso, levaram o rio à situação de quase “inadimplência ambiental”.
Investimentos
O Projeto Tietê foi dividido pela Sabesp em etapas. A primeira fase, que começou em 1995 e se estendeu até 1998, contou com recursos da própria Sabesp (R$ 550 milhões), do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID (R$ 450 milhões) e da Caixa Econômica Federal (R$ 100 milhões). Nesse período, foram construídas três Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) - São Miguel, Parque Novo Mundo e ABC -, que, juntas, têm capacidade para tratar 7 mil litros de esgoto por segundo, e a ETE Barueri teve sua capacidade ampliada de 7 mil para 9 mil litros por segundo.
O Projeto Tietê, da Sabesp com a ampliação das Estações de Tratamento têm capacidade para tratar um grande volume de esgoto, com prioridade à construção de tubulações que liguem as casas às estações de tratamento. No total, serão feitas 290 mil ligações domiciliares e construídos sob a terra 1,4 mil quilômetros de redes coletoras, estimando que 300 milhões de litros de esgoto deixarão de ser despejados nos rios todos os dias. O índice de coleta de esgoto passará de 80% para 84%, e o de tratamento, de 62% para 70%.
ALGAS NAS ÁGUAS DA REPRESA DE GUARAPIRANGA
O aumento do material orgânico lançado nas águas oferece condições para que as cianobactérias[3] (algas azuis) se reproduzam de maneira exagerada. "Isso, além de diminuir a taxa de oxigênio dissolvido, faz com que um reservatório tenha sua vida útil encurtada", um alerta técnica da Divisão de Qualidade de Águas da Cetesb. [4]A despoluição do Tietê é um projeto de longo prazo e, para que seus objetivos sejam alcançados, é necessário o empenho de sucessivas gestões de governo e uma cobrança constante da sociedade. Além de conscientização da população para que haja retorno, novamente, vida aquática.
Bibliografia:
ROCHA, Aristides Almeida. Do Lendário Anhembi ao Poluído Tietê. Editora: Edusp. 1991
Ref.: Fundação SOS Mata Atlântica
Ref.: Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp)
http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas_sesc/pb/artigo.cfm?Edicao_Id=204&Artigo_ID=3182&IDCategoria=3436&reftype=1
BANCO MUNDIAL. Recursos Hídricos e Saneamento na região metropolitana de São Paulo: Um desafio do tamanho da cidade. Brasília, 2003.
Constituição da República Federativa do Brasil. (CF/88). 3. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1998.
CAVALCANTI, Clóvis. (Org.). Meio ambiente, desenvolvimento sustentável e políticas públicas. São Paulo: Cortez: Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 1999.
MMA – Ministério do Meio Ambiente URL: http:// HYPERLINK
http:// http://www.mma.gov.br/
Decreto 37.300 - SÃO PAULO ESTADO – Regulamenta o Fundo Estadual de Recursos Hídricos, FEHIDRO. São Paulo. Governo do Estado, 1993.
Lei 9.866 - SÃO PAULO ESTADO – Diretrizes e normas para proteção e recuperação das bacias hidrográficas dos mananciais de interesse regional do Estado de São Paulo. São Paulo. Governo do Estado, 1997.
NOTAS:
[1] Na década de 1990, o rio chegava a receber por dia 5 toneladas de esgoto das fábricas. Mas hoje, empiricamente, cerca de 1 200 indústrias, que respondem por 90% da sujeira, tratam seu esgoto.
O esgoto doméstico é o maior poluente do rio. Mesmo com cinco novas estações de tratamento e 3 mil km de novos canos de coleta, o rio ainda recebe 500 toneladas diárias de dejetos das casas de tubulações clandestinas
O lixo jogado nas ruas responde por um terço , aproximadamente 250 toneladas, da sujeira que chega ao Tietê. Entulho, papéis, pneus e até sofás abandonados são carregados pela água das chuvas e, ao caírem na rede de galerias pluviais, seguem direto para o rio, sem nenhum tratamento.
[2] Eutrofização é um fenômeno que ocorre nas águas, provocado por excesso de nutrientes como o Nitrogênio, causando a proliferação excessiva de algas e quando entram em decomposição aumentam muito os microrganismos fazendo com que ocorra a deteriorização de águas de rios, represas, lagos e outras fontes.
[3] As cianobactérias podem produzir gosto e odor desagradável na água e desequilibrar os ecossistemas aquáticos. O mais grave é que algumas cianobactérias são capazes de liberar toxinas, que não podem ser retiradas pelos sistemas de tratamento de água tradicionais e nem pela fervura, que podem ser neurotoxinas ou hepatotoxinas. Originalmente estas toxinas são uma defesa contra devoradores de algas, mas com a proliferação das cianobactérias nos mananciais de água potável das cidades, estas passaram a ser uma grande preocupação para as companhias de tratamento de água.
[4] A Cetesb destaca ainda outros três tipos de poluentes presentes em quantidades significativas no Tietê: os metais pesados (chumbo, cobre, zinco, etc.), lançados na água pelas indústrias, o DDT (tipo de inseticida que hoje tem sua utilização proibida) e os PCBs (substâncias cujo uso também não é mais permitido, mas que estão presentes em transformadores e capacitores fabricados antes da legislação que os baniu, em 1981).A análise dos sedimentos da bacia do Alto Tietê também aponta contaminação. Uma das substâncias tóxicas presentes é o chumbo tetraetila, utilizado na composição da gasolina na década de 80, e até hoje encontrado no leito do Tietê e de seus afluentes. De acordo com a Cetesb, os dois locais que enfrentam a situação mais crítica são os reservatórios de Pirapora e Rasgão, que recebem toda a carga poluidora da região metropolitana.
2 comentários:
Olá, Carlos!
Seu trabalho de pesquisa ficou excelente.
Considero, também, um preito de amor ao nosso querido Tietê.
Oxala possamos, um dia, ver novamente o rio Tietê querido com vida, trazendo qualidade devida ao todos os paulistanos e a todo o Estado de São Paulo.
Parabéns!
Muita paz!
Carlos,
Perfeito seu texto sobre o Rio Tiete , que considero, rio da integração paulista, que um dia foi um rio que contornava a cidade, hoje praticamete é o centro dela.
Por isso está sendo depósito de lixo e esgoto.
Juntamente com os rios Pinheiros e até o rio Tamanduatei que são rios que podem controlar as enchentes em São Pauio e podem ser rios de meio de transportes e ludicidade que já foram um dia.
Assim como as Represas Guarapiranga e Billings formam um lençol d'agua vital a cidade, desde que limpas.
parabéns
Estan
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