NOBILIARQUIA DOS NOMES ALEMÃES NO BRASIL
História de um momento delicado na Europa
O Império Austríaco (em alemão Kaisertum Österreich) foi fundado em 1804 em reação à criação do Primeiro Império Francês por Napoleão I. O primeiro imperador da Áustria foi Francisco I, (Franz I) o qual detinha até então o título de Sacro-Imperador Romano, abdicado quando o Império foi absolvido na reorganização da Alemanha de 1806. No processo de manter o seu título imperial, ele elevou a Áustria de um arquiducado para um império e daí a Áustria tornou-se totalmente independente de qualquer vínculo com a Alemanha. Após tentativas falhadas de reforma constitucional, o Império Austríaco foi transformado no Império Austro-Húngaro em 1867 sob Francisco José I da Áustria, o qual concedeu estatuto igual aos territórios húngaros.
De 1814 a 1815, a Áustria estava entre os vitoriosos contra Napoleão e as pretenções da França no continente. O congresso de paz se reuniu em Viena, regido pelo príncipe Metternich, que dirigia sua diplomacia desde 1809. Matternich tentou efetivar um equilíbrio europeu durável e evitar o retorno das idéias revolucionárias: a Santa Aliança de 1815 entre a Áustria, a Rússia e a Prússia estava disso encarregada. O tratado de Viena restabeleceu o poder da Áustria na Alemanha e na Península Itálica, onde criou-se o Reino Lombardo-Vêneto, confiado aos Habsburgos. O Sacro Império não foi restabelecido, mas criou-se uma Confederação Germânica que reunia os Estados alemães presidida pela Austría.
Depois da revolução de 1848, a Áustria teve que enfrentar levantes na Itália e na Hungria. Outorgou-se uma Constituição em abril de 1848 aos países hereditários e um regime parlamentar foi instalado na Hungria. Os direitos senhoriais e a servidão foram abolidos pela Assembléia austríaca, que também elaborou um projeto de Constituição que dava os mesmos direitos a todas as nacionalidades.
A monarquia viu-se ameaçada. Em Frankfurt, o Parlamento falava em unificar os países de língua alemã, incluindo-se a Áustria, e a Hungria parecia caminhar rumo à independência. Mas a radicalização da revolução de Viena a partir de maio dividiu os partidários das mudanças. Em outubro, o exército restaurou a ordem antiga pela força mas o imperador, já Fernando I, se vê obrigado a abdicar em favor do sobrinho Francisco José I. Na Itália, o marechal Radetzky restabeleceu o domínio austríaco. O marechal Windischgrätz atacou a Boêmia, entrou em Viena em outubro de 1848 e depois, ajudado pela Rússia, submeteu a Hungria a uma feroz repressão e ali instalou um regime de ocupação militar até 1852.
No Sacro Império Romano-Germânico e territórios que estiveram sob a sua jurisdição e que formaram-se em estados nacionais, no futuro Império Austro-Húngaro, Império Alemão, utilizavam a seguinte relação de autoridade:
Imperador [Kaiser]
Rei [König]
Arquiduque [Erzherzog] (utilizado no Sacro Império Romano-Germânico e depois utilizado para titular os herdeiros do trono austríaco)
Grão-Duque [Großherzog/ Grossherzog]
Duque [Herzog]
Grão-Príncipe [Großfürst/ Grossfürst]
Príncipe-eleitor ou Eleitor [Kurfürst]
Príncipe (Monarca) [Fürst]
Margrave [Markgraf] correspondente a [Marquês]
Landgrave [Landgraf]
Burgrave [Burggraf]
Rhinegrave [Rhiengraf]
Vildgrave [Wildgraf]
Altgrave [Altgraf]
Raugrave [Raugraf]
Conde [Graf]
Barão [Freiherr]
Cavaleiro [Edler]
Para cada título existiam formas diferentes de tratar o herdeiro. Por exemplo, os filhos dos Imperadores eram chamados necessariamente de Príncipes (Prinz). Porém, os Imperadores da Áustria, em referência ao seu passado como Arquiduques, intitulavam os seus filhos por Arquiduques (Erzherzog). Alguns filhos de Reis eram chamados de Príncipes (Prinz), como na Prússia. Outros eram denominados Duques, como em Württemberg e na Baviera. Os filhos de Grão-Duques poderiam ser intitulados por Erb/groß/herzog (algo como Grão-Duque-Herdeiro), Erbprinz, ou simplesmente Prinz. Os filhos dos Príncipes (Monarcas), os Fürst, eram chamados de Erbprinz ou Prinz. Filhos de Margraves, Landgraves, Burgraves, Vildgraves, Altgraves e Raugraves poderiam ser chamados de Condes (Graf) ou Erb-+ o título (por ex.: Erblandgraf). Os filhos dos Condes eram também tratados por Condes, como os filhos dos Barões, que eram também denominados Barões.
Muitos nomes estrangeiros foram alterados no Brasil por falta de um processo alfandengário que interpretava conforme a locução ouvida, interferindo numa identidade imutável, onde os valores estão ligados as culturas dos respectivos direitos de cidadania e que a ninguém é referendado mudar.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
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