segunda-feira, 28 de junho de 2010

Totem Fascista ou Monumento aos Heróis Aviadores da Travessia do Atlântico e o Monumento à Independência.

Translado definitivo: julho de 2010, da Praça Nossa Senhora do Brasil, Jardim América para o Parque Barragem, Capela do Socorro; Santo Amaro, São Paulo. Valor R$ 394.992,77 Deparamo-nos com o contexto estampado em matutino de circulação corrente em São Paulo, com os dizeres: “Totem Fascista de volta à Guarapiranga”. Parece que o Monumento aos aviadores da primeira travessia do Atlântico, sem escala e suporte naval, é tudo: estátua, totem menos ser o que representa sua real constituição: Monumento!

Não irei declinar novamente sobre estátua e monumento, mas o que representa a matéria e a especificada definição totem, pelo acadêmico Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, em o Novo Aurélio, Dicionário da Língua Portuguesa, século XXI, Editora Nova Fronteira:

“totem: em diversos povos e sociedades, animal, vegetal ou qualquer entidade ou objeto em relação ao qual um grupo ou subgrupo social, coloca-se numa relação simbólica especial, que envolve crenças e práticas especificas, variáveis conforme a sociedade ou cultura considerada”.
Que há relação simbólica do Monumento por ser um épico humano, onde o momento permitiu o ato heróico que culminou com o sucesso da chegada, é fato notório e confirmado pelos anais históricos, mas não uma prática de ancestralidade. Existe um fato que precisa ser exposto às gerações que não participaram do momento histórico, mas não se trata de um objeto de peregrinação de cunho religioso.
O "Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico", de Ottone Zorlini, não é mera estátua, nem um totem, mas realmente um Monumento, pois “Monumento é Documento”, de feitos humanos, o único animal a fazê-lo em registro histórico! Outro fato é a repetição do termo “fascista”, também já colocado em texto anterior, mas se há interesse em refletir como algo desmerecido, temos outro monumento representativo, no Ipiranga, de Ettore Ximenes, escultor italiano, onde nos vértices da base do pedestal central
“em cada vértice, formado pelos quatro painéis em granito, que envolvem a base do pedestal, há um fascio, símbolo do império romano, que significa o poder de vencer os inimigos da nação”, explicação esta que se encontra no interior do referido “Monumento à Independência”, do Brasil! Além disso, na entrada das escadarias externas do Museu Paulista, conhecido por Museu do Ipiranga, há também os referidos fascios completados com as franquisques! Não se define em momento algum que ambas as representações tenha cunho do autoritarismo! Isto deixa evidente a importância dos Monumentos à Independência do Brasil e Aos Heróis Aviadores da Travessia do Atlântico, suas reais representações.

3 comentários:

Anónimo disse...

Lamentamos que um jornal de grande circulação como este tenha que apelar para este tipo de chamada para atrair a atenção!
Pra quê e por quê?
Este Monumento deve ser reverenciado como um marco da nossa história e memória , um valor inestimável para nossa sociedade, no entanto ser chamado de "Totem Fascista" foi o cúmulo da ignorancia!!

Anónimo disse...

O que o Carlos apontou está correto.Pesquisem um pouco governos totalitários antes de se inflamar patrioticamente e falar de coisas que não entendem. É de fato o símbolo do fascismo e a democracia foi instituída como mais uma ilusão para acharmos que temos alguma escolha que vá nos beneficiar na sociedade. Pesquise um pouco sobre fascismo aqui:

http://en.wikipedia.org/wiki/Fasces

Anónimo disse...

Hoje correndo no Ipiranga eu vi os simbolos e pesquisei no Google, e vim parar aqui. Se fosse uma suástica já teriam tirado. O fascio, embora tenha uma bela história por trás (união de fracos formando um forte) é diretamente associado a Mussolini. O monumento não perderia nada se retirasse esse símbolo.